quinta-feira, 26 de setembro de 2019

20 anos










20 anos estão quase passados. 
20 anos em que continuas presente na minha vida. Não há frios, nem calores, nem tão pouco tempestades que te afastem de mim. Podem até amarrar-te nessa tua outra viagem que nós continuamos unidos aqui. Unidos por laços invisíveis fabricados pelo aço mais forte de todos que foi e é o amor que nos uniu, que me ensinaste a criar.
Depois de num acto de amor teres sido fecundada, geraste-me no teu ventre e deste-me vida. Os quatro vivemos sempre unidos. Hoje, pela ordem natural das coisas só restamos os dois que vocês souberam criar com sacrifícios pelo amor que sempre nos deram e ensinaram como exemplo de vida.
Aqui, neste quarto com o Sol de Outono a entrar pela agora minha janela, olho a tuas fotos que tenho a cabeceira, os teus olhos já tristes pelo maldito "avc" que te roubou forças físicas. Na memória viva as minhas visitas quinzenais, as nossas conversas, as tuas revoltas que te levavam ao cansaço da vida.
20 anos estão quase passados. Resta-me a alegria feliz de ter sido teu filho, de poder partilhar contigo e com o pai, sem esquecer os avós, estas paredes que vocês nos deixaram. Aqui continuamos todos vivos, não vos vejo, não vos cheiro, mas sinto que vocês andam por aqui.
Podem achar-me louco que não me importo. O mundo lá fora está cada vez mais longe de mim. Sou eu que me afasto porque não me identifico com este modo de viver, demasiado consumista e ganancioso para o meu modo de sonhar a vida.

Votar




Não há Democracia sem partidos políticos com liberdade de exporem as suas ideias para o futuro do país, ou seja, para a nossa vida em comunidade enquanto portugueses, sem vergonha de o sermos, qualquer que seja a nossa origem histórica.
Muitos partidos concorrentes é sinónimo de que a liberdade democrática existe. Não sou contra o aparecimento de novas ideias desde que contenham no seu âmago uma filosofia ideológica, já que fujo a sete pés de partidos ou seitas que se afirmam contra o sistema sem terem explícito(a) uma ideologia.
Começou a campanha para no dia 6 de Outubro se exercer o direito e o dever de votarmos em consciência para a eleição de deputados para a Assembleia da República.
Estes em função do número de eleitos irão permitir a escolha de um líder para formar governo. Não iremos votar para escolher um Primeiro Ministro, mas sim para eleger deputados e estes depois é que face ao número de eleitos permitirão a escolha de um líder para Primeiro Ministro. Foi assim nas últimas eleições e será assim neste novo escrutínio popular.
Votar, antes de ser um direito é um dever cívico, como que quase uma obrigação, para que, em conjunto possamos escolher de modo indirecto quem nos poderá governar.
De uma forma ou de outra todos eles, partidos e políticos candidatos, nos irão prometer o paraíso para o futuro. O modo de alcançar esse tal paraíso é que divide os que se dizem da direita, do centro-direita, daqueles que são ou se fazem passar pelo centro-esquerda ou de esquerda, havendo sempre nos dois lados da barricada uns mais extremistas ou mais radicais do que outros. Enganados vivem aqueles que afirmam serem os políticos todos iguais. Não é, nunca foi, nem será verdadeira essa afirmação, esse pensamento. Somos todos iguais e todos diferentes, nem os gémeos ou os siameses são iguais.
No meio desta luta popular de defesa de ideias e princípios as televisões todas muito democráticas enviesam e condicionam as possíveis escolhas dos eleitores indecisos se é que os há. As televisões enviesam o voto porque fazem escolhas, dando mais tempo informativo a uns do que a outros. Se o fazem ao longo do mandato governativo é claro que neste tempo de discussão política o fazem ainda mais. Não há no nosso país informação jornalística independente, todas as existentes estão condicionadas pelos patrões, mais do que pelos accionistas, aos resultados das audiências e da própria autonomia financeira. Ser pobre e pequeno neste país à beira mar plantado e mal tratado, também em política se mostra de vida difícil e ignorado pelos que mandam ou detém o guito que faz a economia consumir sempre um pouco mais.
Votar é pois um dever de cidadania que todos devem cumprir, porque todos queremos um Portugal melhor.

Deixa-me poder correr


 Deixa-me poder correr à vontade diz-me com o olhar a minha amiga. Deixa-me gastar algumas das muitas energias que acumulo na vida sedentária que me dás. Deixa-me que eu não te deixo. Eu é que tenho medo que tu me deixes por eu ser assim com este meu génio de linhagem alemã. Vá lá solta-me para eu poder correr e saltar.

