Não
sou aficionado. Nunca fui ver ao vivo. Há outras pegas na vida muito
mais interessantes, menos perigosas e muito mais saborosas.
Reconheço
a tradição que o espectáculo das corridas e largadas de toiros tem
em algumas populações. Quando jovem gostava de ver na televisão a
preto e branco o toureio a pé, homem e toiro frente a frente numa
luta de enganos.
Os
granadeiros criadores de gado bravo nas
suas
terras
têm à sua disposição todos os fundos e subsídios que as
explorações agrícolas recebem do Estado por decisões europeias.
Continuar
a conceder subsídios ao espectáculo em si, custa-me
mas aceito porque
temos de respeitar todos aqueles que gostam de assistir e vêm arte e
cultura no mesmo, mesmo que
eu ache
que ali não há cultura nem arte.
Uns
gostam de touradas, outros gostam de futebol, outros de ciclismo,
outros de boxe, outros de corridas de automóveis, outros de teatro,
outros de música clássica, outros de musica popular, outros de
dança e ballet, outros gostam de tudo e outros não gostam de nada.
A
vida tem leis sociais, culturais, sei lá. Na realidade não sei se
são leis, tradições, costumes ou hábitos que trouxemos através
dos tempos para agora podermos duvidar e até sermos contra essas
tais coisas que vêm do passado e fazem a civilização do antes e do
agora. Tudo no ser humano evolui. O que ontem era importante e belo
ou normal, hoje pode já não ser assim para muitos, enquanto que
para outros pode continuar a ser a tal arte e cultura e por fim há
os que deixam ao livre arbítrio de cada um.
O
Estado directa ou indirectamente a todos auxilia, mais a uns que a
outros, goste-se ou não.
Discutir
a atribuição de subsídios concedidos pondo em causa o espectáculo
pela violência que para alguns o mesmo representa, parece-me
puritanismo extremista, mas… eu não dou para esse peditório.
Devemos
ter a educação cívica de respeitarmos o outro mesmo quando o outro
tem gostos opostos aos nossos. Custa mas tem de ser.
Neste
caminhar pela outra margem estou a cada dia mais longe de todos os
pseudo sejam
eles
ambientalistas, defensores dos animais, anti racistas … etc.
que vivem nas cidades sem conhecerem na pele o porque das coisas, a
dureza e
incerteza da
vida seja
nos campos, nos
mares,
seja nos bairros periféricos das cidades grandes anónimas e
impessoais.
Como
dizia o Padre Felicidade Alves «Deus na sua transcendência a todos
quer bem».
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