segunda-feira, 14 de junho de 2021

21.06.11

 


1. Não gosto do sr. Medina desde os tempos em que foi Secretário de Estado da Indústria e nada fez para revitalizar os Estaleiros de Viana do Castelo, antes num deixa andar como que deixou a empresa a jeito para a posterior venda que o ministro ( de letra pequena) sr. Aguiar Branco fez ao amigo do partido

2. Como não vivo nem voto na minha Lisboa não faço comentários críticos ou elogios à sua actuação à frente do Município

3. A senhora russa que agora aparece em todos os telejornais das nossas televisões faz-me lembrar um outra senhora brasileira aquando dos tristes acontecimentos de Pedrogão Grande. Esta senhora russa atira-me areia aos olhos sempre que a vejo repetir a mesma conversa. Isto porque basta pensar um pouco para se ver que se ela representa como oposicionista um perigo ao autocrático presidente russo há muito que estará referenciada pelos serviços secretos russos cujos agentes vivem entre nós e que como presumimos não brincam em serviço pelo que terão todos todos os dados sobre os russos, ucranianos e outros manifestantes mais oposicionistas ao regime político russo que vivem e estão entre nós.

4. Se a Câmara cometeu ou não uma ilegalidade não percebi pois a transferência de dados estará segundo me parece prevista na lei por um anterior governo que ao acabar com os Governos Civis transferiu essa função para os Municípios. Mas mesmo que não haja suporte legal, talvez o Município possa ter ultrapassado o limite dessa competência, não sei.

5. O que eu vejo, o que eu sei é que face à campanha de ausência de ideias para o Município de Lisboa por parte do candidato opositor das oposições o tal sr. Moedas que ainda não mostrou ter cotação cambial para se opor ao actual presidente do Município de Lisboa, saíram todos os arautos da desgraça, todos os avençados do “capital-glutão” inimigo das regras da nossa Democracia a terreiro fazendo de um presumível erro de alguém dentro do Município de Lisboa um caso de despromoção do actual presidente do Município para promoverem e levarem num andor o sr. Moedas que ainda não mostrou ter cotação cambial credível sendo apenas e só o novo D. Sebastião dos integralistas nacionais adeptos da política selvagem da Goldman Sachs onde o sr. Moedas foi um bom discípulo segundo notícias vinculadas na comunicação social que lhe é afecta.

21.06.14

 



https://www.diariodigitalcastelobranco.pt/noticia/56900/casa-de-saude-de-idanha-a-nova-oferece-servicos-gratuitos-aos-municipes

A Casa de Saúde é uma boa notícia para os cidadãos do Município.

Se um cidadão recenseado no Município que não quis aderir ao “Cartão Raiano de Saúde 0-114” for à Casa de Saúde por se sentir doente, usufrui dos mesmos serviços gratuitos? ou os mesmos serviços gratuitos são só para os munícipes aderentes do “Cartão Raiano de Saúde 0-114”?

Se for para todos com ou sem “Cartão Raiano de Saúde 0-114” é na verdade uma boa notícia.

Mas se for só para quem quis aderir ao “Cartão Raiano de Saúde 0-114” então a montanha pariu um rato, ou seja, as instalações de um bem municipal publico estarão ao serviço de uma entidade privada a Lusitânia Companhia de Seguros SA.

Continuo sem perceber se os exames prescritos ( TAC, RX, Ecografia…) na Casa de Saúde ou mesmo na Unidade Móvel de Saúde são válidos para o SNS Serviço Nacional de Saúde publico ou se têm de posteriormente aguardar pelo Médico do Posto Médico ou Centro de Saúde para poderem ser comparticipados na rede do SNS.

Pequenos grandes pormenores que podem ser a ilusão e marcar toda a diferença entre um seguro de doença privado da Lusitânia e uma extensão do verdadeiro Serviço Nacional de Saúde já que não li em lado algum nem ouvi na apresentação quer do cartão quer nas quatro horas da candidatura do sr. Presidente do Município a novo mandato, qualquer alusão a um protocolo de acordo assinado com a ULS Unidade Local de Saúde responsável do nosso SNS no Município.

Dizer que o “Cartão Raiano de Saúde 0-114” suportado por uma companhia de seguros, no caso a Lusitânia, é uma extensão de complementaridade do SNS Serviço Nacional de Saúde para os munícipes, não é verdade se os exames prescritos na Casa de Saúde de Idanha não forem directamente comparticipados na rede do Serviço Nacional de Saúde.

O Município de Idanha-a-Nova levou segundo os seus responsáveis seis anos a amadurecer a ideia deste “Cartão Raiano de Saúde 0-114”em vez de lutar dialogando com as entidades que gerem o Serviço Nacional de Saúde na procura de uma solução que promovesse a visita médica e de enfermagem, semanal ou bissemanal, aos seus munícipes que vivem nas povoações em função do número de munícipes que habitem nelas.

Não tendo conhecimento pela comunicação social nem essa luta dialogante foi referenciada pelos órgãos do Município presume-se que preferiram promover um seguro privado sob a forma de “Cartão Raiano de Saúde 0-114” voltando as costas à historia que o próprio Partido Socialista teve na criação e manutenção universal (para todos) do Serviço Nacional de Saúde, que é sem sombra de dúvida a maior riqueza que o 25 de Abril trouxe ao povo português.

Quantas das famílias naturais do Município que saíram em busca de melhores condições de viva não regressam às suas povoações onde têm as suas raízes porque a Assistência na Saúde do Serviço Nacional de Saúde no Município é péssima?

Que impacto teria na economia local o regresso famílias idanhenses que atraídos pelas boas condições de funcionamento dos Postos Médicos e do Hospital Municipal decidissem deixar a vida sedentária de reformados ou aposentados que levam na cidade grande e seus arredores voltando para as suas povoações a fim de aí viverem a sua terceira fase da vida? Presumivelmente seria um impcto bastante positivo sendo ao mesmo tempo uma janela aberta para os mais novos seus descendentes olharem de outro modo para a vida no interior raiano de Município e quem sabe se face às dificuldades de vida existentes nas cidades não equacionassem eles o regresso desde que sejam criadas condições de trabalho ou de empreendedorismo para o seu regresso.

