quinta-feira, 26 de abril de 2018

Viver é a palavra de ordem


Viver é a palavra de ordem.
Que interessa a fúria do mar se cada dia de vida representa um pequeno passo no longo caminho que há que percorrer até que tudo esteja resolvido, até que o veredito seja dado como curado.
Viver, livre e preso, é uma outra forma de levarmos a vida. Tudo passa a ser diferente depois de se ouvir o veredicto médico que a biopsia indicou. As cores deixam de ser simples, tudo adquire novos tons, novos sabores, o sentido da vida passa unicamente pela vontade, pelo desejo, de viver mais um dia, mais outro e assim sucessivamente.
Que importa agora a fúria do mar se os ventos já não alimentam as velas dos sonhos, agora só há lugar para um único sonho, viver e matar o filha da puta do mal que por causas que desconheço se instalou e habita comigo talvez há mais de um ano, mas de forma conhecida há sete meses.
Agora mais do que nunca caminho só, acompanham-me a minha sombra, o meu passado e o mal que dentro de mim se instalou sem avisar nem pagar renda. A par deste viver caminhando, o silêncio. Nele silenciosamente o sonho de viver sem outro horizonte que não seja vencer para poder cumprir com todas as obrigações que assumi e tenho que cumprir sem baixar os braços sem desistir, porque desistir, já a vida me ensinou que é palavra proibida...
Lá longe junto à fronteira o meu refúgio, o meu canto onde os meus antepassados celebram comigo a alegria de podermos estar juntos, mesmos que não os veja paira no ar a sua presença amiga e saudosa, o seu abraço de boas vindas.
Cada momento desta viagem é um milagre traduzido na alegria do canto das aves, dos odores das flores, no sabor dos frutos que saem da terra pobre mas amiga, da magia que a fúria do mar incute em nós quando o olhamos revolto nas asas do vento, do sabor da esperança, do querer continuar a viver!

quarta-feira, 25 de abril de 2018

25 de Abril


25 de Abril, o dia da Alegria, da Felicidade, o Natal dos amantes da Liberdade e da Democracia. O dia a partir do qual o Povo pode escolher pelo voto, uma cabeça um voto, os seus dirigentes e governantes. Um direito sagrado da República e da Democracia que o Movimento dos Capitães soube dar ao país sem nada pedir em troca.

Pena é que que ao longo destes quarenta e quatro anos, tenhamos escolhido alguns, não todos felizmente, alguns políticos autárquicos, parlamentares, governantes e presidenciais que não souberam honrar a ditosa Pátria que é Portugal, este jardim não muito florido à beira-mar de que tanto gostamos. Mas estamos sempre a aprender, tendo a Liberdade de podermos livremente mudar de opinião, como tal de voto.

Se um empresário, se um cidadão endinheirado, prefere receber suas receitas, ter os seus valores num off shore qualquer para fugir ao pagamento de impostos, tenho que aceitar essa atitude, não concordando sei que a lei permite que isso aconteça. Contudo, já é triste e revoltante que políticos, autárquicos, parlamentares, governantes e presidenciais, usem essas mesmas oportunidades que os off shores oferecem, para fugirem ao pagamento de impostos, para esconderem negócios presumivelmente mal cheirosos, e nos digam estar a sua acção política na defesa dos direitos do próprio Estado. Esses políticos não souberam, nem sabem respeitar o 25 de Abril e como tal não merecem o meu respeito e consideração.

Mas isto, não é culpa do 25 de Abril, nem sequer da Democracia e muito menos da Liberdade. A culpa é da sociedade, de todos nós, votantes e abstencionistas, porque o não votar é em si, um concordar com a maioria dos que votaram livremente. A culpa é de todos nós, porque deixámos que se instalasse na sociedade apenas e só a ideia de que “temos os nossos direitos”, e nos tenhamos esquecido de ensinar, de difundir, de lembrar que também “temos as nossas obrigações” seja em casa, no trabalho ou na sociedade onde estamos inseridos.

Criou-se a ideia fácil de que o 25 de Abril restituiu ao povo direitos fundamentais, esquecendo muitas vezes por interesses particulares, que não foi só e apenas essa restituição de direitos , mas também a restituição de deveres e obrigações fundamentais, porque uns e outros são complementares e indissociáveis.

