terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

À beira Tejo









Andando pelos trilhos à beira Tejo neste acordar da manhã, vejo os patos na ribeira, outras aves que desconheço o nome, a passarada chilreando de um e do outro lado do caminho deixando a minha amiga tonta sem saber para que lado se focar, só os patos a deixavam ficar olhando, descobrindo coisas novas.
Por cima de nós de forma cadenciada passam os aviões que levantam voo na Portela, mas já vão bem altos para os seus destinos distantes.
Toda a zona ribeirinho do rio é um paraíso para as muitas espécies de aves que vivem felizes neste habitat sejam elas residentes ou de arribação. Para elas não existe a disputa de mais lucros, desconhecem o que é moeda, não precisam dela para apanhar um inseto, uma minhoca que se descuidaram. Conhecem todavia os malefícios que a poluição fabricada pelos estranhos bichos de duas patas com duas asas penduradas que mexem sem conseguirem voar, lhes causam, mas adaptando-se lá vão sobrevivendo livres e contentes pelo canto com que nos presenteiam, sem impostos, taxas ou direitos de autor. Vivem para serem felizes na natureza.
Nesta comunhão de cores e sons, nesta margem do rio, olha-se para a outra margem lá mais a jusante onde os perversos animais de duas patas com duas asas que mexem mas não levantam voo, em vez de protegerem o paraíso maior que por lá o rio proporciona a milhares de espécies, de com esse mesmo paraíso que a natureza oferece graciosamente, promoverem o turismo de natureza, a educação e o saber dos jovens com visitas de estudo para observarem em locais estratégicos quão bonita é a mãe Natureza, não senhor, olhando apenas é só aos interesses obscuros da ganância do lucro, fazem planos pagos a peso de ouro, com o dinheiro dos contribuintes ou da dívida pública, para destruir esse mesmo paraíso de milhares de seres vivos. Com falas ora mansas ora convincentes querem-nos convencer que não há outra solução melhor do que substituírem os flamingos naturais por outros motorizados de muita potência e muito maior poluição ambiental.
Como pode o Ministro do Ambiente ficar calado ao erro anunciado e promovido pelo colega do Planeamento e Infraestruturas, que em três anos de actividade, para além de aparecer nas televisões a anunciar a abertura de concursos de obras públicas, anunciar o vamos fazer acusando o anterior Governo de nada ter feito, vem agora querer impor uma solução que técnicos altamente credenciados como seja o antigo presidente do Laboratório de Engenharia Civil e ex-bastonário da Ordem dos Engenheiros põem em causa. Tão fraca, quase maliciosa a sua argumentação que chega ao ponto de dizer que a escolha por si apontada também era a escolha do tal Governo que antes acusava.
O tal aeroporto de Alcochete a minutos de voo, estava projectado para quatro fases, tinha todos os estudos feitos, só não agradava a alguns lobistas em São Bento e Belém e não havia dinheiro nem crédito. Agora que o crédito existe, propõem-se gastar-se mais uns milhões num apeadeiro aéreo sem futuro, contra os estudos ambientais, porque? Que interesses escondidos existem para se procurar remendar em vez de começar a construir o futuro?

Que o Ministro do Ambiente não gosta do Rio Tejo já o sabemos desde Almaraz, passando por Vila Velha de Ródão, mas que faz andar tão nervoso o Primeiro Ministro, um político sagaz e esperto que soube transformar uma derrota política numa vitória? Será que está a sentir o opositor, corredor de fundo, a aproximar-se? … não quero acreditar!

E a Europa aqui tão perto


Cabeças de lista para as eleições europeias de partidos não euro-cépticos.
Dois deles votaram à pouco tempo na escolha do líder para o agrupamento político europeu a que pertencem, no candidato mais à direita, mais neoliberal, um populista próximo dos nacionalismos emergentes. Por fim o partido que se afirma do centro com aproximações à social-democracia tem como cabeça de lista um “Não candidato”, um ministro ou ex-ministro que em três anos passou entre os pingos da chuva prometendo o lançamento do concursos e obras públicas sempre para se realizarem não se sabe é quando, ajudando assim o colega das Finanças na obtenção forçada dos objectivos, com as célebres e tristes cativações.
Para a Europa não voto em partidos euro-cépticos.
Ainda há quem me diga que temos de votar contra o movimento populista europeu. Sim irei votar. Só não votei uma única vez para umas presidenciais. O líder estava escolhido pelo “centrão”, aproveitei e fui adiantar trabalho na empresa onde trabalhava.
Vou votar sim, um voto de protesto pela qualidade do trabalho que tem desenvolvido os deputados europeus. Voto por uma outra União Europeia necessária e urgente, onde o humanismo se sobreponha aos rácios frios das contas publicas. Uma União Europeia que saiba olhar para os outros blocos e países sem sobranceirismos, por forma a encontrar o caminho que a possa manter ainda na frente do pelotão mundial.
Contudo vou ver e ouvir se na campanha eleitoral, se vai discutir a Europa ou se vão querer apenas discutir quais “lavadeiras” as questões nacionais.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Sonhador?