Num Município com cerca de nove mil habitantes recenseados, onde ainda não há muito tempo um estudo dizia que em cada dez munícipes um tinha mais de oitenta e cinco anos, onde a percentagem de idosos lhe conferem um baixo grau de iliteracia. Um Município onde a rede de telecomunicações móveis é deficiente (veja-se o caso da MEO no lugar da Nave na Zebreira). Um Município onde o rendimento anual dos seus agregados familiares ligados ao mundo rural lhes deverá conferir o beneficio da isenção do pagamento de taxas moderadoras no Serviço Nacional de Saúde, que vantagens efectivas lhes dará o “Cartão Raiano de Saúde 0-114” promovendo um seguro de saúde básico privado da Lusitânia? Porque quando precisarem de uma consulta de cardiologia ou de urologia para não falar em estomatologia ou em oncologia vão ter de recorrer aos Hospitais do SNS ou então terão de pagar do seu bolso um novo seguro para poderem ser consultados na rede da seguradora AdvanceCare e no final quando as coisas graves de saúde se complicam terem de recorrer aos Hospitais Públicos do SNS porque os seguros querem como objectivo primeiro e único o lucro e se as despesas com o doente ultrapassam o limite ajustado no seguro deixam-nos à porta das urgências no hospitais públicos, como a história dos seguros de saúde privados nos tem mostrado com inúmeros casos.

Tenho divulgado e aplaudido muitas das atividades do Município ao longo dos últimos anos dando-o como exemplo junto de amigos do litoral, não posso contudo concordar em nada com esta forma de fazer política com o “Cartão Raiano de Saúde 0-114” que não passa de simples caça ao voto para as próximas eleições autárquicas, promovendo interesses privados que querem e defendem a privatização do nosso maior bem colectivo, o SNS.

Andar seis anos a amadurecer uma ideia para depois nos vender gato por lebre, Não sr. Presidente!!!

sexta-feira, 11 de junho de 2021

Cinquentenário

 


Não entendo, não percebo toda esta coisa triste que se fala sobre as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril. Ainda estamos em 2021 ou será que perdi o conto aos anos?

Depois olho para as duas personalidades escolhidas e não vejo nelas personalidades do 25 de Abril. O sr. Ramalho Eanes é um dos homens fortes do 25 mas de Novembro de 1975. Já o tal sr. Adão e Silva não passa de um graxista de palavras redondas, um lambe-botas dos políticos com peso no PS , que vai virando consoante o homem forte e pouco ou nada têm a ver com a gloriosa data de Abril de 1974.

Que o sr. Ramalho Eanes seja escolhido pelo sr. Presidente da Republica está de acordo com o pensamento político deste. Ambos são do 25 de Novembro de 1975 e não do 25 de Abril de 1974.

Já o Governo contrapõe à escolha do sr. Presidente com um “jornalista submisso” aos interesses do partido; uma personalidade a fazer lembrar a escolha oposta do sr. Presidente da Republica quando escolheu o jornalista João Miguel Tavares para o 10 de Junho de há dois anos. Tristezas em dose dupla.

Não haverá no país um intelectual com mérito para tal cargo ou será que os contactados não aceitaram pelo despesismo que iriam custar ao país?

Depois é difícil perceber o que é que nos querem vender com tanta antecedência para organizar um acontecimento que se resume a um só dia continuando o contrato do sr. Adão e Silva até 2016? Será que ele e os seus secretários vão precisar de tanto tempo para limpar e lavar o chão e as paredes sujas com tal acontecimento?

Tudo isto me leva ao José Mário Branco no seu FMI com o «entretém-te filho entretém-te...»

Não misturo política com futebol mas depois admiramo-nos com os votos crescentes dos saudosistas do velho ditador de tão má memória para o país.

quarta-feira, 9 de junho de 2021

21.06.09

 



No final do dia, depois do tempo de trabalho dela, falámos. As coisas do costume nestes dias de aniversário entre um pai e uma filha. Falámos não só essas coisas como várias outras e entre essas outras coisas faladas a meio da conversa repeti-lhe o que já disse a outros e outras jovens, no caso, eu não gostaria de ter 44 anos agora. Nem 44 e ainda menos 20 ou 30 anos, preferindo ter os meus 70 anos. Muitos poderão não compreender, outros acharão que sou um parvo. Não me importo não quero ser mais novo do que sou.

Nasci no final de 1950, quando reinava no meu país o conceito salazarista de "Deus Pátria e Família" que não deixava o país respirar vivendo-se numa santa miséria abençoada por um clero tão retrógrado como o velho ditador. Joguei à bola na rua com bolas feitas de trapos em meias de vidro que as senhoras já não usavam nem tinham já arranjo. Na rua calcetada em pedras de basalto as sarjetas serviam de balizas aos jogos de hóquei sem patins e quando era golo tirávamos com as mãos a bola da sarjeta. Na rua aprendi a defender-me dos mais velhos ou dos outros com manias de valentões, sem ir para casa a chorar queixando-me do que me fizeram ou disseram na rua ou mesmo na escola. Aprendi também a fugir à policia quando esta aparecia por lá. Vi aparecer a televisão a preto e branco no clube lá da rua, onde ia aos domingos a tarde assistir pagando com uma moeda de 50 centavos o direito de ver aquela coisa extraordinária. Na escola primária pública aprendi a desenhar as letras e os números assim como o que se podia fazer com eles ou seja a descoberta de um mundo com vida sempre em evolução; decorei a tabuada de somar de multiplicar e com ela aprendi também a subtrair e a dividir fazendo contas de cabeça sem usar os dedos como auxiliares. Aprendi a história dos nosso reais. Sabia o nome das serras, dos rios e seus afluentes assim como das estações das muitas linhas férreas. Nada disso me traumatizou ou impediu de crescer. Aos quase oito anos conheci o mar de verdade na bonita praia do Baleal, quando nos mudamos com a bagagem às costas para Ferrel que nesse tempo dos anos cinquenta distava cerca de um quilómetro do Baleal. Entre a escola primária e as férias aprendi tantas coisas que ficaram guardadas nas minhas células quânticas do cérebro. Coisas que no mundo de hoje são para muitos horrorosas mas que fizeram parte do crescimento da minha geração. Jogávamos à bola descalços porque a maioria dos rapazes não usavam sapatos por dificuldades financeiras de seus pais, mas éramos todos iguais; quando a professora primária faltava também íamos para o pinhal subir aos ninhos dos pássaros para roubarmos e comermos os ovinhos antes de ficarem chocos. Roubávamos penas às galinhas para armar ratoeiras aos pássaros quando os desgraçados andavam loucos para fazerem o ninho. Bebíamos a agua dos ribeiros quando tínhamos sede. Nas férias grandes a pé ou tentando enganar o revisor da carreira lá íamos, os dois irmãos, para a praia, onde aprendemos a nadar sem ninguém nos ensinar, aprendizagem naif. O conselho dos pais que só depois da digestão feita (duas a três horas) facilmente era esquecida e substituída por “se molhei o pé e nada sucedeu então a digestão está feita e vamos ao banho”. A saltar das rochas para o mar «virei o bucho» segundo a curandeira de Ferrel que me tratou depois de a medicina não conseguir resolver o problema de saúde, que naquele tempo quando íamos ao médico ele nos mandavam deitar a língua de fora para olhar a garganta e olhava-nos também a íris dos olhos. Apanhei a vacina contra o poliomielite na escola secundária já em Peniche onde entrei depois de ter feito o exame da quarta classe e a admissão à Escola Industrial e Comercial de Peniche, sem ser preciso perguntar aos pais se os filhos podiam tomar a vacina. Entrei na escola a pedalar de bicicleta ainda com nove anos fazendo o caminho entre Ferrel e Peniche muitas vezes sozinho, pior mesmo era quando saía da escola às dezoito horas já noite e chovendo tinha que fazer os oito quilómetros até casa. Sózinho a descer o Viso num sábado em que ia para a Mocidade Portuguesa tentei sem mãos no guiador passar por cima de uma pedra solta e espalhei-me andando vários meses a tirar sangue pisado do joelho e vários anos a coxear quando fazia o que me estava proibido como o jogar à bola. Na tal Mocidade Portuguesa fomos, os manos, por dois anos ao acampamento nacional da organização nos campos de Aljubarrota onde para além das atividades lúdicas se prestavam provas para os graus que a organização tinha e lá nos punham a correr à volta dos microfones da Emissora Nacional de braço estendido gritando «nós somos os melhores».

