sexta-feira, 20 de abril de 2018

Os enganos dos números


O país vive endividado, todos sabemos, mas isso não é desgraça apenas só nossa, é normal em economia, a maioria dos países vive de empréstimos quer seja dos seus concidadãos quer seja do mercado externo. A divida publica não sendo para pagar de imediato é contudo obrigação de quem governa saber geri-la a contendo de acordo com a riqueza que o próprio país produz. Com influência na sua gestão está pois o pensamento político ideológico. Normalmente os partidos políticos de direita e centro direita clamam para si medidas de gestão restritivas, os que se classificam do centro esquerda e de esquerda preferem medidas mais sociais, laxistas no dizer dos opositores à direita.
Nos últimos anos temos assistido a políticas macro-económicas que ajudam ao aumento das desigualdades salariais e sociais. O mundo do trabalho mudou muito nos últimos anos, e não querer ver isso, é simples miopia política de quem vive agarrado a dogmas, não se conseguindo libertar dos sonhos e utopias de contextos económicos e sociais muito diferentes dos actuais. As novas condições de trabalho que se geram no próprio mercado cada dia mais precário, acentuam ainda mais, essa desigualdade salarial. Como combater este estado de coisas, que por um lado cria desigualdades e tensões sociais e por outro obriga o Estado a alocar cada vez mais fundos no apoio a franjas da sociedade cada vez maiores?
Só pela educação e mesmo assim, levará alguns anos, até que ela produza efeitos na nossa sociedade, às portas da maior e mais rápida revolução industrial de sempre. Educação que terá de olhar o mundo a médio e longo prazo, deixando-se da média nas estatísticas, procurando antes promover o saber para as profissões de futuro. Não é, nem será fácil, mas é o caminho… que nos resta.
Ontem li na capa do Jornal Público que o Governo vai acabar com o corte de 5% nos gabinetes dos políticos quer na Presidência, quer no Governo, quer no Parlamento, quer nas Autarquias, acabando igualmente com as restrições nos prémios dos gestores públicos. Isto a ser verdade, mostra que, ou andam a apalpar a opinião pública, ou há diferentes pensamentos económicos dentro do próprio Governo. Um Governo de esquerda ao centro que por vezes troca as mãos pelos pés e vice versa.
Para quando o exemplo de boas medidas de gestão quer da divida publica, quer de uma política salarial para o mercado publico e privado, ser apanágio dos políticos assim como dos seus amigos gestores? Aprendi que o exemplo vem de cima, mas parece que já não é assim...

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