 










Sou um cidadão sonhador, utópico em alguns temas que mexem e condicionam a nossa vida colectiva em sociedade.
Um cidadão que aprendeu para lá da escola, a ler nos livros aos quadradinhos, nos jornais e nas entrelinhas destes, mas também nas imagens que olha e escuta, nas palavras ditas.

Um cidadão que investe em si para fugir do fanatismo, que hoje grassa na sociedade perante políticos submissos que se vergam aos interesses dos grandes da finança, da economia e da descarada lavagem de dinheiro nas barbas de todos nós.
Um cidadão pacifista que não renega a guerra como meio para alcançar a paz, embora saiba que a mesma não faz sentido. Que não tem vergonha de se dizer de esquerda, independente de partidos políticos, que entrou na política em 1969 e, em 1977 saiu dela para caminhar na outra margem, mas sempre atento às políticas e aos políticos, tendo amigos em quase todos os partidos. Como europeísta moderado nunca votei em partidos eurocéticos para o Parlamento Europeu.

Um cidadão que é pelo poder da autoridade do Estado democrático, defensor de um sector público forte, actuante em benefício de todos, onde as escolhas dos funcionários e trabalhadores sejam independentes das “cunhas” partidárias.
Um cidadão que defende a existência de uma única Lei do Trabalho (onde as condições e segurança sejam iguais no sector público às existentes no sector privado), que diz não à existência de trabalhadores de primeira e de segunda.
Um cidadão hoje infelizmente mais descrente da imparcialidade que existe quer na Justiça, quer no Ministério Público.
Cidadão que renega o clientelismo político, existente na promoção dos “engraxadores” e “lambe botas” a cargos políticos e outros bem remunerados por via dos amigos da política, abrindo dessa forma com esses comportamentos, os portões ao populismo direitista e saudosista do antes de Abril.

Não é o meu voto em branco que abre o caminho aos populistas italianos, polacos, húngaros e outros que ainda vestem fatinhos de democratas, que por cá também os há e, bem falantes por sinal.
Eu vou exercer o meu dever cívico, mas como protesto pelas escolhas políticas tomadas pela U. E. não só em relação à Venezuela, mas também à Síria, ao Iraque, à falsa Primavera Árabe (Egipto, Líbia…), ao genocídio que ocorre Iémen levado a cabo pela Arábia Saudita, à aceitação e subjugação no seio da comunidade europeia dos princípios retrógrados e de ofensa à dignidade da mulher pelo islamismo, que sabemos não ser apenas e só mais uma religião, antes um meio, um instrumento político atroz, onde o fanatismo se cultiva e desenvolve de forma exponencial na própria U.E. como represália aos constantes ataques que os países muçulmanos têm sofrido às mãos do Ocidente com a complacência da União Europeia e do seu Parlamento. Não gosto de uma U.E. cuja estratégia seja a de acompanhar os constantes erros geopolíticos cometidos pelos Estados Unidos.

E, votando em branco espero que o meu voto seja respeitado. Não deixarei de ser europeísta moderado, porque primeiro sou português, desejando que a União Europeia seja de facto um instrumento político e económico, um exemplo eficaz da paz entre os seus povos, assim como, um travão com soluções alternativas ao declínio do poder económico, da perda constante de níveis de vida dos seus cidadãos.
Um cidadão que acredita não ser o seu voto em branco para o Parlamento Europeu o facilitador do populismo nacionalista e retrógrado, mas antes as políticas europeias que criam subsídios promotores das desigualdades sociais no seu seio, essas sim facilitadoras do movimento crescente de nacionalismos populistas tendencialmente perigosos.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

