Dois anos. Não sei se é
muito ou pouco tempo de vida, não sei. Dois anos de uma união de
facto ou de um modo de vida em comum. Um tempo de muita luta entre
nós. Luta surda e muda pelo poder de quem manda, de quem é que
decide que caminho trilhar, que comportamento ter.
Dois
anos em que luto sozinho contra o teu espírito rebelde e
autoritário. Somos dois teimosos condenados a vivermos esta união
que celebra hoje dois anos em que dos três que restavam para serem
doados nos olhamos e te escolhi por seres a mais pequena, a mais
ramelosa dos teus irmãos.
Na
altura pareceu-me que escolhi bem. Hoje, não vou desistir de ti,
mesmo que tenha que continuar a lutar contra ventos e marés.
Estamos
condenados a partilharmos este tempo de vida. Porta-te bem a meu modo
e viveremos em paz, porque não sou eu que vivo contigo, és tu que
vives comigo.