domingo, 19 de junho de 2022

22.05.25

 


O Fazedor de Cercas. Um livro que comprou sem saber bem porquê. Talvez o título, lhe tivesse despertado curiosidade, chamando a sua atenção. Talvez fosse o nome Andrade, do autor.

Outros livros mandou vir da livraria que não conhece. Livraria em Coimbra que o seu irmão lhe indicou. Também ele compra lá os seus livros. Gente que se viu no desemprego e correndo riscos arriscou num universo dominado pelas grandes editoras e cadeias de livrarias transformadas em distribuidoras, onde se vende muita porcaria. Há que ser solidário com os mais pequenos que precisam.

Ao ler vai tomando notas. Vai escrevendo à mão num caderno pautado as palavras, as frases que lhe enchem o gosto. Frases como: "... e deixou-se ir pela veredas da sua própria paz", "Tudo o que é, ensina amor" ou ainda "... a chuva escorria-lhes no rosto com sabor a Céu". Coisas pequenas que lhe vão enchendo o gosto e o ensinam a aprender a conhecer.

22.05.21


Sozinho com a sua amiga fiel, prepara-se para regressar aos arrabaldes da cidade grande. Ainda não partiu e já sente saudades da sua casinha, do seu quintal, deste seu mundo pequeno e tão grande.

Levanta-se para buscar umas azeitonas e beber uma outra mini. O ar está quente, abafado como diria a sua mãe. O céu todo cinzento. As frentes meteorológicas, as suas altas e baixas pressões a condicionarem o clima fazendo chegar pelo ar poeiras do deserto.

Ele que sempre foi mais de beber vinho tinto, com o calor raiano vai-se habituando a beber vinho branco fresquinho ao almoço, e, nos intervalos das refeições uma ou outra mini também fresquinha. Continua, contudo, a não ser apreciador de cerveja. Sempre gostou mais de vinho tinto. Também neste domínio não alinha com os publicitários das marcas, nem das regiões demarcadas etc.. Quando compra uma garrafa procura no rótulo se é vinho português e não da UE. Depois procura saber que castas lá estarão, dando preferência às castas portuguesas, não alinhando com as novas castas estrangeiras ultimamente plantadas nas diversas regiões vitivinícolas do país. É um velho conservador em muitos aspetos. Um velho que vai vivendo tresmalhado do rebanho, fazendo a sua caminhada na outra margem na travessia do deserto humano onde não se enquadra nem se revê. Vive sozinho, consigo, com a sua amiga Sacha, com os seus fantasmas e com a sua loucura silenciosa. Coloca fotos na rede social onde ainda permanece. Olha os comentários na esperança de ver quem não aparece.


22.05.20

 

Não ouve notícias na rádio. Tão pouco vê televisão nos seus aparelhos. Só lê as primeiras páginas dos jornais no seu pequeno aparelho de comunicação.

Sente falta de um jornal em papel, não no ecrã do computador ou do aparelho de comunicação. Contudo ao olhar para a oferta à sua disposição não vê nenhum que sendo crítico seja isento nas suas análises. Claro que ainda há bons jornalistas, mas ou escrevem pouco por decisões superiores ou são colocados em áreas menores do próprio jornal.

Assim, neste tempo de pandemias e guerras, refugia-se na música e na leitura de livros e de alguns poucos blogs.

Olha a guerra pelo pouco que ouve na rádio e redes sociais. Não precisa de mais. Canais televisivos RTP1, SIC e TVI na sua televisão TDT não são sintonizados por sua livre e espontânea vontade. Mesmo a RTP2 e RTP3 só o são até à primeira imagem ou palavra que se refira à guerra na Ucrânia, automaticamente a sua mão alcança o comando e desliga o aparelho, não muda de canal. O mesmo se passa com os canais espanhóis que sintoniza.

As notícias de "apsico" dos vários intervenientes ativos e passivos, raramente são verdadeiras sobre o que se passa no terreno. Depois, se a guerra é em si mesma o expoente máximo da crueldade humana em confronto, relatar em direto essa mesma crueldade não é um bom serviço à tão desejada Paz.



22.05.18

 

A guerra é a guerra. É a guerra a consequência da incapacidade dos dirigentes políticos levada às últimas consequências. Eles, os dirigentes, não vão à guerra, mas mandam matar.

A guerra é a guerra e nela não há convenções disto e daquilo. Podem os crentes levar a Bíblia mas não levam códigos de leis porque só há um código na guerra que é guerra, ou se mata ou se morre, restando as ténues hipóteses alternativas da rendição ou de ficar ferido deficiente. A guerra é a crueldade posta em prática, valendo tudo, incluindo tirar os olhos a frio. As convenções existem para os que não vão à guerra mas mandam os outros matar, assim como, para os que sentados, burguesmente, nos seus sofás e cadeiras comentam a guerra como se de um filme se tratasse, sem conhecerem o que é a guerra que é guerra.