De volta à cidade que me viu nascer para continuar a estudar a vida pacata da aldeia ficou para trás e o mundo abria-se com novos horizontes, novas descobertas, novos sonhos para o mundo e para a vida dos portuguesas que continuava acorrentada à vida de miséria para a grande maioria das famílias portuguesas. A revolta ganhava raízes dentro do peito. A farsa das eleições convocadas pelo então sucessor de Salazar, Marcelo Caetano, em 1969 são o salto para a política. Aos 20 anos entrei na EPI em Mafra. Aos 21 parti para a guerra comandando um grupo de jovens tão jovens quanto eu. Parti consciente de que não estava no lado mais justo da guerra se é que existe essa coisa de lado justo numa guerra. O importante era ir e voltarmos todos sãos e salvos. Conheci o medo não só de morrer mas pior ainda o medo de algum daqueles jovens que confiavam em mim poderem morrer. Sentimentos que me fizeram crescer não só como homem mas como um homem a cada dia mais revoltado com a situação que se vivia. O arame farpado foi uma escola para a vida. O 25 de Abril uma alegria, uma quase certeza de que iríamos voltar todos para as nossas vidas. Voltámos mas já não éramos os mesmos que um dia partimos, a guerra surda e muda voltou com muitos de nós, principalmente daqueles que um dia sentiram os «pintelhos do cú a bater palmas». Vivi o sonho da utopia que estava logo ali ao virar da esquina. Assisti à vitória do invernoso 25 de Novembro. Da vivência do sonho da utopia conheci e conheço muitos dos que se adaptaram e de ultra revolucionários se converteram em "pessoas de bem" ou situacionista sem memória, liberais ao centro sem limites. Trabalhei sempre em empresas privadas. Quando não me pagavam o que achava ser justo procurava outro trabalho, saltando de empresa em empresa até que um dia conheci o desemprego e se na semana anterior duas empresas de caça cabeças me convidavam para ir a entrevistas com bilhete de avião pago, no dia seguinte ao acordo para deixar a empresa já ninguém me conhecia. Vivi bem sem conhecer dificuldades quando trabalhava. Depois conheci a travessia do deserto cometendo erros atrás de erros. Passei mal. Tornei-me um solitário. Hoje vivo sem pressa não gostando e não querendo ser mais novo do que sou porque tudo o que vivi fez de mim o que sou, um desalinhado, uma ovelha ranhosa mais do que tresmalhada que gosta de ser assim mesmo. Desalinhado, não tenho nem vou ter qualquer filiação partidária.

Não sou comunista tão pouco bloquista, não sou socialista, não sou popular tão pouco democrata-cristão, não sou social-democrata moderno, muito menos liberal e ainda muito menos saudosista do fascismo à moda de Salazar-Caetano. Sou republicano, sem religião porque nas minhas conversas com o Deus e os deuses do além não sinto necessidade de intermediários duvidosos. Sou muito mais à esquerda que ao centro. Não gosto do centro. O centro é híbrido, como tal as suas sementes nunca reproduziram bons frutos e factos são factos. Ao centro não nos deixam evoluir para uma sociedade mais decente apenas nos empatam para nos comerem os miolos e nos chuparem a carne até ao tutano. 

Por tudo isto não viveria hoje sendo jovem todas as alegrias e conquistas que vivi porque o tempo de vida de Abril não tem comparação possível com estes tempos de agora. Sou como sou sentindo-me bem com a minha idade.



21.06.08

 



44 anos não são quarenta e quatro dias nem tão pouco quarenta e quatro meses. 44 anos são muitas luas em que o tempo da vida por mim passou, deixando as marcas que o mesmo sempre deixa na vida da gente. Marcas, umas boas outras nem tanto; umas que são saudades boas e outras que se arquivaram bem lá no fundo da memória.

Há já quarenta e quatro anos. Um dia que marca a vida de um homem, de uma mulher e de um casal. Um dia em que vi concretizar-se o sonho que anos antes num dezanove de Maio então em terras angolanas na bonita cidade de Luanda quando regressava de férias tinha decidido numa conversas com os deuses dar como nome a uma filha minha, Catarina.

De pouco valeram as sugestões dadas por familiares que naquele tempo era o pai que se deslocava à conservatória para registar o novo ser humano nascido na grande Maternidade Alfredo da Costa. Se o novo ser humano fosse rapaz era a mãe que decidia o nome, se fosse menina era eu que escolhia e assim ficou Catarina até hoje e mais o tempo que a vida lhe der.

Foram anos, foram tempos em que a vida no mundo parecia mudar mais depressa que a própria cadência dos ponteiros que assinalam a passagem do mesmo por nós. Um tempo em que a partir daquele dia a vida mudou porque tinha acabado de nascer um ser que não

foi ouvido no acto de amor que o gerou, cabendo a nós pais toda a responsabilidade de o fazer crescer em segurança para que um dia pudesse voar por si própria para desse modo poder construir a sua própria vida.

