quarta-feira, 24 de novembro de 2021

21.11.22

Era uma vez um município de baixa densidade populacional no esquecido e semi-abandonado interior raiano da Beira Baixa, onde a maioria da população é constituída por velhos e idosos que resistem ao passar do tempo na triste vida de ir vendo e sabendo que familiares, amigos e conhecidos vão eles terminando a sua viagem terrena.

Não é pois de estranhar as dificuldades que o SNS através dos seus organismos regionais e locais tinha e têm em contratar médicos e enfermeiros para dar assistência às populações resistentes das dezassete populações dispersas e constituintes do Município raiano que é salvo erro o segundo maior em extensão.

Sendo estas dificuldades conhecidas de todos, responsáveis políticos, profissionais de saúde e utentes ia a Unidade Local de Saúde com o seu Centro de Saúde funcionando com o profissionalismo e a dedicação de quem não tem meios mas faz das tripas coração para que os utentes tenham algum apoio, sendo uma das profissionais de saúde médica que voluntariamente e graciosamente continuava a trabalhar dando assistência embora estando já aposentada.

Aquando do período eleitoral autárquico a médica em causa deu o seu apoio explicito a outro movimento político em oposição ao Presidente Municipal de novo candidato a um último mandato.

No tempo de campanha pré-eleitoral o Presidente do Município promoveu através da adesão a um cartão especifico um seguro de doença privado básico com a Lusitania – Companhia de Seguros SA, afirmando na promoção e durante a campanha pré-eleitoral e eleitoral que o dito seguro de saúde escondido no tal cartão, acessível a todos os cidadãos residentes e recenseados no Município que o solicitassem, era diziam complementar do SNS. Face talvez às criticas geradas lá conseguiu quase em véspera do acto eleitoral que as estruturas do Partido funcionassem em seu apoio para noticiarem a assinatura de um tal protocolo em que a ULSCB dava o consentimento ao tal cartão sem que o responsável pela ULSCB se tivesse comprometido explicitamente segundo a leitura que fiz da noticia então divulgada.

Quando em Lisboa o candidato C. Moedas do PSD fez publicitar em campanha pré-eleitoral cartazes onde afirmava que se ganhasse as eleições os cidadãos com mais de 65 anos teriam direito a um seguro de saúde gratuito não estava a inovar. Já no esquecido e semi-abandonado interior raiano o Presidente do Município de Idanha-a-Nova tinha estabelecido um contrato de seguro anual que custa aos contribuintes quinhentos e quinze mil escudos à partida, segundo os dados do concurso publico realizado e rubricado pelas partes.

Com estas medida que os mais liberais aplaudem de pé e, outras muitas velhas promessas o candidato Presidente foi de novo escolhido pelos cidadãos do Município para o novo e último mandato.

Depois da tomada de posse nos novos órgãos autárquicos (município, freguesias e uniões de freguesia) vão-se conhecendo medidas que já se esperavam, como o que se passa com a prometida compra de um lagar de azeite já que os valores envolvidos teriam de ter o visto do Tribunal de Conta (ou estarei errado?) e o tempo foge que a azeitona está pronta; outras medidas denotam o índice de democraticidade e solidariedade existente nas pessoas que gerem a política regional e municipal à sombra da bandeira do Partido Socialista. Com a enorme dificuldade em conseguir médicos para dar assistência aos

utentes das várias populações, utilizam o argumento da idade para dispensar do serviço a médica que graciosamente trabalhava na ULS, pois que, já antes desta campanha eleitoral autárquica a senhora médica tinha os setenta anos e continuava a prestar serviço graciosamente durante todo este tempo difícil de pandemia que estamos ainda a viver. Pois não parece haver dúvidas que por detrás do argumento legal da idade, a dispensa dos serviços graciosos que a senhora médica vinham prestando se deve ao facto da sua opção política livremente tomada aquando da campanha eleitoral autárquica.

É por estas e por outras medidas revanchistas que vamos conhecendo nesta envergonhada democracia que é preciso estar atentos, dizendo sem medo “Viva o 25 de Abril!!!”

 

21.11.21

Nasci em Dezembro de 1950. Não me lembro de ter nascido mas meus pais registaram-me e garantiram-me a data do nascimento, assim como o ter apanhado todas as vacinas daquela época.

Teria os meus cinco anos quando estive muito doente a ponto de me contarem que já preparavam a mortalha. Salvei-me quando o Dr. Rui de Moscavide decidiu dar-me injeções de penicilina. E por cá ainda caminho, tresmalhado é certo mas vou andando sempre a caminhar no meu passo.

Formei-me na juventude junto ao mar da cidade de Peniche.

Quando andava na Escola em Peniche um dia mandaram-nos ficar em fila e deitar a língua de fora para nela nos colocarem duas gotinhas. Se não erro nem estou equivocado, assim foi tomada a vacina contra a poliomielite. Os pais souberam depois de já a termos tomado.

Terminada a Escola em Peniche voltei para a cidade de Lisboa, onde tinha nascido, para continuar os estudos.

