terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Sobre a violência doméstica


Somos todos cúmplices do que se passa ao nosso redor, seja em que sentido for, para o bem ou para o mal.

Hoje falamos muito da violência doméstica. Falamos muito mais das consequências e muito pouco das causas, da moral sexual existente, da educação, da doença social que é o ciúme, qualquer que seja a sua intensidade, das mentalidades que dominam a nossa Justiça que nos seus pareceres muitos dos seus juízes ainda não saíram do século XIX. 
Depois, chama-se e julga-se a Polícia e a GNR por serem agressivas e racistas, deixando para segundo plano o papel que os elementos destas forças devem ter, sempre que recebem uma queixa de violência doméstica por parte de uma mulher ou de uma jovem, pois a violência no namoro é em si um caso de violência doméstica. Quantas mulheres apresentam queixas a elementos de tais forças, eles próprios, adeptos da superioridade do homem sobre a mulher?.
Lembremos-nos que apenas na revisão do Código Civil pós 25 de Abril, a mulher deixa de ser “propriedade” do homem pelo casamento. E, ainda nem cinquenta anos passaram, com a sociedade a continuar culturalmente conservadora nos seus costumes e tradições. Continuamos numa versão mais moderna a sermos uma sociedade de “públicas virtudes e brandos costumes”.
No fundo, por mais leis que se façam, não deixamos de ser um país com uma sociedade machista, misógina, onde a mulher ainda não ocupa na prática o lugar de igualdade consignado nas muitas leis que o Parlamento faz.
A violência doméstica só se resolverá quando no seio familiar os pais em sintonia, educarem os filhos no sentido mais amplo da igualdade de género. Quando os pais ao menor sinal de ciúme de um dos seus filhos tratarem de imediato de o levarem ao Centro de Saúde para ser analisado e acompanhado por especialista psiquiátrico ou psicológico, conforme a gravidade dos sintomas. Exigindo-se do Estado que esses profissionais de saúde existam nos Centros de Saúde ou tenham contratos de prestação de serviços de fácil acesso ao doente e familiares que o acompanhem.
Se nos mexermos e aceitarmos a igualdade de géneros hoje, poderemos estar a ajudar filhas, netas e bisnetas vindouras na vida futura.
Não basta dizer Não à Violência Doméstica, é preciso aceitar e praticar a Igualdade com amor.
O Amor não é paixão, ainda menos sinónimo de posse, de propriedade, mas sim de Igualdade, de Liberdade, de Partilha da vida em União com Respeito e Paciência mútua.

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