O banco










O Banco já não existe.
A natureza e a malvadez humana foram-no degradando. Hoje são dois os bancos lá colocados. Também naquele tempo não era necessário a existência de barreiras de segurança, que hoje existem. Serão os cidadãos de hoje mais loucos que os de então? Ou, tudo não passa do medo que as autoridades e políticos têm que alguém se possa magoar na ribanceira, com os papagaios e pavões da comunicação social a fazerem do percalço, longas redações maliciosas e maldosas do acontecido?
A vida no tempo evolui, nem sempre no bom sentido mas evolui. Se pudesses voltar a sentares-te naquele lugar notarias algumas diferenças. O mar parece maior com o areal mais estreito, embora ainda continue grande e lindo. São as consequências das alterações climatéricas que alguns dos políticos deste planeta teimam em negar e, outros empurram o problema com a barriga para a frente, sem coragem de nos falarem verdade, havendo ainda quem nos políticos e na sociedade civil, ache que tudo é obra de Deus. “Perdoai-lhes Senhor que não sabem o que dizem”, diria o padre franciscano quando íamos à missa aos domingos.
Também a janela do gabinete onde tantas e tantas sestas dormiste à secretária depois do almoço, dizia eu que a janela já não é a mesma, modernizou-se, deixou os caixilhos de madeira para agora ser de um vidro só em alumínio lacado, para melhor resistir aos ventos carregados de maresia que sopram de norte e nordeste. Fizeram obras os Serviços Sociais que tomaram conta do edifício. Não o privatizaram e cuidaram dele com obras, agora só falta dar-lhe vida ocupando-o com famílias que gostem e queiram beneficiar dos ares e dos banhos-de-sol nas rochas na encosta sul.
No sábado passado, ao olhar, ao sentir o mar de frente naquele banco vazio, sentei-me ao teu lado como algumas vezes fizemos à espera que nos desses autorização para podermos ir à praia que estava mesmo ali em frente aos olhos. Mas só quando as aulas e ou os exames na escola terminassem é que nos davas a liberdade de podermos pisar a areia, entrar no mar, até lá tínhamos que nos contentar em olharmos a praia sentados ao teu lado. Outros tempos onde a vida era bastante mais difícil em todos os aspectos, excepto talvez no respeito que os mais novos tinham pelos mais velhos, já que todo o outro respeito existente era imposto pela lei da mordaça que o regime repressivo da liberdade impunha.
Fomos para ali, depois de estares uns anos no Baleal. Pediste a mudança por motivos da tua asma que voltava a incomodar-te e, porque a estrada que tínhamos de pedalar para a escola em Peniche era mais plana e curta em cerca de dois quilómetros. Pensavas em tudo o que pudesse dar aos teus filhos melhores condições de poderem usufruir uma vida melhor que aquela que conheceste, quer como jovem agricultor nas terras raianas de Segura, quer como funcionário público na Guarda Fiscal.
Eu, agora vou andando entre o cá é o lá, fazendo estadias na cidade grande onde a vida parece correr num corre corre sem tempo para olhar ou cumprimentar todos aqueles que às mesmas horas, todos os dias se cruzam nas suas rotinas.
O banco já não existe. Tu também já cá não estas. Tudo nasce e morre. O banco substituíram-no por outros mais modernos dizem que mais ergonómicos. Só o mar não muda, ora sobe, ora desce numa cadência lunar constante.


Sobre a violência doméstica


Somos todos cúmplices do que se passa ao nosso redor, seja em que sentido for, para o bem ou para o mal.

Hoje falamos muito da violência doméstica. Falamos muito mais das consequências e muito pouco das causas, da moral sexual existente, da educação, da doença social que é o ciúme, qualquer que seja a sua intensidade, das mentalidades que dominam a nossa Justiça que nos seus pareceres muitos dos seus juízes ainda não saíram do século XIX. 
Depois, chama-se e julga-se a Polícia e a GNR por serem agressivas e racistas, deixando para segundo plano o papel que os elementos destas forças devem ter, sempre que recebem uma queixa de violência doméstica por parte de uma mulher ou de uma jovem, pois a violência no namoro é em si um caso de violência doméstica. Quantas mulheres apresentam queixas a elementos de tais forças, eles próprios, adeptos da superioridade do homem sobre a mulher?.
Lembremos-nos que apenas na revisão do Código Civil pós 25 de Abril, a mulher deixa de ser “propriedade” do homem pelo casamento. E, ainda nem cinquenta anos passaram, com a sociedade a continuar culturalmente conservadora nos seus costumes e tradições. Continuamos numa versão mais moderna a sermos uma sociedade de “públicas virtudes e brandos costumes”.
No fundo, por mais leis que se façam, não deixamos de ser um país com uma sociedade machista, misógina, onde a mulher ainda não ocupa na prática o lugar de igualdade consignado nas muitas leis que o Parlamento faz.
A violência doméstica só se resolverá quando no seio familiar os pais em sintonia, educarem os filhos no sentido mais amplo da igualdade de género. Quando os pais ao menor sinal de ciúme de um dos seus filhos tratarem de imediato de o levarem ao Centro de Saúde para ser analisado e acompanhado por especialista psiquiátrico ou psicológico, conforme a gravidade dos sintomas. Exigindo-se do Estado que esses profissionais de saúde existam nos Centros de Saúde ou tenham contratos de prestação de serviços de fácil acesso ao doente e familiares que o acompanhem.
Se nos mexermos e aceitarmos a igualdade de géneros hoje, poderemos estar a ajudar filhas, netas e bisnetas vindouras na vida futura.
Não basta dizer Não à Violência Doméstica, é preciso aceitar e praticar a Igualdade com amor.
O Amor não é paixão, ainda menos sinónimo de posse, de propriedade, mas sim de Igualdade, de Liberdade, de Partilha da vida em União com Respeito e Paciência mútua.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

...