Nos últimos anos as celebrações deste dia memorável arrastam-se pelos corredores de S. Bento sem chama nem brilho, longe daqueles que desde a primeira hora estiveram nas ruas ao lado e saudando os militares revoltosos. É a evolução dos tempos dizem-me... não sei mas desconfio...


terça-feira, 24 de abril de 2018

25 de Abril

Naquela madrugada a vida mudou em Portugal, nada voltou a ser como dantes. Alguns saudosistas dos tempos negros e pobres de então, animados pelas derivas populistas de direita que vão ganhando terreno eleição após eleição, quer na União Europeia, quer fora e ao redor dela, animados pelos blocos americanos e russos nas mãos de perigosos nacionalistas, começam a por em causa a madrugada libertadora de um povo, afirmando quer em livros, quer na comunicação social que a guerra em África estava ganha. Pura mentira, já que naquela guerra não havia lugar para vencedores, só para perdedores.
Pode-se discutir se a descolonização poderia ter sido de outra forma, pode-se mas na pratica foi como foi e de nada adianta hoje discutir o assunto. Os tais saudosistas ao procurem discutir o tema, fazem-no para atacar principalmente os militares que arriscando tudo nas suas carreiras e na sua vida, pois o regime de então não era nada humanista para com os opositores, decidiram por um ponto de ordem à Republica, terminando com o período negro de quarenta e oito anos de obscurantismo, de analfabetismo, de medos, de prisões com torturas macabras, um tempo onde poucos eram os cidadãos que tinham acesso à saúde quase gratuita, à educação para lá da primária, e à pensão de reforma, um tempo onde o Banco de Portugal tinha os cofres cheios de ouro para financiar a tal guerra mantendo o país longe da Liberdade e do Desenvolvimento Social, fazendo de mão dada com a igreja de então, a apologia de que a pobreza honrada era o caminho para o paraíso.
Estava em África, lá nas matas do Mumbué, quase nas terras do fim do mundo. Estávamos preparados para a inauguração de um novo quartel com casas, para os dois grupos de GE´s que a Companhia enquadrava. Havia notícias soltas de que algo se tinha passado no “Puto”, umas mais animadoras que indiciavam a vitória dos revoltosos, mas nós queríamos saber quem eram os tais “revoltosos”, que futuro nos esperava, outras mais pessimistas na boca do comerciante Pato que nos dizia serem os revoltosos comandados pelo General Kaúlza, e se assim fosse o futuro no mato seria mais longo do que nunca. Como as altas patentes militares programadas para a inauguração não chegaram e já estávamos a 26 de Abril, andavam muitas dúvidas e esperanças no ar.
Também na guerra as alterações foram profundas, vivendo-se a ansiedade de qual o futuro no caso de Angola, que posições iriam tomar as novas autoridades e ao mesmo tempo as estruturas mandantes dos movimentos inimigos. As operações militares continuaram, o mais difícil era manter a disciplina, o espírito de corpo nos grupos de combate. E agarrado ao rádio Crown em ondas curtas ouvia as notícias do meu país. Chorei ao ouvir na rádio a manifestação do 1º de Maio de 1974 e a 19 de Maio já estava em Luanda para vir passar o segundo período de férias a Portugal. Nesse dia na rotunda Serpa Pinto, salvo erro que ficava perto do Hotel Ka te Kero, decidi que se um dia tivesse uma filha ela se iria chamar Catarina, e assim foi.
Hoje o dia de amanhã é saudade, é nostalgia de um tempo onde tudo estava logo ali, um tempo maravilhoso de Esperança num Futuro risonho para todos os portugueses, mas a história não é feita de sonhos e hoje vivendo em Democracia, com Liberdade de Expressão, olhamos e vemos parte das mesmas famílias de então a manobrarem os cordelinhos com que regem as nossas vidas. Mas, mesmo assim valeu a pena tudo o que foi vivido, e hoje o País esta muito mas muito melhor do que então, não nos iludamos nem nos deixemos enganar pelos comentadores oficiosos ao serviço do “lucro ganancioso e sujo” ou de “nacionalismos aventureiristas”.
Foram os nossos antepassados que no século XV iniciaram as viagens que criaram as primeiras fundações da globalização do Planeta, para no século XX os nossos militares mostrarem ao Mundo que eles, militares de carreira, derrubaram uma ditadura para instalar a Democracia no país, dando logo a seguir de mão beijada o poder à sociedade civil.


«Não te iludas, nem cries mais ilusões», diz-me em silêncio a minha sombra.
Quase tudo aquilo que sonhaste não deixou de ser sonho e pouco mais.
Estás só e vais continuar só, mesmo vivendo acompanhado vais continuar só
Tu, eu, e aquilo que tu sonhas e idealizas, só a ti mais do que a mim, tua sombra, diz respeito.
Os outros? Querem saber de ti, quando precisarem de ti 
Não te iludas, nem cries mais ilusões

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Atento aos lobos em pele de cordeiro