8 de Junho, um dia cheio de memórias bonitas que justificam só por si esta minha caminhada. Outros houve felizmente e assim vou caminhando levando agora a vida com calma porque a idade da pressa ficou lá atrás no tempo que vai passando.

domingo, 6 de junho de 2021

21.06.06

O homem falou. Ao falar disse coisas. Coisas que para os seus seguidores são como as palavras das religiões para os crentes. Falou e fala o homem como líder da região que julga ser sua. Julga-se o homem dono absoluto daquilo que não lhe pertence. O homem falou e espumou acusando e aconselhando governantes a demitirem-se. O homem cria suspense, casos, culpas alheias, sempre os insucessos são por culpa da «moirama» centralizadora. O homem fala até de regionalização e a multidão de seguidores ajoelha como que beijando os pés a tal santo sagrado em pregação da palavra divina.

Ouço-o, dou-lhe atenção mas ele não sabe quem eu sou. O homem fala e falou mas sabe que muitos como eu acreditam mais nas gravações da fruta em casas de alterne e noutras, do que nas palavras por ele entoadas a preceito para a multidão de crentes que o seguem.

O homem falou e fala porque na infeliz Justiça que temos há sempre para os (falsos) poderosos uma mão piedosa pronta a escrever um acórdão que os iliba de todas e quaisquer acusações, mesmo quando elas são reais e ouvidas por crentes e não crentes. Há sempre uma virgula mal colocada no processo que os salva perante os seus crentes.

Ouço-o, dou-lhe atenção para ver como anda a falta de vergonha na outra margem da vida onde não vivo, onde me recuso a viver caminhando e andando na margem oposta a todos esses (falsos) poderosos e seus amigos de interesses que pouco ou nada já me dizem.


terça-feira, 1 de junho de 2021

21.05.28

 


Cartão Raiano Saúde 0-114. Um cartão anual de seguro de saúde privado da Lusitânia Companhia de Seguros SA. para os recenseados inscritos no Município de Idanha a Nova, gratuito para os aderentes segundo nos dizem.

Como «quando a esmola é grande, o pobre desconfia» digo que na minha modesta opinião este não é o caminho, não é sequer a melhor forma quer para os munícipes recenseados no concelho quer para os não recenseados de se defender e aprofundar os benefícios que o Serviço Nacional de Saúde tem de ter para todos os cidadãos.

O caminho agora seguido pelo Município é não só um caminho pantanoso como também perigoso, uma afronta ao SNS Serviço Nacional de Saúde tão ao gosto dos que defendem a sua privatização ou de muitas das suas valências, valores com os quais não me identifico como defensor que sou do nosso SNS público para todos.

Este cartão raiano de saúde nem sequer é uma «PPP–Participação Publico Privada Regional», mas tão só um seguro de saúde privado pago com dinheiros públicos do Município.

Se fosse apenas o cartão de um seguro de saúde para todos os funcionários do Município não estaria aqui a manifestar a minha discordância com a publicidade, venenosa na minha opinião, dada à emissão de tal cartão.

Um cartão raiano de saúde privado que depois de seis anos de maturação, de estudos se revolve em praticamente dois meses(?), o tempo decorrido entre o lançamento do concurso público, a sua adjudicação e apresentação aos munícipes, no tempo certo das próximas eleições autárquicas.

Na sua elaboração segundo informação facultada pelo Município participaram outras duas entidades privadas, a Casa de São Mateus de Viseu e a Mediadora de Seguros SABSEG, não constando nenhum Serviço ou Direcção do Ministério da Saúde ou a Unidade Local de Saúde de Castelo Branco como entidade publica que gere a saúde no distrito.

A Casa de Saúde de S. Mateus, pelas informações colhidas no seu sitio na internete tem diversas Clínicas quase todas situadas na cidade de Viseu e uma na cidade da Guarda a “Cliniform Saúde”. Que mais valias terá trazido ao estudo maturado para a ideia ou para a elaboração do concurso publico internacional ou mesmo da agora emissão do “Cartão Raiano Saúde 0-114”? Será que estará disposta a investir num novo centro de saúde ou clínica privada na Idanha para apoiar os utentes do Município que aderem ao “Cartão Raiano Saúde 0-114”?

Procurei ver o que informa o sitio na internete da Mediadora de Seguros SABSEG a qual se apresenta como “Especialista em gestão de seguros da Entidades Publicas – Municípios e outras Entidades Publicas” Mas ao descrever as valências da sua especialização em seguros com os Municípios não tem nenhuma referência há especialização em Seguros de Saúde para os Municípios. Factos são factos, mas estamos sempre a aprender.

O cartão raiano de saúde privado facilitará o acesso a cuidados médicos, de enfermagem e de exames complementares, tendo o Município transformado o “Espaço Sénior” em “Casa de Saúde da Idanha, onde se prevê que esteja em permanência um médico e duas enfermeiras. Os cuidados médicos ali prescritos de exames complementares (RX, Tac, Ecografia ou Ressonância) terão de ter a posterior aprovação do médico de família ou responsável médico do Centro de Saúde ou do Posto Médico, a não ser que o beneficiário do cartão raiano de saúde esteja na disposição de custear do seu bolso o custo dos possíveis exames complementares. Não esqueçam que se tivermos de ir à urgência hospitalar à Idanha ou à Castelo Branco e se o médico da urgência hospitalar nos prescrever alguns exames complementares, RX, ecografia por exemplo, os referidos exames só são comparticipados pelo SNS depois do médico de família do Posto Médico concordar e autorizar. O seguro privado que está por detrás do Cartão Raiano Saúde 0-114 não dará acesso directo à comparticipação do custo dos referidos exames prescritos de pelos médicos do SNS. Ainda quando estive há duas semanas na Zebreira o meu amigo Zé Pereira teve de ir à urgência ao Hospital de Castelo Branco onde a médica lhe prescreveu pelo menos uma ecografia e quando passado três dias lhe perguntei se já tinha marcado o exame me respondeu que tinha que aguardar pela Médica de família ou do Posto de Saúde para lhe confirmar e autorizar o referido exame.

Li com atenção o que se diz sobre os benefícios que o Cartão Raiano de Saúde 0-114 trás aos munícipes recenseados que o peçam. Consultei a página na Internet da Lusitânia para ver qual a modalidade que eles têm publicitada para cobrir todos os benefícios anunciados. Claro que não tem nenhum plano de matriz base para os benefícios anunciados e o acordo com estabelecido entre o Município e a Seguradora Lusitânia não está publicado para o público.

A população residente na área do concelho e como tal o mercado potencial para a Lusitânia Companhia de Seguros era em 2010 de 9.883 tendo decrescido segundo estudos de 2018 indicarem 8.259 cidadãos em Idanha a Nova.

