Swaps
Sou
um crítico dos gestores públicos e da forma como os diversos governos “gerem”
as empresas publicas.
Os
swaps, que palavra tão feia, são mais um instrumento que a dita economia
financeira criou para os gestores gerirem.
Grosso
modo e de forma simples o swap funciona ou equivale a um seguro (contrato de
seguro). Pago o tal swap (prémio de seguro) para garantir que a taxa de juro de
determinado financiamento ou contrato de empréstimo, se mantenha fixa e a
empresa não seja penalizada pela variação das taxas no mercado.
Se
as taxas subissem os gestores públicos seriam os maiores porque tinham poupado
não sei quantos milhares, mas como a taxa de juro baixaram (a taxa de referencia
para a Euribor a 6 meses passou de 5% em 2008 para 0,3% já este ano) a coisa
ficou preta.
Terão
sido os Directores Financeiros (DF) das empresas públicas envolvidas a gerirem o
processo na sua globalidade?
– Tenho quase a certeza que não; devem ter
existido muitas interferências governamentais e até talvez gabinetes de advogados
a pedido do ministro da tutela.
Depois
as empresas públicas têm Revisores Oficias de Contas (ROC), são auditadas por
auditorias externas e pelo Tribunal de Contas. Todos emitiram os seus
pareceres, uns alertando para a insegurança dos contratos, outros para a
conformidade das verbas contabilizadas.
Agora,
o Sr. Ministro das Finanças faz de um ato de gestão, “a roleta dos swaps” (que
saiu na sua maioria mal para as finanças das empresas) um caso nacional, em que
todos têm culpa menos ele que já vai com dois anos de gestão e só agora parece
ter tomado consciência do que foram e são os tais contratos.
Parece-me
que o Sr. Ministro queria com este erro de gestão culpar alguém da oposição,
mas mais uma vez as contas saíram erradas, pois foram ou são três Secretários
de Estado do seu partido que passaram a andar nas bocas do mundo e destes, dois
Secretários de Estado foram mesmo sacrificados com a demissão, estiveram na
empresa errada no espaço de tempo errado.
Repito,
o Sr. Ministro quis arranjar culpados na oposição mas foi no seu partido que
foram julgados e condenados na praça pública dois quadros técnicos e, aos
gritos acalorados das oposições seguir-se-a o silêncio dos inquéritos sejam
eles parlamentares ou de outra instância governamental qualquer.
Mesmo
que os contratos jurídicos estejam mal elaborados não acredito que haja
condenados. A história das PPP nos ensina isso mesmo.
O
que há e infelizmente parece-me que continua a desenvolver-se é promiscuidade
entre o poder politico de que o senhor é um agente e o poder dos grupos económicos,
por isso e contrariamente ao que muitos dizem e opinam eu sou a favor de
pequenas e médias empresas de saber e competência.
Talvez
quando os inquéritos chegarem ao fim já o Sr. Ministro esteja no seu gabinete
no BCE. e desta forma possa acrescentar ao seu curriculum mais umas linhas.