sábado, 25 de novembro de 2017


Acordei já o dia tinha voltado a sorrir. Acordei como se estivesse na ponta do Cabo Carvoeiro, a olhar o mar, o horizonte infinito… para trás tinham ficado as terras raianas que o Erges divide, e onde o Tejo entra em Portugal. Vi a Berlenga mas não reparei na Nau dos Corvos povoada pelos seus amigos. Uma onda bateu forte e subiu até cá acima, dei dois passos atrás encostei-me à oliveira cordovil do meu quintal. Acordei e continuei a sonhar, a pensar como tudo nos pode acontecer. Hoje estou bem, amanhã logo se verá e quando chegar o momento de não ter consciência do momento seguinte é para ali, para as profundezas daquelas águas de cor única que quero voltar, é nelas que quero repousar lançado num dia de vento norte. Não quero nem flores nem lágrimas, apenas que possa ser lembrado «como um tipo respeitador» nada mais.
Já acordado, ouvindo as notícias inconscientemente adiciono a este meu sonho e desejo que o «banho final» não pague qualquer cêntimo de impostos ou taxas, se tiver que ser clandestino pois que o seja… que morrerei cansado de viver no meio de quem só tem direitos à custa do sempre pagador Zé Contribuinte, de quem se verga e amocha perante os representantes do neo-liberalismo sedento e tão valentes lutadores dos seus direitos se apresentam perante os tendencialmente social democratas.

Não sou social democrata, na verdade já nem sei bem o que sou politicamente, gostaria que os minhas netas e neto, vivessem numa sociedade muito mais decente do que a actual, muito mais humana, solidária, fraterna, muito menos consumista, onde a riqueza não se imponham pelos bens materiais de ostentação… onde os direitos tenham o mesmo peso e medida que os deveres e obrigações, onde a Liberdade de uns acabe onde começa a Liberdade do outro!

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