O valor que consta como base para um ano de validade do seguro que gere o “Cartão Raiano Saúde 0-114” no concurso público internacional publicado no Diário da República 2ª série nº46 de 8 de Março deste ano de 2021 é de 517.032,0€ ou seja o valor mínimo a pagar pelo Município. Só no final dos 365 dias é que se farão as contas certas.

Na minha vida profissional como director administrativo e financeiro estudei e negocie contratos de saúde com companhias de seguro em representação de duas empresas internacionais. Já lá vão uns anos pelo que poderei estar desactualizado mas os seguros de saúde colectivos nunca são baratos embora o mesmo que dá suporte ao “Cartão Raiano de Saúde 0-114” só englobe como gratuitos os serviços de saúde primários, a chamada clínica geral incluindo também serviços médicos e de enfermagem ao domicílio já não totalmente gratuitos. Quando o cidadão idanhense usuário do “Cartão Raiano de Saúde 0-114” necessitar de uma consulta de qualquer especialidade, por exemplo cardiologia ou urologia terá, se quiser, recorrer à Rede Médica Nacional da AdvanceCare que com certeza lhe irá dizer que por um preço de excepção tendo em consideração o seguro da Lusitânia através do “Cartão Raiano de Saúde 0-114” lhe fará um novo seguro de saúde privada que lhe dará mais um cartão de beneficiário desta vez pagante directo e não indirecto como no caso do “Cartão Raiano de Saúde 0-114”.

Reconheço que nunca gostei de seguros, tendo apenas os que a lei me obriga e nada mais. Desde os tempos da tropa em Viana do Castelo que fiquei com urticária aos seguros. Aguardávamos embarque para a guerra em Angola e não faltavam angariadores de seguro a quererem vender seguros de vida aos militares. Seguros de vida que se venciam se o mesmo morresse na guerra. Nunca os deixei entrar no Forte de Santiago da Barra quando estava de serviço.

Na minha vida profissional aprendi a ler as letras pequeninas das apólices e assim consegui diminuindo quer o número de apólices quer os valores pagos aumentar o valor dos bens seguros. Quando na BIMBO os Americanos mudaram de Corretor de Seguros e os espanhóis chegaram com o Director Geral da nova empresa de corretagem portuguesa para analisarem a carteira de seguros, o senhor olhou para mim, sorriu e virando-se para os espanhóis disse-lhe que se era eu o director responsável pelos seguros poderiam estar descansados que era conhecido na praça por não lhes facilitar a vida, disse eu para os meus botões «vendendo gato por lebre».

Repito o que digo lá atrás nesta muito longa exposição:

Se fosse apenas o cartão de um seguro de saúde para todos os funcionários do Município não estaria aqui a manifestar a minha discordância com a publicidade, venenosa na minha opinião, dada à emissão de tal cartão.

Em política não pode nem deve valer tudo!

21.05.26

 


Em terra o pescador de água doce (rio ou barragem) ou de água salgada (mar) usa normalmente cana ou rede, linha, anzóis, isco e engodo na sua tentativa de capturar o peixe.

Em política há outro tipo de pescador que não necessita de cana, linha e anzóis. Para eles, políticos, o isco e o engodo são uma só acção na procura de com eles (isco ou engodo) captarem os votos dos seus concidadãos mais crentes, aqueles que a vida lhes ensinou a não pensarem muito nas causas e consequências das palavras, actos e atitudes que os políticos dizem, tomam e fazem. Simplesmente acreditam no que lhes dizem.

Não sou desse mundo, gosto mais de ler e pensar do que ver televisão porque gosto de pensar nos porquês das coisas.

Sou um defensor consciente dos benefícios de saúde pública que o nosso SNS - Serviço Nacional de Saúde público trouxe a toda a população e em especial aos mais necessitados e idosos.

Sou como a grande maioria dos portugueses um beneficiário do regime geral do SNS.

Quando me foi detectado um carcinoma na próstata, recusei os vales-cirúrgicos que me enviaram por duas vezes oferecendo três alternativas privadas para realização da cirurgia. Aguardei a minha vez para a cirurgia ser realizada no hospital público do SNS. Filo por convicção, porque na minha vida sempre descontei para que o SNS possa ser o melhor para todos. Convicção consciente porque sou defensor da prestação de serviços públicos de saúde para todos.

Vem isto a propósito da notícia sobre a criação de um cartão de saúde "Cartão Raiano Saúde" por parte dos órgãos do Município de Idanha-a-Nova para os seus munícipes poderem beneficiar de assistência na saúde primária como e onde quiserem. Ou seja os órgãos que presidem aos destinos do Município contratam um seguro de saúde privado a uma empresa de seguros privada “ A Lusitania” para que os seus munícipes possam usufruir de assistência médica.

O Município irá pagar um prémio por esse seguro de saúde privada. Assim todos os munícipes e não só, irão suportar indirectamente o custo desse seguro privado de saúde, porque o Município ao pagar à seguradora está a utilizar verbas das receitas e estas mesmas receitas são os impostos e taxas que os munícipes e não só suportam e pagam.

Estamos a entrar no período da campanha eleitoral para os órgãos autárquicos e esta medida anunciada é de certo modo o isco e o engodo na busca do voto.

Uma medida que vai contrária não só à defesa como ao reforço do que deve ser uma política social na defesa do nosso Serviço Nacional de Saúde para todos os munícipes.

Perigosos são estes caminhos enunciados como um bem, porque em vez de se investir na assistência à saúde dos munícipes dentro dos princípios do SNS está-se a dar passos a privilegiar a saúde privada através de um cartão que só é gratuito na aparência. O Município vai ter de pagar as consultas e os tratamentos porque a “Lusitania” não trabalha à borla, nem há almoços grátis.

Quantas voltas no túmulo terá dado o grande deputado socialista António Arnault, pai do nosso grande e dentro dos condicionalismos do pais, excelente SNS.

Será que com as verbas que esse seguro de saúde privada “Cartão Raiano de Saúde” vai custar ao Município não se podia encontrar juntamente com a Direcção Regional de Saúde uma outra solução que melhorasse a assistência na saúde aos munícipes como alguns municípios já praticam? Mas estamos em tempo de campanha eleitoral.

21.05.23

 


Não gosto da designação de bazuca para o montante de dinheiro que poderá chegar da U. E., para nos ajudar na reconstrução da economia económica e social, face à pandemia económica que vivemos provocada pelo tal vírus e suas novas mutações. Bazuca significa uma arma que lança granadas mortíferas e destrutivas, exactamente o contrário do que precisamos para podermos sair da "cepa torta" e construirmos um país mais justo e decente para todos, depois de afastado o perigo viral.

