segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Não é saudosismo



Não é saudosismo, nem tal podia ser. Antes lembranças de outros tempos em que estes eram utilizados e representaram um avanço tecnológico sobre os outros hábitos mais antigos.
Ainda estudei à luz do candeeiro a petróleo no centro da mesa. E quando a luz eléctrica chegou a Ferrel ficou de reserva para as noites em que a mesma falhava. Luz eléctrica com lâmpadas não mais de 25 watts porque era cara, não ao alcance de qualquer família. Aqui na terra de meus avós o candeeiro durou mais uns anos bons, já que a fundamental luz eléctrica só chegou quase no final dos anos sessenta. Dizia o meu pai que do outro lado da fronteira em Piedras Albas já antes da guerra civil espanhola 1936 havia luz eléctrica quando a salto lá iam aos bailes. O outro candeeiro ou lanterna a petróleo serviu muito mais anos e hoje ainda pode ter vida, pois a luz eléctrica é demasiado cara para se ter nos palheiros onde se tinham e têm os animais e os fenos guardados do alheio.
Já o fogão ou fogareiro a petróleo constituiu uma pequena revolução tecnológica na confeção dos alimentos e na vida da mulher dona de casa, substituindo a antiga confeção dos alimentos que se processava a lenha. Isto para não falar na segurança e bem estar que o mesmo veio proporcionar às famílias que o podiam ter.
Do candeeiro em vidro não tenho referência ao seu fabricante, dos outros dois sim, a antiga e famosa Casa Hipólito de Torres Vedras, onde tanta gente trabalhou sendo que por motivos vários não foi capaz de sobreviver aos novos tempos tecnológicos, ela que no passado foi pioneira nas mudanças de hábitos.
Por isso não é saudosismo, nem tal poderia ser, antes um relembrar quem tanto sofreu para que pudéssemos ter um outro futuro melhor do que a vida duríssima de então.
Hoje, queixamos-nos por tudo e por nada, mas isso é outra música outro fandango ou fado se quisermos.

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