


Deixa-me
poder correr à vontade diz-me
com o olhar a minha amiga.
Deixa-me
gastar
algumas das muitas energias que acumulo na vida sedentária que me
dás. Deixa-me
que eu não te deixo. Eu
é que tenho medo que tu me deixes por eu ser assim com este meu
génio de linhagem alemã. Vá lá solta-me para eu poder correr e
saltar.
E,
assim vamos caminhando os dois pelas margens da pequena barragem. Os
dois livres. Os dois contentes por mais um dia que começa sem outra
preocupação que não seja o podermos inspirar e receber as energias
que a Natureza nos proporciona.
Lá
longe de onde nós viemos por certo há filas de carros parados na
estrada aguardando impacientes que o sujeito da frente ande.
Nervosos, impacientes, irão chegar ao local de trabalho cansados,
com os nervos arrasados de tanta correria para não chegarem
atrasados e afinal o malfadado transito pregou-lhes a partida mais
uma vez.
Outros correm para apanhar o comboio, os autocarros, todos uns e
outros, andando
apressados vão-se acotovelando a ver quem passa primeiro, quase
todos com
ares de cansaço, muitos
deles tristes
já
pela manhã, apressados
mas
desmotivados, vão trabalhar porque têm de ganhar dinheiro para
pagar as responsabilidades assumidas na
puta de vida que levam…
casa,
trabalho, casa, trabalho… num ciclo infernal sem que o dia da
reforma se veja no horizonte.
E,
nós aqui ouvindo o silêncio interrompido pelo canto das aves, pelos
peixes que saltam fora de água e te deixam maluca… Reformado
não têm férias porque todos os dias o são. Sabes que
outros
reformados
me dizem que a vida nas cidades é que é boa, que lá há
divertimentos e que isto é um atraso de vida… pois que seja, que
fiquem por lá limpando o pó aos bancos dos jardins, falando da vida
deste e daquele, dizendo mal dos políticos acusando-os sem provas
reais de corruptos mas quando chega a hora de escolherem pelo voto
não se dão ao incomodo de irem votar
eles,
reformados
e aposentados,
têm os seus direitos dizem,
passando horas com o cú sentado frente à
televisão… eles que vivam ou vegetem por lá que
aqui nós
somos
mais livres do que lá… fazemos
o nosso turismo à medida sem precisarmos
de agências de viagens... por isso eu
te digo e tu até sabes, que
não
há nada mais bonito que a Liberdade de
vivermos simples, humildes em comunhão com a bela Natureza que nas
fotos é sempre mais bonita do que a realidade.
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