quarta-feira, 30 de maio de 2018

BES - NOVO BANCO


Novo Banco, banco novo ou velho na história das imparidades, tantos negócios duvidosos em empréstimos ou aplicações que obrigam o Ministro das Finanças, especialista em cativações, a fazer variações linguísticas à volta do mete ou não mete o dito guito no buraco do banco.
Nunca entendi o porque de entregar o banco ao fundo americano. Como e porque o Governo seguiu as orientações de um político ex-governante com curriculum em vender(dar) por tuta e meia aos privados bens na esfera do património publico?, e não lutou em Bruxelas pela nacionalização temporária da instituição.
Hoje cheira-me que no final quando o banco deixar de ter toxinas perigosas e seja uma casa só com bons activos, os cidadãos portugueses através dos jogos de palavras dos políticos terão lá colocado ou metido directa ou indirectamente tanto ou mais dinheiro do que se na altura o banco tivesse sido nacionalizado. Depois, recuperado só com carne de primeira, quem vai ganhar, quem vai beneficiar dos lucros ou das mais valias são os donos privados e nós cidadãos pagantes vamos continuar a ouvir que não se pode baixar a carga fiscal porque é necessário baixar a divida publica.
É certo que não somos um país a nadar em riquezas naturais, a manta sempre foi curta desde que se conhecem os Orçamentos de Estado, sempre vivemos na gestão do “real calote”, mas quantos milhões já metemos na banca desde que começou a crise com o BPN, depois BPP, seguindo-se o BES, o BANIF e também a capitalização da CGD sem esquecermos o que se passa com o MG?
Esses milhões suportados pelo Estado se tivessem sido utilizados no pagamento da dívida publica, como seria hoje a carga fiscal? Como estaria o Serviço Nacional de Saúde? Como estariam a Educação e a Investigação? Não esquecendo as novelas aeroporto e tgv… como estariam e estaríamos nós?
Quanto é que os accionistas destes instituições já pagaram pelos rombos que produziram? Quantos dos accionistas destes bancos viram os seus bens penhorados ou arrestados?
Novo Banco ou banco novo, é vira o disco e toca o mesmo e não refiles senão...

terça-feira, 29 de maio de 2018

Rui Patrício


Mereceste esta estátua pelo teu trabalho ao longo dos anos como grande guarda-redes que és, quer na Seleção Nacional, quer no Sporting.
Esta estátua, este símbolo de como és grande, os seguidores do presidente populista radical com toques de ditador extremista, não te a podem tirar, podem mandar-te veri lights, podem chamar-te nomes e até ameaçar-te, mas por mais que gritem não passam de pequenos grunhidos… talvez nem cheguem a Dezembro.
Tu estas e ficas na história do futebol português, nas suas páginas de ouro alcançadas nos últimos anos, ficas pelas defesas soberbas, pelos golos que foste capaz de evitar quer ao serviço do teu clube o Sporting, quer ao serviço da equipa de todos nós que é a Seleção Nacional. O populista radical enquanto presidente ficará na história do futebol ligado às páginas mais tristes do futebol nacional.
És demasiado grande na história do Sporting, comparado com a pequenez do pequeno ditador radical, que não admite, que não te suporta por lhe teres respondido à letra após os impropérios que escreveu e publicou. Os ditadores não admitem que alguém lhes faça frente ou sombra, e este é pequeno em tudo menos no radicalismo.
Que faças um Campeonato de Mundo pelo menos ao nível do Campeonato da Europa, para que tu, os teus companheiros de selecção, todos nós que gostamos de futebol e de vitórias possamos também ser felizes. Depois, para onde fores continuar a tua profissão de guarda-redes, que sejas sempre feliz, merecedor do carinho dos adeptos e de muitos milhares de sportinguistas.
Os seguidores do pequeno ditador radical, não querem ver, tão cegos andam, que com a tua saída o Sporting fica mais pobre.
Não deixes de ser Sportinguista, porque o Sporting é o clube que te soube formar como jogador e como homem e não estes radicais que se apropriaram do clube em nome de vitórias que ainda não se viram no futebol, nem talvez se vejam tão cedo, pelo caminho que estão a levar...

