Ali
ao lado em Espanha sopram ventos adversos. Espanha é um país muito
complicado. Depois da ditadura franquista, os democratas balançaram
e cederam à vontade dos já então saudosos franquistas e
falangistas, não sendo capazes os democratas das várias regiões,
das várias nações, que constituem a Espanha de caminharem para uma
República federativa que anulasse a tensão sempre existente entre
as regiões e nações do norte contra os povos do sul.
Ao
trabalhar numa empresa espanhola conheci espanhóis de várias
regiões e nações. É certo que um catalão não tem nada a ver com
um castelhano de Madrid. Um basco ainda menos a ver quer com o
catalão quer com o castelhano. O mesmo se passa com os galegos (Em
1971 quando de uma ida a salto de Chaves até Ourense para passar o
fim de semana, num dos autocarros que apanhávamos de Verin para
Ourense armou-se uma discussão entre dois galegos com um mais
exaltado a gritar para o outro: - En Galicia no me hables de Franco)
ou mesmo com
os astúrianos.
Alguns dos catalães e bascos queixavam-se
da forma como a riqueza produzida em cada uma das regiões era
repartida pelo governo
central da monarquia. Os
catalães só se calavam quando os andaluzes, que os catalães acusam
de não gostarem de trabalhar, ganhavam o prémio anual da fábrica
com melhores índices de produtividade. Para muitos catalães a
língua espanhola não existe, o que se fala é castelhano.
Com
o problema complicado que independentistas catalães trouxeram para a
ordem do dia em Espanha e na União Europeia, era muito difícil que
as eleições trouxessem algo de novo. E mesmo a subida do partido
VOX não é novidade para quem acompanha à distancia os movimentos
políticos que se passam em Espanha. Bastava ver o que se vai
passando na região de Madrid com partidos do centro direita a
apoiarem propostas do VOX…
Depois
temos a política ruinosa dos subsídios na União Europeia.
Distribuíram rios de dinheiro para os países do sul deixarem de
produzir em vários sectores da economia. Os
proprietários e empreendedores receberam esses rios de dinheiro e a
economia ficou mais pobre. Fábricas fecharam portas, barcos
abatidos, campos abandonados… tudo em função da merda dos rácios
decididos em gabinetes luxuosos de ar-condicionado. Hoje
a única política macro-económica que têm é dar subsídios em
função do património e não em função da produção, subsídios
de desemprego a quem não encontra trabalho mas também a quem não
quer e não gosta
de trabalhar; subsídios de reinserção social a quem não faz nada
para procurar outra forma de vida. Criando
lentamente um exército de gente que nem estuda, nem trabalha, nem
quer fazer
nada… Gente
fácil para alimentar o submundo das ilegalidades sociais,
alimentando o descontentamento de quem trabalha e desconta os
impostos taxas e taxinhas devidas e necessárias para alimentar a máquina do
Estado. Gente que sofre nos transportes para ir trabalhar, que sofre
nos trabalhos quer no
campo quer na
construção e produção… gente que depois de um dia sofrido de
trabalho, é inundado em casa pelas notícias televisivas de políticos que na
ambição desmedida se deixaram levar em negócios que cheiram
a corrupção… Gente que de
corpo dorido e mente cansada a
poucas
coisas
que ouve aos partidos ditos de esquerda, ou esquerda mais radical é
sobre os problemas de mudança
de sexo, de casamento homossexual, adopção por casais homossexuais,
da eutanásia, de mais subsídios a quem não trabalha nem gosta de
trabalhar etc etc… de aumentos salariais para os funcionários da
máquina estatal quando eles lá na empresa onde trabalham não sabem
o que ser aumentados há mais de uma ano… Políticos que se dizem
de esquerda, seja moderada ou mais radical, que simplesmente ignoram
as tradições e os costumes de uma educação religiosa judaico-cristã com
séculos. Hoje perdendo
publico nas missas
mas que continua e sobrevive
com muitos dos seus crentes calados
e mudos não praticantes mas de
raízes religiosas profundas ainda.
O
VOX e à nossa maneira o tal de “Chega para lá” só aparecem
porque os políticos activos da política se esqueceram e esquecem
que a sua função é servir o Estado e não servir-se dele, ao mesmo
tempo que parecem desconhecer as raízes culturais dos cidadãos que
governam
PS. Nada me move contra os políticos activos. Nada tenho contra os homossexuais e a sua vida social. Somos todos
seres humanos com os mesmos direitos, deveres e obrigações, com a
única diferença na orientação sexual. No que respeita à
eutanásia tenho as minhas reservas. Nada tenho contra os ciganos
desde que eles respeitem as normas da sociedade onde se inserem.
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