domingo, 15 de abril de 2018


O plano e a saúde, a saúde e o crescimento, o crescimento e a estabilidade. Tantas palavras, tantos discursos sobre o tema, uns em ré menor, outros em dói maior, outros ainda sem musica nem sentido.
A velha economista quando fala da sua versão dos factos, cai o carmo e a trindade, aqui el-rei que a velha é agoirenta, que no anterior governo se manteve calada e agora que estamos numa de recuperação vem agoirar ao avisar que as cativações são coisas do passado. Como se as finanças publicas fossem um reino de certezas onde a engenharia dos números não tem aplicação ou lugar.
Com agoiro ou sem agoiro, com plano ou sem plano o certo é que a saúde é o exemplo vivo  vitima das tais cativações que a engenharia dos números têm fabricado. Agora que a chuva chegou e o betuminoso das estradas nacionais e municipais mostra o seu estado doentio, vamos ver se a empresa publica Infraestruturas de Portugal, S.A. terá verbas disponíveis para as tratar condignamente ou se as cativações a exemplo do que vai acontecendo na ferrovia serão prioridade para a manutenção dos números a apresentar em Bruxelas.
Triste é ver como políticos opositores se movimentam em correria populista, pegando em todas as pontas tristes que as cativações vêm produzindo. Ora é o atraso na contratação dos aviões para combate ao fogo, ora é a pediatria do S. João no Porto, faltando apenas correrem para o Meco e mergulharem nas ondas para provarem a culpa do Governo na morte triste dos turistas austríacos, que escolheram o sitio errado no dia errado para se divertirem no seu desporto favorito.
A política caminha assim docemente para um fim europeísta numa Europa que já não existe, vivendo de trincas, criando factos de substância real muito duvidosa, indo atrás de uma ilha que não lhe quer pertencer, uma Europa que esta mergulhada com culpas próprias na miséria em que o Ocidente transformou o Médio Oriente.
Quando os políticos europeus festejarem em Bruxelas o cumprimento de todos os países da tal política de crescimento e estabilidade com superavit orçamental em todos eles sem excepção, será que ainda haverá batatas, laranjas e maçãs europeias? Será que ainda haverá industrias produtivas produtoras de bens transacionáveis? Ainda haverá trabalho para quem quer e gosta de trabalhar? ou seremos todos um exercito de reformados e desempregados vivendo de subsídios cada vez mais exíguos comprando comida que nos chega em contentores vindos lá do sol nascente, vestindo roupas vindas, em outros contentores, dos países à volta do oceano indico, andaremos em carros produzidos pelos alemães fora da Europa, guardados por empresas subcontratadas por multinacionais americanas. Beberemos o vinho das nossas castas produzido em terras australianas, sul africanas e americanas por grandes multinacionais.
Será que no meio de todas estas políticas alguém se lembra de que nascemos para sermos felizes? Será que a Utopia não vai resistir a este caminhar para um suicido colectivo?

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