Não
é saudosismo, nem tal podia ser. Antes lembranças de outros tempos
em que estes eram utilizados e representaram um avanço tecnológico
sobre os outros hábitos mais antigos.
Ainda
estudei à luz do candeeiro a petróleo no centro da mesa. E quando a
luz eléctrica chegou a Ferrel ficou de reserva para as noites em que
a mesma falhava. Luz eléctrica com lâmpadas não mais de 25 watts
porque era cara, não ao alcance de qualquer família. Aqui na terra
de meus avós o candeeiro durou mais uns anos bons, já que a
fundamental luz eléctrica só chegou quase no final dos anos
sessenta. Dizia o meu pai que do outro lado da fronteira em Piedras
Albas já antes da guerra civil espanhola 1936 havia luz eléctrica
quando a salto lá iam aos bailes. O outro candeeiro ou lanterna a
petróleo serviu
muito mais anos e
hoje ainda pode ter vida,
pois a luz eléctrica é demasiado cara para se ter nos palheiros
onde se tinham e têm os animais e
os fenos
guardados do alheio.
Já
o fogão ou fogareiro a petróleo constituiu uma pequena revolução
tecnológica na confeção dos alimentos e na vida da mulher dona de
casa, substituindo a antiga confeção dos alimentos que se
processava a lenha. Isto
para não falar na segurança e bem estar que o mesmo veio
proporcionar às famílias que o podiam ter.
Do
candeeiro em vidro não tenho referência ao seu fabricante, dos
outros dois sim, a antiga e famosa Casa Hipólito de Torres Vedras,
onde tanta gente trabalhou sendo que por motivos vários não foi
capaz de sobreviver aos novos tempos tecnológicos, ela que no
passado foi pioneira nas mudanças de hábitos.
Por
isso não é saudosismo, nem tal poderia ser, antes um relembrar quem
tanto sofreu para que pudéssemos ter um outro futuro melhor do que a
vida duríssima de então.
Hoje,
queixamos-nos por tudo e por nada, mas isso é outra música outro
fandango ou
fado se quisermos.
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