No Instituto Comercial não me lembro de ser necessário qualquer vacina ou "chapa aos pulmões". Talvez existisse mas não me lembro.

Já na recruta do serviço militar numa sexta feira tomamos todos mais uma vacina que era um cocktail desconhecido para nós. Sem efeitos secundários no final de semana, com os casados a garantirem quando regressamos ao quartel que a desconhecida vacina não tinha cânfora.

Mais tarde em Viana do Castelo dias antes de embarcarmos rumo a Angola levamos dose de vacinas contra a Cólera, depois de termos levado a da Febre Amarela e a da Varíola. Mas logo que os responsáveis viraram costas bebeu-se uma garrafa de Porto. Diziam as más línguas que o vinho do Porto cortava os efeitos da vacina.

Já no Mumbué, leste de Angola, depressa deixei de tomar o comprimido para evitarmos o paludismo. Ficar doente ou fazer a circuncisão eram as alternativas a umas semanas sem ter de alinhar nas constantes operações de três e cinco dias no mato com as desgraçadas rações de combate às costas atrás do inimigo. Quando o Comando do Batalhão se inteirou do número de soldados da Companhia que fizeram a circuncisão logo deu instruções para que tal não fosse permitido. Não apanhei paludismo e só fui ao hospital de Silva Porto, hoje Bié, para as minhas averiguações em algum "auto de corpo delito" que tinha de elaborar.

Terminado o serviço militar voltei a estudar à noite e aquando das matrículas tinha de apresentar o boletim de vacinas atualizado, sempre me desenrasquei.

Trabalhei a década de oitenta na área administrativa e financeira de um laboratório farmacêutico onde muito aprendi com os antigos farmacêuticos. Nessa empresa quando o Chefe de Serviço de Pessoal notou que eu sempre tinha reuniões fora no dia em que a carrinha do Rx aos pulmões ia à empresa, conseguiu junto do Diretor Geral que o ordenado só me fosse creditado quando eu apresentasse o referido Rx e, lá tive de me deslocar à Praça do Chile fazer o referido exame.

As minhas filhas tomaram ou apanharam todas as vacinas do Plano Nacional.

Já o Centro de Saúde andou atrás de mim para terminar de tomar a vacina contra o tétano até que a enfermeira me apanhou a tratar do penso após cirurgia hospitalar e logo me deu a referida dose e naquele ano a da gripe também. Foi a última vacina contra a gripe que tomei.

Depois desse ano não mais a tomei. Em vez da vacina todos os dias antes de sair para a rua com a minha amiga tomo uma colher de mel que compro ao produtor na Zebreira. Depois inicio o pequeno almoço comendo uma laranja e durante o dia bebo sumo de limão diluído em água. Não me exponho a ambientes aquecidos e assim não me tenho dado mal. E o atual uso de mascara é mais uma proteção. Tomar a vacina da gripe em Outubro ou mesmo nesta altura é na minha modesta e ignorante opinião um erro, pois que os meses de maior frio são por tradição Dezembro, Janeiro, Fevereiro e mesmo Março. Os que foram a correr em Outubro apanhar a vacina quando chegarmos ao tempo mais frio já andarão com a imunidades aos vírus da gripe em baixo. Mas somos livres, temos direitos e ainda crédito no exterior, porra.

Quanto às tão faladas e discutidas vacinas covid-19 apanhei as duas doses da AstraZeneca quando me marcaram o dia e a hora. Não senti nenhum efeito. Diz-me um amigo que aos ruins nada acontece. Talvez seja isso.

A minha apreensão neste tempo de agora é porque ao ter de tomar este novo reforço não continuo com a mesma, ou seja AstraZeneca. Que culpa tenho eu e outros como eu, que um político amante troikano ultraliberal em Bruxelas não tenha sabido negociar bem com a empresa produtora da vacina e, em vez de reconhecer a sua incompetência e zarpado do cargo ainda levou os seus pares a cortar com a empresa AstraZeneca. E como os nossos políticos são submissos a Bruxelas… não têm agora AstraZeneca. Preciso de tempo para aceitar o reforço já que não me agrada ter de tomar uma das vacinas americanas. Talvez me predisponha a fazer um teste de análise à imunidade ao vírus para decidir se tenho necessidade de levar já novo reforço. Este era o teste que deveria ser posto à nossa disposição pelo SNS antes de andarmos meio às cegas a fugir do vírus inimigo, garantindo chorudos rendimentos ao capital das empresas produtoras das vacinas.

Independentemente da minha fraca disposição para as vacinas, há nesta situação coisas que não me agradam, já que é mais uma vez o "Zé Contribuinte", ou seja, o fator trabalho a pagar o custo deste investimento público cujo último beneficiário é o capital financeiro como já vimos com a valorização bolsista das duas empresas americanas. O exemplo do sr. Albert Bruce Sabin (judeu-russo ou polaco-americano) deve estar a fazer rir às gargalhadas os homens do capital actual que estão por detrás de todas as empresas produtoras de vacinas esfregando as mãos com os brutais resultados alcançados à custa do fdp do vírus que veio da China.

