O
plano e a saúde, a saúde e o crescimento, o crescimento e a
estabilidade. Tantas palavras, tantos discursos sobre o tema, uns em
ré menor, outros em dói maior, outros ainda sem musica nem sentido.
A
velha economista quando fala da sua versão dos factos, cai o carmo e
a trindade, aqui el-rei que a velha é agoirenta, que no anterior
governo se manteve calada e agora que estamos numa de recuperação
vem agoirar ao avisar que as cativações são coisas do passado.
Como se as finanças publicas fossem um reino de certezas onde a
engenharia dos números não tem aplicação ou lugar.
Com
agoiro ou sem agoiro, com plano ou sem plano o certo é que a saúde
é o exemplo vivo vitima das tais cativações que a engenharia dos
números têm fabricado. Agora que a chuva chegou e o betuminoso das
estradas nacionais e municipais mostra o seu estado doentio, vamos
ver se a empresa publica Infraestruturas de Portugal, S.A. terá
verbas disponíveis para as tratar condignamente ou se as cativações
a exemplo do que vai acontecendo na ferrovia serão prioridade para a
manutenção dos números a apresentar em Bruxelas.
Triste
é ver como políticos opositores se movimentam em correria
populista, pegando em todas as pontas tristes que as cativações vêm
produzindo. Ora é o atraso na contratação dos aviões para combate
ao fogo, ora é a pediatria do S. João no Porto, faltando apenas
correrem para o Meco e mergulharem nas ondas para provarem a culpa do
Governo na morte triste dos turistas austríacos, que escolheram o
sitio errado no dia errado para se divertirem no seu desporto
favorito.
A
política caminha assim docemente para um fim europeísta numa Europa
que já não existe, vivendo de trincas, criando factos de substância
real muito duvidosa, indo atrás de uma ilha que não lhe quer
pertencer, uma Europa que esta mergulhada com culpas próprias na
miséria em que o Ocidente transformou o Médio Oriente.
Quando
os políticos europeus festejarem em Bruxelas o cumprimento de todos
os países da tal política de crescimento e estabilidade com
superavit orçamental em todos eles sem excepção, será que ainda
haverá batatas, laranjas e maçãs europeias? Será que ainda haverá
industrias produtivas produtoras de bens transacionáveis? Ainda
haverá trabalho para quem quer e gosta de trabalhar? ou seremos
todos um exercito de reformados e desempregados vivendo de subsídios
cada vez mais exíguos comprando comida que nos chega em contentores
vindos lá do sol nascente, vestindo roupas vindas, em outros
contentores, dos países à volta do oceano indico, andaremos em
carros produzidos pelos alemães fora da Europa, guardados por
empresas subcontratadas por multinacionais americanas. Beberemos o
vinho das nossas castas produzido em terras australianas, sul
africanas e americanas por grandes multinacionais.
Será
que no meio de todas estas políticas alguém se lembra de que nascemos para sermos felizes? Será que a Utopia não vai resistir a este
caminhar para um suicido colectivo?
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