Não
sou um apreciador e muito menos um seguidor do senhor Sócrates, o
português entenda-se. E , não o sou antes, não depois de se
ouvirem todas as coisas que a justiça fez passar cá para fora
através de canais amigos de possíveis justiceiros.
Nesta
casa onde escrevo esteve o senhor Sócrates, o português entenda-se,
quando ainda fazia a sua caminhada rumo ao poder. Soube-o por um
amigo do meu pai e amigo dele também. Enquanto fazia o percurso de
subida quase todas as semanas telefonava ao meu velho, não se
esquecia. Conheci-o pessoalmente num jantar do partido ali em Idanha
a Nova em que acompanhei o meu pai. Sempre sorridente e afável era
para o meu velho um político em que ele confiava, mesmo quando os
filhos lhe diziam para ter cuidado que a coisa não era como ele a
via.
Contudo
o senhor Sócrates, o português entenda-se, assim que chegou lá ao
cimo e se sentou no poder rápido esqueceu o velho Senhor João,
nunca mais teve tempo para o costumeiro telefonema. Foi essa atitude
para com o meu velho que me levou a distanciar-me ainda mais de tal
personagem política, que eu a única organização de que fui
filiado por livre vontade foi o Os Belenenses, o verdadeiro e não
esta aberração político-clubista de “belenenses sad”. Fui mas
também saí de livre vontade quando
achei que era a altura de sair.
Mas
voltando à figura do político senhor Sócrates, o português
entenda-se, assim como sempre coloquei água fria no entusiasmo do
meu velho, também não o condeno na praça pública. O avô materno
foi um homem rico com o negócio do volfrâmio era o que sabia de
seus bens materiais, se ele herdou muito ou pouco não me interessa
nem tão pouco as notícias que circulam na comunicação e redes
ditas sociais me chamam a atenção. A justiça nas mãos dos
justiceiros de ambos os quadrantes que dominam o exercício da mesma
justiça que se entendam, que eu não fui eleito para juri de tal e
tais coisas que pelo ar circulam.
A
corrupção é inerente ao ser humano. Uns deixam-se levar pela
ambição desmedida e tornam-se corruptos, passivos ou activos tanto
faz. E , assim como passo entre os pingos das notícias sobre o
senhor Sócrates, o português entenda-se, também não simpatizo nem
nutro confiança nos saberes dos senhores juízes Carlos Alexandre e
Ivo Rosa porque vejo neles muita ambição de notoriedade e vaidade.
Sendo a ambição ela própria o motor que leva à corrupção o
melhor é seguir pela outra margem, deixando eles esgrimirem os seus
dados de justiça e justiceiros, que estou mais preocupado com a
chuva que não cai dos céus… será que nesta coincidência infeliz
da falta de água a cair dos céus, para alguns jornalecos e
justiceiros de meia leca também haverá mãozinha de Sócrates, o
português entenda-se?
Quer
o político quer o juiz em democracia são funções de
responsabilidade para servirem a sociedade e não servirem-se dela
por vaidades e ambições. É
por isso e por isto que gosto de ler e recordar o exemplo
de vida de Pepe Mujica.
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