Vejo gente ofendida com as declarações proferidas por um antigo primeiro ministro a um procurador e a um juiz em vídeos transmitidos por canais televisivos. Vídeos que deveriam estar no recato da justiça, mas que … alguém dentro do processo fez chegar às televisões para colocar cidadãos contra cidadãos, sempre no intuito de condenar publicamente em julgamento popular, não sei se a figura do antigo primeiro-ministro ou se a política do Estado Democrático.
Há muito que a figura do tal antigo primeiro ministro a mim não me diz nada, nem sim nem não antes um ignoro por não lhe reconhecer valor. Tinha ele dois ou três meses de mandato no primeiro governo que formou, tendo eu votado no seu partido, quando numa visita ao meu pai, seu votante e amigo, lhe disse, «pai, esse sujeito é mais cavaquista que o próprio cavaco», e não me enganei de todo. Por isso parafraseando o actual primeiro ministro, “à justiça o que é da justiça e à política o que é da política”, sendo que mais uma vez se vê, nota e sente, que a justiça não foi, não é e não será independente. Foi, é e será, o reflexo da luta que se travou, trava e travará nas classes dominantes da sociedade, daí o simples, certo e verdadeiro ditado popular «quem se lixa sempre é o mexilhão».
Outros indícios de crimes presumidamente cometidos por outros antigos políticos governantes, foram esquecidos numa gaveta e mandados arquivar, por procuradores e juízes da mesma organização do Estado, tudo em nome de uma Justiça que se queria transparente e inodora, mas que se apresenta opaca e mal cheirosa.
Daí ou daqui, a minha dúvida, se o que se pretende com todo este foguetório televisivo, é queimar na fogueira da opinião publica, apenas a figura da personagem em causa, ou pelo facto de o mesmo ter sido líder de um partido político de esquerda-ao-centro, se quer ir mais longe, fazendo crer nos incautos cidadãos que a presumida corrupção de que é acusado o antigo primeiro ministro, é ela em tudo e em todo, culpa do Estado Democrático, como se no tempo do salazarismo não tivesse existido corrupção.
Não dou pois para esse peditório, que até nesta época do ano me faz lembrar um pouco os acontecimentos que em Abril de 1506 ocorreram na cidade de Lisboa, com as devidas proporções no tempo, no método e no conteúdo. Não é por não dar para esse peditório, que vou deixar de ter opinião política, de gostar e me interessar pela política do nosso País e da União Europeia de que fazemos parte, o gosto dos ideais políticos vem de longe do tempo em que as paredes tinham ouvidos.
Quando os políticos por nós nomeados não prestam, ou se revelam o contrário do que acreditámos serem, só nos resta mudar de opinião, castigá-los nas próximas eleições e até lá estarmos atentos aos lobos em pele de cordeiro.

domingo, 22 de abril de 2018

Gosto de ter vivido o que vivi


Gosto de ter vivido o que vivi, com dores e alegrias sentidas, por vezes com medos à mistura, com amores e desamores, gosto de ter vivido o que vivi.
Tenho saudades do futuro, que com a sua incerteza me faz querer viver, chegar mais à frente na esfera do tempo para poder espreitar como é ou será a incerteza do mesmo.
Às vezes fico a olhar pela minha janela, aqui no meu canto, olho e fico pensando, se Charles Darwin não se equivocou na sua teoria da evolução das espécies, será que estaremos nós a viver os tempos de uma pré-revolução na evolução da nossa própria espécie?
Olho a janela e o azul do céu, depois olho o ecran, bato teclas para falar escrevendo, recuso-me a usar o aparelho do telemóvel para lá de telefone e máquina fotográfica, não quero ficar mais isolado do que esta forma de viver prisioneiro em que docemente nos transformamos, seres humanos isolados agarrados a máquinas frias para fugirmos do medo que nos isola e ao mesmo tempo nos alimenta enganando a esperança.
Gosto de viver o que vivi, mas a cada dia de vida, sinto dentro de mim esta luta crescente entre o querer ir espreitar o futuro e o medo de o ver metálico, frio, impessoal e sem emoções. Só a esperança de querer ver as netas e o neto crescerem me dá algum alento, para continuar a caminhar os trilhos armadilhados desta vida de hoje.

sábado, 21 de abril de 2018

Hoje mãe


Hoje mãe lembrei-me de ti de uma outra forma. Depois de fazer o meu passeio matinal com a Sacha, sim tenho mais um animal, desta vez uma pastora alemã ainda jovem que me dá muito trabalho e me faz ginasticar a paciência.
Hoje, dizia eu, acordei a pensar nuns carapaus fritos para o almoço e depois do passeio com a Sacha degustei o pequeno almoço, e dando corda aos sapatos lá fui eu para os supermercados a ver se encontrava os carapaus mais ou menos pequenos para o almoço. Fui tão cedo que o super ainda estava fechado, esperei e quando cheguei à banca do peixe fresco, olhei e li, «sarda, origem Peniche» logo me lembrei de ti, daqueles meses de Agosto na Consolação onde te levantavas para ires à praça ainda nós dormíamos, e sempre que encontravas sardas à venda, logo compravas uma para nós os dois a comermos, já que a restante família não comiam por a sarda ser peixe azul, coisas de alguns ribatejanos. Se cá estivesses come-la-íamos cozida com batatas, mas como já te foste desta viagem à muito, arranjei as duas, tirando-lhe as espinhas e temperei-as com sal, salsa, alho e sumo de limão, talvez grelhe os lombos, mas como tenho os carapaus para fritar e apetece-me um arrozinho de grelos não sei ainda como as vou degustar. Irei come-las a lembra-me dos nossos almoços. Já nem fui aos outros supermercados procurar por carapaus mais pequenos, a senhora disse-me que também eram do mar de Peniche e assim arrumei as compras do peixe. Onde estiveres irás sorrir porque eu não me esqueço das nossas coisas simples.