 

21.11.19

 

19 de Novembro de 1807 o exército francês comandado pelo general Junot, reforçado com tropas amigas castelhanas comandadas pelo general Caraffa perfazendo um total de cerca de 25.000 homens entram em Portugal pela velha ponte romana sobre o Rio Erges em Segura, com a finalidade de avançarem até Lisboa, nos conquistarem para depois dividirem entre eles o nosso reino.

As causas desta invasão prendem-se ao facto do nosso país não ter aderido ao bloqueio marítimo que Napoleão queria sujeitar os barcos ingleses e Portugal como velho aliado da coroa inglesa não acatou esse desígnio colocando-se ao lado dos ingleses. Então "o louco" Napoleão acordou com os reinos de Espanha a nossa invasão para depois nos dividirem entre eles.

Entraram em Portugal por Segura no dia 19 de Novembro de 1807 e no final de mês de Novembro o general Junot entrou e sentou-se em Lisboa.

A nossa corte com alguma nobreza e algum clero, antes que as tropas invasoras chegassem a Lisboa tratou de "dar às vilas diogo" fugindo com o rabo entre as pernas para o Brasil. Alguns nobres patrióticos que por cá ficaram com os seus homens auxiliados pelos homens ingleses comandados pelo inglês Duque de Wellington que a pedido veio em nosso auxílio, entre escaramuças e batalhas heroicas acabou por fazer capitular o sr. general Junot que regressou à sua terra com os seus sobreviventes rotos e esfomeados.

Agora imagina se em vez do exército franco-espanhol comandado por Junot ter entrado em Portugal por Segura, tivesse atravessado mais a norte o Rio Erges e entrado por Penha Garcia, de que modo seria este dia recordado pela "corte" que governa o Município de Idanha-a-Nova. Se os da "corte" não se cansam de promover o Rei visigodo Wamba que passou por Idanha-a-Velha antes da formação do Reino de Portugal, então este dia seria recordado com pompa e circunstância. Mas, o acontecimento deu-se em Segura terra ainda mais esquecida do poder municipal que o esquecido e abandonado interior raiano da Beira Baixa, como tal nem uma simples placa evocativa se designam colocar.

Fui dos últimos combatentes da guerra colonial ou ultramarina em Angola. Não vejo a evocação desta data histórica qualquer nacionalismo ortodoxo, pois para a sua colocação junto à ponte que já foi romana, seriam convidados representantes dos quatro países envolvidos como forma de celebrar e enaltecer a Paz, a União e o Respeito mutuo que nos dias de hoje felizmente vivemos.

Por último, recordo que ouvi na rádio pública há uns anos um historiador relatar que depois do Duque de Wellington nos ter ajudado a derrotar os sonhos do louco Napoleão voltou para o seu condado onde vivia calmamente até o Rei de Inglaterra o ter chamado a fim de o convencer a comandar o exército inglês que estava em papos de aranha para fazer frente a mais uma invasão do norte pelos viking dinamarqueses. O Rei ofereceu-lhe em troca mais terras para o seu condado. Então o Duque propôs como condição para aceitar tal cargo se os soldados fossem portugueses. Muito admirado o Rei lembrou-lhe que ele e os seus homens tiveram de vir em nosso auxílio e agora ele pedia-lhe soldados portugueses? Ao que o Duque Wellington contrapôs que veio sim, mas nunca tinha comandado soldados tão bons e valentes como os soldados portugueses, que para ele eram os melhores do mundo, o problema estava em quem os comandava.

Os séculos passam e o desígnio da nossa sorte mantêm-se.


21.11.15 a

Naquelas torres de arrefecimento ou em outras semelhantes na mesma unidade industrial ocorreu há uns anos o maior surto da malvada bactéria legionella. Ainda correm em tribunal processos sobre o caso.

Este e todos os outros casos de ocorrências da bactéria legionella em hospitais, fábricas e unidades de desporto e lazer que vamos sabendo pela comunicação social, dão-se ou ocorrem com maior incidência depois da liberalização legislativa levada a cabo por governo de aliança entre os modernos "João Fernandes Andeiro" e "Miguel de Vasconcelos e Brito" que nos governaram durante quatro anos com políticas mais liberais que os ultra-liberais troikanos sediados em Bruxelas e Washington.

Nunca antes da liberalização legislativa levada a cabo por esse governo «troikano» sobre o controle da bactéria legionella tinham ocorridos tantos casos como os que vão ocorrendo e vão chegando ao nosso conhecimento.

Mas a aliança entre a versão moderna dos "Conde de Andeiro" e do "Senhor Morgado da Fonte Boa" saiu do Governo há seis anos, mais coisa menos coisa e, nem um palha foi alterada na legislação liberalizante em vigor pelos novos inquilinos do Ministério do Ambiente e da Saúde que se proclamam da social democracia na versão centro-esquerda.

