domingo, 26 de julho de 2020

Antigos Combatentes



Vale mais tarde que nunca. É certo.

Pelo que li em órgãos de comunicação, ao fim de quase 50 anos os deficientes militares antigos combatentes ao serviço de Portugal finalmente deixarão de estar equiparados aos dos acidentes em serviço e das doenças profissionais. Demorou tanto tempo porque?

Há também agora um suplemento de 7% para os antigos combatentes que hoje recebam a pensão social. Os 7% incidirão sobre a pensão ou sobre o suplemento dos 150€ anuais? Mesmo sendo sobre os 150€ dará para um maço de tabaco, duas cervejas. Não é mau atendendo que tem pensão social e está isento de IRS.

Mais um cartão que dará isenção nas taxas moderadoras.

Nos transportes vamos aguardar como S. Tomé.

A falada insígnia será um pin gratuito ou mais um cartão?

Quando morrer dispenso tudo, uma vez que já deixei de estar cá na verdade. Familiares e amigos chegarão.

O mais importante ficou por regulamentar, sem que especifiquem um tempo limite para tal. Estão neste caso o plano mais que urgentíssimo do apoio aos antigos combatentes hoje vivendo fora da sociedade que um dia serviram, classificados que são como "sem abrigo", assim como, o auxílio ao repatriamento das ossadas dos militares mortos que ficaram nas terras Africanas de então. Sendo que o pedido exclui os irmãos, já que irmão não é ascendente ou descendente directo. Porque? Quantos ascendentes dos combatentes que morreram nas guerras africanas estarão ainda hoje vivos com capacidade para recorrerem à burocracia que o designado "auxílio" faz prever?

Senhora Secretária de Estado, senhor Ministro, senhoras e senhores Deputados quantos de vós sabeis como era constituída a sociedade portuguesa nesses 13 anos de guerra? Mais, terão tido em conta ao longo de tanto tempo de estudo e elaboração do presente Estatuto, qual é a idade dos mais jovens antigos combatente no tempo que corre? Eu lembro Vossas Senhorias que os mais jovens andarão pelos 67 anos, a não ser que neste estatuto com a designação de antigos combatentes Vossas Senhorias queiram incluir outros militares.

Pelo que li tanto falam em feitos a honrar Portugal como deixam nas entrelinhas a possibilidade de incluírem os militares portugueses voluntários que ao serviço das Nações Unidas se oferecem para missões de paz. Não deixando de representar Portugal serão esses militares equivalentes aos que um dia foram obrigados a combater em missão de guerra? ou Vossas Senhorias acham que fomos para lá em missão de paz como dizia o Botas de Santa Comba ou o Professor das conversas em família a preto e branco?

Terão Vossas Senhorias moção das condições que nos foram dadas nos idos anos de guerra em África?

Vale mais tarde que nunca é certo, mas ao fim de tantos anos poderiam e deveriam ter aprovado um Estatuto que não deixasse dúvidas nem remetesse para regulamentações posteriores sem que seja imposto um tempo para tal ser regulamentado e aprovado.

Vale mais tarde que nunca é certo, mas gato escaldado de água fria tem medo.


Europa dos cinco

Há dois ou três dias antes dos cérebros em Bruxelas aceitarem as imposições dos pequenos cinco países para que a enxurrada de euros pudesse acudir às economias consumistas em crise acentuada por acção de um bichinho tão pequenino que só cientistas o conseguem ver nas suas potentes máquinas, nesses dias das finais discussões escrevia nos meus apontamentos:

"Sr. Primeiro Ministro o senhor fala bem mas isso não chega. É preciso ter coragem para a nível interno tomar as medidas que nos possam defender desses nórdicos e não só.

Já que o senhor e o seu governo não tiveram coragem para deixar de fora dos apoios governamentais nesta crise pandémica as empresas que actuam em Portugal com as suas sedes na Holanda, no Luxemburgo e em outros paraísos fiscais, tenha pelo menos a coragem de a nível do Ministério das Finanças criar uma equipa de inspectores suficientemente ampla para poder inspecionar os actos de gestão dessas empresas e dos seus centros de refaturação.

Proceda à reforma do Código do Processo Tributário de forma a evitar que os grupos económicos possam andar anos e anos a fio sem pagar os milhões em falta porque vão sempre recorrendo para outras instâncias.

Com os fundos que iremos receber a fundo perdido e de empréstimo apoie essencialmente o tecido empresarial português das pequenas e médias empresas na agricultura, nas pescas e na indústria.

Aposte na reindustrialização nacional com base no que será maioritariamente português.

A ferrovia o porto de Sines e outro de águas profundas que não no estuário do Tejo, são fundamentais para essa reindustrialização.

