Nunca
é agradável esta viagem de metro até Palhavã agora
baptizada de Praça de Espanha. Desconheço o que levou a
mudar o nome, talvez uma questão de marketing urbano, pois que
Palhavã estava logo associada ao IPO, e este é um local
onde apenas os que sofrem com a maldita degeneração das
células depositam as suas esperanças de vitoria sobre o
mal com a ajuda do saber dos profissionais de mão e alma
cheia que lá trabalham e se dedicam a investigar as diversas
formas de ajudar os doentes a saírem vitoriosos dessa luta
contra o mal.
Hoje,
o tempo cinzentão deste mês de Julho não ajuda o espírito
das pessoas em geral e muito menos os doentes e
acompanhantes que aqui se encontram, uns aguardando a consulta
e o parecer técnico da equipa medica que os acompanha,
outros como eu esperando que uma das visitas do meu primo
saia para eu poder subir e visita-lo. Uma senhora voluntária
vêm oferecer-me um rebuçado, mas eu rejeito educadamente.
Disse-me
um dia o responsável de risco, quando na minha actividade
com o anel “Wellan2000” o visitava no seguimento da acção
dos anéis instalados na rede de agua quente sanitária, que
este hospital é bem diferente de todos os outros, enquanto
que nos outros o doente o que quer é voltar de imediato para
casa, neste o doente deseja ir para casa depois de se
sentir a vencer o mal que nele se instalou.
Viver com o cancro, perguntas e
respostas, um programa anunciado no televisor à minha frente,
sempre no anfiteatro do IPO na ultima quarta feira do mês
das 17 às 18H30. Não é fácil partilhar a vida com o
maldito, que sem avisar, se instala, se alimenta de nós para nos
destruir silenciosamente. Não sendo fácil, há que acreditar na
força da nossa consciência auto-curativa como mais uma
ferramenta psíquica auxiliar das prescrições químicas
ministradas pelos serviços médicos, respeitando e acreditando
na capacidade do pessoal médico, e em especial dos cirurgiões
na remoção do mesmo.
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