Talvez a reposição legislativa sobre o controle da bactéria legionella obrigasse o Instituto Público, que antes controlava a presença da bactéria, a contratar mais pessoal técnico especializado e talvez esse previsível aumento da despesa publica do Estado fosse por em perigo não só o tão propalado controle das contas certas, como também as altas verbas postas à disposição do Conselho de Ministros, pelo que nada melhor do que deixar as medidas liberais anacrónicas continuarem a vigorar já que o pessoal tem memória curta e o melhor é não fazer ondas que os votos, dizem os especialistas, ganham-se ao centro de forma híbrida mas ganham-se e quem vier a seguir talvez já não se lembrará, até porque os amigos em Bruxelas gostam destas e de outras liberalidades «troikanas» que continuam à solta por aí.

 

21.11.15

Será que ainda vou ouvir o Presidente a comentar o caso, dado pelos canais televisivos costumeiros em exclusivo, cada um deles em primeira mão, sendo o mesmo viral nas redes sociais afetas, «como é que o malandro do periquito do vizinho saltou em cima da periquita da vizinha naquele bairro tão sossegado de gente pacata e temente»?

(foto obtida na net)

 

21.11.14

Vivo como carta fora do baralho. Vejo os acontecimentos com cores diferentes da maioria. Das religiões fujo sem respeito pelo que apregoam. Para os religiosos serei um ser sem fé que anda perdido. Há tantas coisas desconhecidas dos nossos sentidos. Acredito em espíritos. Sou outsider desenquadrado na outra margem da política. Sou isso tudo e mais alguma coisa. Acredito num outro tipo de sociedade mais decente do que esta que nos vendem como democrática.  

21.11.13

 

A frase "temos aquilo que merecemos" aplica-se também de forma coletiva.

Já em 2020 numa sessão da Assembleia Municipal de Idanha-a-Nova o então Presidente da União de Freguesias Zebreira e Segura levantou o problema questionando o poder municipal sobre o assunto "exploração de lítio" ficando sem resposta e isolado. Que ninguém tenha dado conta ou se tenha preocupado é uma outra história, triste mas verdadeira.

Podemos queixar-nos da oportunidade de colocar à discussão pública o assunto da "prospeção do lítio em oito localidades" logo no dia seguinte à eleição Autárquica. Mas coisas destas fazem parte da estratégia de poder e da concessão de favores. Até aqui tudo normal. Já não se pode considerar normal a forma como foi colocada a discussão pública para a prospeção do minério lítio. A via digital para zonas onde predomina a fraca literacia e acesso a computadores que permitam ler com letras de ver o que está em discussão, é exemplificativo como o poder em Lisboa olha o interior do país, desconhecendo e ignorando a realidade das suas populações.

Não sou radical contra quer a prospeção do minério quer quanto à exploração do mesmo. Tudo dependendo das condições em que uma ou outra se realizem no respeito pela biodiversidade e no respeito das populações e da sua qualidade de vida ambiental.

O conhecimento e aplicação do mesmo aos meios tecnológicos já hoje permitem a prospeção e exploração de minérios minimizando efeitos nocivos ambientais que sempre irão existir pois não há bela sem senão.

Há que ponderar os benefícios e os prejuízos e decidir em conformidade, sempre no respeito da biodiversidade, da qualidade ambiental das populações que resistem a viver neste interior esquecido. Estamos numa zona classificada integrada na Rede Mundial de Reservas da Biosfera Transfronteiriça Tejo/Tajo Internacional da UNESCO.

Serão as populações residentes de Segura, Zebreira, Salvaterra do Extremo e Rosmaninhal que terão de se unir e pressionar as suas Juntas de Freguesia para poderem ser informadas e esclarecidas de como o processo irá decorrer e quais os argumentos a favor e contra tais ações.

São as Juntas de Freguesia a esperança das populações envolvidas porque da Presidência Municipal nada se espera de verdade, tal é o tempo em que o antigo Presidente de Junta da União de Freguesias Zebreira e Segura solicitou em Assembleia Municipal esclarecimento sobre o assunto e até hoje nada foi dito e divulgado às populações pelo Poder Municipal.

Terão os novos Presidentes de Junta e de União de Juntas de Freguesia vontade de pressionarem o Poder Municipal a informar não só a sua posição quanto à matéria em discussão publica mas também que meios financeiros lhes concede o Município para a elaboração de um Estudo de Impacto Ambiental Independente se existirem condições para a exploração do lítio em gruta ou a céu aberto?

Cabe ao Presidente da União de Freguesias Zebreira e Segura a maior responsabilidade em todo o processo pois já esta indicada a Barragem da Toulica como a reserva de água que suportará a possível exploração do minério. Que plano está reservado para a salvaguarda da qualidade ambiental da pequena barragem, assim como do Rio Erges?

Dúvidas e Trabalho não faltam para de forma sensata ponderar e analisar o assunto sem esquecer o velho ditado popular « Fia-te na Virgem e não corras logo vês o trambolhão que apanhas».