domingo, 27 de maio de 2018

Eutanásia Futebol e Política


Isto anda tudo ligado. A política é a arte que tudo engloba, que tudo trata seja directamente ou seja por via indirecta, isto porque todos somos políticos. Mesmo aqueles que dizem não votar, estão com essa atitude, com essa opção, a serem políticos por omissão, mas a concordar com a maioria parlamentar que escolhe o líder para nos governar.
A política brindou-nos este fim de semana com mais um congresso de um partido político. Há uns anos fui como convidado assistir a um congresso político na FIL no Parque das Nações, fiquei vacinado, curado e mais independente. Não tenho paciência para tanto beija-mão, para tanta bajulação ao Chefe Supremo. Os congressos podem ser momentos importantes na política mas esta não termina com o discurso final do vencedor, nem tão pouco se limita apenas e só aos partidos e seus congressos.

Assim, penso que aquilo a que temos assistido no futebol nos últimos tempos, também têm ligações políticas, embora nos queiram fazer pensar que não, que o futebol é um mundo à parte. Quando líderes populistas apelam ao ódio, quando elementos conotados com a extrema direita são entrevistados nas televisões sobre o que se passa em Alvalade, ou, quando “toupeiras” invadem, vasculham ficheiros e processos jurídicos em curso na Justiça, para que o clube de Benfica se possa manter-se na ribalta do futebol, quando perante estes acontecimentos os poderes políticos no exercício público aos costumes dizem nada, procurando passar entre as gotas da chuva, estão politicamente a procurar lavar as mãos como nos contam que um dia o colonizador romano de nome Pilatos lavou as suas em Jerusalém, querendo fazer crer que o futebol é o tal mundo à parte.

Igualmente a posição que cada um de nós tem sobre a eutanásia, se traduz politicamente entre o ser contra ou ser a favor. Independente do que os de “avental” ou os de “saias” com mais ou menos paramentos, possam pensar, lembro-me das minhas conversas com o meu pai quando este estava no Lar da Zebreira, eu tinha dúvidas sobre a eutanásia, mas ele, meu pai não tinha, e sendo religioso, defendia a eutanásia, advogando que não era viver estar numa cama do hospital ou em casa, ligado a uma máquina ou não, sem ter reacções de fala ou de conhecimento estando totalmente dependente de terceiros. Quis o destino que uma noite, uma madrugada ou uma manhã caísse no quarto e o sangue lhe invadisse o cérebro tornando-o cientificamente um ser humano sem possibilidade de poder voltar a ter o mínimo dos mínimos de qualidade de vida, logo ele que defendia a eutanásia para essas situações. E assim, viveu trinta e quatro dias numa cama de hospital sofrendo ele, sofrendo nós, vindo a falecer de morte natural(?). As minhas dúvidas, hoje pretendem-se mais com a letra e o espírito da lei, que poderá ser aprovada no parlamento. A qualidade dos nossos legisladores é tão fraca, que tenho medo que seja mais uma lei para agradar a uns e a outros, sendo como tal aprovada com mais buracos interpretativos, que o famoso queijo suíço.
Depois de nascermos o que temos mais certo é a morte. Tenho as minhas dúvidas mas não sou contra que cada um de nós dentro de todas as suas capacidades mentais possa declarar que se este ou aquele acontecimento lhe tirar a possibilidade de qualidade de vida mínima, tornando-o dependente vegetativo de terceiros, possa nessas condições acabar esta viagem mais cedo de forma serena. Os que são contra esta possibilidade tem o seu direito a viverem de forma vegetativa, não devem é impedir a liberdade de escolha a quem não perfilha ou aceita os pressupostos que impedem a legalização da eutanásia. Não me vejo a decidir sobre a vida de um outro ser ou de um familiar, mas se o outro ser humano tiver acautelado, decidido de acordo com os pressuposto de uma lei restrita, respeitá-lo-ei. Para mim a eutanásia nunca poderá ou deverá permitir que eu possa decidir sobre a vida mesmo que em sofrimento de um outro ser meu irmão.
Àqueles que são contra por preconceitos religiosos digo aqui o que no destacamento do Malele lá longe na fronteira com o Congo Zaire de Mobutu, dizia nas conversas longas que tinha com o capelão militar do batalhão: -Se Deus sendo pai de todos nós, e, sendo um bom pai deseja como tal, o melhor para os seus filhos e nunca o sofrimento dos mesmos.

