segunda-feira, 25 de novembro de 2019

O indígena boliviano


Era uma vez um país no hemisfério sul que viveu muitos anos sob governos ultra conservadores primeiro de colonos e depois pela minoria branca que se tornou independente da antiga mãe colonialista. Um país onde a grande maioria da população indígena vivia como cidadãos de terceira perante a população branca. Um país por muitos considerado pobre, com os recursos naturais entregues à exploração do capital estrangeiro. Mas um dia um indígena encheu o peito enchendo-se de ousadia candidatou-se ao lugar de presidente do seu país sonhando com uma pátria mais solidária para com o seu próprio povo. Lutando do sonho em ousadia tornou-se em eleições livres o primeiro indígena a chegar a presidente daquele país pobre que existe lá nas alturas. Eleito presidente sem sangue nas ruas, nem prisões cheias de brancos insatisfeitos com a sua política o governo dirigido pelo indígena, mudou o rumo económico e social das suas gentes; afrontou o capital que explorava os recursos naturais sem quase contrapartidas para a sua pátria. Deu esperanças ao seu povo indígena desagradando aos imperialistas que quando são afrontados por políticas não coincidentes com os seus interesses especulativos logo vêm comunistas por todo lado. Não tendo como descredibilizá-lo pelos resultados económicos e sociais alcançados ao longo de quatro mandatos eleitorais sem sinais evidentes de batota, o imperialismo moderno tratou de “doucement” adaptar os governos dos países à sua volta, colocando aí lacaios fiéis aos seus interesses para que depois de mais umas eleições livres naquele país em que os observadores internacionais europeus não se pronunciaram sobre ilegalidades de maior nas últimas eleições, a minoria amante da supremacia branca, da exploração sem limites dos mais fracos, apoiada pela comunicação social saudosa de antigos privilégios, com a benção da santa madre igreja local, com umas forças armadas fiéis ao poder imperialista que nunca foram reformadas durante os anos de governação do indígena e a coberto das declarações de fraude por parte da OEA (organização controlada pelos imperialistas onde os seus lacaios estão em maioria) todos eles em conjunto levaram à renúncia do poder por parte do indígena,que segundo declarações suas, fê-lo para evitar o agudizar da violência que ocorria entre os seus apoiantes e os seus críticos.
Nesses anos de governação do indígena para lá das medidas económicas de nacionalização a 50% das empresas estrangeiras que exploravam os seus recursos naturais, o PIB cresceu consideravelmente, a pobreza extrema foi reduzida de 36,7% para ainda 16,8%, lutou para reduzir a dependência monetária do FMI e do B. Mundial. Ou seja, tudo medidas que não agradaram aos senhores que mandam no Planeta e em particular aos imperialistas intitulem-se eles de republicanos ou democratas.
O indígena caiu, exilou-se num outro país daquele continente mas a violência extrema, o ódio que auto proclamados governantes exercem especialmente sobre a população indígena é elucidativo da mentalidade ideológica dos novos senhores do poder. Perante tanta violência sem limites, tanta falta de liberdade de expressão do povo indígena, de respeito pela condição humana, não se ouve uma palavra de reprovação por parte dos governantes europeus, dos senhores da ONU onde o beato português é líder, por parte até do papa ou será que também ele já não sabe o que se passa com os seus vizinhos indígenas?
Depois há uns artistas que difundem aos sete ventos por todos os meios comunicacionais que hoje em dia já não existe direita nem esquerda entretendo-nos com falas mansas e futebois pqp.

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