Vi o sr. Primeiro Ministro solicitar e bem o bom trabalho dos Órgãos Autárquicos na figura e no zelo dos senhores Presidentes de Município como agentes importantes no nosso sistema democrático para o bem estar das suas populações.

É que a juntar aos milhões que estão para chegar para o designado PRR - Plano de Recuperação e Resiliência temos em conjunto ou simultâneo o novo plano de investimento para o período "Portugal 2030" em grande parte financiado por fundos europeus. Curioso e desalinhado que me julgo, fui olhar as páginas dos três Municípios que mais ligações têm comigo, ou sejam, o Município de Peniche onde cresci, me fiz homem e gosto de passar as minhas férias de verão, o Município de V. F. de Xira onde vivo e o Município de Idanha-a-Nova onde tenho as raízes dos meus antepassados e onde me sinto bem quando lá estou, porque todos os meses lá passo vários dias. Eu nasci na então freguesia de Santa Maria dos Olivais, em casa, na cidade de Lisboa.

Como os últimos são os primeiros comecei pela página oficial do Município de Idanha-a-Nova ou seja https://www.cm-idanhanova.pt

Deixando de lado algumas gralhas (erros) que a mesma apresenta vamos ao que nos interessa. Entrando no sitio do Município procuramos “Áreas de Intervenção” e ao passarmos o rato nessa janela outras se abrem, sendo que no fim da listagem podemos ver “Urbanismo e Planeamento” e aí nessa janela chegamos a outras cinco janelas. Nessas cinco temos a janela do ARU e outra para o PERU. ARU designa Área de Reabilitação Urbana e PERU designa Programa Estratégico de Reabilitação Urbana.

E como o Município de Idanha-a-Nova tem nos seus 1.416km2 13 freguesias e 18 povoações há uma ARU para cada uma das dezoito povoações.

Cada ARU de uma das dezoito povoações tem entre as 50 páginas para Toulões até às 55 páginas de Monsanto, sendo que para Idanha a Nova são 80 páginas como é compreensível sendo sede de município e a mais importante urbe do concelho.

Contudo de todas essas páginas cerca de 25 páginas iniciais caracterizam o Município nas várias vertentes. As restantes páginas focam-se então nas povoações em si. Os vários ARUs foram elaborados por uma empresa de consultores exterior aos serviços do Município em 2016 ou mesmo antes. Mesmo contendo vários erros (pelo que esta transcrito na net) foram aprovados em Assembleia Municipal de 30 de Junho de 2016 e publicados como “Delimitação da Área de Reabilitação Urbana” no Diário da Républica 2ª Série nº 114 de 15 de Julho de 2018 o que respeita à Zebreira sob o Aviso nº 8111/2018 e o que respeita a Segura sob o Aviso nº 8114/2018 assim como o das outras povoações. Refiro-me mais à Zebreira e a Segura porque serem as duas povoações que constituem também a minha freguesia, mas não esqueço as restantes.

Estes estudos elaborados por uma empresa exterior aos serviços do Município e aprovados em 2016 foram publicados no Diário da Republica em 2018. Pela legislação em vigor os estudos iriam caducar se não lhes fosse dado seguimento pelo que o Município elaborou os vários “PERU” Programa Estratégico de Reabilitação Urbana 2021-2031”. Um Plano para vigorar nos próximos dez anos.

Ao analisarmos os diversos planos “PERU” para cada uma das 18 povoações verificamos tratamentos diferentes na forma como estão apresentados. Como estamos habituados os Programas referentes a Monsanto, Idanha-a-Velha, Penha Garcia e Termas de Monfortinho tem apresentação diferenciadas das restantes povoações, porque não sei mas factos são factos.

Estes Planos Estratégicos de Reabilitação Urbana abordam diversos itens que incluem conservação e manutenção de edifícios, equipamentos sociais e arruamentos em determinado montante. Para se poder cumprir o estabelecido que me parece já ter sido aprovado pelos órgãos do município, não tendo percebido se os mesmos estão em discussão publica pois há bem pouco tempo estive na Zebreira e não vi em nenhum dos locais onde se colocam os editais qualquer referencia à discussão publica dos mesmo. Ignoro se a realização do “PERU” para a Zebreira e para Segura contou ou não com a participação dos órgãos da Junta de Freguesia.

Os montantes indicados para 14 das 18 povoações que constituem o Município totaliza para o período de 2021-2031 o valor de quase 40 milhões de euros (39.805.401,42€) de investimento apenas em obras de reabilitação urbana. Em cada uma das localidades conta o valor que o Município esta disposto a investir sendo a parte restante por conta da iniciativa privada. Procurei ver se entendia a lógica da atribuição de valores publico-municipais para cada uma das 14 povoações, sabendo que há para cada povoação trabalhos diferentes e dimensões populacionais diferentes. Não cheguei a nenhuma conclusão.

O “PERU” para Segura prevê um investimento total a dez anos de 1.130.000,0€, com uma comparticipação do Município de 355.000,0€ ou seja 31,4% do investimento, sendo os restantes 68,6% ou seja 775.000,0€ suportados pelos privados. Como se chegou a estas proporções e valores não sei, nem consegui descortinar ao ler o mesmo.

A Situação da Zebreira é ainda mais caricata pelo irrealismo dos valores que o plano a dez anos apresenta. Para um total de investimento a dez anos de 3.170.000,0€ o Município só prevê comparticipar com fundos próprios o valor de 520.000,0€ ou seja apenas 16,4%, ficando os restantes 83,6% ou seja 2.650.000,0€ a ser suportado por privados. Do que vou conhecendo da realidade da Zebreira não vejo onde estará escondida esta capacidade privada de investimento de quase três milhões de euros a reabilitar os edifícios e equipamentos já que os arruamentos são camarários. Será que os órgãos da Junta de Freguesia de Zebreira e Segura tem ou tiveram conhecimentos destes valores e deram o seu consentimento aprovando os mesmos?

Se olharmos para os valores que englobam os “PERU” de Rosmaninhal, Salvaterra do Extremo e Toulões a disparidade dos números prevê que o investimento privado para a reabilitação urbana seja na ordem dos 80% do valor total. Não serão números irrealistas para a capacidade económica das povoações em causa?

Os valores para Monsanto, Idanha-a-Velha, Penha Garcia e Termas de Monfortinho obedecem a outra configuração diferente. O porque, não sei.

