quarta-feira, 24 de novembro de 2021

21.11.22

Era uma vez um município de baixa densidade populacional no esquecido e semi-abandonado interior raiano da Beira Baixa, onde a maioria da população é constituída por velhos e idosos que resistem ao passar do tempo na triste vida de ir vendo e sabendo que familiares, amigos e conhecidos vão eles terminando a sua viagem terrena.

Não é pois de estranhar as dificuldades que o SNS através dos seus organismos regionais e locais tinha e têm em contratar médicos e enfermeiros para dar assistência às populações resistentes das dezassete populações dispersas e constituintes do Município raiano que é salvo erro o segundo maior em extensão.

Sendo estas dificuldades conhecidas de todos, responsáveis políticos, profissionais de saúde e utentes ia a Unidade Local de Saúde com o seu Centro de Saúde funcionando com o profissionalismo e a dedicação de quem não tem meios mas faz das tripas coração para que os utentes tenham algum apoio, sendo uma das profissionais de saúde médica que voluntariamente e graciosamente continuava a trabalhar dando assistência embora estando já aposentada.

Aquando do período eleitoral autárquico a médica em causa deu o seu apoio explicito a outro movimento político em oposição ao Presidente Municipal de novo candidato a um último mandato.

No tempo de campanha pré-eleitoral o Presidente do Município promoveu através da adesão a um cartão especifico um seguro de doença privado básico com a Lusitania – Companhia de Seguros SA, afirmando na promoção e durante a campanha pré-eleitoral e eleitoral que o dito seguro de saúde escondido no tal cartão, acessível a todos os cidadãos residentes e recenseados no Município que o solicitassem, era diziam complementar do SNS. Face talvez às criticas geradas lá conseguiu quase em véspera do acto eleitoral que as estruturas do Partido funcionassem em seu apoio para noticiarem a assinatura de um tal protocolo em que a ULSCB dava o consentimento ao tal cartão sem que o responsável pela ULSCB se tivesse comprometido explicitamente segundo a leitura que fiz da noticia então divulgada.

Quando em Lisboa o candidato C. Moedas do PSD fez publicitar em campanha pré-eleitoral cartazes onde afirmava que se ganhasse as eleições os cidadãos com mais de 65 anos teriam direito a um seguro de saúde gratuito não estava a inovar. Já no esquecido e semi-abandonado interior raiano o Presidente do Município de Idanha-a-Nova tinha estabelecido um contrato de seguro anual que custa aos contribuintes quinhentos e quinze mil escudos à partida, segundo os dados do concurso publico realizado e rubricado pelas partes.

Com estas medida que os mais liberais aplaudem de pé e, outras muitas velhas promessas o candidato Presidente foi de novo escolhido pelos cidadãos do Município para o novo e último mandato.

Depois da tomada de posse nos novos órgãos autárquicos (município, freguesias e uniões de freguesia) vão-se conhecendo medidas que já se esperavam, como o que se passa com a prometida compra de um lagar de azeite já que os valores envolvidos teriam de ter o visto do Tribunal de Conta (ou estarei errado?) e o tempo foge que a azeitona está pronta; outras medidas denotam o índice de democraticidade e solidariedade existente nas pessoas que gerem a política regional e municipal à sombra da bandeira do Partido Socialista. Com a enorme dificuldade em conseguir médicos para dar assistência aos

utentes das várias populações, utilizam o argumento da idade para dispensar do serviço a médica que graciosamente trabalhava na ULS, pois que, já antes desta campanha eleitoral autárquica a senhora médica tinha os setenta anos e continuava a prestar serviço graciosamente durante todo este tempo difícil de pandemia que estamos ainda a viver. Pois não parece haver dúvidas que por detrás do argumento legal da idade, a dispensa dos serviços graciosos que a senhora médica vinham prestando se deve ao facto da sua opção política livremente tomada aquando da campanha eleitoral autárquica.

É por estas e por outras medidas revanchistas que vamos conhecendo nesta envergonhada democracia que é preciso estar atentos, dizendo sem medo “Viva o 25 de Abril!!!”

 

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