Levantei-me
aos primeiros raios da aurora. Votei manhã cedo. Depois vivi o dia
normalmente sem dar atenção aos órgãos de comunicação. Ganhe
quem ganhar, amanhã o sol irá aparecer a leste, terá o seu
ocaso la para o final da tarde a oeste. Nos tempos mais próximos os
ventos e as chuvas continuarão a ser influenciados pela localização
do nosso conhecido anticiclone dos Açores.
Nesta
noite ao serem conhecidos os resultados eleitorais uns cantarão
vitória, os outros tentarão a todo o custo justificar a não
vitória da sua mensagem. É a política felizmente.
Os
cobardes abstencionistas irão justificar a sua opção egoísta
dizendo que os políticos são todos farinha do mesmo saco,
acusando-os de corruptos e ladrões. Fazem-no desconhecendo que isso
é a própria imagem do seu carácter. Coitados. Recusam-se a
olharem-se ao espelho, daí o culparem os políticos sem outras
provas que não seja o bate boca de alguns jornalistas
especializados em sensacionalismos justiceiros, antes da própria
justiça se pronunciar de facto em sentença transitada em julgado.
Depois
de arrumados os deputados eleitos, de escolhido o líder para o
próximo Governo iremos saber das medidas concretas que irão
influenciar a nossa vida quer privada quer colectiva. Mantendo-se de
antemão o peso da dívida pública continuaremos a ter em cima das
nossas cabeças o machado pesado e cortante da mesma; que o novo
"var" do BCE estará atento à menor falta para demonstrar
que o caminho para
melhorar as
condições de vida dos
portugueses é altamente perigoso e lesivo dos interesses da elite
neoliberal que controla pelo poder financeiro a nossa economia.
O
novo arranjo de poder nos órgãos de comunicação social a
concretizar-se irá contribuir para o afundar ainda mais da qualidade
televisiva, levando a alienação a níveis de profunda depressão
para todos aqueles que têm na televisão a sua companhia de todas
as horas.
O
ambiente irá continuar negro. As meias mentiras irão sobrepor-se
às meias verdades. Tentarão convencer-nos a mudarmos hábitos de
consumo dentro de parâmetros bem definidos pelos tais poderosos da
finança de modo a continuarmos a viver felizes e contentes com a
desgraça dos outros. O que se passa no Ártico e na Antártida
continuará a ser servido como imagens espectaculares só possíveis
pelo avanço tecnológico, nada como sendo consequência da exploração
desenfreada e gananciosa da Natureza.
Os
lobbies maçónicos, religiosos e gays continuarão a sua luta de
poder fora dos nossos olhos. Eu que não sou gay, visto calças e
não uso nem saias nem aventais continuarei pela outra margem atento
aquilo que não nos contam mas está nas entrelinhas.
Por fim:
- Que
os vencedores saibam honrar a oportunidade que os cidadãos votantes
e interessados lhes proporcionaram para bem servirem o país.
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