Dois dias que marcam a sua vida, a juntar a outros, não muitos. O 23 de Outubro e o 9 de Novembro.
A 23 foi operado. Quatro horas no bloco operatório, com o jovem médico a dizer-lhe mais tarde que foi o doente que mais tempo lhe demorou a operar. Para além da próstata, abriu também a bexiga mas deixou-a bonitinha. Como será uma bexiga bonitinha para um cirurgião? já que ele não tinha, nem tem, qualquer ideia sobre o assunto, e não é pessoa de andar a consultar o Dr. Google. Foi convivendo com as alterações e marcas que a anestesia geral lhe deixou no corpo, observando atentamente uma após outra o seu lento desaparecimento. Não são batalhas ganhas, antes a retirada de elementos químicos estranhos que foram necessários introduzir no seu corpo para que tudo corresse normalmente.
Já o dia 9 marcou-o pela negativa. Andava farto, cansado de andar com o saco junto à perna esquerda. Desde que tomou a decisão da cirurgia que o seu pavor era não sofrer com a algália nenhum percalço que lhe pudesse causar incontinência urinária. Era o seu medo e pavor, por isso aqueles longos dias teve todo o cuidado e mais algum. Por histórias que ouviu tinha medo da dor na retirada da mesma. Chegou o dia, depois do muito incomodo e dor que a porcaria do tubinho na uretra lhe causava. No Centro de Saúde a enfermeira de serviço enquanto explicava e retirava o liquido do balão, tirou-lhe a algália sem dor nem um ui. Como ficou feliz e contente julgando-se livre de todo o qualquer outro incómodo que não a cicatrização das costuras internas. Que engano o seu. Caiu no fundo do poço quando viu que não controlava a urina. Ninguém lhe tinha dito nada sobre o assunto, nem médico, nem enfermeiras, nem amigos, até mesmo o irmão se esqueceu de lhe falar nisso pensando que ele saberia.
Não aceitou a ideia de andar o resto da vida com cuecas absorventes. Lá no fundo do poço olhava para cima, parecendo-lhe que as paredes do mesmo era lisas e brilhantes como se fossem um enorme azulejo. Como iria conseguir subir por aquelas paredes tão lisas, onde a força de vontade parecia escorregar sempre para baixo?
Os momentos de animo que o médico e amigos lhe davam, depressa iam paredes abaixo, quando com ou sem fraldas ou pensos absorventes se deixava “pingar”.
Pingar, o acto, a palavra a qual tinha horror. Olhava o calendário mais amiúde do que alguma vez, depois do regresso da guerra, se lembra de olhar. A um de Janeiro sem terem decorrido dois meses após tirar a algália, ao vestir-se para ir com a amiga dar o primeiro passeio do ano, olha o penso, olha as cuecas lavadas e ocorre-lhe o pensamento de que se os reflexos condicionados funcionam com a sua amiga Sacha, poderão também funcionar com ele e decide não usar o malfadado penso no passeio matinal. Saíram os dois para o frio da manhã e ele não mais pensou que não usava o penso. Voltou feliz por não se ter sujado. No dia seguinte voltou a não usar, mesmo depois de chegar a casa para tomar o pequeno almoço, já que é no levantar depois de estar sentado que mais lhe acontece “o pingo”. Andava feliz e calado, mas ao terceiro dia o maldito “pingo” voltou e sentiu-se de imediato escorregar para o fundo do poço. Nem o facto de a sua sombra lhe dizer que não tinham ainda passado dois meses o conseguia animar.
Assim, olhando o calendário, pensando que ainda falta algum tempo para os três a quatro meses que lhe falam, lá vai andando, às vezes contente e feliz, para de imediato poder cair no poço e ter que erguer-se, agora que as mãos já alcançam a superfície do mesmo, porque as visitas do malfadado “pingo” são mais espaçosas, mas não o largam. Aos conselhos de não fazer esforços com pesos, não liga. O corpo e a mente terão de funcionar compreendendo-se mutuamente, senão a vida deixa de ter sol e lua cheia.
Às batalhas psíquicas com o “pingo” junta-se a sensação de impotência. Era um risco assumido, sabia-o, tinha consciência mas, também tinha esperança de que o jovem médico não lhe cortasse todos os músculos necessários, embora soubesse que era um situação muito delicada e as quatro horas no bloco operatório não deixavam grandes esperanças mas, queria acreditar que a esperança é a ultima a morrer. Hoje, já tem consciência de que não é bem assim, a esperança moribunda ou mesmo morta esta, e ele continua a viver, lutando agora para se adaptar à nova realidade. Claro que há mais vida para lá da… mas não é a mesma coisa. Mais uma batalha interna, onde só ele é o elemento que poderá vencer ou deixar-se abater. Uma nova versão da luta eterna e constante entre os contrários, entre o bem e o mal, entre o vencer ou ser vencido. Não há pois outro caminho, já o interiorizou, mas não esta fácil. É um soco forte no peito que quase o deixa KO.


