quarta-feira, 24 de novembro de 2021

21.11.19

 

19 de Novembro de 1807 o exército francês comandado pelo general Junot, reforçado com tropas amigas castelhanas comandadas pelo general Caraffa perfazendo um total de cerca de 25.000 homens entram em Portugal pela velha ponte romana sobre o Rio Erges em Segura, com a finalidade de avançarem até Lisboa, nos conquistarem para depois dividirem entre eles o nosso reino.

As causas desta invasão prendem-se ao facto do nosso país não ter aderido ao bloqueio marítimo que Napoleão queria sujeitar os barcos ingleses e Portugal como velho aliado da coroa inglesa não acatou esse desígnio colocando-se ao lado dos ingleses. Então "o louco" Napoleão acordou com os reinos de Espanha a nossa invasão para depois nos dividirem entre eles.

Entraram em Portugal por Segura no dia 19 de Novembro de 1807 e no final de mês de Novembro o general Junot entrou e sentou-se em Lisboa.

A nossa corte com alguma nobreza e algum clero, antes que as tropas invasoras chegassem a Lisboa tratou de "dar às vilas diogo" fugindo com o rabo entre as pernas para o Brasil. Alguns nobres patrióticos que por cá ficaram com os seus homens auxiliados pelos homens ingleses comandados pelo inglês Duque de Wellington que a pedido veio em nosso auxílio, entre escaramuças e batalhas heroicas acabou por fazer capitular o sr. general Junot que regressou à sua terra com os seus sobreviventes rotos e esfomeados.

Agora imagina se em vez do exército franco-espanhol comandado por Junot ter entrado em Portugal por Segura, tivesse atravessado mais a norte o Rio Erges e entrado por Penha Garcia, de que modo seria este dia recordado pela "corte" que governa o Município de Idanha-a-Nova. Se os da "corte" não se cansam de promover o Rei visigodo Wamba que passou por Idanha-a-Velha antes da formação do Reino de Portugal, então este dia seria recordado com pompa e circunstância. Mas, o acontecimento deu-se em Segura terra ainda mais esquecida do poder municipal que o esquecido e abandonado interior raiano da Beira Baixa, como tal nem uma simples placa evocativa se designam colocar.

Fui dos últimos combatentes da guerra colonial ou ultramarina em Angola. Não vejo a evocação desta data histórica qualquer nacionalismo ortodoxo, pois para a sua colocação junto à ponte que já foi romana, seriam convidados representantes dos quatro países envolvidos como forma de celebrar e enaltecer a Paz, a União e o Respeito mutuo que nos dias de hoje felizmente vivemos.

Por último, recordo que ouvi na rádio pública há uns anos um historiador relatar que depois do Duque de Wellington nos ter ajudado a derrotar os sonhos do louco Napoleão voltou para o seu condado onde vivia calmamente até o Rei de Inglaterra o ter chamado a fim de o convencer a comandar o exército inglês que estava em papos de aranha para fazer frente a mais uma invasão do norte pelos viking dinamarqueses. O Rei ofereceu-lhe em troca mais terras para o seu condado. Então o Duque propôs como condição para aceitar tal cargo se os soldados fossem portugueses. Muito admirado o Rei lembrou-lhe que ele e os seus homens tiveram de vir em nosso auxílio e agora ele pedia-lhe soldados portugueses? Ao que o Duque Wellington contrapôs que veio sim, mas nunca tinha comandado soldados tão bons e valentes como os soldados portugueses, que para ele eram os melhores do mundo, o problema estava em quem os comandava.

Os séculos passam e o desígnio da nossa sorte mantêm-se.


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