sexta-feira, 3 de julho de 2020

EFACEC / TAP


EFACEC. Hesitaram. Procuraram alternativas que não encontraram. Criaram ansiedades desmedidas e negativas aos que nela trabalham produzindo bens. Por fim lá se decidiram tomar conta da empresa, nacionalizando. Uma boa medida que tardava. É uma empresa produtora e exportadora de bens transaccionáveis com valor acrescentado, tecnologia, saber fazer português. Só espero que não interfiram na gestão da mesma com as tristes nomeações de “amiguetes e boys partidários”. Deixem a empresa com as suas estruturas próprias trabalhar e executar o orçamento da mesma. Esse instrumento, orçamento, é que deverá ser apresentado e aprovado pelo Ministério que a vai tutelar. Não esqueçam que quem entregou a empresa à empresária angolana foram os gestores de dois grupos económicos portugueses. Primeiro os gestores do Grupo BES e por fim os gestores do Grupo Melo. Deixem as estruturas próprias da empresa executarem a gestão, cabendo ao Estado a supervisão dos actos de gestão e resultados.

TAP. Por muito que se diga e escreva enaltecendo a empresa duvido da sua real importância e valor. Duvido porque não vejo, não concordo que seja o Turismo a salvação, o motor do nosso tão necessário desenvolvimento económico e social. Depois, o vírus mudou a vida que muitos, políticos incluídos, se recusam a ver. O tal Turismo caiu para níveis não imagináveis e nunca anunciados por qualquer guru de 5 ou 7 estrelas nacional ou internacional em palestras de power point pagas a preço de ouro. Bateu no fundo do poço. O turismo como o conhecíamos antes, apenas servia para mascarar as contas públicas com as ilusórias receitas que proporcionava. A grande maioria do trabalho criado para servir o turista era e é trabalho precário de fraco valor acrescentado, sem garantias. Depois a TAP não produz bens transaccionáveis. Apenas produz serviços. Serviços que pela qualidade prestada não são capazes de rentabilizar os capitais investidos na mesma, nem tão pouco o tal bom nome que tanto apregoam. A falência da TAP não era o que apregoam. Teria custos elevados é certo mas nada que não se pudesse reverter. Depois 50% do capital da empresa não pertencia ao Estado. E nós já estamos habituados a pagar com língua de palmo os erros crassos de políticos do arco da governação com os erros no BPN-SLN, Grupo BES, BANIF, CGD, fora os negócios ruinosos da venda ao desbarato da EDP, REN, PT, CTT e ENVC para não enunciar todas.
Fui contra a privatização da TAP. Não gostei da recompra dos tais 50% que valeram apenas e só gastos para com determinados “penachos” de amigos e políticos que mandavam tanto na empresa como qualquer sem abrigo. Agora parece que querem continuar a inovar para mal das nossas contas públicas. O Estado irá ficar com 72,5% mas dizem que não nacionalizaram a empresa.
Ao ficar com a participação da empresária angolana que rondava os tais 70% nacionalizaram. Ao pagar para ficar com 72,5% da TAP não nacionalizaram. Olhares diferentes, só isso.
Mais, dizem com ar arrogante que como o empresário privado percebe é de transportes rodoviários irão procurar através de caça cabeças, os crânios gestores para a companhia. Deixem-se de merdas. Falem com o empresário privado que sabe mais de transportes que todos os políticos e amiguetes-gestores-de-colarinho-branco-com-gravata-de-seda-e-comentadores-televisivos juntos. Discutam com ele e com as estruturas dos trabalhadores, ouvindo todas com atenção para depois decidirem como a empresa será gerida respeitando a imagem de uma empresa de viação aérea que nunca será uma empresa grande no contexto europeu, mas que tem os seus próprios mercados para os rentabilizar reestruturando-se para o facto. Não tenham medo, que a reestruturação vai exigir o emagrecimento e com ele virá o desemprego de muitos dos que trabalham directa ou indirectamente com a empresa. Os prejuízos devem-se em parte às economias de escala produzidas pela vaidade de querer ser grande ao serviço de um país pequeno.

Nós e a Dinamarca somos pequenos mas somos de todos os países do Planeta os mais velhos nas suas fronteiras independentes. Qual é a empresa de viação bandeira dinamarquesa?

Se na EFACEC existe a forte probabilidade de retorno do dinheiro investido e a investir no curto, médio e longo prazo. Na TAP a probabilidade de recuperar o dinheiro investido quer como capital quer como empréstimo avalizado pelo Estado esta na vizinhança do zero, seja a médio ou a longo prazo se não se reconverter a empresa à dimensão do país adaptando-a à concorrência ultra-feroz que o mercado da viação aérea irá ter neste novo tempo de retoma.

Lembrem-se que numa empresa só fazem falta os que lá estão já, sendo que muitos desses serão dispensáveis para o futuro da empresa e das contas publicas.

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