Não de primazia ao betão, o país já tem cogumelos tóxicos a mais.

Aposte no valor acrescentado nacional, senhor Primeiro Ministro. Se os empresários portugueses beneficiarem das ajudas dadas aos investidores estrangeiros talvez possam investir mais criando mais riqueza nacional.

Apoie projectos sérios de reformulação do Turismo. O turismo de massas para já não interessa. Há outras ofertas a fazer que podem garantir as receitas necessárias.

Promova uma campanha massiva de compre e consuma português, mas para isso terá de ajudar a produção nacional.

Obrigue os vendedores a exibirem a origem dos produtos frescos como o peixe, as hortícolas e as frutas.

Actue quando nos vendem publicidade de que ajudam a produção nacional e depois nas bancadas só nos oferecem produto importado.

Há tanta coisa para fazer e tanta coisa que quase nem precisa de ajudas da União. Só se precisa de meter mãos à obra com os senhores governantes a darem o exemplo de mais trabalho e menos conversa."


Não imaginava eu que a enxurrada de dinheiro viesse tão armadilhada, com tantas minas que na prática nos roubam a pouca independência que ainda julgamos usufruir. Dão-nos o dinheiro, emprestam-nos dinheiro mas, eles os cinco ficaram com o poder nas entrelinhas de dizer onde podemos investir e onde não podemos; ficaram, sonegaram poderes a outras instituições da U.E. Como nos podem dizer que foi excepcional? Foi histórico sim mas mais uma vez a ausência de solidariedade entre todos está à vista até dos cegos.

Estou à beira dos setenta,triste e desanimado sentindo a Esperança a esvair-se para lá da linha do horizonte juntando-se aos sonhos e utopias que por lá ainda vivem e que um dia fizeram este país sorrindo ser gente de corpo inteiro. Durou pouco tempo essa primavera de sonhos, utopias e alegrias tantas. Mas valeu a pena. Éramos mais pobres, mais cinzentões do que somos hoje, tínhamos perdido a ilusão do virtual Império em África e na Oceânia mas, fomos um exemplo único para o mundo. O mundo olhou-nos com respeito e admiração.

E hoje quem ainda nos respeita?

Onde está o respeito granjeado com a liderança do Euro-Grupo?

Os países do sul deveriam criar um novo imposto sobre os cidadãos desses cinco países que vêm até nós gozar os dias quentes. Um imposto em função dos dias e de valor unico igual em todos os países do sul.

Gostava de ser mais europeísta mas, não me convencem nem me deixam. É mais do que tempo de não olhar só para a Europa de Bruxelas. Há outras Europas para cá dos Urais. Há outros caminhos de cooperação a desenvolver e a fortalecer.


sábado, 25 de julho de 2020

A esperança e a duvida

Se ontem os receios eram dúvidas de um medo a poder concretizar-se, hoje os receios as dúvidas do medo ganham força ao olhar as primeiras páginas dos jornais.

Eles nunca adormeceram. Estiveram um dia na Alameda ao lado das garantias. Vestiram-se com fatos democráticos. A pouco e pouco foram conquistando posições nas instituições do Estado Democrático. Para eles a precariedade no trabalho é um bem necessário, uma dádiva do seu Deus todo poderoso. A pobreza o caminho para a salvação das almas inferiores. Eles só veneram o Deus do lucro via exploração gananciosa dos outros. Eles ou os seus representantes e testas de ferro receberam medalhas e comendas da Democracia como figuras de grandes patriotas.

A pouco e pouco governantes amigos, fracos e mansos sempre com justificações confusas e obtusas do agrado desses vampiros e eunucos, foram privatizando tudo o que de valor havia no país democrático. Resta-nos a bandeira e pouco mais.

Agora que um fdp de um vírus pôs tudo de pantanas. Agora que os da UE a custo se dispõem a facilitar o voltarmos a uma nova normalidade económica concedendo nova enxurrada de euros para os cofres públicos de modo a serem investidos na economia, eles os que em Abril, em Novembro e na Alameda se mascararam de democratas aí estão em plena arena do circo com os seus testas de ferro, lambe botas e lambe cus, quais feras sedentas de sangue e fome a atacarem as ideias expostas por um português exterior aos círculos partidários, professor universitário de reconhecidos saberes, gestor de méritos apreciados em empresa privada na Fundação Gulbenkian. Tanta raiva espumada, tanta sede de sangue em órgãos de comunicação sempre abertos aos amigos, só porque o senhor professor e gestor defende um Estado forte na acção para a recuperação da nova economia após o fdp do vírus ficar dominado e controlado por acção de uma vacina.