E, assim vamos caminhando os dois pelas margens da pequena barragem. Os dois livres. Os dois contentes por mais um dia que começa sem outra preocupação que não seja o podermos inspirar e receber as energias que a Natureza nos proporciona.
Lá longe de onde nós viemos por certo há filas de carros parados na estrada aguardando impacientes que o sujeito da frente ande. Nervosos, impacientes, irão chegar ao local de trabalho cansados, com os nervos arrasados de tanta correria para não chegarem atrasados e afinal o malfadado transito pregou-lhes a partida mais uma vez. Outros correm para apanhar o comboio, os autocarros, todos uns e outros, andando apressados vão-se acotovelando a ver quem passa primeiro, quase todos com ares de cansaço, muitos deles tristes já pela manhã, apressados mas desmotivados, vão trabalhar porque têm de ganhar dinheiro para pagar as responsabilidades assumidas na puta de vida que levam… casa, trabalho, casa, trabalho… num ciclo infernal sem que o dia da reforma se veja no horizonte.
E, nós aqui ouvindo o silêncio interrompido pelo canto das aves, pelos peixes que saltam fora de água e te deixam maluca… Reformado não têm férias porque todos os dias o são. Sabes que outros reformados me dizem que a vida nas cidades é que é boa, que lá há divertimentos e que isto é um atraso de vida… pois que seja, que fiquem por lá limpando o pó aos bancos dos jardins, falando da vida deste e daquele, dizendo mal dos políticos acusando-os sem provas reais de corruptos mas quando chega a hora de escolherem pelo voto não se dão ao incomodo de irem votar eles, reformados e aposentados, têm os seus direitos dizem, passando horas com o cú sentado frente à televisão… eles que vivam ou vegetem por lá que aqui nós somos mais livres do que lá… fazemos o nosso turismo à medida sem precisarmos de agências de viagens... por isso eu te digo e tu até sabes, que não há nada mais bonito que a Liberdade de vivermos simples, humildes em comunhão com a bela Natureza que nas fotos é sempre mais bonita do que a realidade.

terça-feira, 17 de setembro de 2019

Apetece-lhe


Apetece-lhe falar de futebol, mas não o faz
Apetece-lhe falar de arbitragens vergonhosas mas cala-se
Apetece-lhe falar, comentar política mas limita-se a ler o que outros escrevem
Não fala de futebol porque este deixou-se subverter por “clubites” doentias, fanáticas
Não comenta jogos porque as regras únicas são aplicadas em múltiplas interpretações consoante o poder em jogo
Diziam-lhe que, ganhar ou perder tudo é desporto… diziam-lhe mas… ninguém gosta de perder nem a feijões
A política vigente não o entusiasma, parecendo-se a olhos visto com as “clubites” onde não convém ter opinião própria diferente
Nas televisões ditas generalistas noventa por cento dos comentadores políticos independentes pertencem todos à mesma área de pensamento ideológico
Nas televisões ditas generalistas noventa por cento dos comentadores independentes do futebol, envergam de forma invisível a mesma camisola
Cala-se e fica ora conversando com a sua sombra, ora com os livros, ora escrevendo coisas para o seu blog, ora conversando com as suas memórias vivas, recusando-se a deixar de pensar, de ter opinião, de ouvir o que não lhe dizem, de esquecer o que não lhe contaram
Os seus dedos como que se recusam a escrever o que lhe vai na alma sobre os políticos e os antigos combatentes das guerras inglórias de África. Cala-se mais uma vez, a hipocrisia reinante sobre o assunto queima-lhe a alma, se é que ela ainda vive em si
Lá para trás um antigo Presidente disse um dia que «há mais vida para lá de deficit». Depois outro político e beato resumiu tudo numa frase «É a vida». Para nos tempos de agora um outro político e Presidente gostar de arrotar azedumes em algumas quintas-feira rodeados pelos bobos da sua corte

Não era esta a vida que um dia sonhou de olhos abertos e peito ao vento, mas é o mundo em que vive pelo que, caminhando faz o seu caminhar pela outra margem, porque, «pode remar contra a maré mas não deve nadar contra a corrente».