terça-feira, 22 de maio de 2018

SNS


Ontem faleceu, terminou esta viagem de vida, um Homem. Um ser solidário, convicto nas suas ideias, coerente na sua luta. A ele devemos todos nós o maior bem que a Democracia soube criar nestes anos pós 74, ou seja, o SNS - Serviço Nacional de Saúde, como alguém já disse ou escreveu o seu maior e mais bonito poema.
Tive a honra de poder estar há poucos anos, numa reunião em Lisboa sobre saúde publica e defesa do Serviço Nacional de Saúde, onde ele estava presente como orador e defensor da saúde publica.
O que me causa desconforto é ver e observar tantos papagaios a falarem sobre a obra do Senhor António Arnaut quando, uns na pratica governativa são defensores da substituição de serviços públicos na saúde pela e para a iniciativa privada, enfraquecendo desse modo o Serviço Nacional de Saúde; outros falam dele como o pai da grande obra que é o SNS, mas quando estão doentes preferem recorrer aos hospitais privados em vez de se tratarem nos hospitais públicos como seria normal, até pelo exemplo que todo o político deve dar e transmitir aos cidadãos eleitores.
Há muitos doutores e engenheiros nesta Pátria, mas cada vez mais, há falta de Senhores capazes de se olharem ao espelho. Mais não digo porque ando cansado de ouvir tanto papagaio idiota a soletrar asneiras e hipocrisias.

quarta-feira, 16 de maio de 2018

Sporting


Como se não bastasse a página triste que um dia um vice-presidente do clube praticou ao depositar dinheiro na conta de um árbitro, têm agora os sócios e simpatizantes do clube de Alvalade, o Sporting, de viverem a página mais triste que poderiam algum dia imaginar poder acontecer no seu próprio meio.
Todavia, toda a culpa, na minha opinião, é culpa própria dos sócios que se deixaram levar pela demagogia desde a primeira hora em que o actual líder se apresentou a eleições para o lugar de presidente.
É certo que o clube precisava de uma mudança radical na sua gestão financeira, desportiva e de recursos humanos, mas assim que tomou o poder viu-se logo, como e onde apoiava as suas medidas, num misto de claques extremistas (radicais é favor) com figuras gradas do clube e da dita sociedade portuguesa, nunca deixando porém de demonstrar o seu populismo demagogo, perigoso e radical. E assim foi gerindo o clube na direcção a que chegou agora, servindo-se inclusive de um canal televisivo monocromático, sem contraditório, onde os seus acólitos fazem a promoção do seu ego pessoal, canal onde não há lugar a tempo de antena a quem não concorda com a política seguida e implementada pelo pequeno líder radical. Um canal televisivo que faz lembrar os tempos cinzentos da censura do lápis azul.
Ontem e hoje o mundo dos sócios e simpatizantes do Sporting vivem e sofrem a vergonha que constantemente as televisões insistem em explorar, é o seu negócio, a sua missão dirão alguns, mas o que fica são as imagens dignas de terrorismo, as palavras do líder-incendiário comprometido com os actos praticados, dizendo que o crime faz parte do dia a dia, sem uma palavra, sem um pedido de desculpa, para com os trabalhadores (jogadores, equipa técnica e restantes elementos do staf) atingidos pelos capangas cobardes, e para com os sócios e simpatizantes, uma declaração televisiva ao nível ainda mais baixo do que o louco Maduro na triste Venezuela. Por onde andará ou andarão os douctores cirurgião e psiquiatra que tanto o promoveram?.
Dizia eu que os sócios e simpatizantes do Sporting passam também a vergonha de verem a Polícia Judiciária e o Ministério Publico a actuarem nas instalações do clube ou da empresa SAD em busca de comprovarem as vigarices na obtenção de vitórias, coisas que o mundo verde pensava serem apenas do universo dos clubes adversários. O Sporting não ganha ou ganhava títulos mas vivia de cara limpa, lutava contra o sistema com armas desiguais é certo, mas fazia-o de forma limpa, sabendo que para ganhar títulos tinha que ser muito melhor que os adversários, ser melhor só não chegava era preciso ser muito melhor. Era esse o sentimento do mundo dos sócios e simpatizantes leoninos, até ontem, embora nos últimos cinco anos muitos pensassem que tinha chegado o salvador ao clube, triste engano o seu.
A partir de ontem e de hoje até esta vitória moral o mundo sportinguista perdeu ou está em risco acentuado de a perder. E tudo isto se deve a um ser humano egocêntrico, populista radical, prepotente com tiques políticos evidentes, perigosos na gestão dos recursos humanos. Como ontem ouvi num canal um sócio adepto dizer, «Hitler não mandava matar os judeus, apenas indiciava a tal».
Só resta esperar que a equipa técnica e jogadores saibam respeitar os sócios e simpatizantes que não se revêm nas atitudes dos dirigentes e claques ao serviço do presidente, comparecendo ao treino e no domingo joguem para ganhar a Taça de Portugal, se não conseguirem pelo menos que lutem para a ganhar, porque a cabeça não poderá estar calma, mas mesmo assim sejam profissionais e honrem a vossa profissão e o clube que esta para lá da camarilha dirigente que vos contratou e não vos soube respeitar. Depois do jogo e da vitória que se espera possam alcançar, cada um de per si ou em conjunto saberão junto dos vossos agentes e apoiantes jurídicos escolher o vosso caminho futuro, é triste mas é o vosso direito enquanto cidadãos e trabalhadores de um espectáculo que vos paga muito bem mas que têm de vos respeitar enquanto seres humanos.


