Apetece-lhe
falar de futebol, mas não o faz
Apetece-lhe
falar de arbitragens vergonhosas mas cala-se
Apetece-lhe
falar, comentar política mas limita-se
a ler o que outros escrevem
Não
fala
de futebol porque este deixou-se
subverter por “clubites” doentias, fanáticas
Não
comenta
jogos porque as regras únicas são aplicadas em múltiplas
interpretações consoante
o poder em
jogo
Diziam-lhe
que, ganhar ou perder tudo é desporto… diziam-lhe
mas…
ninguém gosta de perder nem a feijões
A
política vigente não o entusiasma, parecendo-se
a olhos visto com
as
“clubites” onde não convém ter opinião própria diferente
Nas
televisões ditas generalistas noventa por cento dos comentadores
políticos independentes pertencem todos à mesma área de pensamento
ideológico
Nas
televisões ditas generalistas noventa por cento dos comentadores
independentes do
futebol,
envergam de forma invisível a mesma camisola
Cala-se
e fica
ora conversando com
a sua sombra, ora com
os livros, ora escrevendo coisas para o seu
blog, ora conversando com as suas
memórias vivas, recusando-se
a deixar de pensar, de ter opinião, de ouvir o que não lhe
dizem, de
esquecer o que não
lhe
contaram
Os
seus
dedos
como que se recusam a escrever o que lhe
vai na alma sobre os políticos e os antigos combatentes das guerras
inglórias de África. Cala-se
mais uma vez, a hipocrisia reinante sobre o assunto queima-lhe
a alma, se é que ela ainda vive em si
Lá
para trás um antigo
Presidente disse um dia que «há mais vida para lá de deficit».
Depois
outro
político e beato resumiu tudo numa frase «É a vida». Para nos
tempos de agora um
outro político e Presidente gostar de arrotar azedumes em algumas
quintas-feira rodeados pelos bobos da sua
corte
Não
era esta a vida que um dia sonhou de olhos abertos e peito ao vento,
mas é o mundo em que vive
pelo
que, caminhando
faz
o seu
caminhar pela outra margem, porque, «pode remar contra a maré mas
não deve nadar contra a corrente».
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