terça-feira, 7 de julho de 2020

O Sistema e os justiceiros


O sistema que domina grande parte da sociedade é implacável, não adormece. Os seus fiéis, quaisquer que sejam os domínios, cuidam da sua segurança, não vá o diabo tecê-las. E porque todo o cuidado é pouco na defesa do sistema, os seus fiéis não se importam de errarem sem pingo de vergonha.

Este país não é para velhos, tão pouco para idosos, nem mesmo para os jovens que pugnem pela verdade na sua versão de honestidade.

O sistema domina e funciona de forma transversal, de alto a baixo, seja na Administração Pública dependente dos Governos que vão passando, seja nas estruturas da Justiça independente dos Governos, seja nas Administrações Privadas dos monopólios e oligopólios é um correpio de casos onde a suspeição e as dúvidas são rainhas.
Casos, onde alguns «justiceiros» (de saias ou aventais) fazem chegar excertos específicos dos processos em curso nas suas mãos, aos agentes do sistema colocados estrategicamente em órgãos de comunicação para que a "populaça" estabeleça o seu «auto de fé» e queime as suas vítimas no novo "Rossio-virtual".

Eles auto-proclamados «justiceiros» pouco se importam com o cumprimento das regras e das leis. Eles, «justiceiros» estão acima das leis, eles são as normas que regem as leis.

A "populaça" embriagada pelo paleio dos agentes do sistema, perde a noção do bom senso e julga em delírio na praça publica transformada em «autos de fé sec. XXI», qualquer que seja a vítima ou vítimas dos arrotos e vómitos azedos dos «justiceiros» em especial se são políticos, ex-políticos de partidos específicos, ou empresários arrogantes e outros angolanos pretensamente ricos; salvam-se deste circo os empresários ligados ao mundo do desporto, onde os tentáculos existem numa outra versão mais complexa ainda.

Os «justiceiros» pouco se importam que a Justiça seja lenta, de baixa produtividade. Eles fazem o seu trabalho, para que o objectivo de descrédito da Democracia funcione, obedientes que são às estruturas ocultas dos mandantes do sistema.

Sonhar com uma “Sociedade Mais Decente” ainda é possível… mas os mandantes do sistema são poderosos, estão em alerta constante com os seus agentes e eunucos em todos os domínios da nossa sociedade, nem precisam que as paredes voltem a ter ouvidos, modernizaram-se, adaptaram-se às novas tendências da sociedade de consumo que gerem. A defesa da privacidade para eles não existe. Eles sabem e têm acesso a tudo.

Sonhar ou continuar a sonhar exige dos sonhadores outras formas de inteligência, de expressão na linguagem simples e clara para com todos mas, em especial para os mais jovens, para os que vivem a precariedade das novas formas de trabalhar, porque são eles o garante de que o futuro é possível. 
É preciso mais do que nunca ser pragmático sem perder a ilusão do sonho.

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