sexta-feira, 11 de maio de 2018

O sigilo bancário?


Dizem-nos que o sigilo bancário faz parte indissociável da confiança que se estabelece no negócio bancário. Aceito com as reservas de que os meios judiciais possam ter formas de o ultrapassarem.

Aqueles que nos habituaram estarem em terreiro a defender com unhas e dentes o tal sigilo (segredo) bancário, estão agora em terreiro a clamar por conhecer os maiores devedores da CGD. Alguém lhes conhece uma palavra mesmo em off, sobre os maiores devedores, os negócios mais sujos que o banco dos amigos promoveu e patrocinou com a sigla BPN?, os quais deram um rombo de lesa pátria no casco das nossas finanças. Nunca lhes ouvi um só palavra sobre o tema.

A mim pouco me importa saber quem são os tais caloteiros, quer da CGD quer dos outros bancos, pois os ditos bancos privados são reequilibrados nos seus buracos financeiros por dinheiros públicos.
Há muito, talvez depois de Rui Vilar ter abandonado a direcção da CGD, que a instituição virou um instrumento, uma arma terrível no jogo dos negócios para e de amigos e amiguetes, quer na administração, quer nos financiamentos a investimentos que nem no papel apresentavam as contas certas. Para tal foram sendo nomeados a preceito individualidades para a gerirem sem grande qualificação técnica e nenhum sentido de Estado, havendo claro as suas poucas excepções.

Os devedores não andarão muito longe dos nomes que circulam por aí, metendo amizades políticas, futebol e sistema financeiro. O que é que eu vou ganhar com o conhecimento do buraco (imparidades) que por lá existe e ainda não totalmente assumido nas contas? Roupa suja eu lavo na máquina ou na lavandaria.

Se for caso de alguma das imparidades existentes apresentar indícios duvidosos, a justiça que averigúe, que vá a fundo doa a quem doer, mas faça-o tendo recato no seu trabalho.

Talvez greve


Noite de segunda feira, os canais televisivos privados e não só, fazem a publicidade da greve dos médicos para o dia seguinte, o primeiro de três dias de greve.
A greve é um direito, que as organizações sindicais dos trabalhadores têm como arma na sua luta política por melhores condições de trabalho. Não há greves para beneficiarem terceiros.

