A
noite já passou de um sono só. Pela janela virada a nascente vejo
o abraço que o dia e a noite estão partilhando numa cerimónia que
repetem à milhões de anos sem se cansarem desta rotina. O frio,
aquele frio de barba rija, já se faz anunciar. No seu passo certo o
outono vai-se despedindo anunciando o tempo de inverno. Só a chuva
tão desejada não se faz visita destas pobres terras povoadas ainda
de gentes que se recusam a desistir, vivendo a esperança ansiosa de
que os deuses se lembrem da sua existência e a façam cair em
abundância dos céus de forma serena sem sobressaltos.
Na
capital do Reino a exemplo da falta de chuva continua a seca de
ideias próprias para o amanhã deste torrão que já foi jardim à
beira mar.
Os
governantes vivem cercados de lobis, emparedados por uma comunicação
social agressiva destruidora sem princípios éticos onde a qualidade
é uma regra que pertence ao passado. Governantes que vivem submissos
ao capital financeiro que nos domina a todos porque sem ovos não se
fazem omeletes parecem ter perdido a capacidade de sonharem e de
lutarem por uma sociedade mais decente embarcando neste rumo sem
motor e sem velas que é a actual U.E. restando os remos para alguns
poucos mais audaciosos procurarem remar contra a maré
Assim
vamos. Uns cantando e sorrindo, outros chorando suas raivas e
impotência com muitos dos restantes a levarem as mãos aos céus nos
direcção de Fátima acreditando nos tais poderes milagrosos que a
mente prodigiosa dos humanos é fértil em acontecimentos.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.