(foto obtida na net)

21.11.07

 

Tudo muda na vida da gente. Ainda ontem estaria escrevendo e opinando sobre os factos políticos que ocorrem na nossa vida coletiva. Agora caminhando na minha margem na travessia deste deserto sigo quase indiferente ao que leio e ouço. Nesta minha luta contra o mundo porquê não é o mundo que está contra mim, sou eu que estou contra este modelo de sociedade super egoísta num individualismo ganancioso e ultra liberal sem nexo, onde não me enquadro, onde dia a dia caminho sempre um passo mais distante, procurando as razões deste meu afastar dos padrões cegos e vazios que nos impõem sem darmos conta de que apenas somos marionetas nas mãos de uns poderosos sem rosto nem alma, que controlam a nossa existência coletiva.

Já são seis e quarenta e oito com o dia a clarear e aqui estou eu a desabafar com o meu telemóvel que é onde escrevo os meus estados de alma em revolta continua com o mundo que me rodeia e onde tento sobreviver à tona d'agua para poder continuar o meu caminhar, continuar a olhar a Natureza bela e poderosa onde vivemos sem a respeitar condignamente já que ela é também o meio no qual a vida da nossa espécie de Sapiens encontrou as condições de vida para poder evoluir.

E, porque hoje é domingo um dia absolutamente igual aos outros dias na vida de um reformado, vou-me levantar e preparar-me para a volta matinal de todas as manhãs com a minha amiga Sacha. Depois porque hoje é domingo a tradição manda que o rancho seja um pouco diferente, pelo que irei fazer um almoço diferente, apenas um pouco mais elaborado e doce também. Cozinhar é também um ato de relembrar alguns daqueles que já não se sentam à mesa mas que continuam na minha vida.


21.11.06

 

Olho pelo estore da janela e vejo telhado. No outro lado da casa ao olhar pela janela vejo outras janelas sem luz.

Quando olho pelas janelas não vejo nem estrelas nem a lua. Dizem-me ser isto fruto do desenvolvimento, do progresso da sociedade. Mas eu gosto de olhar o céu pela janela e ver as estrelas. Gosto e aqui nos arrabaldes não vejo. Nem o silêncio é o mesmo silêncio que me acorda para olhar o céu pela janela. Tudo por aqui corre corrida sem futuro em nome do progresso, do desenvolvimento. Dizem-me que é para melhorar as condições de vida da gente. Mas, eu gosto de olhar as estrelas no céu pela minha janela.


21.11.05

 

Ontem era noite. À hora dita nobre das televisões o Presidente que de nobre já pouco lhe resta, falou o que era previsível vir a dizer. Bem tentou o senhor dourar a decisão tomada há já alguns dias, senão semanas,. porque pelo menos outra solução havia constitucionalmente. O senhor gosta de dourar a "pílula" com palavras e comentários pouco nobres ao cargo que ocupa.

Sei que foi eleito pela maioria dos portugueses, não pelo meu voto, que tenho que respeitar e respeito a escolha da maioria mas, dizendo-se o senhor, Presidente de todos os portugueses também deveria respeitar os que não votaram nem votarão nas suas escolhas, nas suas intrigas de políticas partidárias populistas e perigosas face ao nosso modelo governativo que jurou respeitar, consignado na Constituição.

Quem aos dezoito anos entrou na barricada política contrária ao poder tirano e corrupto de então, se for vivo e dono das próprias capacidades motoras e psíquicas a 30 de Janeiro de 2022 não irá ficar em casa, indo votar mais uma vez no lado oposto ao seu, senhor Presidente, que de nobre já pouco lhe resta se é que alguma vez teve nobreza política republicana no cargo que a maioria dos portugueses lhe concedeu. 

 

21.11.04

Escrevo sem saber o que escrevo. Palavras só palavras escrevo. Na esperança que ganhem vida e se ajustem entre si.

Este é um tempo amigo. Um tempo, contudo, quase vazio. Na sua companhia vou seguindo neste caminhar solitário entre cogumelos de betão. Cogumelos onde habitam seres indiferentes ao meu caminhar por este tempo. Tenho saudades de conversar com as velhas oliveiras, ouvir a sinfonia do vento com os seus acordes sempre diferentes consoante a copa das velhas árvores amigas, ouvir a chuva a bater nas janelas como que pedindo ajuda para salvarmos a mãe Natureza. Escrevo palavras que são saudades, arrependimentos e agradecimentos. Só palavras solitárias escrevo. 

 

21.11.01

 

Quando eu era menino tenho ideia que por esta altura os meus pais recebiam uma pequena sesta despachada pelos meus avós na Zebreira e que recebíamos passados alguns dias depois. Nessa pequena sesta lá vinha o “Santoro” para cada um dos dois netos.

Depois, já mais crescido, nessa altura praticante religioso que depois da missa matinal, juntávamo-nos os rapazes em grupos e íamos de casa em casa pedir o “Pão por Deus”. Entre pevides e tremoços lá ia mais uma caneca de «água pé» tirada do barril que os homens mais velhos nos davam se a bebêssemos numa caneca de louça das Caldas bem acondicionada no seu interior. E assim dias antes do S. Martinho se fazia jus ao velho ditado «… vai-se à adega e prova-se o vinho» que no caso era muito mais a boa «água-pé» (até isso os liberais de Bruxelas nos tiraram).