Manhã de terça feira, a volta matinal com a Sacha foi um pouco mais cedo é certo, mas à porta do Centro de Saúde menos pessoas na fila para a obtenção da possível consulta. Todos os dias há fila de pessoas. Talvez na terça, a consulta urgente tenha ficado para outro dia, pelo motivo da propaganda feita pelos canais televisivos à greve, ou pode ter sido só e apenas um mero acaso. Feita a volta, tomo o meu banho e meto-me no carro em direção ao Hospital de Vila Franca de Xira onde tinha exames marcados, iniciando-os com análises marcadas para as nove horas e dezanove minutos. Cheguei antes do tempo que os serviços pedem, tirei a senha e estava despachado às nove horas e quinze minutos. Com o sangue despachado, subi ao primeiro piso para fazer o RX marcado para as nove e trinta e nove, dirigi-me ao balcão de atendimento, depois segui a linha amarela como me indicaram e eram nove e meia e estava despachado. Procurei então, no segundo piso, saber se haveria interesse em marcar a presença para o electrocardiograma que estava marcado para o meio dia e trinta e cinco ao que a funcionária amavelmente me disse que seria melhor ir tomar um café ou subir ao quinto andar e desfrutar da paisagem da lezíria e do Tejo. Optei pela primeira das hipóteses já que a fome dava sinal de estar viva. Tomei o pequeno almoço no bar do hospital e li mais umas folhas de um livro sobre a raça da minha amiga Sacha, quando olhei as horas, já eram onze horas, decidi-me pelo subir ao segundo piso do hospital para confirmar a presença, aí chegado tirei a senha e aguardei um pouco pela minha vez, seguindo depois para a sala de espera, e quando abria o telemóvel para escrever sobre a nova ida ao hospital já o ecran televisivo me chamava para o exame. Eram onze horas e trinta minutos estava despachado. Em todo o tempo que passei no hospital ouvi apenas um funcionário dizer que uma médica nesse dia não estava porque aderiu à greve.

A greve é um direito, os médicos podem fazer greve mas não me digam que a mesma é para beneficio dos utentes do serviço nacional de saúde. As classes profissionais fazem greve na defesa dos seus interesses, repito, dos seus interesses e não para benefício de terceiros.

A greve dos médicos em sintonia com as declarações do dirigente do maior partido da oposição ao governo, na pseudo defesa do Serviço Nacional de Saúde é como dar uma garrafa de água vazia a quem esta com sede. Contudo, o partido que governa não deixa de ter culpas no cartório porque ao longo dos vários governos em que exerceu o poder executivo, aplicou na saúde em nome de uma social democracia moribunda, medidas de gestão idênticas aos seus opositores políticos liberais, e todos eles no cumprimento do pensamento neoliberal que há anos domina a política liberal da União Europeia. O tempo das políticas do Estado Social Europeu há muito que foi arquivado nas catacumbas de Bruxelas e de Estrasburgo.

O que nos vale é ainda existir consciência profissional e humana em muitos médicos e enfermeiros que trabalham na saúde publica, seja nos hospitais ou nos centros de saúde. A esses, eu agradeço a sua dedicação ao bem estar de todos aqueles que a esses serviços recorrem e deles necessitam.

A luta por melhores condições de trabalho é um direito que todos exigimos, um dever, uma obrigação que o Estado pelo seu governo deve dar a todos os agentes e utentes cidadãos. Essa luta deve ser continua e nunca em função do partido que esta a exercer o poder.

segunda-feira, 7 de maio de 2018

Só nós os dois é que sabemos


Naquele tempo, os dias passavam quase sempre iguais ao anterior. A celebração segundo as escrituras vigentes, do chamado dia da mãe, coincidia por interesses dominantes, com o feriado católico do 8 de Dezembro, comemorando-se o dia de Nossa Senhora da Conceição, que segundo rezava a história era a padroeira de Portugal. Naquele tempo Jesus não veio falar aos então apóstolos do regime dominante, parece que só as escrituras contam e relatam essas histórias de há muitos anos, em que muitos acreditam ser verdade e outros muitos acreditam ser apenas e só histórias.
Mas naquele tempo, o país pobre e vestido de escuro, iletrado lia e cantava missas em latim, com as mulheres usando um véu na cabeça em sinal de um respeito que não se entendia, e como tal há muito foi abandonado, embora haja quem procure nos dias de agora recuperar de novo esse gesto de subordinação das mulheres. Mas, dizia eu, que naquele tempo o dia da mãe coincidia com um feriado religioso e como tal era em algumas casas celebrado com um almoço melhorado, algum frango ou galinha faziam as honras da mesa. À noite se o tempo o permitisse ia-se a pé à festa que havia na Atouguia da Baleia por essa altura do ano. Logo depois os dias continuavam iguais nas suas rotinas de vida, a escola e o ir de bicicleta para a mesma.