Silhuetas



Sempre gostou de olhar as silhuetas femininas por trás.
Os biquínis antigos mais que os fatos de banho, como que as aperfeiçoava nas suas curvas, realçando em muitas um rabo bonito, que dava gosto olhar.
Hoje, a idade e as vicissitudes da vida não lhe tiraram nem acabaram com o gostar de olhar o belo feminino. Mas, esta moda importada do «fio dental» estraga a beleza feminina aos seus olhos. Parece que já não há rabos bonitos belos como os de antigamente. O tal de «fio dental» tira-lhe beleza, no seu gostar de olhar o belo feminino, sem outro interesse que não seja o apreciar a Natureza na sua beleza.

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Setembro


Setembro, mês de muitos trabalhos nos campos com as colheitas de fim de verão principio de outono. Mês de muitos outros voltarem aos seus trabalhos e empregos, com as cidades a retomarem o bulício normal das gentes que correrem sempre na ânsia de chegarem a casa para poderem descansar a correr sem encontrarem tempo de calmamente olharem o seu interior, pensarem um pouco no papel que pensaram para a sua vida face à correria em que se deixaram envolver.
E porque se vive num tempo onde os que mandam nas nossas vidas gostam de normalizar tudo o que seja objecto e interfira com o normal ganho de lucros especulativos e gananciosos, mudaram eles também o mês de Setembro. Não o alteraram na ordem numérica dos meses do ano, mas mudaram-lhe a configuração. “Doucement” o fizeram a pretexto de a escola começar ao mesmo tempo em todo o território da União. Era o mês de Setembro o último mês de férias grandes para os jovens que andavam na escola, que podiam estudar, pois os outros que tinham de trabalhar para ajudar ao sustento da família não conheciam essa coisa de férias, garantir com trabalho o parco soldo que poderiam receber pelo aluguer da sua força de trabalho era o destino dos felizes filhos do Deus católico, para que a alegria dos pobres reinasse no seio familiar. "Deus quer que seja assim" a frase tantas vezes ouvida em jovem quando os olhos e ouvidos se abriam para outras realidades mais justas e humanas. Hoje Setembro é a loucura das ofertas do regresso às aulas, onde muitos professores adeptos da normalização exigem dos alunos material de marcas específicas sem terem a preocupação de conhecer a realidade familiar dos seus alunos, como se a marca do material seja uma importante ajuda à compreensão dos factos e à evolução do raciocínio nas crianças e jovens.
Deixando o passado, o presente mês de Setembro está a fazer jus ao verão. Enquanto o país sua e arde com calor, aqui à beira mar sopra aquela aragem fresquinha para que os corpos expostos ao sol não se queimem demais. Os deuses do mar parecem hoje mais irrequietos, embora a bandeira verde permita a alegria ingénua das crianças que na rebentação das ondas gritam felizes com os mergulhos ou com o serem arrastadas pelas ondas, enquanto os pais sempre atentos cuidam da sua segurança não vá o diabo fazer das suas.
Pela primeira vez de alguns anos a esta parte não irei passar os anos contigo à nossa casa, para irmos os dois comer o nosso bacalhau à brás às Termas de Monfortinho. Este ano irei estar pela Consolação, onde foste e fomos felizes. Irei procurar sentar-me logo pela manhã no banco quase em frente à janela do teu gabinete onde tantas sestas gozaste. Sentado irei olhar a praia, aguardando que os deuses me possam dar notícias do teu percurso nesse universo desconhecido aos nossos cinco sentidos. Irei procurar almoçar umas sardinhas, como tantas vezes comemos. Já não sou capaz de comer tantas como naquela tarde em que feliz e apressado vim correndo da escola para te comunicar a dispensa à prova oral de cálculo financeiro e dessa forma acabar o ano escolar, podendo a partir desse momento ir à praia. Como prenda, pude juntar-me a ti e aos teus amigos na sardinhada que estavam fazendo, onde bati o meu recorde com 24 sardinhas no pão e muitos copos de vinho. Depois na outra semana, irei então passar uns dias à nossa casa como gosto de fazer todos os meses. E entre o cá é o lá andarei andando que o ano vai ruim.

A pensar em ti


Nasceste em 1923 e por cá andaste até 2016, continuando depois a tua caminhada numa outra dimensão desconhecida aos nossos sentidos, mas que eu acredito existir.

