terça-feira, 24 de julho de 2018

Ser Professor


Ser professor é uma arte para uns. Para outros ser professor é sua vocação de vida, mas para muitos outros ser professor foi a solução encontrada após terem terminado os seus estudos superiores, e face à dificuldade em encontrar trabalho na economia privada optaram por conseguir emprego no Estado.
Há professores que na sua arte de comunicação, na sua devoção à causa do ensinar, as suas aulas são uma festa de aprendizagem onde o tempo de aula passa demasiado rápido, ficando para sempre na memória de muitos dos seus alunos.
Mas há professores que passam a vida de docência a debitar anos após anos a mesma matéria, e ou aquilo que outros professores em salas de ar condicionado na Avenida 5 de Outubro lhes mandam dizer de forma acrítica, exercendo a sua função como um trabalhador numa linha de montagem semi-automática. Chegam, debitam o que tem a debitar de acordo com o programa e voltam para casa com a noção do dever cumprido, pouco se importando se os alunos entenderam o que lhes tinha debitado. Fez o que tinha a fazer e cada um que se desenrasque. Se o aluno não entendeu que procure um centro de explicações que agora há muitos ao redor da escola.
A escola não é o principal centro de educação das crianças e jovens, mas é o principal centro de formação dos Homens e Mulheres deste País.
Como olhar a luta que sindicatos e ministério têm travado neste último ano? 
Onde estão, onde ficam os interesses dos alunos e do País? 
Quantos professores efectivos estão alocados em secretárias do Mega Ministério de Educação pelo país fora, sem darem aulas há mais de dois anos? 
Quantos professores exercem a sua actividade sindical sem darem aulas, e já agora quantos sindicatos de classe existem?
Dúvidas que me assistem num problema onde a arte e a vocação de ensinar deveria estar acima dos interesses pecuniários de classe, com o devido respeito Governamental por quem exerce a mesma arte com vocação, entusiasmo e sacrifício. Em vez disso vamos assistindo à triste guerra prolongada de alecrim e manjerona.

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