O
sistema que domina grande parte da sociedade é implacável, não
adormece. Os seus fiéis, quaisquer que sejam os domínios, cuidam da
sua segurança, não vá o diabo tecê-las. E porque todo o cuidado é
pouco na defesa do sistema, os seus fiéis não se importam de
errarem sem pingo de vergonha.
Este
país não é para velhos, tão pouco para idosos, nem mesmo para os
jovens que pugnem pela verdade na sua versão de honestidade.
O
sistema domina e funciona de forma transversal, de alto a baixo, seja
na Administração Pública dependente dos Governos que vão
passando, seja nas estruturas da Justiça independente dos Governos,
seja nas Administrações Privadas dos monopólios e oligopólios é
um correpio de casos onde a suspeição e as dúvidas são rainhas.
Casos,
onde alguns «justiceiros» (de saias ou aventais) fazem chegar
excertos específicos dos processos em curso nas suas mãos, aos
agentes do sistema colocados estrategicamente em órgãos de
comunicação para que a "populaça" estabeleça o seu
«auto de fé» e queime as suas vítimas no novo "Rossio-virtual".
Eles
auto-proclamados «justiceiros» pouco se importam com o cumprimento
das regras e das leis. Eles, «justiceiros» estão acima das leis,
eles são as normas que regem as leis.
A
"populaça" embriagada pelo paleio dos agentes do sistema,
perde a noção do bom senso e julga em delírio na
praça publica transformada em «autos de fé sec. XXI», qualquer
que seja a vítima ou vítimas dos arrotos e vómitos azedos
dos «justiceiros» em
especial se são políticos, ex-políticos de partidos específicos,
ou empresários arrogantes e outros angolanos pretensamente ricos;
salvam-se deste circo
os empresários ligados ao mundo do desporto, onde os tentáculos
existem numa outra
versão mais complexa
ainda.
Os
«justiceiros» pouco se importam que a Justiça seja lenta, de baixa
produtividade. Eles fazem o seu trabalho, para que o objectivo de
descrédito da Democracia funcione, obedientes que são às
estruturas ocultas dos mandantes do sistema.
Sonhar
com uma “Sociedade Mais Decente” ainda é possível… mas os
mandantes do sistema são poderosos, estão em alerta constante com
os seus agentes e eunucos em todos os domínios da nossa sociedade,
nem precisam que as paredes voltem a ter ouvidos, modernizaram-se,
adaptaram-se às novas tendências da sociedade de consumo que gerem.
A defesa da privacidade para eles não existe. Eles sabem e têm
acesso a tudo.
Sonhar
ou continuar a sonhar exige dos sonhadores outras formas de
inteligência, de expressão na linguagem simples e clara para com
todos mas, em especial para os mais jovens, para os que vivem a
precariedade das novas formas de trabalhar, porque são eles o
garante de
que o futuro é possível.
É
preciso mais do que nunca ser
pragmático sem perder a ilusão do sonho.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.