A luta


Há mesma hora de todos os dias, qual despertador automático o corpo deu sinal. Levantou-se sentindo o frio da madrugada que está prestes a acabar para uma nova manhã chegar. Gosta deste tempo no tempo. A noite pouco lhe diz, o recomeçar do dia na transformação da noite em dia é e sempre foi o seu tempo, o recarregar das energias que os céus lhe dão numa permuta graciosa.
Sentado na sanita pensa na vida, no que ela lhe deu e o que terá ainda para lhe dar. Já não espera muito desta sua viagem terrena. Olhou as horas no telemóvel e deixou-se ficar esfregando os olhos e ganhando coragem para se lavar. Mais uma vez estava longe, sentindo a geada matinal que deverá ter caído lá nas terras raianas. À sensação de seis graus que o esperavam na rua, viu num relance as temperaturas que o esperariam quer no litoral penicheiro (sempre mais ameno), quer na sua zona raiana, saindo assim para a rua com a sensação não dos seis mas dos três graus depois de uma mínima de zero. Saiu com a sua companheira para a volta matinal, como mais um dia de vida ausente na cidade grande. Os dois irão caminhando lado a lado.
A sua amiga e companheira espera-o deitada à porta aguardando que ele lhe faça as habituais festas no peito e na barriga como se fossem os beijos para um dia bom.
Ao lavar-se olhou-se no espelho verificando se o corpo não apresenta qualquer sinal estranho. Toda a atenção é preventiva e todo o cuidado é pouco. A maneira de olhar a vida mudou muito, depois da notícia do carcinoma. É certo que a primeira batalha parece ter sido ganha, outras se seguirão como prevenção. Anda a aprender a viver de novo com o corpo que pela idade vai ficando cansado de tanta luta. Uma luta constante dele consigo próprio. Se a incontinência urinária parece estar quase controlada, resta-lhe a dúvida de como se irá comportar. As pequenas gramas da mente são extraordinárias no seu funcionamento mas, também por vezes perversas, condicionando a forma como olhamos a vida e nos relacionamos com os outros e no caso, consigo próprio. Quando escolheu o trilho da cirurgia, estava consciente das consequências, mas, auto-convencia-se de que iria ultrapassar com sorte esses obstáculos. Uma coisa é pensarmos como irá ser e outra é como é a realidade. Não sendo muita a diferença entre as duas situações está difícil uni-las, tornando-o ainda mais solitário, mais voltado para si próprio numa viagem quase constante ao que foi o seu passado, ao que representa a sua vida actual numa cidade onde a cada dia se sente mais ausente.
A Sacha como que farejando o que lhe vai na alma, caminha a seu lado calmamente, portando-se como ela é uma pastora alemã bonita, aprendendo a obediência, na luta que os dois travam contra a ansiedade que ela apresenta.

O ego


Quando o ego atinge um dos cúmulos, editam livros escritos por amigos de peito. Amigos que amigos são, logo tratam de satisfazer a vontade do chefe e compram e compram esses mesmos livros escritos e editados por encomenda. Fazem-no por amor ao ego do chefe, para que o mesmo ao olhar-se no espelho se sinta feliz com a sua vaidade e mania de grandeza, incutindo nos outros súbditos do condado ou do reino a ideia de um poder, de uma capacidade que a sua própria sombra sabe que não têm, rindo-se ela própria em segredo da mesquinhes quer de si própria quer de quem escreveu e comprou para enaltecer a grandeza triste e saloia da personagem que a transporta nesta viagem terrena.
Assim desta forma hipócrita se criam imagens de lideres, que na verdade não passam de uns impostores que por artes mágicas pouco claras foram chegando ao cimo da duna e antes que a areia voe no vento procuram criar imagem daquilo que na verdade nunca foram nem são.

Corpos



Corpos que dormem desencontrados. Há muito que o fogo que os unia perdeu intensidade
Hoje, são apenas corpos que partilham a mesma cama, aquecem-se sem fogo
Partilham a vida em comum, com a paciência de quem conheceu o amor, o prazer da partilha das emoções mas, agora limitam-se a aquecerem-se de costas voltadas, numa cama de boas recordações