Mudaram-se os tempos, o país mudou de cor, deixou o ar tristonho, sorriu abandonando a cor escura do luto e da tristeza, trocando-as por cores claras e garridas. Com a chegada dos novos tempos, chegaram também novos hábitos, novas comemorações seguindo uma ordem estabelecida pelos mais poderosos que dominam os negócios e seus interesses. Nessas mudanças também a igreja seguidora dos princípios oriundos do Vaticano se vai adaptando, e assim aceitou a mudança do dia da mãe para o primeiro domingo do mês de Maio. Os fiéis seguidores das suas escrituras, e como tal das suas missas, embora segundo parece em menor número, celebram também neste domingo o dia da mãe. Contudo, as novas catedrais que agora são da pratica materialista do consumismo, sem missas enchem-se de pessoas na busca de uma lembrança para oferecerem às mães, e com esse gesto colmatarem a ausência de apoio ou carinho durante o resto do ano. Felizmente, o almoço melhorado na casa de algumas famílias de então, é agora celebrado por muito mais famílias que neste domingo enchem também os restaurantes em almoços familiares, como sinal do outro nível de vida que agora se usufrui.

Eu, como ando por fora, quer das praticas religiosas, quer das praticas consumistas, nem sei a causa da mudança do dia 8 de Dezembro para o primeiro domingo de Maio, nem a razão consumista que ditou ser este o dia da mãe, não sei nem procuro saber, porque tu mãe, lembrar-te-ás que pouco ligávamos a estes dias comemorativos de alguma coisa, e assim pouco me importam estes dias. Tu sabes, que para mim mãe, não tem dia específico para te celebrarmos, quer  em vida ou após a partida desta viagem. Não celebro pois este dia como o teu dia mãe, porque os dias, os meses e os anos passam, mas tu continuas comigo, como só nós os dois é que sabemos.

domingo, 6 de maio de 2018

Odores


Entro na loja de perfumes do centro comercial, tudo está devidamente arrumado, as moças que atendem todas maquilhadas a preceito, procuram ajudar atenciosamente quem na loja entra. Há anos que não entrava numa loja destas. Não sei como podem trabalhar tantas horas no meio daquela miscelânea de odores quimicamente elaborados. Antes que fique com dor de cabeça decido-me por dar atenção à simpática moça que me atendia, optando pela segunda sugestão que ela me deu. Paguei aquela pipa de euros e saí correndo, com a promessa de quando lá voltar dizer-lhe se a feliz contemplada gostou do mesmo. Vida ingrata aquela de trabalhar tantas horas numa atmosfera altamente poluída tal a miscelânea de odores químicos que as funcionárias estão sempre a valorizar para agradarem aos potenciais clientes.

Dor ausente


Nunca como agora a ausência de um telefonema foi tão sentida, uma dor de ausência, o sentimento de que pouco lhes importo acentua-se, com eles a lembrança dos tempos difíceis que passei na Moita. Sentimentos que por mais que não queira, deixa marcas invisíveis no peito, uma ausência que parece cortar, dilacerar o pobre do peito. Nem o eterno perguntar porquê?, encontra justificação ou paliativos para esta forma de dor ausente.
Perante esta dor só há um caminho, vencer tudo e todos, não me deixando cair nas lamentações que normalmente conduzem a estados depressivos. Conheço o seu sabor mas não o quero sentir ganhar mais espaço do que aquele que já habita em mim. Esta dor de ausência pode cortar o peito, mas não me vai matar, porque não vou deixar.