Custa-lhes ouvir a verdade de que temos de apostar na ferrovia, nos portos, num novo aeroporto, na digitalização, na chamada economia verde, de forma a podermos reindustrializar interligando sectores de actividade, olharmos para o desenvolvimento do interior criando posto de trabalho produtivos e inovadores para que as populações se desenvolvam de forma harmoniosa.

A eles custa-lhes dói-lhes que não seja já um delfim do Botas de Santa Comba Dão ou mesmo na versão 1.2. do Homem do Poço de Boliqueime a gerir a enxurrada de euros que aí vem.

Em mim a esperança e a dúvida bailam sem saber qual das duas irá vencer. Gostaria muito que a esperança de um país novo pudesse renascer, mas logo a dúvida me chama à razão do que tem sido o nosso passado democrático no que respeita à aplicação de fundos e empréstimos em negociatas dos poderes públicos perante uma Justiça nas mãos de justiceiros vesgos de tendências duvidosas.

Cá estamos acreditando que os erros do passado não serão de novo copiados e aplicados a favor da meia dúzia de famílias feudais e senhores do betão em união com os comerciantes glutões da distribuição moderna.

Cá estamos querendo acreditar que desta vez os fundos serão empregues de forma transparente e reprodutiva da riqueza que merecemos para os vindouros poderem continuar a ter o orgulho em serem portugueses.


20.07.24

Gostei de ouvir ontem à noite na RTP3 o prof. A Costa Silva a falar das suas ideias.

Hoje ao ler as páginas dos jornais já vejo um dos velhos do Restelo empresarial, um nobre fidalgo do nosso capitalismo-corporativista inimigo de tudo o que seja iniciativa pública para o bem do país, a berrar contra as ideias do prof. A Costa Silva.

Por mim gosto das ideias de investir na ferrovia ou em portos de águas profundas, de apostar no desenvolvimento e reindustrialização do interior da Cova da Beira, assim como de outros interiores existentes.

O eixo Sines, Beja, Alqueva não poderá ficar na gaveta dos gabinetes lisboetas como até agora. Sines e Alqueva são investimentos projectados aquando do III Plano de Fomento ainda no tempo do Estado Novo. Beja tem um aeroporto com pistas modernas, com potencialidades de expansão mais económicas do que qualquer outro local à volta de Lisboa. Depois a ferrovia de bitola europeia para a alta velocidade ou velocidade alta, facilmente ligaria o aeroporto às cidades de Lisboa e Faro. Lisboa ao Porto e o Porto a Vigo. Não esquecendo que a velocidade alta ou alta velocidade de Sines à fronteira do Caia para ligar à rede de alta velocidade de Espanha é fundamental para a rentabilização do Porto de Sines. A ferrovia como alavanca da reindustrialização da metalurgia com ligações aos nossos centro tecnológicos que ainda agora neste tempo pandémico mostraram a sua capacidade de inovarem e criarem, copiando ou importando o mínimo possível. Se temos empresas tecnológicas que vendem tecnologia para a NASA, teremos saberes para a reindustrialização na versão 4.0.

Nada disto parece ser novo. Já há poucos anos um primeiro ministro procurou dar o arranque para a modernização da ferrovia e do país, para os primeiros passos na digitalização no ensino mas lobis poderosos e as presumíveis ligações duvidosas em que o mesmo se envolveu, atrasaram o arranque da nossa economia para a era da Revolução Industrial 4.0 já que os governantes seguintes numa nova versão actualizado de "Conde de Andeiro" se vergaram aos interesses do capitalismo ultra liberal, pouco ou nada interessados no desenvolvimento das capacidades deste país periférico que é Portugal.

Com o Tejo e o Douro principalmente a encherem-se e despejarem de novo nos cofres públicos enxurradas de euros, as dúvidas e os medos da falta de visão estratégica para o futuro que a nossa classe política tem dado mostras desde 1975 acentuam-se.

Se à falta de visão estratégica dos políticos adicionarmos um funcionalismo público mais habituado a exigir euros e mordomias do que a trabalhar no respeito pelas normas e em prol dos cidadãos que são sempre e no final o garante do seu posto de trabalho, a sensação das dúvidas sobre o bom aproveitamento dos fundos que desaguam nos cofres públicos aumenta o medo da má aplicação das mesmas.

Por fim, se às anteriores dúvidas fizermos a interceção com os lobis que dominam os interesses económicos, da eterna falta de sentido nacional que os grandes empresários e ou os administradores dessas empresas nos têm brindado preferindo dar parte dos seus dividendos aos holandeses, luxemburgueses e outros paraísos fiscais, cresce ainda mais os receios, o medo de perdermos definitivamente a ligação ao pelotão da frente, podendo vir a sermos absorvidos pelo carro vassoura, terminando de forma inglória os quase novecentos anos de história de um povo sempre mais rebelde a falar do que a trabalhar.