sexta-feira, 20 de abril de 2018

A minha preocupação és tu





A minha preocupação és tu. Enquanto eu puder, vamos os dois passear logo pela manhã, para tu chegares a casa como se não tivéssemos andado o que andamos, enquanto eu chego cansado, arrastando-me ao subir as escadas até ao terceiro andar para que possas ganhar massa muscular, eu já sem grandes forças lá sigo umas vezes à frente, outras atrás, porque tu me cansas e às vezes me tiras do sério, chego quase a perder a paciência contigo, quando queres saltar para as outras pessoas que se cruzam no nosso caminho, ou quando queres voar atrás dos pombos, das rolas, melros e passarada, bem te digo que tu não tens asas para poderes voar atrás deles, mas és teimosa e pensas, já que não consegues voar talvez consigas subir às árvores, por isso te digo coisas que não deveria dizer, grito e ralho contigo, parecendo mais um maluco, para logo depois mesmo sabendo que eu estou zangado, vires não só pedir uma festa, saltares e tentares dar aquela mordida suave que, com teus dentes finos de cinco meses são terríveis.
À noite ou ao fim da tarde lá vamos nós dois renovar o circuito que costumamos fazer, às vezes igual ao de manhã outras por outros caminhos, para que possas aprender a andar junto comigo. Não sou muito da educação só por estímulos positivos, porque tu esperta como és, pareces puxar a trela para eu te fazer parar e logo te sentas a olhar para o bolso onde levo os biscoitos da ordem. És esperta e sabes muito. Os nossos passeios nocturnos são sempre mais calmos, menos pessoas a cruzarem-se connosco e a passarada nos seus recantos a descansar. No final chegamos cansados de tal modo que, não sei quem se deixa dormir primeiro, se sou eu ou se és tu.
Quando fixas o teu olhar no meu e pões a cabeça de lado e depois do outro estabelecemos a nossa comunicação, ainda com alguns cortes ou interferências, mas já é pelos olhos que mais nos entendemos.

Quando ficamos em paz, dou comigo a pensar, como será, se ou quando, eu não puder andar contigo os nossos quilómetros diários? Fui eu que te escolhi, que culpa tens tu de seres como és? Que culpa terei eu em te ter escolhido? Porque me preocupo eu contigo?

Os enganos dos números


O país vive endividado, todos sabemos, mas isso não é desgraça apenas só nossa, é normal em economia, a maioria dos países vive de empréstimos quer seja dos seus concidadãos quer seja do mercado externo. A divida publica não sendo para pagar de imediato é contudo obrigação de quem governa saber geri-la a contendo de acordo com a riqueza que o próprio país produz. Com influência na sua gestão está pois o pensamento político ideológico. Normalmente os partidos políticos de direita e centro direita clamam para si medidas de gestão restritivas, os que se classificam do centro esquerda e de esquerda preferem medidas mais sociais, laxistas no dizer dos opositores à direita.
Nos últimos anos temos assistido a políticas macro-económicas que ajudam ao aumento das desigualdades salariais e sociais. O mundo do trabalho mudou muito nos últimos anos, e não querer ver isso, é simples miopia política de quem vive agarrado a dogmas, não se conseguindo libertar dos sonhos e utopias de contextos económicos e sociais muito diferentes dos actuais. As novas condições de trabalho que se geram no próprio mercado cada dia mais precário, acentuam ainda mais, essa desigualdade salarial. Como combater este estado de coisas, que por um lado cria desigualdades e tensões sociais e por outro obriga o Estado a alocar cada vez mais fundos no apoio a franjas da sociedade cada vez maiores?
Só pela educação e mesmo assim, levará alguns anos, até que ela produza efeitos na nossa sociedade, às portas da maior e mais rápida revolução industrial de sempre. Educação que terá de olhar o mundo a médio e longo prazo, deixando-se da média nas estatísticas, procurando antes promover o saber para as profissões de futuro. Não é, nem será fácil, mas é o caminho… que nos resta.
Ontem li na capa do Jornal Público que o Governo vai acabar com o corte de 5% nos gabinetes dos políticos quer na Presidência, quer no Governo, quer no Parlamento, quer nas Autarquias, acabando igualmente com as restrições nos prémios dos gestores públicos. Isto a ser verdade, mostra que, ou andam a apalpar a opinião pública, ou há diferentes pensamentos económicos dentro do próprio Governo. Um Governo de esquerda ao centro que por vezes troca as mãos pelos pés e vice versa.
Para quando o exemplo de boas medidas de gestão quer da divida publica, quer de uma política salarial para o mercado publico e privado, ser apanágio dos políticos assim como dos seus amigos gestores? Aprendi que o exemplo vem de cima, mas parece que já não é assim...