Pela boca morre o peixe


Escrevia eu mãe, que gosto de futebol, mas agora como adepto de sofá, quando nessa noite o mano me telefona a dizer-me que vinha ver o jogo com a malta do núcleo da Mealhada, e que tinha bilhete também para mim. Assim, o adepto de sofá voltou por um jogo a ser treinador de bancada.
Quando o autocarro passou por aqui na autoestrada, ligou-me, e lá fui ter com ele ao estádio.
Lembrámos-nos de quando viemos para Lisboa para continuarmos a estudar e íamos a pé da Centieira até Alvalade para vermos os jogos do campeonato de reservas que o dinheiro era pouco não dava para mais. Hoje ele é sócio e sofredor, eu apenas simpatizante.
Sabes mãe, ontem não gostei, aquilo já é não um espectáculo, muito menos uma festa. Parece que tudo virou ódio, toda a envolvência antes do jogo ao redor do estádio fez-me lembrar uma multidão, agora de homens e mulheres, a prepararem-se para uma batalha de vida ou de morte. Dentro do estádio as hostes dos dois exércitos a trocarem mimos verbais, com os da casa em maioria esmagadora a subirem os decibéis do som sempre que os adversários entoavam os seus cânticos ofensivos. Não sei se é sempre assim, mas deve ser porque faz parte, dizem que dá motivação, mas para mim mãe, aquilo é apenas técnicas de alienação, que estarão na origem de tanta aversão de tanto ódio nas palavras de ordem, nos cânticos, até bombas e petardos levam para os rebentarem dentro do estádio. Sim, à entrada há funcionários de uma empresa que nos apalpam para verem se levamos algo de anormal connosco, o pequeno canivete que o pai tinha não mo queriam deixar passar, mas as tristes e perigosas claques oficiais e ilegais quer de um lado quer do outro tinham bombas petardos e very-lights para se provocarem, é que não chegam as palavras é preciso simular com bombas para levarem a alienação da multidão quase ao êxtase.
Não mãe, isto já não é nada parecido com os tempos em que eu ia aos domingos ver jogos de futebol. Hoje o medo de desacatos provocados por extremistas das claques organizadas, legais e ilegais, é tanto que até o pessoal das roulottes que vendiam sandes de couratos, febra no pão ou pão com chouriço, são proibidos de poderem fazer o seu negócio, por causa da violência que envolvem estes jogos, o tempo de os amigos irem juntos ver o desafio dos seus clubes rivais, já acabou, parece que isso era há muitos séculos.
É certo que felizmente as mulheres agora participam e vão aos estádios assistir aos jogos, havendo até equipas femininas a disputarem campeonato. Ontem atrás de nós estavam duas, com ares de serem umas senhoras todas bem. Pior foi quando o árbitro apitou o início do jogo e começaram a desfilar o seu precioso vocabulário, onde “filho da puta” era um mimo cor de rosa no vocabulário utilizado a plenos pulmões, e, olha mãe não eram senhoras de um bairro social da periferia de Lisboa, antes vieram da Covilhã da terra do árbitro, ameaçando uma delas que hoje lhe iria furar os quatro pneus, o mano ainda tentou dizer-lhe que não fizesse isso, mas na altura um jogador do Benfica caiu, precisou de assistência e as tais ditas senhoras gritavam para que o deixassem morrer. Triste, muito triste como um espectáculo bonito se transformou nesta alienação sem limites nem sentido algum.
Do jogo tivemos azar, porque desenrolou-se sempre na outra parte do campo, longe de nós. Claro que houve casos, até porque os árbitros também eles andam condicionados pelas “máfias” que controlam o “negócio” daquilo a que ainda chamamos, jogo de futebol. Mas os lagartos jogaram mal para não dizer que não jogaram nada, em parte porque o adversário foi melhor tecnicamente e em parte porque os lagartos jogam a passo de forma previsível, ou seja, correm pouco e devagar, excepto dois jovens portugueses que ainda por cá andam a jogar. 
Ao regressar de carro ouvi os comentadores na Antena1 a falarem dos casos. Apenas um se passou na nossa área de melhor visão, assim como algumas faltas e cartões, mas lá a visão em real é muito diferente da visão no sofá. Cheguei a casa e fui ver na televisão, mas olha mãe, não sei se voltarei a ir outra vez, é muita confusão, muita fita e matreirice, coisas a mais para os meus pobres e cansados neurónios.

