quarta-feira, 24 de novembro de 2021

21.10.24

 

Tive sorte por aos nove anos poder fazer de bicicleta os 8km que distava a Escola em Peniche de casa em Ferrel. A ciclovia municipal até à Atouguia da Baleia era do tipo "macadame", seguindo depois na ciclovia nacional naquele tempo cimentada. Quase a fazer os doze anos mudámo-nos para o Lugar da Estrada, mais perto da Escola, caminho mais plano e de novo ciclovia municipal tipo "macadame" que passou a alcatroada pouco tempo depois. Naquele tempo tínhamos de pedalar em "fila de pirilau" ai se a guarda ou a polícia de trânsito nos apanhasse a seguirmos a par uns dos outros, era logo multa e carta apreendida. É certo que o trânsito rodoviário naquele tempo dos anos 60 do século passado não se compara em nada com o que hoje ocorre naquelas mesmo estradas, mas quando vejo ciclistas amadores a andarem nas estradas aos pares até de três ocupando a faixa de rodagem, penso que tudo muda é certo mas nem tudo muda no bom sentido civilizacional.

Quando ocorre o 25 de Abril o país Portugal era paupérrimo em piscinas públicas. Em Lisboa, públicas, salvo erro duas, a do Areeiro onde nunca fui, e a dos Olivais onde fui duas vezes e chegou. Nada como o mar quer no Baleal, quer na Consolação ou no Porto Batel. Nem as praias da linha ou da então chamada "Costa do Sol" me atraíram. Naquele tempo o Algarve era um reino distante desconhecido. Gostava do mar com ondas e de águas transparentes. Depois entramos para a CEE e começou o investimento do Estado através dos Municípios a construírem piscinas municipais e hoje temos o país coberto de piscinas. Agora nem mergulho nas ondas do mar, que isto de nós termos "chegado à tarde", traz-nos coisas como artroses e outras que nos dizem para termos juízo e assim lá vou às piscinas procurando obter algum benefício físico.

No tempo de agora vejo o país com os seus Municípios a investir quer em ciclovias alternativas das municipais e nacionais do meu tempo de menino e moço, quer em passadiços procurando realçar ao visitante a beleza natural da sua região como forma de chamar visitantes que algum benefício económico sempre deixam aos agentes económicos locais.

Sei de dois lugares onde a beleza natural soberba do meio envolvente requer que se realize o investimento da concretização de passadiços. Dois lugares tão distantes como distante são as fronteiras do meu país, mas que quer num caso como no outro as Autoridades Municipais os ignoram simplesmente, talvez porque não lhes traga grande proveito em termos de votos eleitorais.

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