sábado, 9 de novembro de 2019

A noite


A noite já passou de um sono só. Pela janela virada a nascente vejo o abraço que o dia e a noite estão partilhando numa cerimónia que repetem à milhões de anos sem se cansarem desta rotina. O frio, aquele frio de barba rija, já se faz anunciar. No seu passo certo o outono vai-se despedindo anunciando o tempo de inverno. Só a chuva tão desejada não se faz visita destas pobres terras povoadas ainda de gentes que se recusam a desistir, vivendo a esperança ansiosa de que os deuses se lembrem da sua existência e a façam cair em abundância dos céus de forma serena sem sobressaltos.
Na capital do Reino a exemplo da falta de chuva continua a seca de ideias próprias para o amanhã deste torrão que já foi jardim à beira mar.
Os governantes vivem cercados de lobis, emparedados por uma comunicação social agressiva destruidora sem princípios éticos onde a qualidade é uma regra que pertence ao passado. Governantes que vivem submissos ao capital financeiro que nos domina a todos porque sem ovos não se fazem omeletes parecem ter perdido a capacidade de sonharem e de lutarem por uma sociedade mais decente embarcando neste rumo sem motor e sem velas que é a actual U.E. restando os remos para alguns poucos mais audaciosos procurarem remar contra a maré
Assim vamos. Uns cantando e sorrindo, outros chorando suas raivas e impotência com muitos dos restantes a levarem as mãos aos céus nos direcção de Fátima acreditando nos tais poderes milagrosos que a mente prodigiosa dos humanos é fértil em acontecimentos.

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