segunda-feira, 6 de maio de 2013


Swaps

Sou um crítico dos gestores públicos e da forma como os diversos governos “gerem” as empresas publicas.
Os swaps, que palavra tão feia, são mais um instrumento que a dita economia financeira criou para os gestores gerirem.
Grosso modo e de forma simples o swap funciona ou equivale a um seguro (contrato de seguro). Pago o tal swap (prémio de seguro) para garantir que a taxa de juro de determinado financiamento ou contrato de empréstimo, se mantenha fixa e a empresa não seja penalizada pela variação das taxas no mercado.
Se as taxas subissem os gestores públicos seriam os maiores porque tinham poupado não sei quantos milhares, mas como a taxa de juro baixaram (a taxa de referencia para a Euribor a 6 meses passou de 5% em 2008 para 0,3% já este ano) a coisa ficou preta.
Terão sido os Directores Financeiros (DF) das empresas públicas envolvidas a gerirem o processo na sua globalidade?
 – Tenho quase a certeza que não; devem ter existido muitas interferências governamentais e até talvez gabinetes de advogados a pedido do ministro da tutela.
Depois as empresas públicas têm Revisores Oficias de Contas (ROC), são auditadas por auditorias externas e pelo Tribunal de Contas. Todos emitiram os seus pareceres, uns alertando para a insegurança dos contratos, outros para a conformidade das verbas contabilizadas.
Agora, o Sr. Ministro das Finanças faz de um ato de gestão, “a roleta dos swaps” (que saiu na sua maioria mal para as finanças das empresas) um caso nacional, em que todos têm culpa menos ele que já vai com dois anos de gestão e só agora parece ter tomado consciência do que foram e são os tais contratos.
Parece-me que o Sr. Ministro queria com este erro de gestão culpar alguém da oposição, mas mais uma vez as contas saíram erradas, pois foram ou são três Secretários de Estado do seu partido que passaram a andar nas bocas do mundo e destes, dois Secretários de Estado foram mesmo sacrificados com a demissão, estiveram na empresa errada no espaço de tempo errado.
Repito, o Sr. Ministro quis arranjar culpados na oposição mas foi no seu partido que foram julgados e condenados na praça pública dois quadros técnicos e, aos gritos acalorados das oposições seguir-se-a o silêncio dos inquéritos sejam eles parlamentares ou de outra instância governamental qualquer.
Mesmo que os contratos jurídicos estejam mal elaborados não acredito que haja condenados. A história das PPP nos ensina isso mesmo.
O que há e infelizmente parece-me que continua a desenvolver-se é promiscuidade entre o poder politico de que o senhor é um agente e o poder dos grupos económicos, por isso e contrariamente ao que muitos dizem e opinam eu sou a favor de pequenas e médias empresas de saber e competência.
Talvez quando os inquéritos chegarem ao fim já o Sr. Ministro esteja no seu gabinete no BCE. e desta forma possa acrescentar ao seu curriculum mais umas linhas.

Sr. Primeiro-ministro (PM) na passada sexta-feira fui mais cedo passear com o meu amigo Master para o podermos ouvir com atenção e olhe que já não fazia isto há tanto tempo que nem me lembro qual foi a ultima vez que lhe dei ouvidos.

O Sr. PM falou do seu pensar e nós ouvi-mo-lo com atenção, mais eu do que o Master, mas é natural, ele estava mais interessado em comer a ração que ainda vou podendo comprar.

Errou o Sr. PM aqui e ali, mas sempre foi melhor do que o tal de Capela no derby da capital. Ouvi depois, comentadores e falsos-comentadores. Esclareço-o Sr. PM que falsos comentadores são para mim todos os seus amigos políticos e ex-políticos, que opinam nas TV’s sobre o que o Sr. PM devia fazer e não faz ou sobre o que o Sr. PM faz e não devia fazer. O senhor entende o que eu quero dizer, falam e falam mas dizem pouco para aquilo que conspiram. O Sr. PM sabe melhor do que eu que a velha máxima da política portuguesa «os meus inimigos são os do meu partido, os outros são meus adversários» está mais actual do que nunca.

Contudo, fiquei com mais dúvidas dos que as que já tinha antes de o ouvir.

Sempre se vai fazer a Reforma do Estado? Se a tal reforma vai avançar, estas medidas agora anunciadas pelo Sr. PM  fazem parte do aquecimento ou já são parte do resultado?

Não o ouvi falar nas fundações, institutos e outros organismos existentes, improdutivos e inúteis. Foi esquecimento dos seus assessores ou fui eu que não o ouvi bem? Este meu ouvido direito anda a falhar cada vez mais, sabe. Os tais 30.000 funcionários já contam com os funcionários das tais fundações e organismos inúteis ou vão continuarem a receber os seus vencimentos aguardando pelo novo pedido de ajustamento?

O telemóvel tocou, coisas do trabalho e, fiquei sem entender bem a questão do novo imposto a que o Sr. PM chama de taxa mas que na verdade sendo taxa ou imposto é o agravar da carga fiscal das famílias. Esse novo imposto ou taxa como o Sr. PM diz, também vai incidir sobre o total das remunerações dos políticos como exemplo de solidariedade para com os mais velhos?
Ao querer resolver o assunto de trabalho e ao mesmo tempo querer ouvi-lo, devo ter compreendido mal a questão da nova taxa.

Sempre se vai avançar com o ajustamento entre os diversos sistemas de aposentação? Espero que seja desta.

Sr. PM se a idade da reforma sem penalização é aos 66 anos porque é que a idade oficial é aos 65 anos? Será que a partir de agora todo e qualquer cidadão vai passar a receber a reforma por inteiro só aos 66 anos? Quer dizer então o Sr. PM que os políticos receberão a sua reforma pelo trabalho de estarem sentados e levantarem-se para dar o seu voto no Parlamento aos 66 ou aos 65 anos? E aqueles que pretenderem demonstrar a sua incapacidade para o trabalho poderão fazê lo e aceitar a pré-reforma com as penalizações devidas como qualquer outro cidadão? Ouvi bem? Será que compreendi bem, ou estarei mesmo com o ouvido direito em off?

Os comentadores e falsos-comentadores não falaram sobre estes temas e eu fiquei com mais dúvidas do que as que tinha.

Sabe, Sr. PM eu sou um político passivo e já antes do “ponto de ordem à República que foi o saudoso 25 de Abril de 1974, eu era do contra. Penso que na altura até estávamos bem perto um do outro, pois se não me falha esta memória que tão cansada anda, o Sr. PM andava então por Silva Porto, Bié, Angola e eu também lá andava mas de G3 na mão. Sou do contra mas pacifico sem ser antimilitar, não sei se me compreende.

Não quero ser algo mais do que aquilo que sou e gosto de ser, mas as dúvidas fazem-me aumentar os «glóbulos do contra» e embora tenha conseguido estabilizar a tensão arterial, sem custos para o SNS, os «glóbulos do contra» alimentam os neurónios e tenho medo do aumento de velocidade que estes possam provocar na central de processamento de ideias e pensamentos (cérebro).

Vou ficar à espera dos princípios propostos e quantificados para a Reforma do Estado, para ver como se encaixam estes cortes e remendos que andam executando. Depois logo se verá…

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Um Português que quer que os seus netos, netas e vindouros continuem a ser Portugueses e Europeus.