Vamos aguardar que se passe do paleio aos actos de forma transparente sem espinhas, aproveitando de forma séria e transparentes as capacidades do nosso tecido empresarial das pequenas e médias empresas com possibilidades de desenvolvimento e inovação e do saber das nossas instituições publicas e privadas.


Holandeses

Um dia fui chamado para uma entrevista e lá fui. Eram dois os entrevistadores. Procuravam um Director Administrativo. Na longa conversa fiquei a saber coisas que me agradavam e outras nem tanto. O tempo passou-se e esqueci o facto. Foi no tempo da luta do povo de Timor contra o ocupante Indonésio apoiado pela Holanda.

Um dia recebo novo telefonema pedindo se poderia lá voltar. Eram na altura uma das maiores consultoras de obras, cuja maioria do capital já pertencia a holandeses. Tinha sido o escolhido. Tinham revisto as condições e ofereciam uma remuneração superior à inicialmente falada. E, sem mais mandaram-me subir ao piso superior para conhecimento mútuo do director geral, um holandês. Levantei-me, agradeci mas disse-lhes que não aceitava. Quiseram saber a razão pelo que lhes respondi: - Não gosto de holandeses! saindo mais leve do que tinha entrado. O dinheiro não paga tudo.

Hoje ainda gosto menos deles. Não por causa do comportamento actual na U. E. mas pelo que vou conhecendo dos factos históricos daquela gente. O aproveitamento que sempre obtiveram dos nossos descobrimentos e conquistas quer nos mares da China e Índia, quer no Brasil e em Angola. Foram os piores piratas a assaltarem e a roubarem os outros povos, incluindo as nossas embarcações. Os piores e maiores traficantes de escravos que ainda hoje fazem gáudio, agora na versão "escravatura branca". Criaram os boéres na África do Sul. Estiveram de braços abertos e mão beijada ao serviço de Hitler perseguindo ferozmente os Judeus que tanto os tinham ajudado no desenvolvimento das suas redes comerciais.

Sempre que podem roubam. Foi e é a roubar que criaram um bem estar social ilusório, cuja manutenção passa pela legalização de “guetos de escravatura branca”, do livre comércio de drogas alucinógenas ao mesmo tempo que oferecem vantagens em concorrência desleal ao capitalismo ganancioso apátrida e amoral.

Roubar está-lhes no sangue, faz parte do ADN holandês. Como todos os ladrões não prestam para o convívio aberto e são entre as nações que querem cooperar em muitos domínios sem que os seus cidadãos percam de todo as suas identidades. E a identidade deles é roubar o sacrifício dos outros povos.


Sr. Primeiro Ministro

Sr. Primeiro Ministro o senhor fala bem mas isso não chega. É preciso ter coragem para a nível interno tomar as medidas que nos possam defender dos nórdicos pouco solidários.

Já que o senhor e o seu governo não tiveram coragem para deixar de fora dos apoios governamentais nesta crise pandémica as empresas que actuam em Portugal com as suas sedes na Holanda, no Luxemburgo e em outros paraísos fiscais, tenha pelo menos a coragem de a nível do Ministério das Finanças criar uma equipa de inspectores suficientemente ampla para poder inspeccionar os actos de gestão dessas empresas e dos seus centros de refaturação.

Proceda à reforma do Código do Processo Tributário de forma a evitar que os grupos económicos possam andar anos e anos a fio sem pagar os milhões em falta porque vão sempre recorrendo para outras instâncias.

Com os fundos que iremos receber a fundo perdido e de empréstimo apoie essencialmente o tecido empresarial português das pequenas e médias empresas na agricultura, nas pescas e na indústria. O investimento estrangeiro é bem vindo mas a prioridade deve centrar-se no tecido empresarial português.

Aposte na reindustrialização nacional com base no que será maioritariamente português.

A ferrovia, o porto de Sines, outro de águas profundas que não no estuário do Tejo, e as energias alternativas são fundamentais para essa reindustrialização.

Não de primazia ao betão, o país já tem cogumelos tóxicos a mais.

Aposte no valor acrescentado nacional, senhor Primeiro Ministro. Se os empresários portugueses beneficiarem das ajudas dadas aos investidores estrangeiros talvez possam investir mais criando mais riqueza nacional.

Apoie projetos sérios de reformulação do Turismo. O turismo de massas para já não interessa. Há outras ofertas a fazer, planos a realizar que podem garantir as receitas necessárias.

