EFACEC.
Hesitaram.
Procuraram alternativas que não encontraram. Criaram
ansiedades desmedidas e negativas aos que nela trabalham produzindo
bens. Por fim lá se
decidiram tomar conta da empresa, nacionalizando. Uma boa medida que
tardava. É uma empresa produtora e exportadora de bens
transaccionáveis
com valor
acrescentado,
tecnologia, saber fazer português. Só espero que não interfiram na
gestão da mesma com as tristes nomeações de “amiguetes e boys
partidários”. Deixem a empresa com as suas estruturas próprias
trabalhar e executar o orçamento da mesma. Esse instrumento,
orçamento, é
que deverá ser apresentado e aprovado pelo Ministério que a vai
tutelar. Não esqueçam que quem entregou a empresa à empresária
angolana
foram os gestores de dois grupos económicos portugueses. Primeiro os
gestores do Grupo BES e por fim os gestores do Grupo Melo. Deixem as
estruturas próprias da empresa executarem a gestão, cabendo
ao Estado a supervisão dos actos de gestão e resultados.
TAP.
Por muito que se diga e escreva enaltecendo a empresa duvido da sua
real importância e valor. Duvido porque não vejo, não concordo que
seja o Turismo a salvação, o motor do nosso tão necessário
desenvolvimento económico e social. Depois, o vírus mudou a vida
que muitos, políticos incluídos, se recusam a ver. O tal Turismo
caiu para níveis não imagináveis e nunca anunciados por qualquer guru de
5 ou 7 estrelas nacional ou internacional em palestras de power point
pagas a preço de ouro. Bateu no fundo do poço. O turismo como o
conhecíamos antes, apenas servia para mascarar as contas públicas
com as ilusórias receitas que proporcionava. A grande maioria do
trabalho criado para servir o turista era e é trabalho precário de
fraco valor acrescentado, sem garantias. Depois a TAP não produz
bens transaccionáveis. Apenas produz serviços. Serviços que pela
qualidade prestada não são capazes de rentabilizar os capitais
investidos na mesma, nem tão pouco o tal bom nome que tanto
apregoam. A falência da TAP não era o que apregoam. Teria custos
elevados é certo mas nada que não se pudesse reverter. Depois 50%
do capital da empresa não pertencia ao Estado. E nós já estamos
habituados a pagar com língua de palmo os erros crassos de políticos
do arco da governação com os erros no BPN-SLN, Grupo BES, BANIF,
CGD, fora os negócios ruinosos da venda ao desbarato da EDP, REN,
PT, CTT e ENVC para não enunciar todas.
Fui
contra a privatização da TAP. Não gostei da recompra dos tais 50%
que valeram apenas e só gastos para com determinados “penachos”
de amigos e políticos que mandavam tanto na empresa como qualquer
sem abrigo. Agora parece que querem continuar a inovar para mal das
nossas contas públicas. O Estado irá ficar com 72,5% mas dizem que
não nacionalizaram a empresa.
Ao
ficar com a participação da empresária angolana que rondava os
tais 70% nacionalizaram. Ao pagar para ficar com 72,5% da TAP não
nacionalizaram. Olhares diferentes, só isso.
Mais,
dizem com ar arrogante que como o empresário privado percebe é de
transportes rodoviários irão procurar através de caça cabeças,
os crânios gestores para a companhia. Deixem-se de merdas. Falem com
o empresário privado que sabe mais de transportes que todos os
políticos e
amiguetes-gestores-de-colarinho-branco-com-gravata-de-seda-e-comentadores-televisivos
juntos. Discutam com ele e com as estruturas dos trabalhadores,
ouvindo todas com atenção para depois decidirem como a empresa será
gerida respeitando a imagem de uma empresa de viação aérea que
nunca será uma empresa grande no contexto europeu, mas que tem os
seus próprios mercados para os rentabilizar reestruturando-se para o
facto. Não tenham medo, que a reestruturação vai exigir o
emagrecimento e com ele virá o desemprego de muitos dos que
trabalham directa ou indirectamente com a empresa. Os prejuízos
devem-se em parte às economias de escala produzidas pela vaidade de
querer ser grande ao serviço de um país pequeno.
Nós
e a Dinamarca somos pequenos mas somos de todos os países do Planeta
os mais velhos nas suas fronteiras independentes. Qual é a empresa
de viação bandeira dinamarquesa?
Se
na EFACEC existe a forte probabilidade de retorno do dinheiro
investido e a investir no curto, médio e longo prazo. Na TAP a
probabilidade de recuperar o dinheiro investido quer como capital
quer como empréstimo avalizado pelo Estado esta na vizinhança do
zero, seja a médio ou a longo prazo se não se reconverter a empresa
à dimensão do país adaptando-a à concorrência ultra-feroz que o
mercado da viação aérea irá ter neste novo tempo de retoma.
Lembrem-se
que numa empresa só fazem falta os que lá estão já, sendo que
muitos desses serão dispensáveis para o futuro da empresa e das
contas publicas.
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