Segundo a cultura católica o dia seguinte, ou seja o dia 2 de Novembro, era o dia de “Finados” e era neste dia que os cemitérios se renovavam de flores com a visita que já nesse tempo eram os mais velhos que a faziam.

Com o desenvolvimento da sociedade consumista, com a perda de influência que a igreja católica foi sofrendo na vida coletiva da sociedade, o designado “Dia de Todos os Santos” passou a incorporar a tradição do dia seguinte, ou seja, do dia de “Finados”.

Mas na sociedade consumista quem manda é o “Mercado”. É ele que dita as leis, que cria os novos hábitos. Hábitos que logo transforma em tradição, mesmo quando a velha tradição da sociedade católica era mesmo antagónica aos novos hábitos impostos pelas necessidades do santo e glorioso Mercado, como é o caso do famigerado dia das bruxas. Até me lembro dos avós e pais comprarem pequenos amuletos com “figas” para usarmos no peito de modo a evitarmos os maus agouros, os maus olhados e invejas das bruxas. (Chama-se figa a um gesto mágico que se obtém com a mão fechada de maneira que o dedo polegar sobressaia dentre o indicador e o médio).

Mas tudo muda na vida, a única constante é a do tempo e, mesmo esta já há quem tenha duvidas. Hoje vivemos prisioneiros em liberdade pelas leis do santíssimo mercado que despromoveu para segundo plano hábitos e tradições da sociedade conservadora católica.

É a vida! Por isso e por outras é que não acredito e não dou atenção aos santos agentes do Mercado reunidos num tal G20 e agora num tal COP26. Aqueles concílios dos santos agentes do Mercado são inúteis como temos visto e constatamos dia a dia se nos dermos ao trabalho de vivermos com os olhos bem abertos lendo as entrelinhas do que não nos dizem e ouvindo o importante que faltou nos discursos de palavras redondas e inofensivas aos interesses dos «deuses» que elaboram as santas leis do Mercado.

Ainda irão correr muitos anos e já cá não estarei para observar que quando o mar começar a deixar debaixo de água muitas zonas do nosso litoral, nessa altura o pobre, o esquecido e abandonado interior raiano irá ver os seus campos e pequenas cidades a valorizarem-se meteoricamente invadidos pelas populações em fuga do litoral, ignorando muitos deles que há milhões de anos todo aquele território esteva debaixo das águas do mar como comprovam os fosseis marinhos encontrados no Parque Icnológico de Penha Garcia.

O céu está sempre a observar” (escreveu Mitch Albom)

21.10.31

A estadia estava terminar. Os serviços do tempo anunciavam chuva para o fim de semana. Já levavam quase três semanas e ainda não tinham ido andar para as margens da pequena barragem da Toulica. Acordou, olhou o escuro da madrugada e preparam-se para irem andar e ver o Sol reaparecer do lado da vizinha Extremadura. Passaram pela padaria, atravessaram a povoação e seguiram pela estrada municipal até à barragem. O céu sem nuvens ofereceu um espetáculo em que o silêncio era interrompido apenas pela passarada que também ela iniciava o novo dia, algum peixe saltando fora de água e um ou outro carro que passava a caminho do trabalho. Seguiu depois o caminho que sobe um pouco contornado a margem direita e com a sua Olympus olhou a Natureza captando ao longe outros lugares, outras terras e até o maciço central da Estrela. Gosta de ir até ali onde se sente pequeno face ao que a Natureza lhe oferece. A sua amiga correu livre e feliz por onde quis até se cansar. 

 

21.10.24

 

Tive sorte por aos nove anos poder fazer de bicicleta os 8km que distava a Escola em Peniche de casa em Ferrel. A ciclovia municipal até à Atouguia da Baleia era do tipo "macadame", seguindo depois na ciclovia nacional naquele tempo cimentada. Quase a fazer os doze anos mudámo-nos para o Lugar da Estrada, mais perto da Escola, caminho mais plano e de novo ciclovia municipal tipo "macadame" que passou a alcatroada pouco tempo depois. Naquele tempo tínhamos de pedalar em "fila de pirilau" ai se a guarda ou a polícia de trânsito nos apanhasse a seguirmos a par uns dos outros, era logo multa e carta apreendida. É certo que o trânsito rodoviário naquele tempo dos anos 60 do século passado não se compara em nada com o que hoje ocorre naquelas mesmo estradas, mas quando vejo ciclistas amadores a andarem nas estradas aos pares até de três ocupando a faixa de rodagem, penso que tudo muda é certo mas nem tudo muda no bom sentido civilizacional.

Quando ocorre o 25 de Abril o país Portugal era paupérrimo em piscinas públicas. Em Lisboa, públicas, salvo erro duas, a do Areeiro onde nunca fui, e a dos Olivais onde fui duas vezes e chegou. Nada como o mar quer no Baleal, quer na Consolação ou no Porto Batel. Nem as praias da linha ou da então chamada "Costa do Sol" me atraíram. Naquele tempo o Algarve era um reino distante desconhecido. Gostava do mar com ondas e de águas transparentes. Depois entramos para a CEE e começou o investimento do Estado através dos Municípios a construírem piscinas municipais e hoje temos o país coberto de piscinas. Agora nem mergulho nas ondas do mar, que isto de nós termos "chegado à tarde", traz-nos coisas como artroses e outras que nos dizem para termos juízo e assim lá vou às piscinas procurando obter algum benefício físico.