Interesse público


Interesse público existe de verdade ou não passa de mais uma ficção, que nos servem para nos entretermos como se fosse um jogo de sueca ou de king, podendo ser também de canastra para alguns mais eruditos.
Se vasculham, invadem correspondência, actividades empresariais e outras mais escuras à margem da presunção da legalidade estabelecida e aceite, da vida privada do vizinho com o qual não há relações amistosas, e as publicam em jornais e redes sociais, falando delas as televisões e as rádios, achamos bem porque está em causa a defesa do tal interesse público.
Contudo, quando invadem, vasculham e publicam acções e actos mais escuros que possam presumir ilegalidades face às normas aceites e normais da vida de um amigo de coração, de paixão, a indignidade, a revolta sobe à cabeça com a publicidade dada em redes sociais, nos jornais, nas rádios e televisões, pelo crime que alguém possa ter cometido ao invadir “coisas” da vida privada do amigo de peito ou de paixão. Agora já não conta o interesse público, pois é crime invadir a vida privada, e quase em uníssono com outros amigos do amigo, gritamos que tudo o que publicaram é mentira, depois que é crime, depois pedimos que a Justiça tenha mão de ferro contra o ou os invasores da vida privada do amigo.
Dois pesos, duas medidas, duas formas de olharmos factos semelhantes, criamos a nossa realidade segundo as emoções que sentimos.
Já não basta que a própria justiça, emanação do poder da classe dominante, possa,mesmo assim, ser imparcial, na análise e possível julgamento dos factos apontados e publicitados, há pois que serrar fileiras sempre em torno dos amigos presumíveis  ou não como prevaricadores da ordem normal e aceite das coisas normais em sociedade.

Eleições para a Europa


Aproximam-se as eleições para o Parlamento Europeu. Sou um europeísta moderado, defendendo a união dos países em torno de um projecto comum que salvaguarde as diferenças e independência em pontos chave das soberanias dos seus membros.
Não é esse o caminho dos últimos tempos, com mais desunião do que de consensos unionistas.
Com a posição da União Europeia face ao que se passa na Venezuela, fico a pensar para que servirá o voto nas próximas eleições para o Parlamento das Mordomias Bruxelianas?
Nas últimas eleições votei em branco e nestas próximas parece-me que na altura de exercer o direito e o dever cívico de votar, vou esquecer a esferográfica, dobrar o boletim de voto e colocá-lo na respectiva urna.
Uma coisa é estar, apoiar, concordar com o team de Maduro na Venezuela, o que não é o meu caso, outra coisa é baixar as calças às vontades dos «Yankes do Tio Sam». Para mim que sou um pobre sonhador deveriam os europeus ter políticas bem distintas dos outros blocos económicos. Infelizmente para os distintos deputados e ministros europeus não há diferenças entre os interesses europeus e os dos «Yankes do tio Sam» na questão venezuelana. Dizem defender a democracia, apoiando alguém que apareceu do nada e se fez a si próprio «presidente», sem precisar de ir a votos para tal. Os políticos europeus a atraiçoarem a Democracia mais uma vez, na minha maneira de ver a realidade.
Assim, votar em partidos políticos, que escolhem deputados entre os amigos mais fieis ao chefe, para depois baixarem as calças aos desmandos dos «Yankes do Tio Sam», não é o meu caminho.
Como europeísta moderado, sem alternativas, irei simplesmente dobrar o boletim de voto e coloca-lo na urna sem outra opção.

Sonhar é preciso


Sonhar é preciso. Mais do que nunca o sonho foi tão urgente realizar. Perdemos o tempo a sonhar fantasias enquanto os outros tratam-nos do futuro. Dão-nos de mamar programas da treta pela manhã e pela tarde, para à noite nos encherem a casa com o futebol de bancada ou, com os mesmos comentadores políticos e políticos profissionais a esgrimirem sempre a ladainha do “pai nosso que estais na terra”.

A gatita Ísis olha o rato no ecran para o apanhar. Quando lho escondo fica a olhar para mim com ar de reprovação. Ela também sonhará? Como serão os seus sonhos?
Eu não gosto de sonhar quando estou a dormir, gosto mais de sonhar acordado. O relógio bateu a meia noite avisando que esta na hora de ir deitar. Será que vou sonhar?

Momentos felizes









Na vida há momentos onde a tão desejada felicidade nos faz companhia. Momentos onde não são precisas coisas muito complexas, para esses momentos poderem ser vividos, saboreados e guardados. Um pouco de sorte, é o tempero necessário. A luz do dia que renasce é a musica suave na manhã fria que os olhos ouvem, o cérebro saboreia e a máquina fotográfica, com a tal sorte, guarda.
O cenário ocorre nas margens da pequena barragem na Herdado do Soudo, baldio pertencente à Zebreira na raia de Idanha a Nova.

Tristeza


Numa manhã ouvi uma reportagem na Antena1 sobre Monchique seis meses depois. Hoje ouvi na TSF uma outra reportagem sobre o mesmo tema “Monchique seis meses depois”. Ouvi jornalistas, ouvi Ministros e Presidente de Câmara. Todos falam bem. Todos têm ideias e boas intenções, mas exceptuando os jornalistas, não sei o que andaram a fazer os políticos nestes meses quanto à Serra de Monchique.
Resumindo. Há seis meses a serra de Monchique ardeu. Nada se sabe sobre as investigações que Ministério Publico e Judiciária sobre origens do fogo e se há indiciados como culpados. Sabemos agora o que na altura aprendemos, a Serra de Monchique virou horror ambiental, os seus habitantes perderam tudo, bens, animais e paisagem. Hoje, os seus habitantes acidentados andam perdidos entre papeis, burocracias, promessas e litígios entre serviços públicos do Estado, sejam de Ministérios ou da Câmara Municipal.
Uma tristeza. Uma vergonha, quer seja o trabalho político dos Ministros e do Presidente da Câmara, quer sejam os técnicos funcionários públicos, todos demonstrando pouco humanismo e profissionalismo na ajuda aos cidadãos que viram os seus bens, os seus animais consumidos por um fogo que não foi enviado pelos céus.

