sexta-feira, 20 de julho de 2018

Água da fonte


Nos tempos de juventude íamos de dois em dois ou mesmo três anos passar um mês com os meus avós maternos que moravam na Rua do Espírito Santo. Na verdade não sentíamos grande apetência em ir para a Zebreira pois não estávamos habituados ao calor e vivíamos na praia junto a Peniche.
Do que mais gostava era de ir ainda de madrugada com o meu avô buscar cântaros de água aos poços para se ter em casa, sendo parte dessa agua dada ao dono do poço. De madrugada para se fugir ao calor que logo de manhã apertava. Nesse tempo a água canalizada pingava de vez enquando na torneira, electricidade era um sonho que só chegou quase no final dos anos sessenta.
À noite as pessoas juntavam-se às portas e conversavam contando muitas histórias dos tempos de sua juventude, muita imaginação havia, algumas nem ler sabiam mas histórias tinham e muitas.
Quando o meu pai se reformou, resolveram voltar e fizeram a sua casita na estrada à entrada. Passei a ir mais vezes e com o passar do tempo as viagens foram sempre mais.
Ao andar ao logo da barragem, vi na outra margem uma das fontes onde fui com meus pais algumas vezes buscar água para colocar nos asados e se beber. Gostava da água daquela fonte. Deixou-se de lá ir porque na mesma os «desgraçados do vício» lá deixavam as pratas queimadas e por precaução... Não me lembro do nome, mas lembro-me de lá ir e até levar alguma coisa para comermos já que minha mãe sempre gostou de pic-nic e as netas gostavam também.
Hoje, vivemos num tempo em que domina o garrafão da água comprada. Eu, voltei a beber água das fontes, seja do Ladoeiro ou da Idanha.


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