Promova uma campanha massiva de compre e consuma português, mas para isso terá de ajudar a produção nacional.

Obrigue os vendedores a exibirem a origem dos produtos frescos como o peixe, as hortícolas e as frutas.

Atue sem dó nem piedade quando nos vendem publicidade de que ajudam a produção nacional e depois nas bancadas só nos oferecem produto importado.

Há tanta coisa para fazer e tanta coisa que quase nem precisa de ajudas da União. Só se precisa de meter mãos à obra com os senhores governantes a darem o exemplo de mais trabalho e menos conversa.


Sefarditas

Ainda não entendi o ódio que alguns destilam contra os descendentes dos Judeus sefarditas.

A lei de 2013 que concede a possibilidade da nacionalidade portuguesa aos descendentes dos Judeus sefarditas do séc. XVI que cá viviam e tiveram de fugir para não serem obrigados a renunciar à sua religião, aos seus costumes, não serem queimados vivos nas fogueiras do Santo Ofício só porque perfilhavam uma outra religião outros hábitos diferentes dos oficiais decretados pela cúria romana e tomados como oficiais e salvadores do mundo pelos Reis de então em união com um Clero pouco recomendável sempre contrário ao desenvolvimento das ciências, será essa lei tão perigosa para o país como fazem crer algumas figuras da política, deputados e não só, assim como das artes e cultura. Não eram essas famílias de judeus sefarditas parte integrante da nação e como tal portugueses?

Serão os Judeus sefarditas assim tantos milhões que venham por em causa o equilíbrio, o modelo e a ordem da nossa sociedade?

A lei nada tem a ver com os famigerados vistos gold. Esses vistos gold serviram para salvar a compra de investimentos imobiliários luxuosos e pouco ou nada mais, dando guarida a alguns milionários. Quantos postos de trabalham os beneficiários dos vistos gold criaram?

A lei de 2013 para a obtenção da nacionalidade obedece a quesitos determinados. Como alguém já escreveu a pátria dos sefarditas não é Israel mas a Ibéria (Portugal e Espanha) foi aqui que os seus antepassados viveram séculos.

Já há investimentos produtivos e imobiliários de descendentes sefarditas que obtiveram a nacionalidade e estão a investir na nossa pobre e confinada economia.

Sou descendente do amor entre cristãos-novos (Judeus sefarditas convertidos à força ao cristianismo) com cristãos-velhos ou seja os cristãos tradicionais.

Não sou judeu assim como não me sinto cristão embora tivesse sido baptizado e na minha juventude um praticante católico.

Porque tanta difusão de medo e ódio?


domingo, 19 de julho de 2020

Domingo de Julho

Sento-me na varanda. É domingo. Olho a ponte que as nuvens não me deixam ver. Está mais fresco esta manhã. A Sacha respira ainda ofegante da caminhada que fizemos. Quando estiver mais calma dar-lhe-ei a refeição da manhã. A mulher da limpeza que fuma varre o chão exterior do supermercado. Não gosta de mim. Sei que não gosta pela expressão que faz ao passar por mim. Ela vem entrar ao trabalho e eu estou a começar a volta matinal de todos os dias. Poderá ter medo dos cães. Poderá não gostar de animais. Está no seu direito. Eu continuo no meu mundo. Um mundo cada vez mais fechado, mais solitário sem solidão. Só as janelas estão abertas ao exterior. Fechei as portas sem trinco nem fechadura. Quem vier por bem pode empurrar e entrar não precisa de pedir licença. Depois se verá.

Vejo as previsões que o telemóvel me fornece. Três lugares. Nesses três lugares vivo. Primeiro o telemóvel diz-me que hoje o calor chegará aos 29 graus em Alverca. Passo o dedo no ecrã e vejo que no meu canto raiano chegará aos 38 graus. Passo de novo o dedo no ecrã e vejo que na minha praia a previsão aponta para os 21 graus. Um país pequeno com diferenças significativas entre o litoral e a fronteira com os vizinhos espanhóis da Extremadura. O meu país de lés a lés.

No céu as nuvens de Sudeste vêm para se encontrarem com as nuvens de Noroeste. Talvez façam alguma festa, talvez se abracem sem medo do vírus que vai matando e lançando medo nos Humanos.

Está na hora de dar de comer à Sacha.

Ligo a televisão para ver se há novidades sérias. Parece que nada aconteceu entre o ter-me deixado dormir no sofá ontem à noite e o agora de hoje nesta manhã agradável de frescura cinzenta.

