quarta-feira, 24 de novembro de 2021

21.09.26 Votar


 

Poderia eu deixar de votar? Claro que não. Quem em 1969 ainda com 18 anos ajudou na Rua dos Fanqueiros a dobrar o boletim de voto da “CEUD-Comissão Eleitoral De Unidade Democrática” e ainda andou pela noite nos Olivais Sul a colocar boletins na caixa do correio, porque na farsa eleitoral que o Prof. Marcelo Caetano promoveu não havia boletins de voto nas mesas onde decorreram as eleições, a lei não previa que as forças oposicionistas constassem de um boletim de voto único, apenas os funcionários do Estado, os pides e a restante bufaria sem esquecer os legionários, o clero e amigos do sistema recebiam o boletim para irem votar na Acção Nacional Popular ou seja a antiga União Nacional de Salazar. Eram uma minoria os cidadãos recenseados fora dos atrás enunciados. Os oposicionistas teriam eles de fazer chegar às populações o seu boletim de voto. Era um tempo de igualdade à fascismo envergonhado.

Hoje não poderia deixar de ir votar e mesmo desiludido com o actual estado da política eram nove e meia da manhã já os três boletins estavam na urna de voto.

Não me admiro se a abstenção for elevada. As televisões, onde se incluiu um canal publico, tudo fizeram e fazem para que o desinteresse por estas eleições seja uma realidade. Votamos em eleições para os órgãos autárquicos municipais e juntas de freguesia mas nos muitos telejornais só nos davam imagens dos lideres partidários como se estivéssemos em campanha para outro órgão. Lideres partidários que durante estes dias usaram sempre a mesma cartilha uns na critica ao governo e o Primeiro Ministro sem gravata a favor das promessas governamentais. Os seus militantes e apoiantes candidatos raramente apareciam, excepção para dois candidatos por Lisboa. Os Movimentos de Cidadãos, exceptuando o da cidade do Porto, que concorrem em número crescente não tiveram um segundo de notícia mas um tal Ventura que concorre em algumas autarquias aparecia em todos os canais em todos os telejornais com tempo de antena igual ou superior a alguns partidos com representação parlamentar.

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