Vejo
gente
ofendida
com as declarações proferidas por um antigo primeiro ministro a um
procurador e
a
um
juiz
em vídeos transmitidos por canais televisivos. Vídeos que deveriam
estar no recato da justiça, mas que … alguém
dentro do processo fez chegar
às
televisões para
colocar
cidadãos contra cidadãos, sempre no
intuito de condenar publicamente em
julgamento popular,
não sei se a figura do antigo primeiro-ministro ou se a política do
Estado Democrático.
Há
muito que a figura do tal antigo primeiro ministro a mim não me diz
nada, nem sim nem não antes
um ignoro por não lhe reconhecer valor.
Tinha ele dois ou três meses de mandato no primeiro governo que
formou, tendo
eu votado no seu partido,
quando numa visita ao meu pai, seu votante e amigo, lhe disse, «pai,
esse sujeito é mais cavaquista que o próprio cavaco», e não me
enganei de todo. Por isso parafraseando
o actual primeiro ministro, “à justiça o que é da justiça e à
política
o que é da política”,
sendo
que
mais uma vez se vê, nota e sente, que a justiça não foi,
não
é
e não
será independente. Foi, é e será, o reflexo
da luta que
se travou, trava e travará nas
classes dominantes da sociedade, daí o simples,
certo e
verdadeiro
ditado
popular «quem se lixa sempre é o mexilhão».
Outros
indícios de crimes presumidamente cometidos por outros antigos
políticos governantes, foram esquecidos numa gaveta e mandados
arquivar, por
procuradores e juízes da mesma organização do Estado, tudo
em nome de uma Justiça que se queria transparente e inodora, mas que
se apresenta opaca e mal cheirosa.
Daí
ou daqui, a minha dúvida, se o que se pretende com todo este
foguetório televisivo, é queimar na fogueira da opinião publica,
apenas a figura da personagem em
causa,
ou pelo facto de o mesmo ter sido líder de um partido político de
esquerda-ao-centro, se quer ir mais longe, fazendo crer nos incautos
cidadãos que a presumida corrupção de que é acusado o antigo
primeiro ministro, é ela em tudo e em todo, culpa do Estado
Democrático, como
se no tempo do salazarismo não tivesse
existido corrupção.
Não
dou pois para esse peditório, que até
nesta
época do
ano me
faz lembrar um pouco os
acontecimentos que em Abril de 1506 ocorreram na cidade de Lisboa,
com
as devidas proporções no tempo, no método e
no conteúdo.
Não é por não dar para esse peditório, que vou
deixar
de ter
opinião
política,
de
gostar
e me
interessar
pela política do nosso País
e da União Europeia de que fazemos parte, o gosto dos ideais
políticos vem de longe do tempo em que as paredes tinham ouvidos.
Quando
os políticos por nós nomeados não prestam, ou se revelam o
contrário do que acreditámos serem, só nos resta mudar de opinião,
castigá-los nas próximas eleições e até lá estarmos atentos aos
lobos em pele de cordeiro.
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