Este ano festejo o teu aniversário onde também fomos felizes. Não irei contigo comer o bacalhau à brás às Termas de Monfortinho, mas irei comer contigo umas sardinhas que este ano estão boas e saborosas.
Na nossa conversa falaremos da política e do teu Sporting sem esquecer as netas, bisnetas e bisneto.
Elas e eles vão bem, tem trabalho e isso é cada dia que passa uma riqueza, embora a forma como o mesmo é remunerado possa não ser a mais justa, mas pelo menos trabalham e como tal usufruem da esperança de viverem sem a ansiedade de onde e como com a idade delas e deles irão arranjar trabalho, pois nunca gostei da palavra emprego e do que ela significa neste país de doutores e engenheiros onde escasseiam senhores.
O teu Sporting continua pelas ruas da quase amargura, já que, casa onde não há pão todos ralham e ninguém se entende. Às vezes penso que seguem os passos do Belenenses, só que são um clube muito mais rico em associados e modalidades, mas tal como vivi no Belenenses muitos dos sócios acham que o pagamento das quotas serve para se contratarem jogadores caríssimos, pagos a peso de ouro em remunerações ofensivas aos que trabalham em outras profissões e escalões, pouco importando os gastos pois para essa gente “quem vier atrás que pague as dívidas ou feche a porta”. No Sporting a situação vai-se agravando pela continua guerrilha de muitos barões que por lá conspiram dia a dia.
Da política, tudo na mesma num vira o disco e toca o mesmo de promessas, cada qual a ver quem promete a ideia mais brilhante. Às vezes dá vontade de desligar e fugir para um outro tempo antes de Novembro. O teu partido governa e parece ter todas as condições para poder continuar a ser governo depois das eleições do próximo 6 de Outubro. Hoje vive-se um tempo de política sem ideologias, daí que os cartazes em espaços publicitários nas rotundas das cidades sejam quase todos muito idênticos na falta de ideias e frases conquistadoras. Hoje as agências publicitárias que trabalham com os partidos políticos criam cartazes como se os partidos fossem um qualquer detergente para lavar a louça ou a roupa suja deixando a pele mais jovem. Muitos prometem aquilo que sabem ser impossível, outros falam sabendo que as frases usadas são imperfeitas, mas todos falam com cara de gente séria. Os que ainda apresentam alguma ideologia são os velhos comunistas, mas também eles a abraçarem os novos métodos publicitários onde o que mais interessa não é o produto, o conteúdo mas, a mensagem que querem fazer crer.
Agora são todos verdadeiros defensores do ambiente. Contudo todos fogem de emitir juízos sobre a exploração do lítio e o que ela irá implicar no ambiente do esquecido e abandonado interior.
Há uns anos um ministro duvidoso do governo manhoso do “homem do poço” dizia que a floresta de eucalipto era o ouro verde de Portugal. Hoje gente duvidosa e manhosa ao serviço dos mandantes alguns de outrora, querem-nos fazer crer que o tal lítio é o ouro dourado para o mesmo Portugal que há quase novecentos anos foi plantado à beira mar mas tão mal tratado e cuidado tem sido.
No teu conselho há grandes investimentos agrícolas de novas culturas que exigem não só muita água como descaracterizam os campos pelo arranque de azinheiras, oliveiras e sobreiros. Tudo feito com vivas e beberetes aos empreendedores que acreditam tanto nas potencialidades do clima como nos subsídios e benesses obtidas da autarquia, do governo e da união europeia.

Ao abrir a minha página que tenho na rede social do facebook pelo uso da internet vi e li o comunicado da Câmara a aconselhar os seus concidadãos a pouparem água, pois os tempos de seca quase contínua não auguram tempos verdes e floridos para aquela região raiana. Sem água não existe vida e sem água potável não há saúde pública que nos valha. Se estas novas culturas querem água e ela apresenta-se cada ano mais escassa nos céus, onde irão arranjar a muito água necessária à exploração do tal lítio que existe nas terras de Salvaterra do Extremo a Segura? Ao Erges que ano a ano tem menos caudal? Mas se o Erges tiver caudal suficiente para a extração, que exigências irão impor os do Governo no litoral ao tratamento das águas residuais após extração do minério no interior esquecido? É normal que os habitantes residentes encarem essas novas oportunidades com os braços abertos, acreditando que lhes possam trazer melhorias nas suas vidas resistentes e sofridas ou os que vivem fora da sua terra julguem que as suas propriedades há muito abandonadas possam valorizar e vende-las. Contudo os políticos que ambicionam usar o poder de governar o país, sobre este assunto aos costumes dizem nada, empurram com a barriga as decisões para lá do dia do voto na urna, pois sentem-se entre a espada e a parede pelo que o silêncio sobre o assunto é o melhor conselheiro político.

Não entendo...


