quarta-feira, 24 de novembro de 2021

21.11.13

 

A frase "temos aquilo que merecemos" aplica-se também de forma coletiva.

Já em 2020 numa sessão da Assembleia Municipal de Idanha-a-Nova o então Presidente da União de Freguesias Zebreira e Segura levantou o problema questionando o poder municipal sobre o assunto "exploração de lítio" ficando sem resposta e isolado. Que ninguém tenha dado conta ou se tenha preocupado é uma outra história, triste mas verdadeira.

Podemos queixar-nos da oportunidade de colocar à discussão pública o assunto da "prospeção do lítio em oito localidades" logo no dia seguinte à eleição Autárquica. Mas coisas destas fazem parte da estratégia de poder e da concessão de favores. Até aqui tudo normal. Já não se pode considerar normal a forma como foi colocada a discussão pública para a prospeção do minério lítio. A via digital para zonas onde predomina a fraca literacia e acesso a computadores que permitam ler com letras de ver o que está em discussão, é exemplificativo como o poder em Lisboa olha o interior do país, desconhecendo e ignorando a realidade das suas populações.

Não sou radical contra quer a prospeção do minério quer quanto à exploração do mesmo. Tudo dependendo das condições em que uma ou outra se realizem no respeito pela biodiversidade e no respeito das populações e da sua qualidade de vida ambiental.

O conhecimento e aplicação do mesmo aos meios tecnológicos já hoje permitem a prospeção e exploração de minérios minimizando efeitos nocivos ambientais que sempre irão existir pois não há bela sem senão.

Há que ponderar os benefícios e os prejuízos e decidir em conformidade, sempre no respeito da biodiversidade, da qualidade ambiental das populações que resistem a viver neste interior esquecido. Estamos numa zona classificada integrada na Rede Mundial de Reservas da Biosfera Transfronteiriça Tejo/Tajo Internacional da UNESCO.

Serão as populações residentes de Segura, Zebreira, Salvaterra do Extremo e Rosmaninhal que terão de se unir e pressionar as suas Juntas de Freguesia para poderem ser informadas e esclarecidas de como o processo irá decorrer e quais os argumentos a favor e contra tais ações.

São as Juntas de Freguesia a esperança das populações envolvidas porque da Presidência Municipal nada se espera de verdade, tal é o tempo em que o antigo Presidente de Junta da União de Freguesias Zebreira e Segura solicitou em Assembleia Municipal esclarecimento sobre o assunto e até hoje nada foi dito e divulgado às populações pelo Poder Municipal.

Terão os novos Presidentes de Junta e de União de Juntas de Freguesia vontade de pressionarem o Poder Municipal a informar não só a sua posição quanto à matéria em discussão publica mas também que meios financeiros lhes concede o Município para a elaboração de um Estudo de Impacto Ambiental Independente se existirem condições para a exploração do lítio em gruta ou a céu aberto?

Cabe ao Presidente da União de Freguesias Zebreira e Segura a maior responsabilidade em todo o processo pois já esta indicada a Barragem da Toulica como a reserva de água que suportará a possível exploração do minério. Que plano está reservado para a salvaguarda da qualidade ambiental da pequena barragem, assim como do Rio Erges?

Dúvidas e Trabalho não faltam para de forma sensata ponderar e analisar o assunto sem esquecer o velho ditado popular « Fia-te na Virgem e não corras logo vês o trambolhão que apanhas».

(foto obtida na net)

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