Um cinzento natural. Diferente do cinzento das nossas vidas nestes tempos de pandemias várias. Mesmo com a vida suspensa num coma induzido o país vai à banhos indiferente ao que será o dia de amanhã. Faz-me confusão como sempre me fez este modo de olhar a vida. A pressa, a ânsia como vivem o presente sem se importarem nem com o amanhã nem com o outro. Um presente ganancioso, egoísta que recuso. Nos trilhos por onde ando e navego faço de cada dia o primeiro dia do resto da minha vida. Vivo caminhando com as lembranças levando a esperança como companhia. Não quero viver o dia como se fosse o último. Não alinho nessa marcha anónima.

Quero saber o que resolvem os senhores importantes desta União desunida lá em Bruxelas. Mas o que me oferecem são imagens e mais imagens de fogos, é a coscuvilhice de milhões sobre uma tal Cristina de gritos estridentes e de um Jesus treinador que regressa ao local onde foi feliz mas onde os donos do lugar diziam que não mais voltaria. E como se essas tristes figuras não chegassem para me castigar, ainda me martelam os neurónios com a figura sinistra de um bastonário que cursou na universidade pública, que acabadinho de se licenciar logo encontrou trabalho seguro num hospital público, onde à custa do orçamento de Estado estagiou, tirou a sua especialidade para agora andar numa peregrinação cínica venenosa contra o mesmo Estado, sempre a favor dos grupos económicos privados e amigos onde também exerce. Grupos económicos que vêm nas nossas doenças a forma mais rentável de sugarem o nosso parco rendimento disponível.

O céu vai ficando azul. Vou esquecer estas figuras tristes que me entram pelas janelas.


Porque?


Ainda não entendi o ódio que alguns destilam contra os descendentes dos Judeus sefarditas.
A lei de 2013 que concede a possibilidade da nacionalidade portuguesa aos descendentes dos Judeus sefarditas do séc. XVI que cá viviam e tiveram de fugir para não serem obrigados a renunciar à sua religião, aos seus costumes, não serem queimados vivos nas fogueiras do Santo Ofício só porque perfilhavam uma outra religião outros hábitos diferentes dos oficiais decretados pela cúria romana e tomados como oficiais e salvadores do mundo pelos Reis de então em união com um Clero pouco recomendável sempre contrário ao desenvolvimento das ciências, será essa lei tão perigosa para o país como fazem crer algumas figuras da política, deputados e não só, assim como das artes e cultura. Não eram essas famílias de judeus sefarditas parte integrante da nação e como tal portugueses?
Serão os Judeus sefarditas assim tantos milhões que venham por em causa o equilíbrio, o modelo e a ordem da nossa sociedade?
A lei nada tem a ver com os famigerados vistos gold. Esses vistos gold serviram para salvar a compra de investimentos imobiliários luxuosos e pouco ou nada mais, dando guarida a alguns milionários. Quantos postos de trabalho os beneficiários dos vistos gold criaram?
A lei de 2013 para a obtenção da nacionalidade obedece a quesitos determinados. Como alguém já escreveu a pátria dos sefarditas não é Israel mas a Ibéria (Portugal e Espanha) foi aqui que os seus antepassados viveram séculos.
Já há investimentos produtivos e imobiliários de descendentes sefarditas que obtiveram a nacionalidade e estão a investir na nossa pobre e confinada economia.
Sou descendente do amor entre cristãos-novos (Judeus sefarditas convertidos à força ao cristianismo) com cristãos-velhos ou seja os cristãos tradicionais.
Não sou judeu assim como não me sinto cristão embora tivesse sido baptizado e na minha juventude um praticante católico.
Porque tanto medo e tanto ódio?

sábado, 18 de julho de 2020

E agora que iremos fazer?

Vivemos um tempo triste de difusão de valores numa sociedade que se desejava mais evoluída e decente.

O dinheiro perverteu, anulou, como que arrasou os sonhos dos que sonharam com uma sociedades mais culta no saber, mais tolerante nas diferenças, mais respeitadora dos seus idosos, mais amiga do seu amigo, mais amante do seu país.

Tudo não passou de um sonho lindo que durou muito pouco tempo. Arautos da liberdade, amigos do capital e de outras culturas estranhas às nossas, ditas mais modernas e evoluídas, impuseram e implementaram novos hábitos em nome do progresso copiado das tais ditas culturas estranhas e pretensamente evoluídas.

Paulatinamente o poder do dinheiro impôs-se terminado que foi o tempo de todos os sonhos. Terminado o tempo dos sonhos os grandes homens do capital financeiro juntaram seus interesses aos homens do betão com a conivência e anuência de políticos mansos amigos. Nova classe de jornalistas foi formada. Outros jornalistas e não só, amantes do «orgulhosamente sós» foram recuperados e promovidos a fazedores de opinião em horários nobres e editoriais jornalísticos. Tudo democrático e «a bem da nação».