Nada tenho contra as populações que constituem o Município de Idanha-a-Nova, somos todos portugueses e todos desejam o melhor para as suas terras. Só não entendo as diferenças que estes planos estratégicos a dez anos evidenciam.

Se os mesmos planos “PERU” estiverem em discussão publica o que é que se pode discutir, se a informação importante de saber como foram apurados esses números não está referenciada nem disponível? Vamos discutir o português do texto? Ou se a fotografia tem boa luz? Será que estarão só à espera que as pessoas façam a revisão do texto, que bem precisa?

Falamos e criticamos os Governos por terem políticas diferenciadas em detrimento do interior. Este Governo até tem uma Sra. Ministra para a Coesão Territorial mas como se poderá fazer a coesão territorial se no Município de Idanha-a-Nova a própria coesão dos seus territórios é tão diferenciada com uns a serem lembrados e outros quase sempre esquecidos ou mesmo quase abandonados?

21.05.22

 


Para que serve esta dita classificação das escolas? Para quem serve, é lógico, está à vista até dos ceguinhos. Será que ainda há quem acredite que a classificação é representativa de alguma coisa para além de distinguir escolas privadas das publicas?

Que a mesma tenha sido criada com os parâmetros actuais, dentro do próprio Ministério da Educação é que me espanta e mais espantado fico quando o sr. Ministro da Educação diz que ela, classificação, não representa o universo educativo mas não teve coragem política de acabar com a dita classificação.

O sr. Ministro deve-se lembrar do que se passou na Ilha da Madeira, com o professor responsável por uma escola pública no interior da ilha que foi classificada em último lugar e que o bom professor à revelia do Ministério e das suas Direcções, mudou o processo de ensino naquela escola de gente pobre e remediado acabando com o abandono e insucesso escolar e em dois anos passou a liderar a classificação das escolas da Ilha. E, que lhe fizeram as estruturas do seu Ministério? Levantaram-lhe um processo disciplinar por não cumprir o método decidido em bons gabinetes de ar condicionado por gente muito ilustrada em copiar o que se faz lá fora, ficando o bom professor com seis meses sem ordenado sendo que ninguém se preocupou com os alunos.

O sr. Ministro não é o culpado, nem o responsável pela injustiça do tal inquérito, mas o sr. Ministro é responsável político pelo que fazem alguns ortodoxos que vivem anafados no seu Ministério à custa do Orçamento de Estado que todos suportamos.

21.05.21

 


Arranjei duas televisões só com antena, sem cabo nem satélite. De tão habituado que estava a viver sem televisão que agora tenho-as mas quase sempre desligadas. Gosto mais de falar com as pessoas independentemente das suas opções, também converso com o vento, com as árvores, gosto de olhar e notar o crescimento das plantas dia a dia, da transformação das flores em fruta, ouvir a passarada a chilrear as suas sinfonias mal o dia desponta fazendo do meu quintal uma gaiola sem grades.

Às vezes falta-me o mar, o meu mar de ondas a enrolar na areia e a bater forte nas rochas, falta-me o cheiro da maresia quando pela manhã subo à duna ou caminho pela maré baixa até ao Molho Leste. Às vezes tenho saudades do Porto Batel onde um dia parte de mim será entregue ao mar.

O meu mar está do outro lado, na outra fronteira a oeste e eu estou a leste nas terras esquecidas da raia, onde os antigos diziam que «de Espanha nem bom vento nem bom casamento». Como tudo mudou felizmente e hoje somos todos bons vizinhos. Estou a leste mas não da vida que essa continua a correr entre as margens por do rio por onde caminho e navego há já sete décadas.

21.05.20 (1)

 

Quando vejo um tal senhor Vitorino anafado e sorridente a falar dos problemas da emigração, lembro-me logo do senhor Guterres com aquele ar de padre a falar do problema da Palestina como se o problema não fosse Israel e, vem-me também à memoria a imagem do senhor Barroso nas Lages a ver as armas de destruição massiva existentes no então Iraque.

 Sei que são personalidades diferentes mas ao vê-los fico triste, somos bem melhores do que estas três personalidades políticas. Não me revejo neles, talvez por isso caminhe desalinhado na outra margem da vida.

21.05.20

 


Não sou comunista tão pouco bloquista, não sou socialista, não sou popular tão pouco democrata-cristão, não sou social-democrata moderno, muito menos liberal e ainda muito menos saudosista do fascismo à moda de Salazar-Caetano. Sou republicano, sem religião porque nas minhas conversas com o Deus e os deuses do além não sinto necessidade de intermediários duvidosos. Sou muito mais à esquerda que ao centro. Não gosto do centro. O centro é híbrido, como tal as suas sementes não reproduzem bons frutos. Ao centro não se ganham jogos, apenas nos empatam para nos comerem os miolos e nos chuparem até ao tutano.

Desalinhado, não tenho nem vou ter qualquer filiação partidária. Há, espera aí, não me considero por isso egoísta ou individualista, apenas desalinhado. Comecei novo na política em 1969, mas por volta de 1979 sem abstenção passei a caminhar na outra margem desta vida, procurando estar atento ao que vai acontecendo não só nas duas margens como ao caudal do próprio rio que percorro há sete décadas. Andando na outra margem, luto contra o consumismo de bens e ideias que nos vendem os arautos e avençados do sistema que nos controla a vida.


21.05.17

 

Quiseram os senhores coloniais do mundo construir em terra designada de Palestina dois estados formados por dois povos que não são capazes de ter uma conversa amigável, um com outro, embora possam ter a mesma origem histórica. Israel foi assim imposto naqueles territórios pelos ingleses de sua alteza a rainha. Levados e correndo para lá com o consenso dos senhores mais poderosos logo os Judeus lutaram contra os ingleses pela sua independência.

Conseguida a independência continuaram as questões de ocupação dos territórios até aí ocupados ou abandonados pelos palestinianos. A exemplo do que foi a história da vida de resistência e entreajuda dos judeus nos vários países onde existiam pequenas comunidades judaicas, logo os judeus na diáspora começaram a financiar do exterior o próprio estado de Israel, sendo mais influentes os judeus americanos que influenciam a política militar expansionista americana. Apoiados pelo poder que os EUA têm no Planeta e mesmo na ONU a política expansionista israelita serve às maravilhas para a industria de guerra dos países ocidentais e não só. Indústrias da guerra que alimentam os dois lados, da contenda, israelitas e palestinianos com larga vantagem para os israelitas.

Os movimentos sociais e políticos defensores de um território dois países dos dois lados, israelitas e palestinianos, também não se entenderam e os políticos moderados de um lado e outro foram perdendo peso político nas decisões, sendo esses espaço ocupado por extremistas apoiados sempre pela industria da guerra e no caso de Israel pelo governo americano e seus satélites.