Nos tempos que correm os que se guerreiam em terras da Ucrânia nunca serão vencedores tantas são as vidas que se perdem, tantos são os infelizes que dela resultam.

Tomar partido por um dos líderes em confronto naquela guerra a três, não toma. Nenhum deles no seu pensar, é flor que se cheire para o seu olfato. Nenhum presta. E quando não prestam o melhor é não tomar o partido de um ou do outro.

Sofrem terrivelmente as populações ucranianas e russófonas que lá vivem. Sofrem eles e em menor escala sofremos todos nós, povo europeu que nem sequer fomos ouvidos.

Quem conheceu a guerra, quem um dia ouviu o cantar das balas inimigas… não dá ouvidos aos charlatães que hora a hora difundem a versão oficial emanada pelos lacaios da OTAN/NATO, nem tão pouco partilha as notícias que chegam do outro lado. Aguarda criticamente a tão desejada Paz. Mesmo quando esta chegar um dia continuarão os crentes da OTAN a venerar o pensamento único ocidental como o melhor modelo de democracia. Já assim o fizeram na falsa "Primavera Árabe" com os resultados que infelizmente se conhecem.

Sim, há notícias do outro lado vindas de órgãos de comunicação com tanta credibilidade como os ocidentais que nos entram pela casa adentro, porque o Planeta não é felizmente apenas e só a UE com os seus vesgos censores e submissos dirigentes sem coluna vertebral.

Felizmente no Planeta ainda há luar. A Esperança renasce a cada dia, trazendo com ela o sonho da Paz entre todos os povos com os seus seres humanos, todos diferentes, todos iguais.



22.05-17


Mais um dia que começa sem grandes alterações. 

Como um dia escreveu B.B. «as novas antenas continuam a difundir velhas asneiras». Quase tudo igual aos dias que passaram.

Sentado na sanita com o aparelho de comunicação na mão, os óculos postos, olhou as capas dos jornais generalistas e desportivos. Tirando a capa do Público com a foto da retirada dos feridos na siderurgia ucraniana, que tanta tinta tem feito correr, nada mais lhe chamou a atenção. 

Há também artigos sobre a nossa história à volta dos agora falados "Metadados". Como nunca leu a lei ou o decreto-lei que está na origem da declaração de inconstitucionalidade pelo Tribunal Constitucional, e, como pouco ou nada sabe sobre o tema, cala-se e aguarda serenamente o que se irá seguir com o assunto que parece ir fazer correr muita tinta.

Há muito que na sua opinião, o Tribunal Constitucional deveria ser uma secção do Supremo Tribunal de Justiça e não um tribunal onde haja membros indicados pelos partidos políticos com acento na Assembleia da Republica.

Da Justiça e do Ministério Público o melhor mesmo é nunca se cruzar com tais personalidades, já que seguem o exemplo do Estado político que se consolidou após 25 de Novembro, isto é, «fraca(o) com os poderosos, mas forte com os fracos». Daí, o melhor é evitar problemas com essa gente, que tem conceitos bastante diferentes do que deveria ser, na sua opinião, a Justiça Democrática é o próprio Estado Democrático.


22-05-16

 

Nova semana com as mesmas rotinas, as mesmas dúvidas sobre o presente, num Planeta em que parte dos humanos parece não ter futuro, tão incerta vai a vida.

O tempo, essa constante imutável, passa no seu inalterável movimento, sem pressa, sem correrias loucas.

A loucura não pertence ao tempo, é sim um fungo ou talvez antes um vírus criado e fomentado pela sociedade humana.

Muitos são os interesses humanos que a utilizam e dela se servem em benefício próprio ou quando muito de um grupo restrito de amigos com os mesmos interesses.

A sua loucura silenciosa é inofensiva, acompanhando-o há já algum tempo. Mostra-se presente todos os dias, a qualquer momento. Foi-se habituando a viver com ela, considerando-a já, como sua companhia.

Lá longe na cidade grande, mas não assim tão longe, há outras loucuras de estirpes bem mais perigosas e virulentas para o futuro. A política ideológica, como filosofia de modo de vida, deixou de ser diferenciadora entre os que vão exercendo cargos governativos. Poucas são as exceções, raras mesmo as diferenças significativas entre os que entram e os anteriores que governaram. Todos ao centro alinham pela média sem variância nem desvio padrão. A diferença está na forma como nos enrolam, uns usam vaselina e cremes que nos dizem ser biológicos, enquanto que os outros não, preferindo o natural a frio sem anestesia. Todos eles obedecem, sem saber crítico, aos liberais, mais ou menos "neo", que nos comandam desde Bruxelas, sem que tenhamos tido a oportunidade de escolher essa gente executiva que domina os corredores cinzentões de Bruxelas decidindo sobre a nossa própria vida.