A pouco e pouco martelando as consciências, instituíram nos cidadãos a ideia, o sonho, o desejo de que todos podiam pertencer a uma nova designação de classes neste tempo moderno - a classe média. O sonho de vida das famílias deveria ser e passou a ser esse. Esse grande objectivo de pertencer à classe média. Estar também na mesma classe onde os ricos endinheirados pelo novo Portugal Democrático são apresentados como cidadãos modelos, gente que conhece o êxito.

Nesse modelo a caminho do anunciado mas desconhecido paraíso tudo se facilitou. Criaram-se os instrumentos económicos e políticos para que os campos fossem trocados pelas cidades. Cidades que ofereciam melhores condições de poderem encontrar um emprego, um trabalho que lhe proporcionasse dois dias de descanso semanal, que com um pouco de sorte e oportunidade poderiam ter subsídio de férias e até subsídio de Natal. Coisas que o trabalho duro do campo nãos lhes garantia. Lá a garantia de trabalho resumia-se ao trabalho de sol a sol com o descanso dominical para os mais crentes poderem ouvir as palavras de promessas que o santo padre lhe dizia na missa dominical. Encheram-se as cidades de populações carregadas de novas esperanças.

Encontrado o trabalho o sonho foi o de poder ter uma casinha sua. O dinheiro não chegava mas os amigos do governo fizeram umas leis para que os bancos pudessem emprestar o dinheirinho para a compra da casa. Sempre era melhor pagar ao banco durante 20, 30 ou mais anos do que andar a pagar a renda ao senhorio que desde sempre foi visto como o mau da fita. A casa estava hipotecada ao banco mas podia-se dizer «a minha, a nossa casa». Hipotecada a vida futura ao banco havia que comprar um carrito, mesmo que em segunda mão, para nas férias ou nas épocas festivas poder ir à santa terrinha e mostrar o seu sucesso na cidade grande. Mais uma hipoteca a pagar suavemente que o pessoal do banco era amigo. Era tão amigo que até facultava um daqueles cartões que os ricos usavam para comprar a crédito. Assim os filhos já poderiam também ir de férias para o Algarve, comprar um computador e um telemóvel dos mais modernos etc etc. Filhos que agora podiam estudar nas escolas publicas se assim o quisessem e se não quisessem estudar para além do obrigatório não fazia mal pois eles, pais, também não estudaram e fizeram-se à vida. Para mais, muitos dos que estudam e tiram cursos superiores de muito "marranço" depois não encontram trabalho… por isso é melhor deixa-los viver a vida à vontade.

Os jovens que estudam e muitos outros que não quiseram habituam-se a uma vida de facilidades, onde os pais se endividam para que os seus meninos não sejam menos que os filhos do senhor engenheiro, do senhor doutor. Habituam-se a viver a vida sem grandes sacrifícios. Tudo lhes é facilitado. Os maus hábitos crescem como os cogumelos nos subúrbios e alastram-se aos centros das cidades. O regime e os que de tempos a tempos são eleitos para governarem deixaram-se enredar numa teia social onde todos só têm direitos cívicos, onde a própria lei foi aprisionada por conceitos de psicologia barata de que todos parecem ter medo.

A teia da aranha venenosa estava montada. Com ela os lucros usurários do capital financeiro garantidos. Tudo sempre «a bem da nação».

E assim aos altos e baixos vivia-se sempre na ilusão de que o prometido paraíso estaria mais próximo do que poderíamos imaginar. A ilusão é uma felicidade.

De repente, do nada surgiu um bichinho tão pequenino que não se vê à vista desarmada. Veio de algures na Natureza e espalhando-se entre as nossas células humanas, mudou a vida no Planeta. Do oriente ao ocidente, do Árctico à Antárctida a todos mete medo, pelo sofrimento que causa quando se instala nas nossas células. A economia do mundo capitalista parou, confinou e como só existe essa forma de economia no Planeta a vida como que esta suspensa na quase totalidade dos países.

E agora que iremos, que poderemos fazer?

Como mudar o paradigma da vida fácil para os mais jovens?

Como instruí-los de que o amanhã não será igual ao ontem?

Sem trabalho à vista como sobreviver?

Como pagar as hipotecas que não nos deixam sequer dormir?

Que futuro para os mais jovens?