quarta-feira, 2 de maio de 2018

Não há almoços grátis


Até prova em contrário o advogado não poderia dizer outra coisa, para lá dos enigmas que deixou no ar. Se todos os arguidos fossem culpados depois de julgados, na e só pela justiça, não havia nem prisões que chegassem para os albergar, nem tanto falatório em julgamentos populares, quais fogueiras inquisitoriais.
Desde a sua nomeação como ministro que, sempre se soube que ele era um dos braços que o sr. DDT-RS, agora caído em desgraça, tinha dentro daquele governo. Não era o único, talvez o mais vaidoso.
Estranho é só virem a publico notícias de possíveis ligações muito mal cheirosas com elementos daquele governo. Será que antes e depois o sr. DDT-RS não tinha súbditos nomeados em lugares de governação, para irem fazendo o seu “trabalhinho” em benefício de um grupo económico com nome na praça, bajulado até ao raiar da hipocrisia pelos mesmos jornalistas que agora o acusam de todas e mais algumas patifarias?
Quantos dos actuais acusadores não beijavam a calçada por onde o tal sr. DDT-RS passava?, basta ir aos arquivos televisivos, observar escutando, as entrevistas, as reportagens que faziam sobre os grandes méritos que lhe eram atribuídos, neste país ele era o rei, o exemplo maior do que era ser empreendedor, em total desrespeito pelos outros empreendedores que anonimamente levam a água ao seu moinho permitindo ao país exportar bens transacionáveis, mesmo sofrendo a usura imposta pelo poder financeiro.
E, porque a classe política é fraca em quase todas as vertentes, desde a cultural até à moral e ética, é que estes casos estão minando a nossa Democracia. Acusam-se e fazem-se julgamentos pré-concebidos, lançando para a fogueira elementos que infelizmente nos governaram dizendo-se “da esquerda democrática” como muitos gostam de dizer para fugirem ao incomodo ou alergias que o poder ser de esquerda lhes provoca na pele. Sujeitos, que na sua acção governativa sujaram e adulteraram a imagem daquilo que deveria ser um governante de esquerda na difícil luta de nos levar a uma sociedade mais decente, mais solidária para todos.
O julgamento de tais personagens, que infelizmente repito, passaram pela política, deve e tem de ser feito pela e só no recato da justiça, nunca na praça publica televisiva.
O julgamento político caberá a cada um de nós fazê-lo.
Contudo, a comunicação social, alguns políticos, e, a falta de cultura cívica e política da generalidade dos cidadãos, permite que os inimigos da Democracia de mãos dadas com os saudosistas do passado, façam dessas personagens ditos “da esquerda democrática” nos possíveis negócios escuros mal cheirosos, muito tristes se forem verdadeiros, a bandeira da luta contra a Democracia, contra a Liberdade, contra todos aqueles que vêm nas políticas sociais de esquerda o caminho mais curto para uma “Sociedade Decente”, onde cada um de nós tem os seus direitos e igualmente os seus deveres e obrigações a cumprir, como garantia dos tais direitos.
Nada honestamente se faz ou consegue sem trabalho, nem existem almoços grátis.

Na manhã do 1º de Maio de 2018


Neste Primeiro de Maio onde se celebra a luta dos trabalhadores por melhores condições de vida, as organizações sindicais representativas de muitos trabalhadores irão celebra-lo divididas. 
Muito se irá gritar pela defesa dos direitos sem que se olhe o futuro com as alterações que o mesmo já esta a trazer para as condições de trabalho e de vida.
O tempo não volta para trás é imperioso e urgente olhar o Futuro!

terça-feira, 1 de maio de 2018

Duvidas


Pode alguém ser quem não é? 
É o pensamento que tem bailado na minha mente, ao deitar, ao acordar e me acompanha na minha caminhada. 
Afinal o que é a vida, quem sou eu, o que ando eu aqui a fazer?
Tudo parece simples mas ao mesmo tempo assim como as cores do arco íris chegam e logo desaparecem, também esta simplicidade perde ou perdeu a cor apresentando-se agora, opaca com alguns buracos negros.