segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Um destes dias


Um destes dias passados enquanto arranjava as couves, o repolho e os feijões ouvia na televisão de Espanha a senhora Ana Pastor a falar dos problemas que afectam a política espanhola. Uma senhora com larga experiência política quer nos lugares ocupados no seu partido, quer no governo e no parlamento. Dei atenção à forma e ao modo como afirmava as suas convicções e tendo sido esta senhora responsável pela política social e de bem estar do Partido Popular passou-se-me a imagem do filme regresso ao passado e num ápice vi nos ecrans da mesma TVE não a senhora Ana Pastor a falar as suas convicções políticas mas sim Isabel de Castela dos então designados reis católicos a incitar o povo aquando dos tempos da Inquisição contra os hereges não só sefarditas mas todos os que não comungavam dos seus ritos religiosos. Entre a multidão em fuga para o nosso país será que havia Andrades, Moreiras, Capelos e Ribeiros? Desliguei e pensei que tenho de voltar ao trabalho iniciado mas suspenso de buscar as raízes que vêm de longe de muito longe. Ficou aquela inquietação de qualquer coisa que não sei nem percebi nunca o porque de tanto ódio assassino de uma igreja de uma religião que se dizia e ainda hoje diz pregar a concórdia entre os homens.
Sou português rafeiro mistura possivelmente do fruto do amor entre cristãos novos e cristãos velhos que simplesmente se marimbaram para essas teorias de fomento do ódio e celebraram o amor.
Português que lê a história dos judeus sefarditas em Portugal, que leu ontem mais do que hoje a luta, a fuga dos judeus aos esbirros nazis e fascistas que quiseram dominar a velha Europa em meados do século passado. Português que gosta da obra literária deixada pelo judeu Amos Oz. Português que não compreende como podem os judeus de hoje num território que os colonialistas decidiram que era lá que eles poderiam viver em paz, fazerem o que estão a fazer aos seus meio-irmãos palestinianos que já lá estavam quando eles ali se libertaram da política colonial inglesa. Como pode a maioria desse povo estar ao lado de governantes radicais que em nada se diferenciam daqueles que um dia os incendiavam em fogueiras ou os mandavam para campos de concentração e fornos crematórios. Como pode o mundo dito civilizado calar-se, olhar para o lado e assobiar indiferente aos crimes constantes dos esbirros judeus que controlam de forma expansionista territórios que não são seus.
Onde está o Amor? 
Onde mora a Concórdia e a Fraternidade? 
Não falo da Paz porque virou utopia que esta sempre no horizonte nunca se deixando dominar pelos homens que nos controlam a vida e muitas das nossas próprias emoções sem darmos por isso.

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