Escolhemos parlamentares para a decadente U.E., para que se entretenham a conversar, a dialogar, a discutirem e a viajarem muito em múltiplos grupos criados enquanto por lá estão, numa vida despreocupada muito bem remunerada e recompensada. Pouco ou nada contam esses deputados eleitos para o controle do exercício das políticas concretas europeias.

Da guerra que ocorre lá longe, mas não assim tão longe, vive cansado. Na verdade, nunca gostou de ação psicológica. Ação essa que não passa de uma falsa forma dos senhores da guerra promoverem o ódio e a morte entre os seres humanos mais incautos, distraídos e velhacos.

Dia a dia mais longe do rebanho defensor do pensamento único vigente ditado pela "apsico" ocidental.

Dia a dia mais tresmalhado dos que não alinham com o pensamento único, usando em alternativa outras formas de "apsico".

Com o passar do tempo, a sua loucura silenciosa mantém-se evoluindo lentamente, fazendo-se sua companhia, dia após dia que vai somando sem pressa. Caminham os dois lado a lado nos trilhos e veredas que a vida lhe vai proporcionando.



22.05.15

 

Por ali o mundo continua colorido de múltiplas cores. Caminha sempre acompanhado por lembranças que dançam ao som das várias músicas que a mãe Natureza oferece graciosamente livres de impostos e taxas diretas. Igualmente livre dos sabichões que tudo comentam com exímia sabedoria mesmo quando nem sabem do que estão afinal a falar, assim como daqueles que se fazem passar pelo que não são.

Por ali nada é a preto e branco e tudo tem a liberdade de nascer, viver e morrer nos seus ciclos de vida que há muitos e muitos anos se repete anualmente, desempenhando a sua tarefa existencial, quantas vezes desconhecida do viajante que por aqueles caminhos anda em busca de paz, fora dos roteiros turísticos do mundo consumista sem freio.

Foi à procura do renascer do Sol, que sempre há muitos séculos chega do lado da Extremadura espanhola. Mas o céu carregado de nuvens ameaçando a trovoada anunciada no seu pequeno aparelho de comunicação encobriu o deus Sol. Não ouviu trovões nem viu relâmpagos, mas sentiu o corpo molhado pelos pingos da chuva grossos que desceram das nuvens. Sentiu-se jovem quando a água da chuva escorria pelas faces. Há quanto tempo não sentia a chuva escorrer-lhe pela face.

A vida tem sempre algo de belo, mesmo quando os que mandam nas coisas da guerra e seus vassalos súbditos sem coluna vertebral nos querem parametrizar os neurónios de modo a que volte a dominar com todo o vigor, o pensamento único difundido vinte e quatro horas sobre vinte e quatro, numa paisagem única a preto e branco, vai tresmalhado do rebanho caminhando escutando a sinfonia livre das aves que saudavam o renascer de mais um dia . Por aqueles caminhos e quelhas não há bons nem maus, tudo e todos pertencem sem exclusão à mãe Natureza que anda triste com a ação do seu elemento Homo Sapiens. 


22.05.14

 

Não foram dias fáceis os que passaram. São lembranças de momentos tristes que marcaram a sua vida. 

No dia doze, fez anos que o seu pai foi encontrado no chão do quarto meio inconsciente, não o reconhecendo quando alertado pelo pessoal do lar correu para junto dele, e, nunca mais se recuperou no mês e quatro dias em que esteve internado no hospital. 

No dia treze, fez anos que a sua mãe ao levantar-se de manhã da cama caiu vítima de um AVC que a deixou imobilizada do lado direito. 

 Há muitos anos, era ainda uma criança, ao fincarem os dois irmãos em casa enquanto a mãe foi à mercearia da vizinha, ele fez com que a panela que tinha água a ferver no fogareiro a petróleo caísse e queimasse o seu irmão que ficou com as marcas para sempre no corpo.

Maio para muitos o mês das rosas é nas suas lembranças um mês de espinhos mais do que pétalas.