Desistir é palavra proibida


Mais uma vinda ao hospital, combinada no passado mês de Janeiro. Digamos que foi o segundo ciclo de uma tal vigilância activa, no possível controle da evolução do carcinoma pelo indicador psa. Não tendo vivido este tempo ansioso, a ansiedade só hoje, dia da consulta, me visitou depois de almoçar. Talvez o facto de não ter conseguido falar com o responsável da empresa de Braga tenha ajudado a criar este vazio que deixou aberta a porta por onde ela entrou e se instalou. Logo hoje quando na minha cabeça a decisão está tomada faltando apenas configurá-la com o jovem médico de 33 anos, que me assiste e em quem confio pela boa empatia criada desde a primeira consulta.
Se há três meses vivi a ansiedade do valor do psa, se tinha subido ou descido, face também às auto-experiências a que me submeti ao beber quase diariamente uma colher de chá com bicarbonato de sódio dissolvido num copo de água, neste ciclo deixei de lado o bicarbonato e umas outras gotas muito publicitadas via internet, igualmente deixei de tomar as cápsulas de cloridrato de tansulosina, químico farmacêutico prescrito pelos médicos, que tinham efeito secundário nos mamilos, fiquei-me por umas cápsulas da medicina alternativa, tipo Celeiro, de nome “ProstaLivium” e não me sinto mal, acabando as impressões dolorosas nos mamilos, assim como alguma dificuldade em urinar.
Também não entrei em ansiedade pelo valor do psa nas análises que fiz em Janeiro ter valor superior ao apurado no hospital em finais de Dezembro, não me assustei, não há resultados iguais em laboratórios diferentes, ainda para mais quando há diferença temporal no tempo em que se faz a colheita.
Agora independentemente do valor a decisão está tomada e acordada, sendo que o psa continua baixo e uma duvida e vontade me assalta, será que a minha consciência poderá vencer? A ver vamos, para já entrei na fila da lista de espera para a cirurgia e enquanto a hora não chega vou continuar a acreditar que se tudo é possível, talvez consiga vencer anulando o mal mesmo antes da cirurgia. A ver vamos!

Ao meu redor


 Neste final de tarde, levantando os olhos observo uma a uma as pessoas que estão sentadas como eu, nesta sala de espera do piso 3 no HVFX, aguardando que no ecran apareça o nosso numero de consulta. Olho-os e penso, que seria de nós se não existisse este “SNS Serviço Nacional de Saúde”, que com todas as insuficiências e problemas, é com a “Liberdade de Expressão” as duas maiores riquezas que mau grado todas as desilusões no pós 25 de Abril, ainda temos vivas e partilhamos.

São para mim os dois maiores bens conquistados graças ao golpe dos militares que dizendo basta aos antigos governantes do salazarismo, souberam depois, dar de mão beijada o poder à sociedade civil.
Só por isto, a frase tantas vezes gritada nas ruas, e actualmente tão incomodativa parece ser a tanta gente, tem razão para continuar a ser dita “25 de Abril Sempre”.

Outros sonhos de Abril terão perdido a validade, não porque não fossem justos, mas porque o mundo está em mudança acelerada, havendo que pensar e encontrar outras formas de luta e de sonhar essas utopias no tempo que se aproxima a alta velocidade.
A exiguidade na oferta de trabalho vai alterando substancialmente o modo de vida dos jovens, das futuras famílias, e assim o modo da sociedade no futuro. Hoje a produtividade depende cada vez menos do trabalho manual, linhas de produção onde antes eram necessários um número considerável de operários, funcionam hoje com dois ou três. Desenganem-se aqueles que pensam que não é preciso estudar, que o pai não estudou e tem uma vida razoável.
No futuro os conhecimentos nas velhas ciências da física, da matemática assim como de outras ciências modernas que delas derivaram, vão ter ainda mais peso no saber interagir com o mundo do trabalho e não só. Muitas profissões nas áreas dos serviço a exemplo do que acontece já na industria serão executadas por simples robots, deixando muitos dos jovens ansiosos e depressivos.
Se nos lembrarmos que a vida em sociedade é um enorme laboratório de vasos comunicantes, concluímos que isto anda tudo ligado, sendo o futuro uma incógnita de resultados desconhecidos e incertos, onde quem não estudar e se actualizar ficará no cais dos subsídios a ver o comboio das oportunidades a afastar-se cada vez mais longe.
Saber fazer jus ao “25 de Abril Sempre” é um desafio futuro, que terá de acompanhar as alterações da e na sociedade, porque os ideais que estiveram na sua origem, são o alimento constante das utopias que vamos criando na nossa própria consciência da realidade, e do nosso imaginário vindouro.