Hoje Israel é governado por um extremista radical ortodoxo nada diferente dos nazis do século XX. Um Judeu que pelo seu radicalismo extremista assassino põe em causa a longa história de sofrimento e resistência dos judeus sefarditas ao longo de séculos.

Do lado Palestino já nem ouvimos falar da OLP ou mesmo da Fatah mas só dos radicais extremistas do Hamas, cujo líder pouco difere do líder israelita sendo que um é palestiniano e o outro é israelita judeu asquenaze, um é o ocupado e o outro o ocupante. A juntar ao ódio destes dois lideres a subserviência triste e revoltante dos líderes dos países europeus à política sempre expansionista dos americanos que fazem daquele território um protetorado seu para alimentar a sangrenta industria do armamento, tão necessária à sua economia.

Lamentar a morte de civis e de crianças numa guerra fratricida como aquela é não entender o ódio que os lideres extremistas incutem nas suas gentes, porque todas aquelas bombas de última geração são geradas por um ódio sem tréguas que os extremistas alimentam às suas gentes, sendo o povo palestiniano o mais castigado e sofrido já que é reprimido vivendo e morrendo quase sem direitos na sua terra, o que mais mortes sofre quando as armas começam a cantar, tendo sido igualmente escorraçado pelos outros povos árabes.

21.05.16

 


O Lar da Zebreira. Agradeço o convite que me fizeram para estar presente no evento de mudança do nome para homenagear o sr. Dr. Rijo, grande amigo de meu pai. Não pude estar presente por motivos pessoais já programados. Agradeci no momento e agradeço de novo o convite que me fizeram.

Infelizmente para mim não falei tantas vezes com o Dr. Rijo como queria e devia, mas as vezes em que conversamos ficou guardada na minha memória viva.

O Dr. Rijo foi acima de tudo o que se possa dizer, um grande exemplo de dedicação aos problemas sociais da sua terra, a Zebreira, assim como de Idanha-a-Nova e do País. Impulsionador e dirigente por vários anos do Centro de Dia, juntamente com o sr. José da Silva e o meu pai, sempre disponível, sempre pronto a ajudar e a procurar soluções que beneficiassem acima e primeiro que tudo o Centro de Dia, a sua terra e os beneficiários do Centro. Fê-lo sempre sem nunca cobrar um quilómetro, um almoço, sempre numa militância pelo bem social dos outros e dos mais necessitados. Falo desse tempo com conhecimento do enorme apreço que quer o meu pai, quer o sr. José da Silva tinham pela sua dedicação. Depois da abertura do Lar sei pelas conversas com meu pai da continuação sempre graciosa e disponível que o avançar da idade lhe permitia.

Mais do que o nome agora dado ao Lar da Zebreira o que deverá ser sempre recordado e perpetuado é o seu exemplo de dedicação graciosa ao bem social das gentes da sua terra e não só.

Neste tempo de uma pandemia viral longa e mortífera que o País e o Planeta atravessa o Lar da Zebreira soube gerir de forma exemplar a defesa e o bem estar dos seus utentes evitando que o malvado vírus pudesse lá entrar e causar muita dor aos familiares que lá têm os seus idosos. E, para lá dos elogios que se possam dar aos órgãos dirigentes (Direcção, Conselho Fiscal e Mesa da Assembleia Geral) assim como à Câmara de Idanha-a-Nova pelo trabalho de gestão e apoio dado, merecem um especial e grande apreço TODOS os TRABALHADORES que diariamente saem e entram nas instalações pelo zelo cuidadoso que tiveram nos seus tempos de vida fora do trabalho.

Deixo um bem haja a todos e também um pedido para que no futuro saibam respeitar e honrar o trabalho pelo bem social que o Dr. Rijo incorporou enquanto vivo.

21.05.08

 



Só três coisas sobre Odemira.

1- Zmar. Leio como tudo aquilo começou em 2008, atropelando as normas e regras do que a lei define como zona REN e RAN. Se o licenciamento for de verdade apenas para parque de campismo e caravanas, como é que os órgãos governativos não viram a construção existente? Se o licenciamento for de verdade apenas para parque de campismo e caravanas, como é que a Justiça aceita uma providência cautelar sobre bens construídos presumivelmente à margem da lei e depois de novo vendidos à margem da lei?

Se o licenciamento for de verdade apenas para parque de campismo e caravanas que fez ou faz o MP para averiguar das presumíveis ilegalidades em presumíveis actos notariais e de registo na conservatória de registo predial com base em presumíveis contratos de venda de algumas das ditas construções ou seja de barracas para a classe média em zona REN e RAN?

2- A possível riqueza criada pelas culturas intensivas de frutos vermelhos em estufas, só marginalmente fica em Portugal. O negócio dos frutos vermelhos é controlado por grandes empresas americanas glutonas, com sede em off shores e ou paraísos fiscais. E nem vamos falar do custo da sustentabilidade futura daqueles solos e consequentes águas subterrâneas, contaminados e contaminadas por pragas de adubos e pesticidas utilizados na exploração dos frutos.

3- Alguém que lembre ao sr. Rui Rio, líder político na oposição, que o negócio das estufas e consequente exploração selvagem de alguma mão-de-obra imigrante em Odemira, começou lá atrás no tempo em que o seu Partido Político governou o país pela mão do sr. Cavaco, num primeiro grande investimento ruinoso para o país entre os homens do sr. Cavaco, Primeiro Ministro, com o vígaro francês o sr. Thierry Roussel, na altura casado com a sra. Onassis, mas já mais interessado na amante de Évora, do que no grande negócio agrícola em cujo investimento existiu a comparticipação de fundos suportados pelas nossas contas públicas. Depois desse fiasco chegaram a pouco e pouco os tão falados frutos vermelhos controlados por grandes empresas americanas beneficiárias da riqueza ali criada colocada e salvaguardada em off shores ou paraísos fiscais amigos dessa gente poderosa.

21.05.05 Zmar

 


Odemira. Zmar. Mais um caso mal parido desde o projecto, desde o licenciamento e desde o financiamento, de tal modo que está em processo de insolvência. Parque de campismo(?), de roulotes(?), de caravanas(?) de tudo um pouco menos de barracas de madeira ditas classe média media(?) ou será que as barracas de madeira são um novo design de caravanas sem rodas? Como se licenciou aquilo em zona REN e RAN? Como continua a funcionar sem ter renovado o pedido de licença como parque de campismo e caravanas? Até onde chega a impunidade dos falsos ricos deste país?