Por
defeito encontro-me quase sempre em contra-mão, respeitando contudo
as regras do transito quando sentado ao volante ou quando dou corda
aos meus sapatos e ando pelas ruas do meu país.
Foi
ou é assim que nas últimas presidenciais o candidato do meu voto ou
ficou em último ou em penúltimo, mas pouco me importa, em
consciência não desperdicei a minha oportunidade de me exprimir
democraticamente.
Na
noite de domingo, no intervalo do espectáculo Valencia –
Barcelona, ouvi um dos muitos políticos transformados em
comentadores televisivos que fazem campanha na TV. Ouvi parte das
suas opiniões que o meu fígado começa a não ter saúde para muita
opinião. Fiquei de certo modo contente com as classificações dos
ministros actuais que ele lá botou com ares de certeza única.
Contente, porque na quase maioria absoluta sou divergente e isso
deixou-me satisfeito comigo mesmo.
A
economia mexe, dá passos seguros de crescimento aproveitando as
conjunturas dos vários mercados com os quais temos relações
comerciais, pese embora o investimento publico seja bastante anémico
e não se possa atribuir ao mesmo o efeito alavanca do crescimento
económico. Devagar vai crescendo e nota-se algum azedume quando
esses políticos comentadores e seus amigos têm de falar no
crescimento da economia, talvez por isso façam das desgraças que
nos aconteceram casos relevantes na política interna.
Que
eu saiba há um Ministério e como tal um Ministro que desde a tomada
de posse foi sempre criticado, até enxovalhado por vezes na
comunicação televisiva. Um homem, um professor, um político do
qual gosto, faz o seu trabalho diário quase sempre longe dos
holofotes televisivos e revisteiros, de forma serena, eficaz como se
vê, num caminho que até agora tem bons resultados. Outros recebem
louros mas ele lá continua fazendo o seu trabalho dentro dos
condicionalismos que a política económica que Bruxelas nos dá. Para
mim dos melhores ao contrário do que divulgou tal político
comentador.
Ao
contrário do da Economia já o ministro das obras e afins parece
gostar dos holofotes televisivos. Fala muito das obras publicas mas
de tanto falar ainda não fui capaz de compreender o que é que ele
pensa sobre a ferrovia, que modelo vamos ter, vamos ficar
«orgulhosamente sós» ou vamos aderir à bitola europeia ? A nova
linha de Sines à fronteira do Caia, para impulsionar o Porto de
Sines como vai ser construida, em que modelo de carris? Outras
duvidas prendem-se com a eterna questão do aeroporto de Lisboa e
qual o poder que o seu Ministério têm perante os interesses da
empresa estrangeira que gere infelizmente os nossos aeroportos?.
Outras situações importantes envolverão o seu Ministério como as
barragens face às alterações climáticas, o novo hospital central
de Lisboa oriental, isto é, trabalho em parceria com os outros
Ministérios envolvidos nas decisões a tomar não lhe falta e um
pouco mais de recato talvez lhe fizesse bem e lhe permitisse ter
ideias claras sobre o futuro.
Quanto
às auto-estradas como o país esta cheio de betuminoso, não podendo
pelas características das mesmas, exportar algumas em
ultra-sub-aproveitamento que ideias terá para reverter algum dos
encargos que as mesmas nos custam?