terça-feira, 17 de abril de 2018


Vivemos numa Republica das bananas, onde até estas são importadas. Ao mesmo tempo um Estado de Direito falso, vazio de verdade a demonstrar que também a verdade se pode enganar.
É certo que não vivemos este estado de coisas isolados ou sozinhos, a política do politicamente correto espalhou-se pelo planeta com o poder das televisões a formatarem as mentes de acordo com os standards definidos num tal clube restrito, sobrepondo-se às organizações que vinham de há muito lutando pelo domínio das nossas vidas, “as saias e os aventais”. Assim, o politicamente correto deu-nos a nós e a muitos outros países, uma classe de políticos, de dirigentes e funcionários todos centrados à volta da linha imaginária que podemos definir como a média, por isso todos parametrizados quer no pensamento quer na forma de vestir e de se deslocarem, sem grandes variações sensíveis que os possam diferenciar, no modelo pré formatado existente.
Nos últimos cinquenta anos, Pepe Mujica, no Uruguai foi a excepção, um caso isolado, um exemplo de político e de vida que saiu de presidente como entrou; talvez que ao pressentir os tentáculos invisíveis do sistema a aprisionarem-no tenha renunciado a um novo mandato, retirando-se para a sua quinta onde vive humildemente procurando lutar e ajudar os mais necessitados, a sua luta de sempre. Infelizmente logo foi esquecido por muitos outros dirigentes que se fazem passar por “homens de esquerda”. O seu exemplo não morreu, apenas hibernou até um dia em que volte a florir em qualquer outro país deste Planeta, porque a Esperança e a Utopia são eternas enquanto o planeta for habitado pela nossa espécie de humanos.
https://www.youtube.com/watch?v=MQLVcdD3GlU

segunda-feira, 16 de abril de 2018


A propósito da acção do placebo francês de seu nome e marca Macron. 
Eu sou um não alinhado, sou pela nossa independência livre de blocos militares sejam eles a ocidente ou a leste. Sou português e europeu, viemos de muito longe para podermos estar aqui de cabeça erguida.
A guerra existente na Síria nada tem a ver com direitos humanos, mas sim interesses económicos por detrás de questões geo-estratégicas, ou seja, a nova forma do colonialismo XXI. Em nome dos direitos humanos e da liberdade(?) instala-se primeiro a anarquia alimentando grupos rebeldes e extremistas noutras ocasiões chamados de terroristas, no intuito de derrubarem os poderes instalados, semeia-se o pânico nas populações para em nome do falso auxilio mandarem para lá tropas quase todas mercenárias, para assim venderem o stock de armas produzidas pelos seus arsenais económico – militares, subordinando desse modo a futura independência do poder pós guerra civil estrategicamente preparada e auxiliada.
Bashar al-Assad, não será flor que se cheire, nem é um democrata, já que governa a Síria como uma monarquia com mão de ferro. A sua imagem é a de um ditador, se é mais ou menos moderado, não sei, pois não acredito no que ouço e leio na nossa comunicação social. Mas no governo de Bashar al-Assad e anteriormente de seu pai Hafez al-Assad, os cristão tinham os seus locais de culto e faziam-no livremente, as mulheres podiam andar de cabeça destapada, estudar e até conduzir automóveis sem serem apedrejadas, julgadas e condenadas por desrespeito ao profeta. Qual o país árabe amigo dos americanos, ingleses e francesas naquela região, onde as mulheres estivessem tão próximas das mulheres ocidentais? Qual o país árabe amigo de americanos, ingleses e franceses naquela região, onde os cristão tivessem tanta liberdade de culto?
Hoje há bastantes indícios de que os famosos rebeldes extremistas muçulmanos, são ajudados e financiados pelos mesmos países que na noite de sexta para sábado decidiram fazer um exercício de fogo sobre interesses sírios, mais uma vez à revelia de todos os formalismos que o direito internacional e a ONU deveriam merecer. Países que já sentiram os seus cidadãos morrerem e ficarem marcados física e psicologicamente pelo terrorismo cultivado pela ideologia extremista desses mesmos grupos muçulmanos, agora considerados rebeldes em vez de terroristas. Eles querem dar a imagem de que são, o quero, posso, mando e faço, a ONU para eles não existe.
Que os américas comandados pelo seu louco às ordens de uns quantos falcões-generais, goradas que parecem estar as trincas com o louco norte-coreano, se tenham virado para a Síria para prosseguirem a sua política assassina de medo sobre os outros povos, não me admira, nem me admira tão pouco o despir da cueca da madame inglesa, mas não esperava que o placebo francês se baixasse de calças na mão ao louco americano, essa eu não esperava do pequenote Macron e fico imaginando as voltas que no túmulo do General de Gaulle terão ocorrido.
Com dirigentes assim como o pequenote Macron, que futuro terá a União Europeia? Quer gostemos ao não da forma como olham os outros países mais pequenos, temos de olhar um pouco mais para cima e ficar a aguardar que a senhora Merkel tome em mãos a bandeira da União Europeia, caso contrario o fim que alguns já vaticinam para esta Europa estará bem mais próximo.

