sábado, 25 de julho de 2020

A esperança e a duvida

Se ontem os receios eram dúvidas de um medo a poder concretizar-se, hoje os receios as dúvidas do medo ganham força ao olhar as primeiras páginas dos jornais.

Eles nunca adormeceram. Estiveram um dia na Alameda ao lado das garantias. Vestiram-se com fatos democráticos. A pouco e pouco foram conquistando posições nas instituições do Estado Democrático. Para eles a precariedade no trabalho é um bem necessário, uma dádiva do seu Deus todo poderoso. A pobreza o caminho para a salvação das almas inferiores. Eles só veneram o Deus do lucro via exploração gananciosa dos outros. Eles ou os seus representantes e testas de ferro receberam medalhas e comendas da Democracia como figuras de grandes patriotas.

A pouco e pouco governantes amigos, fracos e mansos sempre com justificações confusas e obtusas do agrado desses vampiros e eunucos, foram privatizando tudo o que de valor havia no país democrático. Resta-nos a bandeira e pouco mais.

Agora que um fdp de um vírus pôs tudo de pantanas. Agora que os da UE a custo se dispõem a facilitar o voltarmos a uma nova normalidade económica concedendo nova enxurrada de euros para os cofres públicos de modo a serem investidos na economia, eles os que em Abril, em Novembro e na Alameda se mascararam de democratas aí estão em plena arena do circo com os seus testas de ferro, lambe botas e lambe cus, quais feras sedentas de sangue e fome a atacarem as ideias expostas por um português exterior aos círculos partidários, professor universitário de reconhecidos saberes, gestor de méritos apreciados em empresa privada na Fundação Gulbenkian. Tanta raiva espumada, tanta sede de sangue em órgãos de comunicação sempre abertos aos amigos, só porque o senhor professor e gestor defende um Estado forte na acção para a recuperação da nova economia após o fdp do vírus ficar dominado e controlado por acção de uma vacina.

Custa-lhes ouvir a verdade de que temos de apostar na ferrovia, nos portos, num novo aeroporto, na digitalização, na chamada economia verde, de forma a podermos reindustrializar interligando sectores de actividade, olharmos para o desenvolvimento do interior criando posto de trabalho produtivos e inovadores para que as populações se desenvolvam de forma harmoniosa.

A eles custa-lhes dói-lhes que não seja já um delfim do Botas de Santa Comba Dão ou mesmo na versão 1.2. do Homem do Poço de Boliqueime a gerir a enxurrada de euros que aí vem.

Em mim a esperança e a dúvida bailam sem saber qual das duas irá vencer. Gostaria muito que a esperança de um país novo pudesse renascer, mas logo a dúvida me chama à razão do que tem sido o nosso passado democrático no que respeita à aplicação de fundos e empréstimos em negociatas dos poderes públicos perante uma Justiça nas mãos de justiceiros vesgos de tendências duvidosas.

Cá estamos acreditando que os erros do passado não serão de novo copiados e aplicados a favor da meia dúzia de famílias feudais e senhores do betão em união com os comerciantes glutões da distribuição moderna.

Cá estamos querendo acreditar que desta vez os fundos serão empregues de forma transparente e reprodutiva da riqueza que merecemos para os vindouros poderem continuar a ter o orgulho em serem portugueses.


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