Uma coisa é certa, a frase de que «Vai Tudo Ficar Bem» é uma falácia, uma porra, nesta vida de tantas e tamanhas incertezas, de choros doridos pelos que vão partindo mais cedo desta viagem.


terça-feira, 14 de julho de 2020

Só tristezas


No meio da informação e da contra informação sobre as questões da saúde, somos alertados por vários órgãos de comunicação que o sr. Prof. António Costa Silva já teria entregue a quem de direito o seu relatório preliminar de ideias com 146 páginas sobre o que devemos fazer depois de nos livrarmos da pandemia viral. Procurei vasculhar na net assim como nos jornais o que diziam em resumo das páginas entregues.
Não tenho saberes para avaliar tudo o que estará escrito, até porque cada um dos jornais que li dava a sua interpretação. Não leio o Observador.

Sentado, olhando as estrelas que não se veem por acção da iluminação pública penso devagar. E, ao pensar devagar sinto uma certa tristeza. Tristeza que nada tem a ver com o relatório apresentado e as suas ideias, que respeito. A minha tristeza tem a ver com o estado a que chegou o nosso Estado.
Que funcionalismo público suportamos?
Para que tantos ministérios, tantas secretarias de estado, tantas direcções gerais, tantos centros de estudos… sim, para que? Tenho a certeza de que em todos esses organismos publicos há gente séria, profissional, gente competente nas suas valências profissionais… e que não é aproveitada e talvez mesmo respeitada. Quantos desses profissionais ao verem-se ignorados pelos diversos políticos que nos governam não se sentem defraudados, tristes, desmotivados nas suas ilusões profissionais.
Depois como que acordo e fico ainda mais triste ao lembrar-me como os partidos políticos politizaram os organismos do funcionalismo público. Politizaram com admissões, via concursos à medida, via confiança política ou recorrendo à velha e eterna "cunha". Amigos e militantes de suas confianças políticas que sempre vão ficando quando os amigos saem do governo, transformaram a máquina do Estado num peso pesado, incompetente em muitos sectores e desumano para os cidadãos que não trabalhando no Estado precisam de recorrer aos serviços do mesmo Estado.
Este politizar não foi só dos partidos do chamado arco da governação PS, PSD-PPD e CDS-PP, começou logo após o 25 de Abril quando militantes e simpatizantes à pressa na altura do PC tentaram tomar conta da máquina administrativa do Estado. Aí foi dado o primeiro passo.

Só fui funcionário do Estado quando cumpri o serviço militar obrigatório durante quase 39 meses. Depois quando tinha a hipótese de poder entrar para a Direcção Geral de Finanças o sr. Vasco Gonçalves, Primeiro Ministro de então, parou as admissões dando prioridade ao pessoal que retornava das antigas províncias africanas, numa tentativa de diminuir a revolta e o desconforto próprio da descolonização que ocorria nesses territórios africanos. Falharam redondamente os objectivos mas ajudaram com esse lirismo a engodar a máquina administrativa do Estado tornando-a obesa desde essa altura. Agora o sr. Primeiro Ministro numa daquelas afirmações ao gosto do políticos, que é o de ouvirem a sociedade civil, chamou o sr. Prof. António Costa Silva a elaborar um relatório sobre o «Day After».

Pelo que vi nos jornais poucas novidades acrescenta ao que também pensam muitos daqueles que com os pés no chão se preocupam com o futuro de Portugal. Acredito mesmo que alguns do centros de estudos que apoiam ministros e secretários de estado poderiam ter redigido relatório semelhante. Mas assim com esta acção talvez o Governo queira dar um ar, um toque de independência às medidas apresentadas ou a apresentar.

Medidas há muitas e boas. Meios para financiar a sua execução é que cá estamos para ver.
Por agora o país continua em pré coma induzido, sem que a maioria se importe. Cantar, dançar e bronzear o corpinho na praia é o mais importante.

País mais dependente do que nunca do que irão decidir os comparsas da União Europeia, onde os políticos liberais e neoliberais dominam. Onde a tão desejada unificação fiscal é uma miragem que nem os mais utópicos acreditam já ser possível realizá-la.
Se as subvenções a fundo perdido não chegarem quantas das ideias expostas nas tais 146 páginas serão realizáveis a curto e médio prazo? O longo prazo não existe em Portugal enquanto vivermos como o pesado garrote da dívida pública ao pescoço.

Hoje vi na tv o sr. Presidente muito preocupado com o Turismo no Algarve que nem cuidou que os seus comparsas de ontem mantivessem e dessem o exemplo do tal falado e necessário distanciamento social ao assistirem às suas palavras e ao entrarem para o restaurante.
Eu, sr. Presidente estou muito mais preocupado e triste com o incêndio que ontem destruiu fábricas, postos de trabalho, riqueza a produzir e a exportar, em Castelo de Paiva do que o Turismo no Algarve.