quinta-feira, 26 de setembro de 2019

20 anos










20 anos estão quase passados. 
20 anos em que continuas presente na minha vida. Não há frios, nem calores, nem tão pouco tempestades que te afastem de mim. Podem até amarrar-te nessa tua outra viagem que nós continuamos unidos aqui. Unidos por laços invisíveis fabricados pelo aço mais forte de todos que foi e é o amor que nos uniu, que me ensinaste a criar.
Depois de num acto de amor teres sido fecundada, geraste-me no teu ventre e deste-me vida. Os quatro vivemos sempre unidos. Hoje, pela ordem natural das coisas só restamos os dois que vocês souberam criar com sacrifícios pelo amor que sempre nos deram e ensinaram como exemplo de vida.
Aqui, neste quarto com o Sol de Outono a entrar pela agora minha janela, olho a tuas fotos que tenho a cabeceira, os teus olhos já tristes pelo maldito "avc" que te roubou forças físicas. Na memória viva as minhas visitas quinzenais, as nossas conversas, as tuas revoltas que te levavam ao cansaço da vida.
20 anos estão quase passados. Resta-me a alegria feliz de ter sido teu filho, de poder partilhar contigo e com o pai, sem esquecer os avós, estas paredes que vocês nos deixaram. Aqui continuamos todos vivos, não vos vejo, não vos cheiro, mas sinto que vocês andam por aqui.
Podem achar-me louco que não me importo. O mundo lá fora está cada vez mais longe de mim. Sou eu que me afasto porque não me identifico com este modo de viver, demasiado consumista e ganancioso para o meu modo de sonhar a vida.

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