domingo, 15 de abril de 2018


O plano e a saúde, a saúde e o crescimento, o crescimento e a estabilidade. Tantas palavras, tantos discursos sobre o tema, uns em ré menor, outros em dói maior, outros ainda sem musica nem sentido.
A velha economista quando fala da sua versão dos factos, cai o carmo e a trindade, aqui el-rei que a velha é agoirenta, que no anterior governo se manteve calada e agora que estamos numa de recuperação vem agoirar ao avisar que as cativações são coisas do passado. Como se as finanças publicas fossem um reino de certezas onde a engenharia dos números não tem aplicação ou lugar.
Com agoiro ou sem agoiro, com plano ou sem plano o certo é que a saúde é o exemplo vivo  vitima das tais cativações que a engenharia dos números têm fabricado. Agora que a chuva chegou e o betuminoso das estradas nacionais e municipais mostra o seu estado doentio, vamos ver se a empresa publica Infraestruturas de Portugal, S.A. terá verbas disponíveis para as tratar condignamente ou se as cativações a exemplo do que vai acontecendo na ferrovia serão prioridade para a manutenção dos números a apresentar em Bruxelas.
Triste é ver como políticos opositores se movimentam em correria populista, pegando em todas as pontas tristes que as cativações vêm produzindo. Ora é o atraso na contratação dos aviões para combate ao fogo, ora é a pediatria do S. João no Porto, faltando apenas correrem para o Meco e mergulharem nas ondas para provarem a culpa do Governo na morte triste dos turistas austríacos, que escolheram o sitio errado no dia errado para se divertirem no seu desporto favorito.
A política caminha assim docemente para um fim europeísta numa Europa que já não existe, vivendo de trincas, criando factos de substância real muito duvidosa, indo atrás de uma ilha que não lhe quer pertencer, uma Europa que esta mergulhada com culpas próprias na miséria em que o Ocidente transformou o Médio Oriente.
Quando os políticos europeus festejarem em Bruxelas o cumprimento de todos os países da tal política de crescimento e estabilidade com superavit orçamental em todos eles sem excepção, será que ainda haverá batatas, laranjas e maçãs europeias? Será que ainda haverá industrias produtivas produtoras de bens transacionáveis? Ainda haverá trabalho para quem quer e gosta de trabalhar? ou seremos todos um exercito de reformados e desempregados vivendo de subsídios cada vez mais exíguos comprando comida que nos chega em contentores vindos lá do sol nascente, vestindo roupas vindas, em outros contentores, dos países à volta do oceano indico, andaremos em carros produzidos pelos alemães fora da Europa, guardados por empresas subcontratadas por multinacionais americanas. Beberemos o vinho das nossas castas produzido em terras australianas, sul africanas e americanas por grandes multinacionais.
Será que no meio de todas estas políticas alguém se lembra de que nascemos para sermos felizes? Será que a Utopia não vai resistir a este caminhar para um suicido colectivo?


A minha preocupação és tu. Enquanto eu puder vamos os dois passear logo pela manhã, para tu chegares a casa como se não tivéssemos andado o que andamos, enquanto eu chego cansado, arrastando-me ao subir as escadas até ao terceiro andar para que possas ganhar massa muscular, eu já sem grandes forças lá sigo umas vezes à frente, outras atrás, porque tu me cansas e às vezes me tiras do sério, chego quase a perder a paciência contigo, digo-te coisas que não deveria dizer, para depois mesmo sabendo que eu estou zangado contigo vires não só pedir uma festa, como saltares e tentares dar aquela mordida suave que com teus dentes finos são terríveis.
Quando fixas o teu olhar no meu e pões a cabeça de lado e depois do outro comunicamos e logo ficamos em paz, ficando eu a pensar como será, quando eu não puder andar contigo os nossos quilómetros diários? Fui eu que te escolhi, que culpa tens tu de seres como és? Que culpa terei eu em te ter escolhido?


Nunca fui de modas, nem sou de modas. Não dou por isso importância alguma ao que me dizem ser a tendência das cores, dos feitios, quer seja no vestir como no calçar, que seja nos carros ou nos filmes de cinema. Nunca comprei um livro por ser best seller, não fui ver um filme ao cinema por ter ganho ou ter sido nomeado para os óscares, gostava tanto do cinema americano como do europeu onde pontificava o cinema italiano, francês e sueco. As modas, para mim, são apenas e só mais um instrumento desta sociedade de consumo, um instrumento inútil na vida, uma felicidade vazia na vida comum dos cidadãos. Não sou de modas nem nunca fui de modas.

