quarta-feira, 24 de novembro de 2021

21.10.09

A cidade grande está cada dia mais longe. Nasci lá, num quarto. Numa rua que vai resistindo aos poderosos especuladores do imobiliário. Gente de coluna duvidosa mudaram-na de Freguesia. Nela não criei fortes raízes pois cedo fomos transplantados para a beira mar mais a norte. Neste outro tempo de agora encontrei nas raízes dos meus antepassados, raízes que também são minhas. Sempre longe da cidade grande vivo e sobrevivo recusando-me a fazer parte da “vara” que os senhores gostam de ter neste mundo idiota sob as suas ordens. Raízes em terras longes do mar de agora, onde os poucos que por aqui resistem ao avançar dos tempos teimam em manter-se vivos como um exemplo de outras vidas. É assim que a cidade grande vai ficando dia a dia mais desfocada no meu sentir da vida que no seu tempo constante passa por nós. O que por lá se passa e se diz são novelas bafientas dos muitos interesseiros que vivem anafados com as intrigas e guerras de manjerona criadas para entreterem o pessoal sentados no sofá a escutar o que os avençados mandarins da cultura mercantil do sistema lhes impõe à frente dos olhos e lhes injeta na conta bancária onde deixaram os seus neurónios pensantes para se converteram em especialistas manipuladores em nome dos seus amos sem usarem em público as suas saias, os seus aventais estando agora na moda o publicitar as suas opções de gostos amorosos. Sou uma ovelha ranhosa e tresmalhada do rebanho mas nunca irei pertencer à “vara” controlada pelos que manobram nos novos palácios do dinheiro da nossa triste e pobre vida.


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