segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Sopram ventos adversos


Ali ao lado em Espanha sopram ventos adversos. Espanha é um país muito complicado. Depois da ditadura franquista, os democratas balançaram e cederam à vontade dos já então saudosos franquistas e falangistas, não sendo capazes os democratas das várias regiões, das várias nações, que constituem a Espanha de caminharem para uma República federativa que anulasse a tensão sempre existente entre as regiões e nações do norte contra os povos do sul.
Ao trabalhar numa empresa espanhola conheci espanhóis de várias regiões e nações. É certo que um catalão não tem nada a ver com um castelhano de Madrid. Um basco ainda menos a ver quer com o catalão quer com o castelhano. O mesmo se passa com os galegos (Em 1971 quando de uma ida a salto de Chaves até Ourense para passar o fim de semana, num dos autocarros que apanhávamos de Verin para Ourense armou-se uma discussão entre dois galegos com um mais exaltado a gritar para o outro: - En Galicia no me hables de Franco) ou mesmo com os astúrianos. Alguns dos catalães e bascos queixavam-se da forma como a riqueza produzida em cada uma das regiões era repartida pelo governo central da monarquia. Os catalães só se calavam quando os andaluzes, que os catalães acusam de não gostarem de trabalhar, ganhavam o prémio anual da fábrica com melhores índices de produtividade. Para muitos catalães a língua espanhola não existe, o que se fala é castelhano.
Com o problema complicado que independentistas catalães trouxeram para a ordem do dia em Espanha e na União Europeia, era muito difícil que as eleições trouxessem algo de novo. E mesmo a subida do partido VOX não é novidade para quem acompanha à distancia os movimentos políticos que se passam em Espanha. Bastava ver o que se vai passando na região de Madrid com partidos do centro direita a apoiarem propostas do VOX…
Depois temos a política ruinosa dos subsídios na União Europeia. Distribuíram rios de dinheiro para os países do sul deixarem de produzir em vários sectores da economia. Os proprietários e empreendedores receberam esses rios de dinheiro e a economia ficou mais pobre. Fábricas fecharam portas, barcos abatidos, campos abandonados… tudo em função da merda dos rácios decididos em gabinetes luxuosos de ar-condicionado. Hoje a única política macro-económica que têm é dar subsídios em função do património e não em função da produção, subsídios de desemprego a quem não encontra trabalho mas também a quem não quer e não gosta de trabalhar; subsídios de reinserção social a quem não faz nada para procurar outra forma de vida. Criando lentamente um exército de gente que nem estuda, nem trabalha, nem quer fazer nada… Gente fácil para alimentar o submundo das ilegalidades sociais, alimentando o descontentamento de quem trabalha e desconta os impostos taxas e taxinhas devidas e necessárias para alimentar a máquina do Estado. Gente que sofre nos transportes para ir trabalhar, que sofre nos trabalhos quer no campo quer na construção e produção… gente que depois de um dia sofrido de trabalho, é inundado em casa pelas notícias televisivas de políticos que na ambição desmedida se deixaram levar em negócios que cheiram a corrupção… Gente que de corpo dorido e mente cansada a poucas coisas que ouve aos partidos ditos de esquerda, ou esquerda mais radical é sobre os problemas de mudança de sexo, de casamento homossexual, adopção por casais homossexuais, da eutanásia, de mais subsídios a quem não trabalha nem gosta de trabalhar etc etc… de aumentos salariais para os funcionários da máquina estatal quando eles lá na empresa onde trabalham não sabem o que ser aumentados há mais de uma ano… Políticos que se dizem de esquerda, seja moderada ou mais radical, que simplesmente ignoram as tradições e os costumes de uma educação religiosa judaico-cristã com séculos. Hoje perdendo publico nas missas mas que continua e sobrevive com muitos dos seus crentes calados e mudos não praticantes mas de raízes religiosas profundas ainda.
O VOX e à nossa maneira o tal de “Chega para lá” só aparecem porque os políticos activos da política se esqueceram e esquecem que a sua função é servir o Estado e não servir-se dele, ao mesmo tempo que parecem desconhecer as raízes culturais dos cidadãos que governam
PS. Nada me move contra os políticos activos. Nada tenho contra os homossexuais e a sua vida social. Somos todos seres humanos com os mesmos direitos, deveres e obrigações, com a única diferença na orientação sexual. No que respeita à eutanásia tenho as minhas reservas. Nada tenho contra os ciganos desde que eles respeitem as normas da sociedade onde se inserem.

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