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Sou português, europeu, cidadão ocidental, critico da actual União
Europeia mas não contrário à integração na e da mesma
.
Faço das lembranças do passado uma forma de exercício para os
neurónios, na busca
de os ter atentos aos sinais que a idade do tempo vai trazendo
.
Relembro o passado sem ser saudosista, porque nasci e cresci num
Portugal governado por uma organização (teve vários nomes o
último, salvo erro foi União ou Acção Nacional) que fazia da pobreza
material e de espírito do seu povo, o seu gáudio e felicidade.
Nasci e cresci num país onde a maioria da população vivia na
pobreza quase miséria. Mas nasci com sorte, por ter os pais que
tive, que lutaram e sofreram para que os dois filhos tivessem uma
vida melhor, acabando
por ver realizado esse seu sonho de jovens
.
Incêndios,
fogo em movimento assassino, mais um crime ambiental e não só, que
tanto serve os vendedores de banha da cobra da nossa comunicação
social, como os que se movem de interesses quer a montante quer a
jusante do facto. Abro a televisão, percorro os canais e em todos há
gente que opina, que se diz sabedora da poda criticando sempre pela
negativa
.
Depois da casa roubada, ano após ano, variando nas
zonas geográficas, mais de acordo com a idade da floresta do
que com
o tempo quente de verão e outono, a
vida é
sempre igual, parte do país vai a banhos e a outra parte corre atrás
das imagens espectaculares que os bombeiros na sua luta desigual
contra o fogo assassino lhes oferece
.
Triste, muito triste, observar a ansiedade da
ocorrência
de mortes
e feridos graves que pivôs e repórteres nos
transmitem em alguns dos canais televisivos. Como não gosto de
vampiros desligo, seguindo pela minha outra margem
.
No tempo do país pobre e atrasado, os campos serviam como forma de
subsistência a muitas famílias, que os amanhavam e tratavam de os
limpar, até porque nem sempre havia Bombeiros por perto e as
estradas eram ruins. Se alguma queimada fugia ao controle davam o
alerta, o sino da igreja tocava a rebate, e o povo saia à
rua armado com
baldes, enxadas, pás etc.,
para combater
o fogo, por forma que quando os bombeiros lá
chegavam
já o fogo conhecia a fúria dos populares
.
Felizmente, graças ao 25de Abril, o país deixou a pobreza
franciscana do salazarismo e modernizou-se, entramos no chamado
primeiro mundo entrando pela porta principal na então C.E.E., hoje
União Europeia.
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Mas como não há bela sem senão, também por força dos rácios das
políticas económicas e sociais impostas
por Bruxelas, aceites de mão beijada pelos
nossos governantes,
a desertificação dos campos foi um acentuar rápido do movimento
sem retrocesso, a vida das pessoas passou a ser pautada por
outros hábitos e costumes.
A
emigração sempre, a industria principalmente da construção
ofereciam aos jovens do interior aquilo que seus antepassados não
conheciam, salário mensal, direito a fins de semana, férias e
subsídios que por pouco que fosse, sempre era melhor que o incerto
no campo…
o resto as televisões fizeram…
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Os campos pobres e não pobres ficaram abandonados, onde antes se
produzia algo, onde pastava o gado, cresceu
mato
e eucaliptos. A
agricultura parente mais pobre da nossa economia conhece
a falta de mão de obra disponível, e, viu
entrar a noção de que
o sucesso é rentabilizar algo da forma mais rápida, pelo que, qual
maioria silenciosa, não há zona do País onde não haja eucaliptais
. O eucalipto só por si não arde, mas serve o interesse de muitos vampiros que por cá existem disfarçados
. O eucalipto só por si não arde, mas serve o interesse de muitos vampiros que por cá existem disfarçados
.
A Suécia tem floresta com ordenamento, mas bastaram três ou quatro
meses sem chover, para a grande maioria dos suecos conhecer o calor
na sua terra, e, para a floresta ordenada arder sem controle. Quem
comandou o ataque ao fogo assassino? As Forças Armadas. No Japão
chuvas diluviais inundaram campos, vilas e cidades, devastando tudo à
sua passagem. Quem comandou os socorros às vitimas da tragédia? As
Forças Armadas. No nosso caso de tragédia na Serra de Monchique
chegaram reforços de Espanha, ou seja, elementos de uma força
especial do Exercito Espanhol. Mas, nós por cá vamos andar mais um ano a
discutir e a alimentar uma estrutura pesada, de elevados custos e
pouco operacional