22.05.12

 

Para onde vamos? Que caminhos serão esses…? A eterna incógnita que o acompanha. De nada vale ter medo do futuro. Sofrer por antecipação, não é saudável, conhecendo ele o sabor desses estados de espírito procura afasta-los, agora que caminha pela reta que o levará à meta final, de onde não haverá retorno, a água secará no seu corpo reduzindo-o a pó, enquanto o espírito partirá para uma dimensão desconhecida, que não está ao alcance dos nossos sentidos. Há que viver em harmonia consigo mesmo, com os outros que o rodeiam, embora desconhecendo e ignorando os seus sonhos, e, por fim, viver em harmonia com a natureza. Tudo parece tão fácil, tão harmonioso e belo. Contudo, outros valores, outros interesses existem sobrepondo-se, tornando o que deveria ser belo num mundo de nuvens carregadas de ódios e poderes radioativos, que lentamente infernizam a vida em sociedade. Vendem-lhe que o ser humano é um ser sociável, para no mesmo momento pregarem aos sete ventos, as maravilhas do seu eu individualista. O indivíduo, dizem-lhe é a célula base da sociedade em que o importante é essa mesma individualidade. Não gosta desse modo de pensar e viver. Não alinha nessa filosofia do pensamento liberal. Para ele o bem do coletivo deverá sobrepor-se ao bem individual, porque o coletivo não elimina o individual, já o individual não eliminando o coletivo simplesmente ignora-o.

22.05.10

Preparou-se e dirigiu-se ao Centro de Saúde. Já há mais de dois anos que não lhe marcavam consulta médica. Neste tempo de intervalo até mudou de médica de família. De uma Susana passou para uma Juliana que iria conhecer.

Ia com receio pois não tinha nenhum documento físico que comprovasse a marcação. Inicialmente por e-mail marcaram-lhe consulta para Julho, sendo que posteriormente lhe telefonaram alterando a consulta para a manhã de hoje. Entregou o cartão de cidadão à funcionária da segurança que o introduziu numa máquina e à segunda tentativa lá saiu o papelinho da confirmação da consulta. Subiu ao primeiro andar e aguardou na sala onde todos os utentes usavam a respetiva máscara. O ecrã dos números era falante pelo que não tinha que estar a olhar, bastava ter a audição atenta à máquina falante de voz autoritária.

Para a sala entrou depois dele uma senhora muçulmana ou casada com muçulmano, já que mesmo sem burka só se viam os olhos. No SNS todos somos utentes e iguais. Como sempre, alguém mais velho tentou furar a ordem estabelecida nas senhas distribuídas pela funcionária da segurança. É o eterno chico-espertismo dos portugueses. Cansado aguarda que o chamem. As 11H do telefonema passaram para as 11H20 da senha de confirmação da consulta. São 11H47 e a maquina falante continua sem chamar o seu número. Ele que chegou às 10H40, os tais vinte minutos antes, que antes da pandemia do sars-cov2 ou do estados de emergência lhe pediam para chegar antes da hora marcada. Não sabe se é da pandemia se dos Estados de emergência decretados . Finalmente lá o chamaram.


22.05.09

 

Caminha sozinho na reta final que o levará ao fim desta sua experiência terrena. Sem medo do momento final, desejando viver mais uns anos a fim de não deixar "rabos de palha" quando a água secar no seu corpo. Caminha, carregando em silêncio tudo o que fez e não fez. É a vida. À medida que percorre a reta final e o tempo foge, o caminhar vai ficando mais pesado.

Olha o que se passa nos ecrãs das televisões quando se senta a comer. Olha, mas não vê nem ouve. Tudo para ele são encenações. Nunca como agora, desde a segunda metade do século passado, que a ação psicológica do pensamento único ( a designada “psico” do seu tempo de guerra), de um lado e do outro da guerra, esteve tão avançada, tão agressiva no parametrizar das mentes dos crentes, e, dos que têm dúvidas, dividindo-as entre os bons e os maus consoante o lado em que se encontram. Querem o Mundo a preto e branco. Querem que se ignorem todas as outras cores. Tudo para ele cheira a mentira putrefacta. Ao anti judaísmo primário reinante em especial dos séculos dezasseis e dezassete, reina agora no final do primeiro quartil do século vinte e um, o anti russo, o anticomunismo primário, confundindo o povo russo com o comunismo. Para a maioria do rebanho ocidental pouco interessa que os atuais líderes russos, promotores da invasão do país vizinho, sejam fervorosos adeptos do capitalismo neoliberal, produtor de oligarcas a exemplo do que passa no outro lado do Atlântico com os líderes republicanos e democratas, representantes dignos dos oligarcas americanos, que os elegem para que exerçam o domínio sobre outros povos e nações. 

É o domínio económico que uns e outros disputam em terra de terceiros. Guerra de oligarcas onde o sofredor, é como sempre o povo anónimo, e, dentro deste as crianças, depois os velhos e as mulheres, sendo que a atual ação psicológica está também a utilizar os animais domésticos nas suas imagens emocionais da "psico" metralhada dia a dia, hora a hora. Tudo serve aos vendilhões.