quarta-feira, 25 de abril de 2018

25 de Abril


25 de Abril, o dia da Alegria, da Felicidade, o Natal dos amantes da Liberdade e da Democracia. O dia a partir do qual o Povo pode escolher pelo voto, uma cabeça um voto, os seus dirigentes e governantes. Um direito sagrado da República e da Democracia que o Movimento dos Capitães soube dar ao país sem nada pedir em troca.

Pena é que que ao longo destes quarenta e quatro anos, tenhamos escolhido alguns, não todos felizmente, alguns políticos autárquicos, parlamentares, governantes e presidenciais que não souberam honrar a ditosa Pátria que é Portugal, este jardim não muito florido à beira-mar de que tanto gostamos. Mas estamos sempre a aprender, tendo a Liberdade de podermos livremente mudar de opinião, como tal de voto.

Se um empresário, se um cidadão endinheirado, prefere receber suas receitas, ter os seus valores num off shore qualquer para fugir ao pagamento de impostos, tenho que aceitar essa atitude, não concordando sei que a lei permite que isso aconteça. Contudo, já é triste e revoltante que políticos, autárquicos, parlamentares, governantes e presidenciais, usem essas mesmas oportunidades que os off shores oferecem, para fugirem ao pagamento de impostos, para esconderem negócios presumivelmente mal cheirosos, e nos digam estar a sua acção política na defesa dos direitos do próprio Estado. Esses políticos não souberam, nem sabem respeitar o 25 de Abril e como tal não merecem o meu respeito e consideração.

Mas isto, não é culpa do 25 de Abril, nem sequer da Democracia e muito menos da Liberdade. A culpa é da sociedade, de todos nós, votantes e abstencionistas, porque o não votar é em si, um concordar com a maioria dos que votaram livremente. A culpa é de todos nós, porque deixámos que se instalasse na sociedade apenas e só a ideia de que “temos os nossos direitos”, e nos tenhamos esquecido de ensinar, de difundir, de lembrar que também “temos as nossas obrigações” seja em casa, no trabalho ou na sociedade onde estamos inseridos.

Criou-se a ideia fácil de que o 25 de Abril restituiu ao povo direitos fundamentais, esquecendo muitas vezes por interesses particulares, que não foi só e apenas essa restituição de direitos , mas também a restituição de deveres e obrigações fundamentais, porque uns e outros são complementares e indissociáveis.

Nos últimos anos as celebrações deste dia memorável arrastam-se pelos corredores de S. Bento sem chama nem brilho, longe daqueles que desde a primeira hora estiveram nas ruas ao lado e saudando os militares revoltosos. É a evolução dos tempos dizem-me... não sei mas desconfio...


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