No tempo de agora vejo o país com os seus Municípios a investir quer em ciclovias alternativas das municipais e nacionais do meu tempo de menino e moço, quer em passadiços procurando realçar ao visitante a beleza natural da sua região como forma de chamar visitantes que algum benefício económico sempre deixam aos agentes económicos locais.

Sei de dois lugares onde a beleza natural soberba do meio envolvente requer que se realize o investimento da concretização de passadiços. Dois lugares tão distantes como distante são as fronteiras do meu país, mas que quer num caso como no outro as Autoridades Municipais os ignoram simplesmente, talvez porque não lhes traga grande proveito em termos de votos eleitorais.

21.10.23

Se pela cidade grande os políticos negoceiam normas e ações para a aprovação do OE22, aqui pelo interior esquecido de todas as políticas a azáfama corre ali na Aldeia de Monsanto com as gravações de mais uma série americana. Sou seguidor de outras guerras mais atuais e que mexem com a vida de todos nós. Foi assim que ouvi a apresentação do político Rui Rio na cidade do Porto, pronto para a sua guerra de defesa do assalto ao trono, longe quer de Lisboa, quer de Monsanto.

Os políticos ou melhor alguns políticos negoceiam e alguns dizem coisas e outros deveriam estar caladinhos porque quando falam primeiro deveriam olharem-se ao espelho pois as suas anteriores ações enquanto governantes pouco abonam à sua imagem política aos olhos dos que se interessam pela política independente de qualquer filiação partidária.

Ouvi o Presidente da Republica comentar na celebração da Revolução de 1820 que o período que ocorreu entre 1933 e 1974 foi o chamado período constitucional, ou seja, Marcelo igual a si próprio, nem o detergente OMO lavaria a negra noite salazarista mais branco. Agora vejo-o no Bairro da Boavista a lembrar que o mesmo já tem 80 anos como se aquilo que foi tem alguma semelhança com o atual, mas ao sublinhar os 80 anos de idade do BB está a enaltecer a política social do então Estado Novo que nos últimos anos de vigência do mesmo o consideravam a ele como um “menino prodígio” passeando-se pelos corredores do poder. Claro que o senhor tem toda a Liberdade de dizer e comentar o que diz mas não alinho na sua estratégia de poder, longe vou no meu caminhar. Se hoje o Presidente tivesse acompanhado o Ministro da Defesa no dia do Exercito, ele que é o Comandante Supremo das Forças Armadas, será que aquele grupo de antigos militares saudosistas do antigo Estado Novo estariam lá para se manifestar vaiando o Ministro como o fizeram?

Tanta poeira, tanta areia anda no ar e há muito que não eram tão intoxicantes como as de agora deste tempo de discussão orçamental onde um partido minoritário governa procurando sobreviver em busca de apoio parlamentar o que nem sempre é fácil como nos ensina a história.

 

21.10.20

 

Indiferente ao que os humanos discutem e falam lá pela cidade grande o Rei Sol reaparece todas as manhãs dos lados dos vizinhos Espanhóis e despede-se ao final da tarde lá longe pelo litoral por detrás do grande oceano Atlântico, para reaparecer de novo ao nascer da bela aurora dos lados de Espanha.


21.10.19

Com o avançar da idade vou vivendo as minhas lutas e duvidas internas sobre o melhor caminho para a vida coletiva de todos nós. Coisas, pensamentos onde a utopia que comigo sobrevive entra em liça com o conservadorismo que o avançar da idade nos trás.

Ia eu conduzindo pela estrada municipal que liga à sede do Município e dei comigo a pensar que quando falei a um amigo em cortar os rebentos de azinheira e sobreira que estão a destruir o muro de pedra de um chão, logo o amigo me alertou para as possíveis consequências do ato, pois que a azinheira e a sobreira são espécies protegidas, mas, ao caminhar no meu passo sem pressa pela estrada municipal vejo que antigas talvez mesmo centenárias azinheiras, sobreiros, oliveiras e outras tantas árvores foram simplesmente arrancadas ao longo de muitos hectares para darem lugar a um mar de amendoal intensivo e super intensivo onde entre as pequenas amendoeiras assim plantadas nem as ervas sobrevivem. Para esta nova e moderna agricultura as velhas árvores azinheiras e sobreiros terão perdido a natureza de espécies protegidas mas para o mini-micro proprietário a lei, cuja letra de lei presumo única, tem outro espírito, outra interpretação face ao poder que os valores dos euros impõem à sociedade atual.

