quarta-feira, 24 de novembro de 2021

21.10.08

Já não sei o que ando por cá a fazer. Talvez este seja um desandar sem marcha atrás. Um desandar consciente da minha insignificância. Do meu pouco interesse para a sociedade onde estou inserido. Apenas sirvo para servir e ajudar, mais nada. O meu olhar a vida pouco interessa aos que me rodeiam. As minhas necessidades, os meus sonhos, os meus gostos, a minha vida não lhes interessa, nada. Sei que estou a desandar recusando-me a enlouquecer embora a loucura por vezes ande a rondar o meu caminhar neste desandar que levo consciente do meu pouco valor. Vivo sobrevivo teimoso que sou. A memória é minha companhia. O recordar um ato contra o esquecimento do caminho percorrido.

Que posso eu fazer senão viver do meu jeito de olhar a vida. Todas as manhãs falo com as plantas e os catos. São eles os seres que agradecem a minha companhia. Ouço o seu agradecimento nas cores das suas folhas na saúde dos picos que os defendem. Depois destes momentos de cumplicidade volto a ouvir o barulho da vida que lá em baixo corre como se lhe faltasse alguma coisa para ser feliz. Então eu, elas e eles sorrimos porque partilhamos sentimentos em que só nos falta um pouco mais de Sol nesta pequena varanda virada a quase Norte. 

 

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