Os
dados estão lançados. Por esta Europa fora crescem as correntes
ideológicas saudosistas da supremacia de uma raça sobre as outras,
correntes xenófobas e homofóbicas que prometem acabar com todas as
injustiças que correm nas governos do centro direita ao centro
esquerda ou mais à esquerda dos diversos países, prometendo-nos o
paraíso justiceiro escondendo atrás de si o inferno que têm para
nos dar depois de alcançado o poder, seja por via democrática seja
por via da força das armas.
De
quem é a culpa do regresso em força dessas correntes ideológicas?
Quem
é que financia esses movimentos?
O
que nos dizem e o que fazem os políticos que exercem o poder?
O
senhor ministro
falou para o país quando não o deveria fazer. Do senhor ministro,
homem experiente e batido na política, esperava-se outra fala, não
para os microfones mas para as forças sindicais que proliferam nas
forças de segurança. É com eles que tem de debater à mesa os prós
e os contra. É com eles que tem de falar do porque o seu ministério
não cumprir com questões pertinentes já acordadas em anteriores
reuniões do seu ou de anteriores governos.
O
senhor ministro, homem experiente e batido nas questões da política,
ao falar depois da manifestação em que um movimento sem rosto com
demonstrações racistas e xenófobas anulou
as diversas direcções sindicais organizadoras
da manifestação, promovendo
a figura de destaque um populista levado ao colo pelo
capital neoliberal
que domina a comunicação social deste nosso reino, assim
como do tal movimento sem rosto mas não espontâneo, ficou-lhe
mal. O senhor homem experiente nestas coisas da política deveria ter
pensado um pouco mais a frio e não ter dado aso a tantos comentários
que os arautos neoliberais
que populam na comunicação
social tiveram pela noite adentro.
É
preciso deixa-los poisar. Ter sangue frio. Tocar a reunir todas as
forças políticas que defendam a Democracia e o modelo do Estado
Social Europeu, sejam eles democratas-cristãos, sociais-democratas,
socialistas e comunistas de vários matizes, liberais,
sindicalistas da unidade, da
unicidade e independentes, para em conjunto se olhar o futuro sem
medo dessas correntes que já nos governaram a ferro e fogo mantendo
o país na miséria franciscana num
tempo de quase meio século
no século passado.
Quem não quiser comparecer na defesa do Estado Social
não fará falta para a luta árdua que no futuro se travará. Só
farão falta os que defendem a Democracia e o Estado Social tipo
Europeu. Mas essa luta não
se fará com mais subsídios disto e daquilo, com mais sopa para os
sem
abrigo. O senhor ministro e os seu pares devem saber que só o
trabalho cria riqueza, só o trabalho é fonte de dignidade para
todos desde o simples operário ao senhor doutor, ao senhor
engenheiro. Distribuir mais subsídios pelos desprotegidos da vida é
o mesmo que andar a distribuir pérolas a porcos, só favorece o
crescimento de tais movimentos sem rosto visível para nós cidadãos
mas que os senhores saberão identificar.
Quanto
ao papel que os órgãos da Justiça têm em todo este ressurgir
compete aos senhores políticos entenderem-se porque não tenho saber
para tal, embora ache muito
estranho muitas das decisões tomadas e
publicitadas nesses órgãos
da Justiça.
Há
pois que por o país a trabalhar. Como? É aos senhores que compete
encontrar soluções e meios para que abandonemos este estado de
subsídio dependentes, que só favorecem o aparecimento e crescimento de ideais racistas e xenófobos perigosos para a Democracia e a Liberdade dos cidadãos.