sexta-feira, 13 de abril de 2018


Neste final de noite, sinto-me ainda mais distante do mundo que me rodeia, quero lá saber se foi ou não penalti, já pouco me importam os resultados do futebol, quero lá saber o que fez ou o que disse, o ministro do ambiente, da defesa, da agricultura ou o do plano, quero lá saber o que disseram os lideres da oposição, dizem todos a mesma coisa num tom diferenciado, consoante se esta no governo ou na oposição, há muito que não consigo ver as cores do arco-íris na política governativa, todos ou quase todos cinzentões. A cada dia que passa me sinto mais longe de tudo o que me rodeia.
Eu e o meu passado bebendo lembranças no silencio da noite, os lugares por onde andámos desde que me lembro de jogar à bola feita de trapos enrolados em meia velha de vidro das senhoras, de fugir à polícia por jogarmos à bola no meio da rua, das reguadas que apanhei na escola primária por não escrever a preceito no caderno de duas linhas e afinal andava doente de uma coisa que nunca mais lembrei o nome, eram outros tempos aqueles, não de respeito cívico-educativo mas sim de respeito pelo medo opressivo vivido por cada uma das famílias , as paredes têm ouvidos , dizia-se à boca fechada, não fosse um bufo, um pide, ouvir o que se falava e dizia inocentemente. Eu e as asneiras que fiz na vida, os amores tidos, os correspondidos e os não correspondidos, todos eles e tudo nesta noite me fazem companhia, eles e eu neste silêncio da noite que até incomoda o zumbido a cada dia mais forte do ouvido direito, já pouco ouve mas teima em cantar esta melodia zumbida quando no silêncio da noite converso com o meu passado.

quarta-feira, 4 de abril de 2018










   Para um bom ano agrícola é decisiva a influência da chuva

É desejada nos meses de Abril e Maio;
Em Abril, águas mil, coadas por um mandil;
Uma água de Maio e três de Abril, valem por mil;
Duas de Abril e uma de Maio fazem andar a junta e o carro
Março e Abril chuvoso fazem o ano formoso
Porém já o mesmo não acontece em Junho:
Chuva de S. João, tira vinho e azeite e não dá pão
Ano de nevão, ano de muito pão”

Ouço notícias que apontam para a chegada de mais uma tempestade, agora na modernice de que dando-lhe um nome, as pessoas prestam mais atenção, às previsões e aos cuidados. Isto é apenas e só uma nova ideia, uma nova forma de tirar a água do capote, tal o receio de que a natureza nos possa surpreender com alguma carga de água anormal puxada a vento.
Deveria ser decretado, que nas rádios e televisões nunca se referissem à chuva, como mau tempo, já que sem ela a nossa vida não seria nunca da forma como a conhecemos. A chuva é etapa importante no ciclo de renovação da água no universo do nosso planeta, sem ela a vida acabará rapidamente, e não pensem que a alternativa será a água do mar.


Andavam calados, em silêncio, caminhavam na sua grande maioria pela pagina social de cabeça baixa como se tudo o que vem acontecendo na sua amada instituição fosse normal e corriqueiro. Bastou, os dois adversários maiores, perderem os dois no mesmo final de semana e eis que levantaram a cabeça, não para olharem para a vergonhosa gestão que graça na sua instituição, mas para de provocação em provocação mostrarem aos adversários quem manda. Pouco importa se o golo é metido com o pé, com a cabeça, com o favor do arbitro ou de quem na sombra manobra a arbitragem, o que importa é o resultado final dentro das quatro hipotéticas linhas. Viva o futebol! Viva o ópio sagrado do povo!

Os outros, das outras duas instituições, publicavam a toda a hora comentários e vídeos, alguns provocatórios muito para lá da disputa clubística, comentários e vídeos infantilmente utilizados como armas de arremesso na guerra que os dirigentes das três instituições promovem e alimentam, como se não fosse nada com eles, pessoas de uma honestidade acima toda a prova para lá da própria morte, tendo com eles, a conivência das autoridades desportivas e governamentais, em nome de todo um negócio de muitas mais ilegalidades aprovadas superiormente, do que legalidades em prol da sã e verdadeira disputa de um jogo de futebol, de onze contra onze.
Amigos que se ofendem com comentários, por causa das negociatas que germinam à volta do futebol, é triste. Todos de certa forma embebedados na lama podre que tomou conta do bonito e saudável jogo de futebol.
O que era espectáculo transformou-se em guerra. O que era o convívio amigável de ir à bola, passou a ser um evento quase perigoso, onde os amigos de clubes diferentes têm de ficar em “jaulas” separadas . Tudo em nome de um espectáculo-negócio, onde as instituições se deixaram prender e afundar ao serviço de gente bem vestida mas de moral e ética muito escura e duvidosa.
Já dei para este peditório. Infelizmente, até o clube onde fui sócio por vinte e quatro anos tem o tal negócio do futebol SAD nas mãos de gente que até ao diabo metem medo.
Já não dou mais para tal peditório e só lamento que havendo instalações pomposamente designadas por Casa do Futebol, tenham os responsáveis do futebol nacional, de alguns poucos clubes e responsáveis políticos, levado o assunto da violência no desporto-futebol para a Assembleia da Republica.
A Casa da Democracia, a Casa da Liberdade do Povo Português merece muito mais respeito do que o triste espectáculo que políticos e agentes desportivo deram ao país, quando são eles mesmos de forma passiva e activa os promotores da actual situação em que se transformou o desporto nacional em sentido lacto.