Nada
tenho a ver com RR, nem tão pouco votaria nele ou no seu partido se
vivesse em Lisboa, por isso nada tenho contra nem a favor.
O
que eu estranho é a campanha assertiva de vários órgãos de
comunicação social contra o político do BE e paralelamente contra
a C M Lisboa, por o mesmo ter feito um negócio com um prédio em
Alfama, ter negociado a saída dos inquilinos e depois ter efectuado
obras valorizando o mesmo a preços de mercado imobiliário, que como
sabemos os valores andam e estão bastante inflacionados.
Será
que uma pessoa por ter ideias ditas de esquerda e defender medidas
contra a especulação imobiliária que graça na cidade de Lisboa,
não poderá ela ser empreendedor e valorizar o edifício que
adquiriu à Segurança Social? Será que existiu alguma ilegalidade
ou «favor» nessa mesma aquisição? Não sei se tudo foi claro e
limpo, mas deve ter sido senão já o Carmo e a Trindade tinham
caído.
Acho
piada à grande maioria dos que hoje pedem a crucificação de RR por
ter cometido o pecado de ter sido empreendedor aproveitando a onda
inflacionista do mercado capitalista imobiliário, sendo que esses
mesmos órgãos de comunicação, jornalistas avençados e oficiosos,
se mantiveram calados ou vieram a terreiro defender o Sr. S do Poço
Boliqueime pela valorização das acções que detinha no “roubo de
lesa pátria” que era e foi sempre o BPN. A valorização anómala
das acções do banco falido BPN que o Sr. S do Poço de Boliqueime
usufruiu foi um jogo limpinho limpinho, obedecendo às regras do
mercado financeiro num banco a caminho da falência por gestão
danosa, e que ainda hoje os portugueses estão a pagar, mas o lucro
que o político dito radical RR pode obter numa acção de
empreendedorismo é crime que requer a sua crucificação.
É
por estas e por outras que prefiro seguir o meu caminho pela outra
margem, longe dos canais televisivos, caminhando em paz comigo e
longe destas discussões aldrabadas de princípios e valores, e cada
vez mais longe dos jogos políticos que se realizam na corte de
Lisboa onde o fantasma de SCD permanece vivo na algibeira de muitos
saudosistas.