O sr. ministro


O senhor ministro voltou a falar. Ouvi excertos e das coisas que ouvi não gostei novamente. O senhor até pode ser uma sumidade ambiental mas, as suas declarações, desde Almaraz, passando pelo Médio Tejo são pouco ou nada convincentes. Perante factos em que não mereceu nota positiva, resolveu mexer com o futuro no mercado dos carros.
Saiba senhor ministro que gostaria de ter um carro, melhor uma carrinha híbrida ou mesmo eléctrica para ajudar o ambiente, mais do que, pelos avanços tecnológicos. Mas, não sei se o senhor ministro sabe quanto custa uma carrinha híbrida ou eléctrica comparativamente ao modelo a gasóleo. Se sabe faça as contas entrando em consideração com o rendimento disponível das famílias portuguesas, assim como com o rácio de endividamento das mesmas. Lembre-se que o senhor é ministro num país onde os salários e ordenados são dos mais baixos da União Europeia.
Está nas suas mãos e dos seus colegas fazerem políticas que possam proporcionar um maior rendimento disponível às famílias trabalhadoras de forma sustentável, pois serem ministros que se limitam a gerir decisões tomadas em Bruxelas, quais gestores de uma multinacional, pode estar a ter os dias contados face às divergências políticas que crescem no seio de países importantes da U. E..
O senhor ministro falou, outros entendidos falam dos benefícios ambientais, mas será que os custos ambientais com a produção são iguais ou comparáveis? É que a extração do lítio para as baterias não é nada amiga do ambiente… Quando é que nos irão falar toda a verdade sobre este e outros problemas ambientais, livres de pressões empresariais?
O senhor ministro até saberá que a energia mais barata é a obtida nas centrais nucleares, mas no seu calculo de custo não entram os prejuízos ambientais para a saúde do ambiente e de todos nós.
Mande fazer um inquérito sobre se preferimos um carro híbrido, eléctrico ou de combustão e verá que a opção é fácil? Pior são as condições financeiras para podermos alcançar o que é melhor para o ambiente.

Será que o senhor ministro também se quer candidatar ao prémio de viajar para Bruxelas?

Noite de futebol


Noite de futebol
Noite de espectáculo
Noite de paixões
Paixões que geram ódios e zangas
Noite de erros humanos
Erros exacerbados pela paixão cega dos amantes

Ah o árbitro, essa figura
Que inclinou o relvado
Que não quis ver a falta
Que apitou o fora de jogo inexistente
Que condicionou o jogo

O jogo
Gritos de alegria
Explosões de clímax
Goloooo
Alegria de uns
Tristeza de outros

Comentadores de clubes
Oficiais e oficiosos
Uns e outros mestres
Na análise e ilusão de factos
Na mentira institucional catedráticos
Investigadores de excelência na alienação
Paixões coloridas, ciúmes exacerbados ao rubro

Mas...
Que fazer quando se gosta de futebol?

Espargos selvagens


 Apanhados no campo de origem selvagem, sem outros nutrientes que não sejam o da própria natureza.

Cortadinhos a preceito. Salteados no azeite sem rótulo, porque é de produtor vizinho de olival extensivo e extraído a frio. Apenas juntei dois ovos de capoeira, mexidos. Acompanhei com um copo de vinho tinto Cova da Beira da adega cooperativa do Fundão. A noite fria ficou mais amena, sem sonhos nem sobressaltos.
Coisas na outra margem da vida, longe das complicações que a vida nas cidades vai gerando; longe dos problemas que a fusão de políticos e gestores de alta finança nos têm herdado em pagamento. Longe de quase tudo menos da vida, sem televisão, apenas a rádio e a internet móvel me transportam para a outra margem do mundo, onde não sei se quero viver nele. Até depois ou, até mais adiante