Ia pensando estas coisas quando me lembrei que estava andando num território englobado na "Reserva da Biosfera Transfronteiriça Tejo/Tajo Internacional" a qual faz parte da "Rede Mundial de Reservas da Biosfera da UNESCO", dizendo o Município que o mesmo é uma Bio-Região, é muita coisa para tanto amendoal super-intensivo, sem esquecer outros olivais intensivos e super-intensivos, para tanto agro-tóxicos (pesticidas) utilizados que não deixam as ervinhas serem verdes na linha das pequenas árvores, sem esquecer que o Rio Aravil com tanto bio-produto amigo(?) já viu os peixes emigrarem para outras águas mais limpas de nutrientes duvidosos e o mesmo se passará com as diferentes espécies de aves que constituíam a biodiversidade da região agora transformada num monopolizante amendoal super-intensivo.

Ainda não há muitos dias vieram “chefes” culinários de renome e de vários sítios para promoção dizem-me que dos produtos biológicos que por cá se produzem. Assim como não há almoços grátis, para mais com “chefes” de renome, também não nos dizem qual o impacto económico desses eventos na economia regional. Agora novo evento se anuncia nos sempre mesmos locais, para promoção e divulgação de uma melhor alimentação com os tais ditos biológicos, tudo isto num Município que vê os mais jovens desertarem, sendo o viver dos mais idosos, o verificarem o desaparecimento dos outros. Sendo a população que resiste a viver por cá dispersa e envelhecida… qual será o mercado alvo destes eventos promocionais? Já procurei saber quantos produtos e empresas existem no Município certificadas como produtoras e que produtos biológicos reconhecidos, mas a informação disponível no sítio do Município prima pela ausência de informação sobre este assunto tão promovido. Entre o que o meu olhar avistava nas duas margens da estrada municipal e as minhas interrogações sobre o porquê de tanta promoção aos tais biológicos meio desconhecidos, subi lá acima à Idanha passei pela praça porque gosto de ver o tradicional comercio e fui ao talho comprar umas morcelas de assar um paiote de porco preto tudo bom e tradicional porque os enchidos tradicionais da região eram e são do melhor que conheci e conheço mas há quem goste de promover outras coisas, outros produtos que estarão mais na moda de uma certa franja de mercado a afastar-se da boa cozinha portuguesa da boa e da saudável dieta mediterrânea. Opções. E quem tem o poder, manda.





21.10.18

 

Ontem a tristeza foi minha visita. Ninguém a viu entrar. Entrou fria como só ela sabe.

Ninguém deu por ela. Nem a Sacha que tudo ouve e tudo vê, deu por ela. Chegou e instalou-se dizendo que veio para ficar. Olhei-a nos olhos como um dia olhei a morte. Ficamos frente a frente em silêncio até que ela desistindo saiu como entrou.

21.10.12

No meu canto caminho. O Sol reaparece sempre dos lados de Espanha há muitos anos ainda a Península era habitada por outros povos outras gentes já o rei Sol aparecia daqueles lados. Durante muitos anos se dizia por estas terras de um jardim à beira mar situado meio destruído pela ganância e ambição humana, que daqueles lados de Espanha "nem bons ventos nem bons casamentos".

Pois é, o país que então era um Reino com tantos casamentos entre fidalgos de um lado e do outro nem sempre teve sorte com essas uniões matrimoniais impostas e ambiciosas, já que havia sempre a ambição de com essas uniões poderem os reis de um lado e do outro ocuparem o trono do outro, que pelas armas as coisas sempre se apresentaram complicadas e difíceis. E terá sido em mais um casamento interesseiro que o desgraçado do Rei D. Manuel I quis casar com a Infanta Maria filha dos Reis de Aragão e Castela, também chamados de Reis Católicos. A Infanta Maria também ela fervorosa adepta da Inquisição que corria por aquelas terras de Aragão e Castela só aceitou o ambicioso Rei Português se este proibisse a existência no Reino de Portugal dos Judeus sefarditas, que há séculos viviam pacificamente por cá, sujeitos a algumas restrições de liberdade, sendo inclusive algumas dessas famílias judias sefarditas homens de confiança dos nossos Reis para a cobrança já naquele tempo dos impostos e taxas reais. D. Manuel que vinha contornando os pedidos quer dos tais Reis Católicos de Aragão e Castela e do próprio Clero português andava doido por casar com a Infanta Maria e mais ainda de com ela dormir na esperança de poder ter descendente varão e capaz de unir aqueles reinos ao de Portugal. Doido que andava por cópular com a Infanta cedeu e deu início à expulsão, à perseguição e conversação compulsiva de todos os Judeus sefarditas. Um casamento que durante três séculos impôs ao Reino a Inquisição com os seus autos de fé onde predominava a presunção de culpado para todos os que levantassem dúvidas e invejas ao poder que o Clero tinha junto da Casa Real.

Três séculos em que do apogeu económico dos descobrimentos com as suas luzes do conhecimento caímos no esquecimento histórico definhando economicamente vivendo acima das nossas possibilidades. Situação que nem a Republica conseguiu inverter chegando ao ponto de um nomeado Presidente atual classificar a noite negra de 1933 a 1974 como um tempo de era constitucional.

Mas nem todos os casamentos da fidalguia foram maus para o Reino. Fidalgas galegas, inglesas e castelhana desempenharam papel importante no estabelecimento da nossa independência como reino, como nação e país que somos.

(Imagens da Net)