Mantenho
as minhas dúvidas quanto à necessidade de termos uma companhia
aérea bandeira. Falam os defensores dessa estratégia dos benefícios
que a mesma tem na economia mas, esquecem ou ignoram os elevados
custos suportados para a obtenção desses benefícios.
Não
conheço nenhum dos gestores da TAP. Não conheço nem tenho
conhecimentos para avaliar a sua capacidade técnica para o cargo,
mas não gosto da sua atitude face às notícias que são difundidas
de aumentos salariais; a excepção será a remuneração do actual
líder nomeado para presidir à gestão da empresa. Acho
exagerado a remuneração do CEO, mesmo sem aumento, atendendo aos
resultados de exploração, à situação de pré - falência da
empresa onde o seu papel, contributo e
desempenho tem sido
mais um custo pesado que um leve benefício. Enquanto os líderes da
empresa não interiorizarem que devem ser eles os primeiros a darem o
exemplo (baixando também as suas remunerações, por exemplo… e
nem falo nas mordomias) a coisa não avança e, se a
coisa não avança
nada de bom nos espera enquanto contribuintes indirectos para a
manutenção de alguns "tachos" e
empregos improdutivos
lesivos da nossa saúde pública.
Uma
outra dúvida tenho. Na tal comissão de vencimentos que propôs os
aumentos para os gestores administradores o accionista Estado tem
assento? Se tem, o seu representante ou representantes já colocaram
o lugar à disposição do Ministro? Ou este triste folhetim não
passa de mais uma guerra de interesses entre as facções internas do
partido que nos governa? O Ministro que tutela a empresa tem muitos
falsos-amigos no seu partido político, sem esquecer os que
frequentam o palácio em Belém, daí as minhas dúvidas. Mas se o
Ministro tinha conhecimento e avalizou, então, cometeu um erro
primário.
Deixando
os problemas à volta das asas da TAP, a cena que se passou em Évora
com a escolta ao transporte das vacinas para o Hospital, só se dá
por culpa da falta de coragem política deste e de todos os
anteriores ministros e governos incapazes que foram e têm sido em
reformar numa só estrutura de comando as duas forças de segurança
interna onde ao fim de 46 anos de democracia ainda se vislumbram
resquícios do 24 e 23 de Abril de 1974. Triste cena aquela a dar aso
e matéria aos politiqueiros peçonhentos que vão medrando nos
canais televisivos.
Por
falar nas vacinas concordo com a estratégia aplicada. Primeiro todos
os profissionais de saúde que estão na frente de combate nos
hospitais públicos do nosso SNS. O aldrabão político do bastonário
da OdM talvez por constar do quadro de pessoal do HS João,
aproveitou logo a oportunidade para tomar a vacina. Terá o sujeito
medo que venham a faltar vacinas? Ainda bem que a sra Ursula
Von der Leyen
que preside e bem à UE
centralizou a contratação das vacinas na estrutura da própria
União Europeia, senão o que não seria dito e redito a todas as
horas pelos jornalistas e politiqueiros peçonhentos das nossas
televisões.
Estiveram
bem os deputados do PSD, PS, PCP e BE recordando ao eunuco Ventura as
suas próprias e inflamadas
palavras aquando do anúncio da sua candidatura à Presidência da
República, afirmando na altura, perante as câmaras televisivas que
iria ser candidato mas não se demitiria das suas funções de
deputado. Não passa
de mais um eunuco com
lugar garantido no pódio dos maiores aldrabões conhecidos na
actualidade.
Por
falar no eunuco Ventura que se apresenta numas eleições
Presidenciais com ambições a ser Primeiro Ministro, é também
cómico e por vezes triste ouvir as declarações de gente com imagem
e ou responsabilidades políticas no partido político que nos
governa trocarem as mãos pelos pés e vice-versa em declarações de
um «striptease»
trapalhão
para justificarem o voto nestas eleições presidenciais no actual
presidente-e-candidato. Estas ou aquelas personagens que se acham
socialistas do dito socialismo moderno auto
proclamados apoiantes do candidato-presidente são
tão de esquerda como eram sociais-democratas os deputados
constituintes da antiga
Acção
Nacional Popular de Marcelo Caetano que depois se auto-designaram por
"Ala
Liberal". Gente
do “centro híbrido” que estão sempre dispostos a servirem quem
lhes possa cheirar a poder. Mas
é o que temos.