Disse coisas


O senhor Ministro falou e ao falar disse coisas. Não esperava eu, que o senhor Ministro justificasse a ausência da chuva, mas quando dizemos que temos de produzir mais, vir garantir água aos urbanos e racionamento aos que apostaram no regadio para produzirem mais, faz-me confusão, talvez fosse melhor ter ficado calado. Quem deve ter gostado das suas palavras deve ter sido a equipa do Ministro mais poderoso. Aumento do preço da água origina um precioso aumento das receitas.
O senhor Ministro gosta de dizer coisas. Já o seu colega agrícola opta pela ausência, quando não têm oportunidade de anunciar mais uma linha de crédito bancário, para hipotecar ainda mais a vida do pequeno e médio agricultor, mantém-se calado.
Quando a chuva ano a ano vai diminuindo a sua precipitação, quando os campos que herdamos dos nossos antepassados são pobres, o senhor Ministro diz que a seca por agora é menor que por esta altura no ano passado, pudera com o que choveu no mês de Outubro e princípio de Novembro face ao anterior, é lógico que assim possa ser, recordando que as chuvas de Março até Maio-Junho encheram as barragens para o senhor poder garantir aos urbanos que não irá faltar a bendita água na torneira.
Saiba o senhor Ministro que numa zona de pouca precipitação na época das chuvas e de muito pouca humidade nos solos nos meses de verão, numa região de olival extensivo, que os ministérios do seu colega da agricultura eu seu aprovaram um projecto agrícola para a instalação de uns hectares de olival intensivo.
É certo que o senhor Ministro assim como o seu colega agrícola, não têm de saber destes pormenores. Para isso têm colaboradores, técnicos e auxiliares, chefes de secção, chefes de serviço, chefes de departamento, chefes regionais, directores de serviço, directores de departamento, directores regionais e outros nomes pomposos como os de consultores externos, para os servirem. Mas, essa estrutura normalmente pesada pode servir os senhores Ministros que vão passando pelos ministérios, enquanto eles continuam por lá a ganharem o seu, a reivindicarem aumentos, regularização de carreiras, e a pensarem mais na reforma do que no trabalho e no futuro ambiental e agrícola. Por isso não servem os interesses do país ao aprovarem investimentos deste género, que como os senhores Ministros devem ter conhecimento, este cultivo acarreta problemas ambientais futuros, não só com a água necessária à sua produção, como à utilização dos agro-tóxicos no combate às pragas, o que não acontece no olival extensivo.
Nada tenho de animosidade contra o autor da ideia e projecto que lhe aprovaram, até nem o conheço bem, embora já tenha estado com ele em uma ou outra ocasião. Ele procura melhorar a sua situação, pensando ser este o melhor para o futuro imediato dele.
Sou contra o olival intensivo por norma e, contra as estruturas do funcionalismo publico que fechados em gabinetes introduzem números num programa de computador e sai um resultado. Depois, queixamos-nos da carga fiscal que suportamos, mas não queixamos das estruturas pesadas, inoperacionais, desmotivadas que existem a pensar apenas na transferência mensal para a conta bancária.
Precisamos de outras políticas e é para isso que os senhores Ministros ocupam o lugar. Fazer políticas, motivar a maquina do funcionalismo, po-la a trabalhar em função das políticas, e mais não digo que a noite vai fria a exemplo das políticas e trabalhos que vão exercendo os vossos ministérios.

O silencio e a calma



Aqui reina o silencio, que se mistura com a calma numa união feliz. Apenas interrompidos pelo barulho de um ou outro carro que passa na estrada ali ao lado, no regresso de mais um dia de trabalho.
Silêncio onde a respiração ofegante da Sacha se ouve feliz com a liberdade de poder correr livre de amarras. Na barragem ali mesmo ao lado, os peixes saltam fora de água contentes por mais um dia de vida sem caírem no anzol de algum pescador.
Assim, nesta outra margem da vida, vou fazendo caminho, aprendendo mais com os chamados de iletrados, do que com muitos ditos sabichões.
Nesta outra margem por onde caminho, neste silencio dialogante, ouço rumores do que se passa lá pela capital do reino, mas fixo-me mais na realidade que aqui se vive. Da chuva que não chega, ou que tarda em chegar. Da qualidade do azeite desta colheita face à qualidade do ano passado, da muita azeitona que nestes dois anos houve, sendo que não estando bichosa como no ano anterior, a qualidade não é tão boa. Do problema do escoamento do azeite do ano anterior.
Falam-me da violência que a partir de um bairro social nos arredores da capital vai acontecendo por lá. Como não tenho televisão vejo apenas o que ouço.
A vida não é nem pode ser aquilo que as televisões nos vendem, é muito mais do que isso, muito mais que os problemas criados à volta da cor da pele, das intrigas partidárias, das discussões de lavar roupa com detergentes populistas de quinze em quinze dias no Parlamento. Como alguém um dia disse «não foi para isto que eu nasci».
Eles, os ocultos invisíveis que mandam nas nossas vidas sem darmos contam, vão controlando tudo. Servem-nos os produtos normalizados como eles querem, a pouco e pouco mataram o comércio local e vão matando o pequeno agricultor, o pequeno empresário das pescas, o pequeno industrial. Tudo isso na barba de políticos impotentes e submissos.
Olhando e não querendo aceitar enquanto tiver forças e for capaz de criar a minha própria realidade, irei andando na outra margem. Até quando não sei, que o futuro foi, é e será sempre incerto, mas avizinham-se tempos de tempestades diferentes.