Somos
todos cúmplices do que se passa ao nosso redor, seja em que sentido
for, para o bem ou para o mal.
Hoje
falamos muito da violência doméstica. Falamos muito mais das
consequências e muito pouco das causas, da moral sexual existente,
da educação, da doença social que é o ciúme, qualquer que seja a
sua intensidade, das mentalidades que dominam a nossa Justiça que
nos seus pareceres muitos dos seus juízes ainda não saíram do
século XIX.
Depois,
chama-se e julga-se a Polícia e a GNR por serem agressivas e
racistas, deixando para segundo plano o papel que os elementos destas
forças devem ter, sempre que recebem uma queixa de violência
doméstica por parte de uma mulher ou de uma jovem, pois a violência
no namoro é em si um caso de violência doméstica. Quantas mulheres
apresentam queixas a elementos de tais forças, eles próprios,
adeptos da superioridade do homem sobre a mulher?.
Lembremos-nos
que apenas na revisão do Código Civil pós 25 de Abril, a mulher
deixa de ser “propriedade” do homem pelo casamento. E, ainda nem
cinquenta anos passaram, com a sociedade a continuar culturalmente
conservadora nos seus costumes e tradições. Continuamos numa versão
mais moderna a sermos uma sociedade de “públicas virtudes e
brandos costumes”.
No
fundo, por mais leis que se façam, não deixamos de ser um país com
uma sociedade machista, misógina, onde a mulher ainda não ocupa na
prática o lugar de igualdade consignado nas muitas leis que o
Parlamento faz.
A
violência doméstica só se resolverá quando no seio familiar os
pais em sintonia, educarem os filhos no sentido mais amplo da
igualdade de género. Quando os pais ao menor sinal de ciúme de um
dos seus filhos tratarem de imediato de o levarem ao Centro de Saúde
para ser analisado e acompanhado por especialista psiquiátrico ou
psicológico, conforme a gravidade dos sintomas. Exigindo-se do
Estado que esses profissionais de saúde existam nos Centros de Saúde
ou tenham contratos de prestação de serviços de fácil acesso ao
doente e familiares que o acompanhem.
Se
nos mexermos e aceitarmos a igualdade de géneros hoje, poderemos
estar a ajudar filhas, netas e bisnetas vindouras na vida futura.
Não
basta dizer Não à Violência Doméstica, é preciso aceitar e
praticar a Igualdade com amor.
O
Amor não é paixão, ainda menos sinónimo de posse, de propriedade,
mas sim de Igualdade, de Liberdade, de Partilha da vida em União com
Respeito e Paciência mútua.
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