domingo, 26 de julho de 2020

Antigos Combatentes



Vale mais tarde que nunca. É certo.

Pelo que li em órgãos de comunicação, ao fim de quase 50 anos os deficientes militares antigos combatentes ao serviço de Portugal finalmente deixarão de estar equiparados aos dos acidentes em serviço e das doenças profissionais. Demorou tanto tempo porque?

Há também agora um suplemento de 7% para os antigos combatentes que hoje recebam a pensão social. Os 7% incidirão sobre a pensão ou sobre o suplemento dos 150€ anuais? Mesmo sendo sobre os 150€ dará para um maço de tabaco, duas cervejas. Não é mau atendendo que tem pensão social e está isento de IRS.

Mais um cartão que dará isenção nas taxas moderadoras.

Nos transportes vamos aguardar como S. Tomé.

A falada insígnia será um pin gratuito ou mais um cartão?

Quando morrer dispenso tudo, uma vez que já deixei de estar cá na verdade. Familiares e amigos chegarão.

O mais importante ficou por regulamentar, sem que especifiquem um tempo limite para tal. Estão neste caso o plano mais que urgentíssimo do apoio aos antigos combatentes hoje vivendo fora da sociedade que um dia serviram, classificados que são como "sem abrigo", assim como, o auxílio ao repatriamento das ossadas dos militares mortos que ficaram nas terras Africanas de então. Sendo que o pedido exclui os irmãos, já que irmão não é ascendente ou descendente directo. Porque? Quantos ascendentes dos combatentes que morreram nas guerras africanas estarão ainda hoje vivos com capacidade para recorrerem à burocracia que o designado "auxílio" faz prever?

Senhora Secretária de Estado, senhor Ministro, senhoras e senhores Deputados quantos de vós sabeis como era constituída a sociedade portuguesa nesses 13 anos de guerra? Mais, terão tido em conta ao longo de tanto tempo de estudo e elaboração do presente Estatuto, qual é a idade dos mais jovens antigos combatente no tempo que corre? Eu lembro Vossas Senhorias que os mais jovens andarão pelos 67 anos, a não ser que neste estatuto com a designação de antigos combatentes Vossas Senhorias queiram incluir outros militares.

Pelo que li tanto falam em feitos a honrar Portugal como deixam nas entrelinhas a possibilidade de incluírem os militares portugueses voluntários que ao serviço das Nações Unidas se oferecem para missões de paz. Não deixando de representar Portugal serão esses militares equivalentes aos que um dia foram obrigados a combater em missão de guerra? ou Vossas Senhorias acham que fomos para lá em missão de paz como dizia o Botas de Santa Comba ou o Professor das conversas em família a preto e branco?

Terão Vossas Senhorias moção das condições que nos foram dadas nos idos anos de guerra em África?

Vale mais tarde que nunca é certo, mas ao fim de tantos anos poderiam e deveriam ter aprovado um Estatuto que não deixasse dúvidas nem remetesse para regulamentações posteriores sem que seja imposto um tempo para tal ser regulamentado e aprovado.

Vale mais tarde que nunca é certo, mas gato escaldado de água fria tem medo.


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