terça-feira, 23 de novembro de 2021

21.09.10 Presidente Sampaio

 

Na outra margem por onde caminho olho com atenção o que se passa na cidade grande de muitas histórias, historietas e óperas bufas.

Gostei dele como Presidente. Um Homem sério e humanista. Lutador antifascista, defensor na barra dos tribunais dos que ousavam sonhar com um outro modo de vida onde a Liberdade não fosse apenas a liberdade de se viver pobremente e temente ao senhor doutor. Depois de Abril, cidadão livre de ideias abertas e conciliadoras chegou um dia a Presidente.

Primeiro para a Câmara de Lisboa mostrou aos seus "inimigos" internos de Partido que acordos e alianças com os partidos mais à esquerda era possível sem que daí resultasse grande mal antes pelo contrário.

Depois para Presidente da República conseguiu vencer o homem novo-velho professor de finanças públicas que era o ex-libris dos saudosistas de um outro professor de finanças públicas de má memória para os amantes da Liberdade em Democracia. Ganhou quando os poderosos tinham apostado todas as fichas no novo-velho professor de finanças públicas até porque este novo-velho professor o tinha derrotado com cabazada em eleições para a Assembleia da República.

Mas o mundo dá muitas voltas e voltas e mais voltas tudo na vida muda num segundo. Exerceu o cargo como um Senhor, um Homem de H grande que era e sempre foi. Faleceu no hospital público do nosso SNS onde se encontrava internado e onde sempre foi acompanhado.

Depois dele não mais o meu voto ajudou um vencedor.

Ao olhar os ecrãs televisivos, ao ver tantos hipócritas falarem do Homem Bom, sinto-me bem por seguir o meu caminho na outra margem da vida na travessia do deserto.


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