domingo, 6 de junho de 2021

21.06.06

O homem falou. Ao falar disse coisas. Coisas que para os seus seguidores são como as palavras das religiões para os crentes. Falou e fala o homem como líder da região que julga ser sua. Julga-se o homem dono absoluto daquilo que não lhe pertence. O homem falou e espumou acusando e aconselhando governantes a demitirem-se. O homem cria suspense, casos, culpas alheias, sempre os insucessos são por culpa da «moirama» centralizadora. O homem fala até de regionalização e a multidão de seguidores ajoelha como que beijando os pés a tal santo sagrado em pregação da palavra divina.

Ouço-o, dou-lhe atenção mas ele não sabe quem eu sou. O homem fala e falou mas sabe que muitos como eu acreditam mais nas gravações da fruta em casas de alterne e noutras, do que nas palavras por ele entoadas a preceito para a multidão de crentes que o seguem.

O homem falou e fala porque na infeliz Justiça que temos há sempre para os (falsos) poderosos uma mão piedosa pronta a escrever um acórdão que os iliba de todas e quaisquer acusações, mesmo quando elas são reais e ouvidas por crentes e não crentes. Há sempre uma virgula mal colocada no processo que os salva perante os seus crentes.

Ouço-o, dou-lhe atenção para ver como anda a falta de vergonha na outra margem da vida onde não vivo, onde me recuso a viver caminhando e andando na margem oposta a todos esses (falsos) poderosos e seus amigos de interesses que pouco ou nada já me dizem.


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