domingo, 19 de junho de 2022

22.05.21


Sozinho com a sua amiga fiel, prepara-se para regressar aos arrabaldes da cidade grande. Ainda não partiu e já sente saudades da sua casinha, do seu quintal, deste seu mundo pequeno e tão grande.

Levanta-se para buscar umas azeitonas e beber uma outra mini. O ar está quente, abafado como diria a sua mãe. O céu todo cinzento. As frentes meteorológicas, as suas altas e baixas pressões a condicionarem o clima fazendo chegar pelo ar poeiras do deserto.

Ele que sempre foi mais de beber vinho tinto, com o calor raiano vai-se habituando a beber vinho branco fresquinho ao almoço, e, nos intervalos das refeições uma ou outra mini também fresquinha. Continua, contudo, a não ser apreciador de cerveja. Sempre gostou mais de vinho tinto. Também neste domínio não alinha com os publicitários das marcas, nem das regiões demarcadas etc.. Quando compra uma garrafa procura no rótulo se é vinho português e não da UE. Depois procura saber que castas lá estarão, dando preferência às castas portuguesas, não alinhando com as novas castas estrangeiras ultimamente plantadas nas diversas regiões vitivinícolas do país. É um velho conservador em muitos aspetos. Um velho que vai vivendo tresmalhado do rebanho, fazendo a sua caminhada na outra margem na travessia do deserto humano onde não se enquadra nem se revê. Vive sozinho, consigo, com a sua amiga Sacha, com os seus fantasmas e com a sua loucura silenciosa. Coloca fotos na rede social onde ainda permanece. Olha os comentários na esperança de ver quem não aparece.


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