Como entender que o Estado financie a compra de carros que só estão ao alcance de uma pequena franja de cidadãos, quando essa franja é felizmente para os seus integrantes, a classe dos cidadãos que vivem melhor financeiramente?
Dão-nos um bolo possivelmente envenenado em nome de um melhor ambiente, quando os defensores dos carros eléctricos não são capazes de nos dizerem quanto custa em termos ambientais a construção e reciclagem das viaturas eléctricas comparadas com as atuais a combustíveis fósseis.
Promovem esses veículos sem nos dizerem o que pensam fazer com a exploração do lítio. Metal fundamental para o fabrico das baterias mas que pode a sua exploração causar imensos problemas ambientais. Que medidas vão impor para a exploração do referido metal?
Como pensam resolver o fornecimento da água à exploração em locais onde hoje ela é escassa? Com furos? Com barragens? Com a água dos ribeiros e rios?
Como ira o Estado cobrar os muitos m3 necessários?
Que imposições vão colocar para o tratamento das águas residuais utilizadas na exploração do lítio?
Porque empurram com a barriga para depois das eleições todas as questões pertinentes à exploração do lítio?
Não sou contra a exploração do lítio, mas como gato escaldado de água fria tem medo, gostava de saber o que pensam os candidatos a governaram o país sobre estas coisas, bem mais importantes do que as promessas que nos oferecem e que já estamos habituados a ouvi-las sem resultados práticos no pós-eleições. Sempre nos prometem o céu para depois nos pedirem sacrifícios.
Será que iremos assistir à destruição de alguma agricultura e da biodiversidade dessas terras onde o metal existe em quantidade de ser explorado como aconteceu com a exploração do volfrâmio?
Que os actuais ministros do ambiente e da agricultura estejam calados, até agradeço pois quando abrem a boca e os ouço alteram-me o sistema nervoso. Já o da economia cumpre as ordens do chefe e se fala fá-lo com rácios de crescimento do investimento, do pib, do emprego, números frios, bonitos para os entendidos e para o rebanho dos seus seguidores mas sem calor afectivo para a vida real. Números que pouco o nada dizem sobre o problema ambiental de que todos parecem fugir, vergados pelos interesses das empresas que querem o "ouro dourado" borrifando-se para o ambiente e para as populações que teimam em viver nas suas terras do interior. Querem-nos fazer crer que querem melhorar o ambiente com a história dos carros eléctricos versus combustíveis fósseis, mas continuam a facilitar investimento a abutres gananciosos ignorando a poluição que os aviões causam e vão continuar a causar. Não só os aviões como também a poluição das novas cidades flutuantes que aportam aos nossos portos. Aviões e cidades flutuantes para gáudio dos rádios do Turismo que garantem emprego de cartilheiros oficiosos com notícias pomposas em revistas jornais e televisões. Li no anos finais do século passado uma entrevista a um professor do IST em que ele dizia que uma viagem de avião Lisboa até Faro causava mais poluição do que todos os veículos que circulavam no mês de Agosto entre as duas cidades.
O amanhecer hoje parece prometer um dia bonito. Ouço o mar a enrolar na areia. Tudo pronto para nova caminhada.
Olhando o horizonte pergunto aos deuses se toda esta novela dos carros elétricos é na verdade para um melhor ambiente de verdade ou antes mais uma etapa fundamental ao crescimento económico para a manutenção do sistema capitalista e da sua sociedade de consumo onde os glutões estão insaciáveis?
Gato escaldado de água fria tem medo.

terça-feira, 10 de setembro de 2019

Um empresário rico


O homem morreu. Todos nós morremos, uns num dia outros no outro. A morte é o acontecimento mais certo que temos depois de nascermos. Apenas não sabemos a sua data de chegada.
Morreu e mais nada há a fazer ou dizer. Uns vão chorá-lo e outros nem tal.
Mas há sempre quem goste de enaltecer virtudes e patriotismos daqueles empresários que quando morrem deixam fortuna material. E, o homem era um empresário muito muito rico em bens materiais. Era um exemplo de grande empresário para os liberais. Para os do Governo palavras a contendo que há que dar uma no cravo e outra na ferradura. Para os anti-liberais foi mais um que explorou o trabalho dos trabalhadores. E para mim pergunta-me a minha sombra. Pois foi um empresário , o patriarca de uma família que depois de eu ter conhecimento de alguns factos privados, nada me diz, não sendo nenhum exemplo para mim antes pelo contrário. Era muito rico de bens materiais mas também muito pobre em alguns hábitos e costumes. Para mim um não exemplo de homem. Era tão tão rico e nada levou consigo deixou cá tudo. Será que vai voltar para cobrar ou para continuar a mentira que foi a sua vida de homem rico?