segunda-feira, 29 de abril de 2013



Os dias passam. A crise veio para ficar, é como o escalracho, espalha as suas raízes na sociedade. Os que governam vão fazendo cortes na Velha Árvore que doente vai deixando cair as suas folhas.
Os órgãos de comunicação anunciam novos cortes sempre segundo fontes bem informadas junto dos que dizem nos governar. A Velha Árvore resiste.
Com pompa e circunstancia envergonhada as medidas chegam anunciadas pelo porta-voz e pelo jornal oficial da ainda Republica Portuguesa.
A Velha Árvore já não tem ramos para nos dar um pouco da sua sombra, triste e doente vê as suas folhas caiarem mas vai resistindo.
Cortes atrás de cortes e mais cortes e, afinal onde está a Reforma do Estado? Isso mesmo, onde está uma ideia de Reforma do Estado apresentada pelos que nos governam e pelos outros, os que não governam mas ambicionam governar e os outros que sem ambição para governar preferem a crítica constante e fácil aos que governam?
Onde esta ou por onde anda a Reforma do Estado?
Atenção que falo do Estado e não apenas do Estado Social.



E já passaram 39 anos
Há 39 anos estava tão longe, lá onde as noites eram mais noites, onde o tempo parecia não querer passar, só que as dúvidas eram tantas que ninguém acreditava que o tempo passasse depressa e bem.
Para nós não existiu “E Depois do Adeus” nem “Grândola Vila Morena” (esta, existia apenas numa das cassetes e ouvia-a no quarto quando o pensamento voava até à minha família, ao meu país), apenas as dúvidas habituais nos acompanharam naquela noite e no dia seguinte.
Duvidas, muitas duvidas como que a querem avisar-nos de que era preciso estar sempre alerta.
Hoje tudo parece um sonho, à repressão pela Liberdade naqueles tempos, temos hoje a repressão pelo Trabalho.
Povo sofrido, povo que acreditou, povo que se deixou iludir, povo que volta a ser sofrido… a história é feita de ciclos… e só passaram 39 anos.